
Charge do J.Caesar
Hélio Schwartsman
Folha
Para não passar recibo de vencido, o governo Lula precisa fingir que tem opções para reagir às derrotas que sofreu no Congresso. A verdade, porém, é que a administração está mais ou menos limitada a uma reação retórica, insistindo num discurso eleitoreiro de defesa de pobres contra ricos. É que, se Lula decidir peitar o centrão, perde. E ele sabe disso.
Até não muito tempo atrás, partidos mais dados à fisiologia precisavam apostar no cavalo certo para ampliar seu poder. Quem se aliasse antes ao candidato que venceria a eleição presidencial teria mais acesso a cargos e verbas.
AGORA, TUDO MUDOU – Não é mais assim. Agora, o centrão pode se dar ao luxo de não apoiar ninguém no pleito para o Executivo — ou mesmo opor-se a todos — e esperar que o vencedor tome posse e peça socorro ao bloco. Qualquer governo depende do centrão para sobreviver.
Basta ver que, em 2022, Lula venceu com uma coalizão composta exclusivamente por siglas de esquerda. A base que nominalmente o apoia hoje formou-se após o pleito.
Em 2018, Bolsonaro ganhou com um discurso francamente hostil ao centrão. O leitor se lembrará do general, ex-ministro e agora réu Augusto Heleno entoando uma paródia musical que equiparava os parlamentares do bloco a ladrões. Mas o Bolsonaro que governaria em contato direto com o povo precisou tão desesperadamente do centrão que teve de entregar-lhe o orçamento secreto.
NADA DE NOVO… – A correlação de forças entre Executivo e Legislativo mudou. O velho presidencialismo de coalizão morreu, mas ainda não surgiu algo para substituí-lo.
O atual arranjo em que o centrão manda e desmanda não é estável no longo prazo. Órgãos coletivos tendem a ser péssimos zeladores de contas públicas. Sem uma arrumação, virá uma crise fiscal que forçará mudanças.
O trágico é que os principais atores anteveem esse cenário, mas não têm incentivos para mudar seu comportamento. Em português popular, é a sinuca de bico. Em linguagem mais técnica, é um equilíbrio de Nash de baixa eficiência. Não importa qual termo você prefira, passaremos por apertos.
Lula foi emparedado pela oposição
Está mais do que evidente que o sistema presidencialista brasileiro está se tornando cada vez mais disfuncional.
Enfraquecido pela desaprovação do governo nas pesquisas de opinião, Lula perdeu o controle de parte dos investimentos federais, que está sendo pulverizada entre as prefeituras do país por meio das emendas parlamentares e não tem maioria no Congresso para reverter essa situação.
Lula foi emparedado pela oposição, que conseguiu atrair as bancadas do Centrão para suas posições.
São dois grupos, respectivamente: um quer inviabilizar o governo, o outro faz chantagens para obter mais vantagens.
Desde o governo de Temer, a gestão do Orçamento da União vem sendo compartilhada com o Congresso de maneira assimétrica: no lugar do presidencialismo de coalizão, surgiu um semipresidencialismo irresponsável.
Fonte: Correio Braziliense, Governo, 26/06/2026 – 08:18 por Luiz Carlos Azedo
1) Licença…
2) https://www.brasil247.com/entrevistas/julian-lemos-poe-em-xeque-a-versao-oficial-sobre-a-facada-em-bolsonaro-pode-ter-sido-um-arranhao
Saudações,
Professor Rocha,
Veja este video sobre o assunto…
Dr. Fernando (PLANETAINTESTINO) revela detalhes inéditos sobre a facada em Bolsonaro em 2018
https://www.youtube.com/watch?v=IqeKB-UFIYA
aquele abraço..
Blá-blá-blá pé-no-saco…
HA!HA!HA!HA
Esse ai morre de medo se o Narco-Latrocida for tomar uma banho na praia…
Como fazer um presidencialismo de coalisão com um analfabeto, alcoólatra, corrupto, misógino e covarde? Tem que ter muita imaginação.