O desesperado amor de Murilo Mendes, que leva o poeta ao fanatismo

Mendes, retratado pelo pintor Ismael Nery

Paulo Peres
Poemas & Canções 

O notário e poeta mineiro Murilo Monteiro Mendes (1901-1975), no poema “Fanático”, expõe seu exacerbado amor por uma mulher, que o leva ao fanatismo.

POEMA DO FANÁTICO
Murilo Mendes

Não bebo álcool, não tomo ópio nem éter,
Sou o embriagado de ti e por ti.
Mil dedos me apontam na rua:
Eis o homem que é fanático por uma mulher.

Tua ternura e tua crueldade são iguais diante de mim
Porque eu amo tudo o que vem de ti.
Amo-te na tua miséria e na tua glória
E te amaria mais ainda se sofresses muito mais.

Caíste em fogo na minha vida de rebelado.
Sou insensível ao tempo – porque tu existes.
Eu sou fanático da tua pessoa.

Da tua graça, do teu espírito, do aparelhamento da tua vida.
Eu quisera formar uma unidade contigo
E me extinguir violentamente contigo na febre da minha, da tua, da nossa poesia.

2 thoughts on “O desesperado amor de Murilo Mendes, que leva o poeta ao fanatismo

  1. 1) Licença… o primeiro verso me fez de uma assertiva que eu me identificava…

    2) “Não fumo, não bebo álcool, nem uso drogas ilícitas, só as da farmácia … mas adoro comidas, alimentos… Por isso faço parte dos Comedores Compulsivos Anônimos”…

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