
Operação da PF levou à prisão do presidnete do Banco Master
Pedro do Couto
Aparentemente, o Brasil vive um momento de relativa normalidade econômica. O Boletim Focus do Banco Central, ao observar o comportamento dos preços entre outubro do ano passado e outubro de 2025, projeta inflação de 4,5%, exatamente dentro do limite estabelecido pela meta.
Em um país historicamente marcado por volatilidade, esse número sinaliza controle, previsibilidade e um ambiente monetário que, ao menos na superfície, inspira confiança. Mas essa fotografia macroeconômica contrasta brutalmente com o terremoto institucional provocado pelo escândalo que envolve o Banco Master, seu presidente e uma engrenagem de emissão de títulos falsos que movimentou R$ 12 bilhões.
VULNERABILIDADES – O episódio expõe as vulnerabilidades do sistema financeiro e lança dúvidas sobre a capacidade regulatória do próprio Banco Central — justamente a instituição responsável por zelar pela higidez do mercado.
A prisão do presidente do Banco Master, detido pela Polícia Federal por participação direta na emissão fraudulenta de CDBs, revelou um esquema sofisticado, mas não exatamente inédito: uma tentativa de inflar artificialmente o balanço e atrair investidores com promessas de rentabilidade descoladas da realidade.
O caso se torna ainda mais grave porque o banco estava em processo de negociação, com o grupo Fictor preparando um aporte bilionário sustentado parcialmente por capital árabe. A operação de compra, que prometia “salvar” o Master, hoje se encontra sob análise e em suspenso, enquanto as autoridades tentam mapear a extensão da fraude.
INDÍCIOS – Mais inquietante, porém, é a constatação de que o Banco Central não havia considerado, meses atrás, os indícios de emissão de títulos falsos pelo Master — um lapso que coloca sob escrutínio o sistema de supervisão financeira. Em vez de ser detectado preventivamente, o escândalo só se tornou incontornável quando a Polícia Federal interveio. Para um setor baseado em confiança, essa falha regulatória é tão corrosiva quanto a própria fraude.
A coexistência entre inflação controlada e colapso institucional de um banco relevante explica em parte a encruzilhada atual do país. A economia parece caminhar dentro das margens esperadas, mas a solidez das instituições que sustentam esse desempenho está sendo posta à prova.
Investidores de varejo, muitos dos quais atraídos por títulos que prometiam rendimentos superiores aos do mercado, agora terão de recorrer ao Fundo Garantidor de Créditos ou enfrentar uma longa disputa na massa liquidante. Já o Banco Central, mesmo celebrando a inflação dentro da meta, tem diante de si um alerta severo: a estabilidade monetária não compensa a fragilidade regulatória.
FISSURA – O episódio do Banco Master funciona, portanto, como uma fissura exposta no edifício do sistema financeiro. Ele lembra que metas de inflação não são garantia de robustez institucional e que juros altos, sozinhos, não são suficientes para proteger o mercado de práticas temerárias.
A economia, afinal, não é apenas um conjunto de indicadores: é uma rede de confiança. Quando essa rede se rompe, mesmo que os números pareçam perfeitos, o custo político e social do reparo recai sobre toda a sociedade. Se o país quiser transformar estabilidade pontual em solidez estrutural, terá de aprender com essa crise — e reforçar, de forma meticulosa, a ponte entre política monetária e supervisão financeira.
Conclusão:
https://www.facebook.com/share/r/17j4XmrfnB/
Inflação controlada?
A fraude começa por essas medições.
Endividamento com a forca dos juros estratosféricos.
A bolha está fadada a estourar.
Tá tudo dominado!
E quem termina, como sempre, pagando é o trabalhador HONESTO.
Brasil não é para principiantes.
O Inimigo se Chama;O Mercado. O resto é mimimi