
Alcolumbre tenta evitar que Messias mobilize votos de apoio
Malu Gaspar
O Globo
Em sua ofensiva contra a escolha do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), já avisou a lideranças do Congresso que avalia acelerar o andamento da indicação, encaminhando o caso para análise do plenário da Casa antes do recesso de dezembro, que começa em 23 de dezembro.
A estratégia, segundo aliados, teria o objetivo de não dar tempo suficiente para Messias mobilizar lideranças evangélicas, integrantes do governo e até mesmo ministros do Supremo para contornar a resistência ao seu nome. Para ser confirmado, o advogado-geral da União precisa de pelo menos 41 votos dos 81 em disputa. A última vez que a Casa barrou um indicado para o STF foi em 1894, no governo Floriano Peixoto.
CONFRONTO – “O governo Lula viu que a coisa ficou feia e quer baixar a temperatura, jogando [a sabatina] para o ano que vem. Já o Davi quer manter a fervura e votar esse ano”, resumiu uma fonte que acompanha de perto as movimentações nos bastidores do Senado.
Segundo um interlocutor de Alcolumbre, o presidente do Senado “não quer cometer o mesmo erro” em que teria incorrido quando da indicação de André Mendonça para o STF, em 2021. Naquela ocasião, Alcolumbre colocou Mendonça em banho-maria por quatro meses e adiou o agendamento da sabatina, o que deu tempo de sobra para ele procurar senadores, mobilizar aliados e virar votos para garantir a aprovação – ainda que por um placar apertado, de 47 votos favoráveis, apenas seis a mais que o necessário.
Judeu, Alcolumbre também foi alvo de uma campanha intensa nas redes sociais promovida por pastores amapaenses, que o acusaram de promover uma “guerra santa” contra o “terrivelmente evangélico” Mendonça.
NOS BASTIDORES – Tanto agora quanto em 2021, Alcolumbre ficou contrariado com os escolhidos para o Supremo e trabalhou intensamente nos bastidores pela rejeição – o amapaense preferia o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o ex-procurador-geral da República Augusto Aras para as vagas que ficaram com Messias e Mendonça, respectivamente.
“Por ora, Alcolumbre trabalha contra [Messias]. Mas se [a sabatina] ficar pro ano que vem, é capaz dele se realinhar com o governo”, afirmou um interlocutor do presidente do Senado, em alusão ao modus operandi do parlamentar de criar dificuldades em um primeiro momento para “vender facilidades” depois. “Quanto mais perto da eleição, se Lula se mantiver favorito [nas pesquisas], aumenta a chance pro Messias [ser aprovado].”
SINAL DE ALERTA – Uma prévia dos obstáculos que aguardam Messias veio à tona no último dia 12, com o resultado da votação que confirmou a recondução do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Gonet foi mantido no cargo com apenas 45 votos favoráveis, no placar mais acirrado para o cargo desde a redemocratização, o que acendeu o sinal de alerta da base lulista.
Entre aliados de Alcolumbre, a leitura é a de que o resultado de Gonet serviu como uma espécie de recado da Casa sobre o tortuoso caminho de Messias para garantir a aprovação, em um momento em que o Palácio do Planalto enfrenta dificuldades para emplacar uma agenda no Congresso.
“Os ânimos estão quentes e o governo não está entregando sequer para os seus”, disse um senador ao blog, em referência à liberação de emendas e cargos. “Creio que o presidente Lula esteja isolado numa bolha. Está viajando muito e acreditando no que aliados dizem pra ele. Eu vejo um cenário de muito risco de rejeição do Messias”, acrescentou.
APOIO – Mendonça já se comprometeu a ajudar Messias a reduzir a rejeição no Senado, principalmente na tropa de choque bolsonarista e na ala da oposição que o vê como “quadro ideológico do PT” e “homem de confiança do Lula e da Dilma”. Os dois são evangélicos – Messias é membro da Igreja Batista, enquanto Mendonça é pastor da Igreja Presbiteriana.
Em um aceno a Alcolumbre, Messias divulgou nesta segunda-feira uma nota pública endereçada ao presidente do Senado em que afirma que juntos “poderão aprofundar o diálogo” e “encontrar soluções institucionais que promovam a valorização da política”.
A resposta foi meramente protocolar. Alcolumbre disse que o Senado cumprirá “com absoluta normalidade, a prerrogativa que lhe confere a Constituição: conduzir a sabatina, analisar e deliberar sobre a indicação feita pelo Presidente da República”. “E o Senado assim o fará, no momento oportuno, de maneira que cada senador e cada senadora possa apreciar devidamente a indicação e manifestar livremente seu voto”, frisou, sem estabelecer prazos.
PREVISÃO – Aliados de Alcolumbre avaliam que Messias teria, hoje, entre 28 e 31 votos certos pela sua aprovação — um mapeamento feito a partir de conversas informais com os parlamentares, sinais de bastidor e posicionamentos públicos de colegas que não escondem a preferência por Pacheco, considerado o “candidato da Casa”.
“Nesse primeiro momento, há muita coisa emotiva que precisa ser respeitada, mas depois que isso esfria um pouco, acho que as pessoas vão encarar como uma prerrogativa do presidente”, disse o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), em entrevista ao programa Estúdio I da Globonews. “Eu não vou dizer ‘vai ser aprovado, não vai ser aprovado’. Eu vou trabalhar para ele ser aprovado, até porque a exceção é lá do comecinho da República.”
O problema não é o Messias.
..é o Master.
Como explicar o dimdim, dos servidores do Amapá, perdido?
Licença…
1) Quem com ferro fere, com ferro será ferido”…
2) Ditado popular com base em Mt.26:52…
Laranjão passou a ver Barba como vencedor e o ex-mito como perdedor
O New York Times publicou um artigo, no qual afirma que o Brasil desafiou Laranjão e venceu.
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A imagem projetada por Laranjão é a de que o Brasil ganhou a parada comercial graças aos méritos de Barba.
Já a certeza que se projetou foi a de que o ex-mito, afinal de contas, não era um camarada tão valioso assim, pelo qual valesse a pena perder tempo e dinheiro.
Colocado em termos americanos, Laranjão passou a ver Barba como vencedor e o ex-mito como perdedor
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De fato, de nada adiantaram as ameaças do presidente americano: O ex-mito pegou cana pesada e as barreiras comerciais erguidas pelo tarifaço começam a ser demolidas.
Aspecto mais doloroso para a família Bolsonaro e os seus agregados ideológicos, Laranjão usou o palco da ONU para dizer que rolou uma boa química com Barba.
Na sequência, aceitou reunir-se com o petista, elogiou o fato de ele ter sobrevivido politicamente à prisão e, ao anunciar a retirada de tarifas sobre uma lista de produtos do Brasil, disse que ouviu os argumentos de Barba.
O Brasil fez certo ao separar a negociação comercial da encrenca do ex-mito com o STF, que embasou as medidas retaliatórias de Laranjão.
Mas o governo Barba não desafiou o inquilino que se pretende dono da Casa Branca. Jogou parado durante boa parte do tempo, ao contrário da China, que partiu para o confronto com os States, até porque os chineses podem e os brasileiros não.
Em relação ao tarifaço, o correto a dizer é que Laranjão vem sucumbindo muito mais ao desgaste causado pelo aumento da inflação americana do que a qualquer argumento que lhe possa ter sido soprado da parte dos brasileiros, sem nenhum desdouro aos negociadores, principalmente empresários, que se empenham em remover todas as barreiras.
Na política, porém, vale a imagem que se projeta, e a imagem projetada por Laranjão é a de que o Brasil ganhou a parada comercial graças aos méritos de Barba.
Já a certeza que se projetou foi a de que o ex-mito, afinal de contas, não era um camarada tão valioso assim, pelo qual valesse a pena perder tempo e dinheiro.
Colocado em termos americanos, Laranjão passou a ver Barba como vencedor e o ex-mito como perdedor — e, diante disso, o presidente americano talvez até se abstenha de tentar influenciar a eleição presidencial brasileira em prol de um candidato da direita.
O maior erro dos bolsonaristas, entre os incontáveis cometidos por eles na defesa do seu chefão, foi confiar em Laranjão como aliado.
O presidente americano nunca foi homem de convicções fortes, certas ou erradas, e muito menos amigo com quem se possa contar em horas extremas.
O presidente americano é um homem de negócios na pior acepção da expressão: oportunista, inescrupuloso, pronto a vender a própria mãe, em troca de vantagens pecuniárias.
É um sujeito capaz de defender no Salão Oval da Casa Branca o príncipe saudita que mandou fazer picadinho de um jornalista do Washington Post e ainda falar mal do coitado do morto.
Nenhuma medida adicional que ainda possa a vir a ser adotada pela Casa Branca contra ministros do STF mudará o fato de que o ex-mito é outra mãe vendida por Laranjão. O presidente americano, agora, só acha “uma pena” que ele tenha sido preso.
Fonte: Metrópoles, Opinião, 25/11/2025 17:10 Por Mario Sabino
O Psicopata quer o Pacheco no e$$eteefe e já acionou seu subordinado no senado, Alcolumbre, para barrar o “Bessias”. O LADRÃO já foi de serventia e agora será descartado, esta nas mãos do e$$eteefe. Isso sim é que é um golpe bem dado.