Governo incompetente destrói pobres e ricos – e até a primeira classe já caiu

Com 35 ônibus e um trem queimados, prejuízo no Rio chega a R$ 35 mi

Ônibus incendiado, uma imagem cada vez mais comum

Walter Maciel
Infomoney

Li recentemente no Estado de São Paulo um artigo de Bolívar Lamounier, “A Primeira Classe Também Cai”. O argumento dele, em resumo, é de que a violência que hoje afeta principalmente a periferia e os mais pobres inevitavelmente alcançará também os bairros de classe alta. Que a elite brasileira vive numa bolha de segurança prestes a estourar. E que economistas talvez possam nos dizer “quanto vai faltar para vislumbrar, num cinzento horizonte, o espectro da guerra civil.”

É um artigo preocupante, bem escrito, e Bolívar é um pensador importante. Mas o diagnóstico não está totalmente correto. Empresários no Brasil pagam os maiores impostos em termos nominais e, muitas vezes, também em termos proporcionais. Esse dinheiro é entregue ao Estado com a promessa de que servirá a todos. Mas quantos empresários você conhece que usam hospital público, escola pública ou aposentadoria pública? Raríssimos. O dinheiro pago em impostos não retorna em serviço algum.

Carros blindados, seguranças armados, janelas à prova de bala e sistemas de câmeras são hoje comuns entre os empresários brasileiros. Em que democracia civilizada as pessoas que produzem e geram empregos precisam disso? Talvez em regiões em guerra. Mas em São Paulo? Isso não é “primeira classe” — é falha do Estado.

SEGUNDO CARRO – Alguns andam até com um segundo carro atrás, cheio de seguranças privados, por medo de sequestro ou assalto. Isso não é luxo, é viver sob cerco. Não se pode usar relógios caros na rua; há casos de perseguições até garagens e elevadores. Pessoas são vítimas da violência em plena luz do dia. E, para muitos, essa insegurança já faz parte da rotina.

Turistas no Rio não podem ir à praia com nada — sem relógio, sem jóias — porque são roubados. Às vezes esfaqueados. Às vezes mortos. Muita gente que conheço viveu isso. Eu mesmo sou vítima dessa violência: meu pai foi morto em 1980, atropelado por criminosos que fugiam da polícia na contramão. Hit and run. Isso não começou ontem. São décadas.

“Primeira classe” no Brasil significa calcular risco o tempo inteiro. Significa não poder se mover pela própria cidade com liberdade. Isso não é privilégio — é cativeiro, ou algum tipo de liberdade vigiada.

CARGA TRIBUTÁRIA – Além da violência, há o peso insustentável da carga tributária. Empresários pagam “impostos sobre impostos sobre impostos.” E, como não podem confiar na qualidade da produção local em vários setores, acabam importando e sendo novamente punidos com tributos altíssimos.

A recente taxação de dividendos em 10% é um exemplo disso. O argumento era de “justiça social”, mas o resultado é bitributação: a empresa já pagou imposto corporativo, e o acionista paga novamente sobre o mesmo lucro. O correto seria crédito no nível pessoal. Concorda-se que rendas puramente passivas devam ser tributadas, mas não foi essa a estrutura aprovada.

A maioria dos empresários é rica porque produz. Têm empresas, contratam pessoas, geram renda. Ainda assim, enfrentam uma das legislações trabalhistas mais onerosas do mundo, em que a maior parte do custo de um salário vai para o governo, não para o empregado. E, quando demitem, pagam de novo. Vivem sob insegurança jurídica e regulação sufocante, que mudam conforme o humor político do momento.

SEM CONTROLE – Mesmo assim, continuam sendo retratados como se tivessem o controle do país. Mas não têm. O governo brasileiro não faz o que os empresários querem — e sim o que a democracia escolhe nas urnas.

Durante as últimas três décadas, as políticas públicas e econômicas foram moldadas, em grande parte, por governos que sempre apontaram a “elite” como culpada pelas desigualdades e pelos fracassos do Estado. Mas a verdade é que os empresários não controlam o poder político. São minoria eleitoral. O financiamento privado de campanha foi proibido. E o discurso de que “a elite manda no país” é, há muito tempo, uma ficção conveniente.

O que existe, na prática, é um Estado que não entrega o básico a ninguém — nem para quem paga mais impostos, nem para quem mais precisa de proteção. O Estado falhou com todos.

GOVERNO PODRE – O problema não são os ricos. O problema não são os pobres. O problema é esse modelo de governo, que não protege ninguém, taxa todos até a morte, não entrega serviços básicos, culpa “a elite” pelos próprios fracassos e está no poder há 17 anos (interrompidos por um hiato de seis).

A primeira classe não vai cair. Ela já caiu. E, quando finalmente admitir isso — quando juntar sua insatisfação com os 88,8% das favelas que já entenderam —, aí sim veremos mudança política. Não porque “a violência chegou aos ricos”, mas porque todo mundo — rico e pobre — percebeu que o Estado falhou com todos. O único jeito de alterar isso é mudando quem governa. Não é sobre classe. É sobre competência. E essa conversa de “culpar a elite” já durou até demais.

SAIR DO PAÍS – Mas há um ponto que a narrativa de “a elite vai cair” não considera: os muito ricos sempre têm uma escolha que os pobres não têm — podem sair do país. E é exatamente isso que está acontecendo, em larga escala. Não é fuga de imposto — continuam pagando tributos no Brasil sobre operações aqui. É uma fuga da incompetência, da insegurança e da ingratidão.

E quando os ricos saem em massa, quando as empresas fecham ou se mudam, o que sobra? Não há mais quem taxar. Não há mais quem contrate. Não há mais quem crie riqueza. Sobra um Estado ineficiente, pesado e inchado; os intelectuais que culparam os ricos; e os pobres — sem emprego, sem oportunidade.

Vai ser um resultado amargo para todos. Mas talvez seja o único jeito de aprenderem: não se constrói um país destruindo quem produz. Não se cria riqueza culpando quem a gera. E não se resolve o problema de um Estado incompetente taxando mais quem já paga. A primeira classe não vai cair. Ela já caiu. Só não percebeu.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Importante artigo enviado por Mário Assis Causanilhas. Mostra que vivemos uma época de clausura, em que as pessoas que têm um mínimo de responsabilidade se trancam em casa, com medo de sair às ruas, Somos todos presidiários. (C.N.)

9 thoughts on “Governo incompetente destrói pobres e ricos – e até a primeira classe já caiu

  1. Prisioneiros domiciliares, só nos falta borrifar sangue envenenado nas portas, para atrair e eliminar moscas e mosquitos(varejeiras,DENGUES), lembrando procedimento hebraico quando das Pragas do Egíto(Gates & Faucis).

  2. Ao invés de promover o empreendedorismo para que aprendam a não depender de outrem, distribuem bolsas, cotas, aposentadorias para quem nunca produziu alguma coisa …

    Claro está que, para fazer tantas “bondades”, precisa extorquir empregadores e aqueles que ganham bem pelo trabalho executado, aproveitando, para dividir a grana entre os cúmplices.

    A moda agora é falar em “racismo ambiental” e “racismo estrutural”. Quer saber ? Se racismo fosse mesmo a causa dos males que apontam, a África seria o melhor lugar do mundo para se viver.

  3. Humm. Quer dier que quem ganha muito não pode pagar impostos, porque não usa serviços públicos? O problema dos impostos no Brasil é que taxamos muito o consumo e pouco a renda. Nos outros países a renda é bastante taxada e o imposto do consumo é mais baixo.

    Dividendos, por exemplo, quais os países que não taxam?

  4. ‘’DEMOCRACIA’’, CORRUPÇÃO, INCOMPETÊNCIA: POVO BRASILEIRO ‘’MANÉ’’ PERDEU 90 TRILHÕES DE REAIS EM 40 ANOS! QUO VADIS, BRASIL? Trata-se da pseudodemocracia mais apocalíptica da sua história, exatamente em tempos de transmutações econômicas e tecnológicas globais decisivas para a emancipação e soberania das nações que honrassem o voto popular de modo a colocar o Brasil lado a lado frente às nações mais sérias, ordeiras, progressistas e justas dentre as demais. Brasil escapará de seu apocalipse final por mais quanto tempo? Corrupção ampla geral e irrestrita há 40 anos! Criminalidade generalizada, holocaustos diários de cidadãos do bem, Judiciário e direito penal a serviço da corrupção, da criminalidade sanguinária, da impunidade, da riqueza e poder político e estatal dos advogados do diabo da OAB. Corrupção policial devastadora há 40 anos por toda a nação brasileira, sonegação fiscal, incentivo e remissão fiscal imoral, criminosa para os amigos e amigos dos amigos, propagandas governamentais mentirosas que enriquecem imoralmente criminosamente as grandes mídias, verbas bilionárias para o retrabalho policial e judicial com a impunidade e corrupção judicial. Gastos anuais bilionários com Direitos Humanos em favor dos maiores facínoras da humanidade! Pena de morte, Já! 500 mil criminosos foragidos, livres, livres, soltos entre cidadãos do bem! Juízes e juízas canalhas, criminosos, que fazem piadinhas e brincam com facínoras assassinos malditos de cidadãos do bem! (maldita juíza, cadela, debochada, vagabunda, traidora da pátria, pérfida, infiel aos cidadãos do bem!). Quem respeita essa ‘’Justiça’’ brasileira vagabunda, prostituta de corruptos e criminosos de todas as matizas? Por quanto tempo mais assistiremos ao coliseu dos pitbulls assassinos de crianças, adultos, idosos? Linhas chilenas degolando trabalhadores, balões apocalípticos caindo dos céus infernais? Fábricas clandestinas assassinas de fogos de artifício! Bem como milhares de outros crimes hediondos facilmente extinguíveis com a mão forte e justa do Judiciário! Crimes hediondos declarados ‘’de menor poder ofensivo’’, ‘’lesão corporal’’. Malditos canalhas! Judiciário Maldito! Advogados do Diabo infames, corja imunda de canalhas e facínoras que estão condenando o Brasil para sempre entre a escória das nações! Criminalidade/impunidade amplas, intensas, generalizadas, inexplicáveis, sob o patrocínio do Judiciário mais canalha, criminoso, facínora, corrupto, omisso, debochado, arrogante, prepotente, bandoleiro, mafioso da história da humanidade! Podemos imaginar o quão benéfico seria para o povo brasileiro se nesses 40 anos apocalípticos, de governos anárquicos, imorais, criminosos, tivessem resgatado sabiamente, competentemente 90 trilhões de reais das garras e presas dessas feras sanguinárias do Estado e dos Três Poderes ‘’Diretas-Já’’? Que Brasil verdadeiramente soberano, sério, progressista, desenvolvido, corretamente, ecológico, dignamente ambiental, socialmente justo, digno de ser chamado de país, de nação, de povo, de sociedade? Quo vades, Brasil? LUÍS CARLOS BALREIRA. PRESIDENTE MUNDIAL DA LEGIÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA

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