Bolsonaro busca se aproximar do União Brasil, na tentativa de evitar o crescimento de Moro

Charge do Nando Motta (Arquivo Google)

Eduardo Gonçalves, Julia Lindner e Camila Zarur
O Globo

 Com a maior fatia dos fundos eleitoral e partidário (cerca de R$ 1 bilhão) e o tempo mais expressivo de TV, ambos consequências de uma bancada volumosa no Congresso, o União Brasil, que nascerá da fusão entre DEM e PSL, tornou-se o partido mais cobiçado no mercado eleitoral.

Após a aproximação da futura legenda com o Podemos, que pode resultar numa aliança ou até mesmo na filiação do ex-ministro Sergio Moro, como O Globo revelou nesta semana, a pré-campanha do presidente Jair Bolsonaro prepara uma reação para neutralizar o adversário. O plano inclui abrir mão de candidaturas bolsonaristas em estados, em prol de integrantes da nova sigla.

MORO É AMEAÇA – Por dividirem o mesmo eleitorado de direita, Moro é visto hoje como uma das principais ameaças à reeleição do presidente. Diante disso, integrantes do governo deflagraram uma investida para distanciar Moro do União Brasil e trazer a legenda para a órbita do Palácio do Planalto.

Em entrevista à CNN na quinta-feira, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi incisivo ao dizer que mantém contato com lideranças do União Brasil em prol de um possível apoio a Bolsonaro:

— Tenho mantido conversas com pessoas dentro do partido para compreender qual o pensamento deles, já que é um partido que ficou do tamanho que ficou por causa do fenômeno Bolsonaro em 2018.

PROBLEMA NA BAHIA — Há dois impasses hoje no partido que passaram a ser vistos pelos estrategistas de Bolsonaro como oportunidades. Um é a disputa ao governo da Bahia, que tem coimo principais nomes o secretário-geral do União Brasil e ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), o senador Jaques Wagner (PT) e o ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos).

Em troca do apoio do União Brasil a Bolsonaro, uma opção citada nos bastidores seria Roma desistir do governo e apoiar ACM Neto. A tese, no entanto, depende da reconciliação dos dois, que estão rachados desde que Roma assumiu o ministério — os dois eram amigos há mais de 20 anos, e Roma foi chefe de gabinete de ACM Neto quando ele era prefeito de Salvador.

Interlocutores do ministro, no entanto, avaliam que ele tem potencial de crescer na disputa quando cristalizar a imagem de responsável pelo Auxílio Brasil, programa que substituiu o Bolsa Família e principal vitrine da pasta da Cidadania.

IMPASSE EM GOIÁS – O outro flanco aberto é na eleição ao governo de Goiás, que deve contar com dois aliados de Bolsonaro, o governador Ronaldo Caiado (DEM) e o deputado Vitor Hugo (PSL). No fim do ano passado, o presidente lançou a candidatura do parlamentar e o indicou como uma “nova esperança” ao estado. Agora, em troca de uma aliança com o União Brasil, Bolsonaro abriria mão da candidatura do aliado.

Enquanto ainda pairam as dúvidas sobre apoiar Moro ou Bolsonaro, a prioridade máxima do novo partido hoje é o pleito ao Legislativo. Para boa parte dos integrantes da legenda, a candidatura à Presidência deveria ficar em segundo plano.

Apesar disso, Moro aparece com mais força do que Bolsonaro entre os integrantes do União. Pesa ainda o fato de o atual presidente da República ter uma relação ruim com Bivar, que tem se empenhado pessoalmente em trazer à sigla o ex-ministro da Justiça.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Em tradução simultânea, a candidatura de Moro já está incomodando muito, tanto aos aliados de Lula quanto aos de Bolsonaro. (C.N.)

12 thoughts on “Bolsonaro busca se aproximar do União Brasil, na tentativa de evitar o crescimento de Moro

  1. Moro incomodar Lula?
    Moro está se valorizando para no dia D e na hora H se candidatar ao senado pelo Paraná.
    Ele sabe que a batata dele está assando. E se não conseguir um foro previlegiado será réu em 2023.

  2. Ninguém chuta cachorro morto !
    A canalhada abobalhada já sentiu os primeiros impactos…
    Dois nojentos como este Coiso e o Larápio, tem que colocar as barbas de molho, que a resposta está sendo construída…
    Chega de imbecilidades, roubalheiras e tantos desmandos neste País arrasado…
    Bora Moro !
    Mata no primeiro turno e limpa esta pocilga fedorenta…
    Credo !

  3. A terceira via com o Moro parece que se tornou mesmo viável. Veja-se o desespero do canga Ciro em tentar debater com o Moro, tentando se voltar á terceira posição. Caso a candidatura do Moro fosse tão ruim assim, nem o mito nem o Luladrão bateriam tanto no cara.

  4. Essa charge é emblemática, quando aumentei a imagem, aparece na manga do Sergio Moro o nome da Madame M.
    Isso vai feder!
    A Madame M. volta aos porões do Palácio do Planalto.
    Apertem os cintos!
    O bilhete na manga do Moro diz muita coisa.
    Aliás, diz o que todo mundo já sabe.

    Essa bomba vai cair no colo dos bolsonaros a qualquer momento.

    Em tempo: O chargista foi genial!!

    Já comprei a pipoca!
    JL

  5. Crescimento do Marreco começou com 11% na primeira pesquisa, caiu pra 9% e na última chegou a 7%. A pre-candidatura cresceu muito (para baixo). A sorte da terceira via é que o Cabo Daciolo desistiu de concorrer, seria um vexame colossal.

    • Moro rouba votos do Bolsonaro e do Dória, e só. E vai ter que suar sangue pra conseguir arrancar mais algum voto desse núcleo duro de fiéis seguidores do mito, que se mandar eles comerem merda eles vão comer e ainda vai dizer que está maravilhoso.

  6. Incrível como o fanatismo provoca cegueira coletiva. Toda a lama e podridão que envolve o DEM e o PSL foram esquecidos e varridos da memória, a ponto de acreditar que essa parceria é benéfica pro país.

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