Bolsonaro somente será preso se for julgado e condenado pelo Supremo

Acusado de roubar joias sauditas, Bolsonaro depõe, hoje, na PF - Jornal Contratempo

Fotocharge reproduzida do Arquivo Google

Carlos Newton

Jair Bolsonaro é o que se chamava antigamente de besta ao quadrado, que no interior do país passou a besta quadrada. E agora corre um remoto risco de passar a ver o sol nasce quadrado, por ter se associado à empresa Cid Family Trust para vender nos Estados Unidos joias e obras de arte pertencentes à Presidência da República. Certamente o Ministério Público Federal pretenderá enquadrá-lo no crime de peculato, assim definido no Código Penal (Decreto-Lei 2.848/40):

Art. 312Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.

IMPROBIDADE – Os advogados de Bolsonaro, por óbvio, tentarão virar o jogo, para enquadrá-lo apenas em improbidade administrativa, que não é crime, e acarreta apenas a perda dos bens ou valores acrescidos de modo indevido ao patrimônio, além da devolução integral dos bens ou dinheiro; do pagamento de multa; e da suspensão dos direitos políticos.

Com o elevado patrimônio que acumulou como político, incluindo rachadinhas e negócios imobiliários em dinheiro vivo, que passaram a ser características da família, passando de pai/marido para esposas e filhos, Bolsonaro não terá a menor dificuldade para pagar multas, se for enquadrado em improbidade dolosa.

O mais provável, porém, é que encare o crime de peculato, acrescido à organização criminosa (formação de quadrilha) e à lavagem de dinheiro.

SEM CADEIA – De qualquer forma, Bolsonaro não passará um só dia na cadeia pela venda das joias, pois será beneficiado pelas “reinterpretações legais” feitas pelo Supremo para soltar Lula da Silva.

Aos 68 anos, o ex-presidente deverá ser julgado por juiz federal da primeira instância, porque não tem mais foro privilegiado.

Assim, até seu processo chegar à quarta instância (Supremo) já terá se passado tanto tempo que ele estará um caco, será um velho caquético que ganhará a mesma prisão preventiva de Paulo Maluf, que se diz “canceroso” por ter retirado a próstata há cerca de 30 anos. Possivelmente, nem a multa pagará.

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P.S. 1 –  
Bolsonaro só pegará cadeia se for condenado pelo Supremo em alguns dos chamados “inquéritos sem fim” comandados singularmente por Alexandre de Moraes. Na forma da lei, as acusações contra ele teriam de ser feitas em primeira instância federal, mas as leis estão fora de moda no Brasil, todos sabem.

P.S. 2 – O exemplo de Bolsonaro deveria ser avaliado pelo Supremo para restabelecer a prisão após condenação em segunda instância. Afinal, até quando o Brasil vai continuar pagando o mico de ser o único país da ONU que deixa criminoso em liberdade até a quarta instância? Essa excepcionalidade da Justiça brasileira, que garante impunidade às elites, é um vexame que deveria incomodar a todos nós, porém os ministros do Supremo parecem satisfeitos com essa situação deprimente. (C.N.)

Afinal, por que não concluíram a investigação sobre o vandalismo de 8 de janeiro?

Prioridade da oposição na CPMI de 8/1 é quebrar sigilo de vídeos

Procurador pretende transformar os invasores em  “terroristas”

Carlos Newton

Na matriz U.S.A., a Justiça está caminhando com firmeza na condenação dos quase mil presos pela invasão do Capitólio, há dois anos e meio. Mas o processo é bem diferente do que acontece aqui na filial Brazil, porque a Justiça americana atribui penas maiores apenas para os mentores, vândalos e agressores de policiais no atentado ao Parlamento. Os que apenas participaram da manifestação, mas sem investir contra agentes de segurança ou vandalizar o prédio, estão sendo condenados a punições simbólicas, geralmente de quatro meses de prisão.

Mais de duas mil pessoas entraram na sede do Capitólio naquele dia 6 de janeiro. Os que não causaram danos à propriedade ou a pessoas e apenas caminharam por suas instalações estão sujeitos a no máximo seis meses de prisão.

MORTOS E FERIDOS – Na invasão, morreram três agentes de segurança, e mais um morreu depois, no hospital, e outros 250 ficaram feridos. Os responsáveis pelas mortes e agressões estão sendo condenados a até 10 anos de prisão.

Um dos personagens mais conhecidos, Jacob Chansley, que usava um chapéu com chifres de búfalo, foi condenado a apenas 41 meses de prisão. A mesma pena foi dada a Scott Fairlamb, ex-lutador de artes marciais, filmado enquanto socava um policial.

Por fim, o Departamento de Justiça descobriu que os principais mentores foram os líderes de milícias supremacistas e antigovernamentais, que podem pegar penas maiores, de 20 anos.

BAGUNÇA NA SUCURSAL – Enquanto na matriz U.S.A. tudo caminha normalmente, aqui na filial Brazil é uma bagunça. A Procuradoria-Geral da República não faz distinção entre manifestantes ativos e passivos. Todos são acusados de cinco graves crimes ligados a terrorismo, que podem dar até 30 anos de cadeia.

O pior é que não há atenuantes nem se procura descobrir quem incitou os acampados, embora se saiba que nas vésperas do protesto chegaram a Brasília diversos grupos de ativistas, que não foram para o acampamento e se hospedaram em hotéis, de onde saíram no dia seguinte para radicalizar ao máximo a manifestação e provocar a interferências da Forças Armadas. 

Foram esses agitadores que se uniram aos militantes na Praça dos Três Poderes e lideraram o ataque à guarnição da PM que tentava conter a invasão. Seriam facilmente identificados nos hotéis, mas quem se interessa?

SIMPLESMENTE SUMIRAM – Estranhamente, até hoje esses agentes desagregadores não foram  presos. É como se não existissem, mas em Brasília todos sabem que eles foram responsáveis por tudo, tinham máscaras contra gás lacrimogêneo, estavam com capuz ou rosto pintado para não serem reconhecidos.

Esses infiltrados provocaram o chamado “comportamento de manada” nos acampados, mas essa circunstância atenuante não está sendo levada em conta.

Além disso, deve-se lembrar que os manifestantes foram escoltados por batedores da PM em todo o caminho para a Praça dos Três Poderes, e por isso eles julgavam que as Forças Armadas estavam a favor de anular as eleições, e essa convicção eles formaram devido ao evidente apoio que o Comando do Exército deu aos militantes desde que montaram acampamento no QG do Exército. Mas nada disso está sendo levado em consideração.

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P.S. –
Antes de acusar e julgar, a filial Brazil precisa seguir o exemplo da matriz U.S.A., para não cometer o maior erro judiciário da História. As penas devem ser atribuídas de acordo com a gravidade do comportamento de cada um, como a Justiça da matriz procede. Não é como aqui na sucursal Brazil, onde um subprocurador delirante e distraído quer transformar em “terroristas” cerca de mil cidadãs e cidadãos que foram iludidos por líderes políticos altamente insanos e irresponsáveis, que são capazes de pedir contribuições 
em dinheiro aos aliados e usá-las para jogar na Megasena. Sinceramente… (C.N.)

Ao julgar os vândalos, o Supremo caminha para o maior erro judiciário de sua história

Senado fará exposição sobre os 100 dias da invasão aos Poderes | Metrópoles

Todos os manifestantes são acusados de serem “terroristas”

Carlos Newton

Na História da Humanidade, desde os primórdios da era em que os principais direitos passaram a ser respeitados, com o fabuloso Código de Hamurabi, no século XVIII a.C., é exigido que os operadores de direito e juízes tenham discernimento, razoabilidade, bom senso e prudência, para evitar erros judiciários que muitas vezes são mais graves do que o crime em análise e julgamento.

Bem, pode-se dizer que, 40 séculos depois, continua a haver a mesma preocupação com a ocorrência de erros judiciários, porque é preciso formar uma conscientização coletiva a respeito, para aperfeiçoar cada vez mais o sistema.

ATIVISMO DO JUDICIÁRIO – Este problema atinge a Humanidade como um todo, mas aqui no Brasil as ocorrências se tornam mais visíveis, devido ao chamado ativismo do Judiciário — leia-se: Supremo Tribunal Federal e Tribunal Superior Eleitoral, que são faces da mesma moeda, e também a Procuradoria-Geral da República, que resolveu buscar seu lugar ao sol neste “deserto de homens e ideias” que o portentoso estadista Oswaldo Aranha identificou à primeira-vista.

Nesta segunda-feira, dia 7, a Procuradoria-Geral da República surpreendentemente pediu que 40 réus investigados pelos atos do 8 de janeiro sejam condenados a penas pesadas, de até 30 anos, sob argumento de que as punições deveriam ser “exemplares”.

Os réus são acusados de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência, e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. São cinco crimes da pesada, que poderiam ser condensados em um só — terrorismo.

SEM ATENUANTES – O mais absurdo e revoltante é que estão sendo julgados como iguais (todos tidos como “terroristas) réus que são absolutamente desiguais em tudo na vida — como sexo, formação, idade, profissão e antecedentes. É como se todos realmente fizessem parte de um grupo terrorista e tivessem se reunido, planejado, discutido e financiado os atentados, a serem cometidos em conjunto.

Caramba! Que investigação foi essa, que levou a tão errônea e antijurídica conclusão? O que pretendem o ministério público federal e o juiz de instrução Alexandre Torres, ao promoverem acusações tão pesadas?

Não encontraram nenhuma circunstância atenuante? Não perceberam que são apenas pessoas do povo, cidadãos iludidos por políticos mal intencionados e sem caráter? Não notaram que a imensa maioria não tem antecedentes criminais, jamais entraram numa delegacia. Porém, nos autos, todos são iguais e acusados dos mesmos crimes.

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P.S. 1 –
Em minha longa carreira de jornalista, jamais vi nada igual em nenhum país que se possa ser chamado de democrático. Acreditaria nesse tipo de Justiça em Cuba, na China, na Venezuela, na Guiné Ocidental, na Nicaraguá e em outros países falsamente democráticos. Mas no Brasil? Como aceitar que o Supremo caminhe para perpetrar um erro judiciário de tamanho primarismo?

P.S. 2A imprensa amestrada pode apoiar ou se calar. Mas aqui na Tribuna, sob o signo da liberdade, vamos protestar até o fim contra esse tipo de justiçamento coletivo, sem o devido direito de defesa, até porque a investigação do 08 de janeiro ainda está longe de ser concluída. E sem que se termine essa investigação, que está sendo propositadamente postergada, nenhum dos 1.390 réus denunciados pela Procuradoria-Geral da República pode ir a julgamento num país que se julgue democrático. (C.N.)

Não perca amanhã:

POR QUE NÃO CONCLUÍRAM A INVESTIGAÇÃO
SOBRE OS ATENTADOS DE 08 DE JANEIRO?

Se tribunais fossem julgados por seus atos, o STF jamais seria considerado “inocente”

Fux deixa presidência do STF com promessas não cumpridas - 10/09/2022 - Poder - Folha

Fux, o único ministro a votar contra “decisões políticas”

Carlos Newton

Quando o tempo assentar a poeira dessa época pateticamente conturbada, caberá aos historiadores e cientistas políticos analisar e julgar os marcantes episódios da condenação, prisão e soltura do presidente Lula da Silva, como líder do maior esquema de corrupção já investigado no mundo e que levou à prisão de oito presidentes latino-americanos e ao suicídio de um deles, o peruano Alan Garcia, que não aceitou ser preso.

Recorde-se que, enquanto a Operação Lava Jato atingia apenas políticos do PT e de partidos a ele ligados, o Supremo Tribunal Federal teve um comportamento linear, condenando os envolvidos, na forma da lei, conforme seria de se esperar. Até que as coisas começaram a mudar.

NOVA REALIDADE – A Justiça de primeira instância começou a pegar os políticos da elite, de grandes partidos, especialmente do PMDB e do PSDB, porque no Brasil e na América Latina a corrupção é contagiosa e não respeita opções partidárias ou ideológicas, cai tudo no mesmo saco.  

A partir daí, ouve uma mudança de comportamento dos ministros do Supremo, como se as três instâncias inferiores estivessem ultrapassando determinados limites que passavam imperceptíveis. E o quadro jurídico começou a se alterar, com as primeiras críticas ao rigor da Lava Jato.

Até que, em 7 de novembro de 2019, o plenário julgou uma condição jurídica já cristalizadas em todos os 193 países da ONU — a presunção de inocência. O nome de Lula da Silva nem era mencionado nas ações em pauta, mas era ele quem estava em julgamento.

DECISÃO APERTADA – O extemporâneo e estranho julgamento discutia se a execução da pena após a condenação em segunda instância violaria o princípio da presunção de inocência. Seis ministros votaram a favor dessa ultrapassada tese, enquanto apenas cinco defenderam o entendimento jurídico unânime de todos os demais países da ONU.

Para garantir a soltura de Lula, já condenado pelo STJ, o presidente Dias Toffoli, sem colocar o tema em julgamento, teve de determinar que a presunção de inocência só desapareceria após a quarta instância (STF), embora a maioria dos países do mundo tenha apenas três instâncias. E Lula foi solto.

Um ano e meio depois, em 15 de abril de 2021, mais uma inovação jurídica do Supremo, ao anular todas as condenações de Lula, a pretexto de terem sido julgadas numa Vara fora do local da prática dos crimes.

GRANDE SURPRESA – Apesar de se tratar de um contrassenso, pois em nenhum país do mundo existe “incompetência territorial absoluta’, oito ministros do Supremo votaram para anular as condenações de Lula, que foram decididas por unanimidade em três instâncias.  

A decisão era tão absurda que os ministros nem conseguiram definir qual seria a “competência” correta. Tiverem de marcar nova sessão, para decidir se os processos contra Lula seriam remetidos para a Justiça Federal do DF ou para a de São Paulo, vejam a que ponto chegamos, mas o que importava é que Lula poderia voltar à política.

Na sequência, em outro julgamento foi aprovada por oito a três a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro, uma ação já inepta, devido à anulação das condenações de Lula, a alma mais honesta deste país, é bom lembrar.

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P. S.
1 Bem, depois que a porta da legalidade foi arrombada, outras decisões políticas passaram a ser adotadas, inclusive no TSE, com a cassação irregular do deputado Deltan Dallagnon, jogando na lata do lixo os 345 mil votos por ele recebidos, e a condenação de Jair Bolsonaro, por ter reunido embaixadores no Alvorada, após Edson Fachin ter feito o mesmo no TSE. Foi uma condenação apressada e desnecessária, porque Bolsonaro responde a processos bem mais sérios e procedentes, o TSE poderia ter esperado.

P. S. 2Por fim, historiadores e cientistas políticos, ao analisar essa etapa da Justiça brasileira, perceberão que no Supremo apenas um ministro votou contra todas essas decisões políticas. Foi Luiz Fux, que chegou a ponto de chamar atenção do plenário para o fato de Moro estar sendo condenado com base em provas inteiramente ilegais. Mas não adiantou nada. Fux ficou falando sozinho. (C.N.)

STF se contradiz e aprova prisão imediata após segunda instância (em júri popular)

TRIBUNA DA INTERNET | Supremo tem muita culpa na esculhambação institucional que o Brasil suporta hoje

Charge do Tacho (Jornal Novo Hamburgo)

Carlos Newton

Não mais que de repente, diria Vinicius de Moraes, vem a furo mais uma contradição do Supremo Tribunal Federal, que na semana passada formou maioria para permitir que réus condenados em júri popular cumpram a pena após a decisão dos jurados. Notem que essa decisão acontece três anos e meio depois de o Supremo ter feito exatamente o contrário, ao proibir cumprimento de pena após condenação criminal em segunda instância, em decisão que determinou a libertação de Lula da Silva em novembro de 2019.

Como indagaria Machado de Assis, mudou o Natal, mudou o Supremo ou mudamos nós? Na verdade, na Justiça tudo está de cabeça para baixo, ou ponta cabeça, como dizem os paulistas. E reina a insegurança jurídica.

NÃO PODE ERRAR – Como é o último a julgar, o Supremo não pode nem deve errar. E foi um gravíssimo erro mudar a jurisprudência em 2019 para soltar Lula, porque em consequência também deixou em liberdade um número enorme de políticos, empresários, estelionatários, doleiros e pilantras de todo tipo, envolvidos em corrupção, improbidade, lavagem de dinheiro e outras ilegalidades.

Com isso, o Brasil se tornou o único dos 193 países da ONU que não prende criminosos após segunda instância. E o que é pior, só prende após quarta instância, que nem existe na maioria das nações, pois dispõem apenas de três instâncias

Para soltar Lula, os ministros tiveram de estender a impunidade até a quarta instância, porque o petista já estava condenado unanimemente na terceira instância, o Superior Tribunal de Justiça, e não teria direito à soltura.

SEM IRONIA… – Por favor, não argumentem que o resto do mundo está errado e só o Brasil está certo. Minha ironia não chega a tanto.

Agora, mesmo sem admitir ter cometido erro em 2019, o Supremo acaba de decidir o contrário, determinando que os réus têm de cumprir pena após condenação no Tribunal do Júri, para não espalhar pelas ruas criminosos de alta periculosidade. Nesta segunda-feira, os ministros vão decidir se validam a execução da pena caso a condenação seja igual ou superior a 15 anos, ou se ela pode acontecer independentemente do total da pena aplicada.

Seria uma bela oportunidade para o Supremo corrigir o erro de 2019 e não continuar envergonhando o Brasil perante as outras 192 nações que integram a ONU, mas os ministros estão mantendo a presunção de inocência até quarta instância, cujo codinome poderia ser impunidade das elites.

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P.S. –
Como esse instigante, intrigante e inquietante tema “erros do STF” só é tratado aqui na Tribuna, pois passa batido nos demais meios de comunicação, vamos voltar ao assunto amanhã.

Será uma homenagem ao único ministro do Supremo a votar contra todas as recentes “decisões políticas”, que reinterpretaram equivocamente leis, regras e jurisprudências adotadas no mundo inteiro, como a presunção de inocência e a incompetência territorial absoluta. Até amanhã. (C.N.)

Um dia melancólico na História do STF, com a posse do ministro Cristiano Zanin 

Lula e Janja cumprimentam Zanin em posse no STF

Nesta foto, faltou o sogro de Zanin, que não foi convidado

Carlos Newton

Desta vez, a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Rosa Weber, nem fez o discurso protocolar sobre a chegada do novo ministro, o advogado Cristiano Zanin, alçado à função pela amizade ao presidente Lula da Silva, que sem dúvida será eterno devedor desses dois magistrados. E trata-se de dívidas que jamais conseguem ser pagas.

Em 2019, foi o voto de Rosa Weber que tirou Lula da cadeia e colocou o Brasil na humilhante situação de ser o único membro da ONU que não prende condenados em segunda instância, algo somente concebível na Idade Média, quando criminosos de elite jamais cumpriam penas.

Quanto à dívida de Lula com Zanin, seria até pequena, porque na verdade seu maior advogado no Supremo foi o ministro Edson Fachin, que em 2021 interpretou às avessas a legislação e criou no Brasil a “incompetência territorial absoluta”, uma circunstância jurídica que não existe em nenhum outro país.

MUITOS ELOGIOS – Embora Cristiano Zanin não tenha o notório saber exigido, durante a solenidade de posse a presidente Rosa Webwe destacou a trajetória e experiência do novo integrante para ocupar a cadeira deixada pelo ministro aposentado Ricardo Lewandowski.

Para a magistrada, Zanin tem “cultura jurídica, preparo técnico e experiência”, que, segundo ela, enriquecerão o tribunal. Será mesmo?

O presidente Lula dizia estar muito feliz, o que compreensível, com a Justiça transformada em sucursal do Planalto. Mas a cerimônia foi tão deprimente que não houve discurso dos ministros e nem do novo integrante. Realmente, não se trata de uma data a ser lembrada.  

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P.S. –
Ah, Dr. Adaucto Lúcio Cardoso… Saudades dos tempos em que o Supremo representava o “crème de la crème”, como diziam os franceses. Mas isso é apenas um passado que talvez nem volte mais. E o mais triste de todos, barrado na festa, era o advogado Roberto Teixeira, aquele velho amigo de Lula, que lhe cedeu uma casa para morar nos tempos de dureza.

Zanin casou com a filha de Teixeira e foi acolhido no escritório dele. Recentemente, Zanin brigou com o sogro por causa da divisão dos honorário$$$ e abriu um escritório próprio. Como dizia Ibrahim Sued, em sociedade tudo se sabe. (C.N.)

Se não fizer muita burrice, Tarcísio será favorito na eleição presidencial de 2026

Bolsonaro pede que Tarcísio empregue mãe de sua neta em cargo nos Estados  Unidos - Brasil 247

Tarcísio aprendeu a fazer política e sabe agradar Bolsonaro

Carlos Newton

Sob condições normais de temperatura e pressão, poder-se-ia dizer que as carreiras políticas de Carla Zambelli e Jair Bolsonaro estariam destruídas, devido à contratação do hacker Walter Delgatti Neto para invadir os computadores da Justiça Federal e do ministro Alexandre de Moraes. Mas não é assim que a banda toca no Brasil.

No caso da atrevida, inconsequente e irresponsável Carla Zambelli, por exemplo, se ela não for processada e condenada pelo Supremo Tribunal Federal, tendo a cassação do mandato como consequência, continuará a ser eleita indefinidamente. E o motivo é um só — a impressionante aversão que grande parte do eleitorado dedica ao petismo e a Lula.

POLARIZAÇÃO – Se Lula e Bolsonaro fossem mais jovens, fica claro que essa sinistra polarização tão cedo não iria acabar, mas o tempo não para, dizia Cazuza, e os dois principais líderes políticos do Brasil estão com prazo de validade quase vencido.

Por coincidência, ambos têm um passado de superação de graves problemas de saúde e estão com inevitáveis cirurgias a curto prazo — Lula, para conseguir andar normalmente, e Bolsonaro, para remendar a tela implantada na parede de seu abdome.

Apesar dos problemas de saúde, a vaidade fala mais alto e Lula já admite tentar a reeleição, caso se aguente em pé até 2026, mas Bolsonaro só pode se candidatar em 2030, caso não seja novamente condenado, e já terá 75 anos.

MAIS PROVÁVEL – O futuro a Deus pertence, como dizia Armando Falcão, um ex-deputado cearense que Roberto Marinho conseguiu emplacar na pasta da Justiça no governo Geisel. Assim, o mais provável é que Lula, cansado de guerra e quase chegando aos 81 anos, desista da reeleição em 2026.

Sem os dois na disputa, a disputa terá uma polarização mitigada, livre da radicalização de sempre. E a sucessão será novamente decidida pelos eleitores de centro, que em 2022 apoiaram o petista.

Se Lula não disputar a reeleição e seu governo Lula não conseguir um desempenho espetacular, o candidato a ser apoiado por Bolsonaro deve ganhar com facilidade, caso conquiste os votos do centro, porque o sentimento antipetista ainda será muito forte em 2026.

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P.S. –
Esses prognósticos pouco valem, são apenas indicadores de circunstâncias. Em tradução simultânea, porém, pode-se dizer que o governador paulista Tarcísio de Freitas só perde a sucessão de 2026 se der muita bobeira. Ele continua ligado a Bolsonaro, que tem filhos, mas nenhum deles é seu herdeiro político. Além disso, Tarcísio de Freitas tem espaço e jogo de cintura para conquistar os votos do centro e da chamada terceira via. Posso estar errado, é claro, mas… (C.N.)

É impossível evitar hackers, mas estamos convictos de que não conseguirão nos derrotar

Charges do Denny: • Hackers

Charge do Denny (Arquivo Google)

Carlos Newton

O político aposentado Paulo Maluf é um dos homens mais práticos que já surgiram no país. Certa vez, ao falar sobre violência sexual, fez o seguinte apelo aos criminosos: “Estupra, mas não mata!”. E a ex-prefeita Marta Suplicy, com sua experiência de “sexóloga” da TV Globo, foi mais longe ainda, ao sugerir: “Se o estupro é inevitável, relaxa e goza”.

Bem, lembrei essas declarações estúpidas na manhã desta terça-feira, dia 1º de agosto, quando o blog da Tribuna da Internet deu umas falhadas, voltando a exibir a assustadora advertência “Error 502 Bad Gateway”. Caramba! Uma semana depois de termos conseguido retornar à internet, com o entusiasmo de sempre, de súbito já aparece essa mensagem na telinha, sinalizando que tempos piores podem vir…

SEM ILUSÕES – É claro que não temos ilusões quando o assunto é a capacidade dos hackers. São verdadeiramente geniais e ainda não se conseguiu encontrar uma maneira de contê-los. Como todos sabem, se já conseguiram entrar até nos computadores do Pentágono, conforme admitiu o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, o resto é moleza.

Sabemos que a Tribuna da Internet e qualquer outro portal, site ou blog está sujeito a invasões de toda sorte. Servidores gigantescos, como o UOL que nos hospeda, não tem como evitá-los.

Assim, estamos convivendo com hackers desde 2009, quando a Tribuna da Imprensa parou de circular e começamos a publicar com exclusividade as colunas de Helio Fernandes, Carlos Chagas, Sebastião Nery e outros destaques do jornalismo independente.

FORÇA TOTAL – Progressivamente, à proporção que fomos ganhando força e audiência, os ataques foram aumentando de intensidade. Atingiram força total em 2022, quando nos tiraram do ar por vários dias e destruíram nossos arquivos.

Para dificultar a busca, sumiram os títulos dos artigos e os textos foram corrompidos. Mesmo assim, o jornalista e desenvolvedor Marcelo Copelli, que nos apoia nessas crises, ainda conseguiu recompor parte deles, mas é um serviço penoso e demorado.

Para evitar problemas futuros, Copelli sugere que cada articulista da Tribuna passe a arquivar os próprios textos, para estar livre de novos ataques de hackers. Estamos conscientes de que jamais conseguirão nos tirar do ar definitivamente, porque sempre poderemos voltar em outra plataforma. E assim, entre tapas e beijos, continuaremos perseguindo essa utopia de manter um espaço verdadeiramente livre na web.

BALANÇO DE JULHO – Como sempre fazemos, vamos publicar o balanço das contribuições que nos permitem seguir nessa trilha, sob o signo da liberdade.

Primeiro, agradecemos os depósitos na Caixa Econômica Federal:

DIA  REGISTRO    OPERAÇÃO             VALOR
07    O71357        DP DIN LOT……….. 200,00
11    112337         CRED PIX…………… 100,00

Agora, as contribuições no Banco Itaú Unibanco:

03    PIX TRANSF JOSE FR………………. 100,00
03    PIX TRANSF PAULO R……………… 100,00
04    TED 001.3097.HENRIQUE A……. 150,00
06    PIX TRANSF ANTONIO…………….. 100,00
10    TBI 6695.02702-6…………………….. 50,00
10    TED 033.3885.JOAO A D G………. 50,00
14    PIX TRANSF ANTONIO………………. 50,00
14    TED 001.4416.MARIO ACRO…… 250,00
20    TED 001.5977.JOSE A P J………… 300,20
27    TBI 7028.28905-1DUBER……….. 178,00
31    TED 033.3591.ROBERTO S N….. 200,00

Por fim, no Bradesco:

11   TRANSF LUIZ C B PAIM ……………. 300,00

Assim, agradecendo muitíssimo aos amigos e amigas que compartilham conosco essa utopia de manter um espaço independente na internet, vamos em frente, sempre juntos. Se deixarem, é claro. (C.N.)  

Lula está doente e deveria se licenciar para ser operado e realmente cuidar da saúde

Ex-assessora de Janja é demitida em meio a ruído sobre 'reforço a Lula' – Blog do Magno

Lula deveria reconhecer que já está velho e precisa repousar

Carlos Newton

A inveja é um dos piores pecados capitais e atinge praticamente a todos. É difícil enfrentar e superar esse sentimento, que requer combate diuturno. No Brasil, calcula-se que a metade da população deteste o presidente Lula da Silva e tenha inveja dele. É um erro. Deviam abandonar esse sentimento e passar a tratar o fundador do PT com caridade, desapego e altruísmo, que são o oposto da inveja.

Lula é invejado porque tenta bancar o superhomem de Friedrich Nietzsche, idealizado pelo filósofo alemão para designar um ser superior aos demais e que seria o modelo ideal para elevar a humanidade. Mas isso “non ecziste”, diria Padre Quevedo, porque Lula é apenas um mortal como os outros, cheio de defeitos e que nada tem de especial.

HOMEM DE SORTE – A circunstância que diferencia Lula dos outros mortais é a sorte. Tinha tudo para dar errado, mas deu sorte e teve esperteza suficiente para aproveitá-la e subir na vida a qualquer preço, não importa se isso ocorresse à custa da traição a seus grandes amigos sindicalistas, que lutavam abertamente pelos trabalhadores, enfrentando o regime militar.

Na época, Lula escolheu o caminho mais fácil e se tornou colaborador da ditadura. Sob o codinome de “Barba”, era um agente ligado ao superintendente da Polícia Federal em São Paulo, delegado Romeu Tuma.

Em função dos bons serviços prestados, Lula foi escolhido pelo general Golbery do Coutto e Silva, grande ideólogo do regime militar, para crescer como sindicalista, criar seu próprio partido político e enfraquecer o então imbatível PTB de Leonel Brizola.

DURA REALIDADE – Quem conhece política sabe que tudo isso é rigorosamente verdadeiro e está documentado em diversos livros lançados por importantes jornalistas e historiadores, além das memórias do delegado Romeu Tuma Júnior, que contou como Lula ficava à vontade na casa do superintendente da Polícia Federal, a ponto de beber demais e dormir no sofá da sala.

Lula da Silva foi o cabo Anselmo que deu certo. Criou o PT, dividiu o trabalhismo e impediu a vitória de Brizola, vejam como Golbery era um extraordinário articulador, a ponto de o cineasta Glauber Rocha considerá-lo “o gênio da raça”.

O resto da trajetória, todos sabem. Lula transformou o PT numa potência, chegou ao poder e implantou o maior esquema de corrupção da História Universal. Pegou cadeia, 580 dias que não foram tão duros assim, porque a cela não tinha grades, era indevassável e ele podia receber visitas, inclusive íntimas, a qualquer hora do dia, com a cumplicidade dos carcereiros, um deles até escreveu um livro a respeito.

LULA VOLTOU – Bem, o fato concreto é que o agente duplo da ditadura deu a volta por cima e está de novo no poder. É cada vez mais invejado, porque agora tem uma nova mulher, bem mais jovem, e ele apregoa estar “com tesão de 20 anos”. Pode até ser verdade, mas não adianta nada.

Sua artrose no quadril é antiga, não é de hoje, e significa uma doença que prejudica diretamente o ato sexual, por impedir a movimentação dos quadris. Hoje, a boa vida e a eterna lua-de-mel de Lula não existem, é tudo uma farsa. Há anos, ele é um idoso que vem sofrendo com a artrose, um mal progressivo.

Dona Janja acompanha Lula a todo canto para que ele possa se apoiar nela e diminuir a dor ao caminhar. A situação é cada vez pior, a ponto de ter de tomar injeção diariamente contra a dor, mas o medicamento não está mais funcionando e traz risco de viciar o paciente.

DUAS INFILTRAÇÕES – Nesta semana que se encerrou, Lula foi obrigado a fazer infiltração (aplicação de anestésico) no domingo, dia 23, e depois na quarta-feira, dia 26, uma situação terrivelmente preocupante.

Até onde Lula da Silva vai tentar levar essa farsa do superhomem? Se tivesse um mínimo de bom senso, obedeceria aos médicos, pediria licença do cargo, deixaria Geraldo Alckmin tomando conta do boteco e faria logo essa operação, até porque é um paciente de risco, que sofre de hipertensão desde 2010, quando teve de se internar.

E quando voltasse, depois da operação, Lula deveria criar um sistema de governo compartilhado com Alckmin. Afinal, já próximo aos 78 anos, é o mais velho presidente da História do Brasil, um país continental que exige contínuos deslocamentos ao governante.

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P.S.
Para Lula, assumir a velhice seria o melhor remédio. Mas a imensurável vaidade atrapalha tudo. Lula não quer envelhecer, já até fala em ser candidato à reeleição. Certamente, acha que pode fingir eternamente que é uma nova edição de Dorian Gray, porém jamais terá a genialidade de Oscar Wilde para levar a farsa até o fim. Um pouco de juízo, nessa fase da vida, lhe faria muito bem. (C.N.)

Reação contra os imigrantes faz a Europa seguir rumo a uma política “semifascista”

Crise migratória" na Europa passou a ser "crise de | Internacional

Problema dos imigrantes fortaleceu a extrema-direita

Carlos Newton

O jornalista Nelson de Sá, que analisa diariamente na Folha o noticiário da imprensa mundial, publicou esta semana um artigo importante, explicando como a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni está sendo “legitimada” pelo governo dos Estados Unidos, circunstância que a fortalece politicamente para defender a adoção de um nacionalismo tipo “semifascista” na Europa.

Nelson de Sá assinala um artigo publicado com destaque pelo New York Times, que adverte: “O que está acontecendo na Itália é assustador e está se espalhando” para a Alemanha e outros países.

AGORA, É DE CENTRO? – No mesmo NYT, uma reportagem sobre a recepção da Casa Branca à primeira-ministra Giorgia Meloni saudou sua suposta “mudança para o centro”. Antes, a líder italiana era tratada pelo presidente Joe Biden como “semifascista”, mas agora, como está apoiando a Ucrânia e não se alinha com a Rússia e a China, passou a ser considerada de “centro”.

O jornalão novaiorquino registra que “sua admiração por Mussolini, a retórica extrema, tudo foi perdoado” após ela se mostrar “parceira confiável do Ocidente no G7 e na Otan”, embora seu governo tenha trazido “consequências práticas terríveis aos imigrantes” e busca agora até “enfraquecer a legislação antitortura”.

Bem, quando se fala em “semifascismo”, na verdade pode-se emplacar “seminazismo”, porque são tendências que se confundem quando o assunto é o maior problema da Europa, cuja tendência é se agravar — a imigração de africanos, asiáticos e latino-americanos.

EXTREMISMO AVANÇA – Aliados de Giorgia Meloni estão no poder na Polônia, na Hungria, na Suécia e na Finlândia, fortalecendo-se também em muitos outros países, como a Alemanha, segundo o analista Nelson de Sá, que registra: “Eles rejeitavam a União Europeia e hoje buscam transformá-la por dentro. Ameaçam se tornar o futuro da Europa”.

Os conservadores britânicos ecoam a obsessão da premier italiana com “nascimentos, não imigrantes”, mas é uma solução marqueteira e fictícia, porque os nascimentos demoram, e as populações europeias há décadas estão declinantes, favorecendo a chegada de imigrantes, que se reproduzem rapidamente.

Por fim, o Wall Street Journal destaca que “os europeus ficam mais pobres à medida que os americanos se tornam mais ricos”, o que piora ainda mais a situação.

E O BRASIL? – Aqui, debaixo do Equador, a situação começa a ficar preocupante devido à queda da população, revelada pelo Censo. Para manter a população estável, cada mulher precisa ter, em média, 2,1 filhos. Mas esse índice já caiu para 1,65

Esse dado indica queda progressiva no número de habitantes, caso não continuem entrando imigrantes descontroladamente, vindos de países latino-americanos, africanos e asiáticos, que não são mais aceitos na Europa, nos Estados Unidos, no Canadá e em nações em desenvolvimento, como Nova Zelândia e Austrália, que só acolhem estrangeiros qualificados.

O Brasil é o país mais miscigenado do mundo, o que é uma honra para nós. Porém, precisa se precaver contra a crescente imigração. Se mantiver fronteiras abertas, a esculhambação pode atingir um ponto de inviabilidade total.

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P.S. –
Há mais de 40 anos, desde que Reis Veloso deixou o Ministério do Planejamento, não existe um plano nacional de desenvolvimento. Quando o PT chegou ao poder, em 2003, vencera a eleição sem ter um programa de governo, exatamente como voltou a acontecer agora, em 2022. Reina a esculhambação. Mas quem se interessa? (C.N.)

Movida pela grana, a imprensa se dedica a destruir Moro pelos erros que ele cometeu

O tamanho do estrago que Sergio Moro fez no Podemos | VEJA

A imprensa prepara o terreno para a cassação de Moro

Carlos Newton

Na vida, muitas coisas são tão certas e implacáveis quanto a morte. Uma delas é a convicção de que todos erram. Os pensadores da civilização greco-romana perceberam essa realidade e sempre lutaram contra ela. Repetiam que “errare humanum est, perseverare autem diabolicum”(errar é humano, mas perseverar no erro é diabólico). Mesmo assim, sabiam que seus césares iriam errar.

Mais de dois mil anos depois, nada mudou e os líderes dos homens continuam a cometer erros, não se emendam. E essas falhas são sempre provocadas pelo desrespeito aos sete pecados capitais, que na verdade eram oito, quando foram sintetizados pelos grandes pensadores gregos, por volta de 500 anos antes de Cristo.

UM PECADO SUMIU – Na Grécia, também incluíam como pecado a tristeza (ou melancolia), como causa de erros humanos. Mas a lista foi mudando. Até que no século VI, o papa Gregório I escreveu sua própria relação  inveja, ira, avareza, gula, luxúria, tristeza e soberba. Note-se que a preguiça foi substituída pela inveja, e o orgulho elevou-se à categoria de pecado maior.

Seis séculos depois, o frade católico Tomás de Aquino fez uma revisão das listas anteriores e apresentou a relação definitiva dos sete pecados capitais: soberba, avareza, inveja, ira, luxúria, gula e  preguiça, que incorporou a tristeza/melancolia.

Desde sempre, os erros humanos derivam dessa curiosa lista e cada um deve pagar por seus pecados. É justamente o que está acontecendo com Sergio Moro, massacrado incessantemente pela imprensa.

PECADOS DE MORO – O principal erro do juiz mais famoso do mundo foi impregnar seu trabalho com a amizade pessoal ao procurador Deltan Dallagnol. A atuação dos dois encantava o Brasil e o mundo, mas ambos se deixaram levar pela soberba ou vanglória, cuja etimologia já diz tudo — glória vã. 

Embriagado pelo sucesso, Dallagnol mergulhou no powerpoint para denunciar prematuramente o presidente Lula da Silva. Abriu-se assim a porteira da vanglória, foi um erro atrás do outro em seu comportamento pessoal, que passou a contaminar o trabalho jurídico.

Sem pesar as medidas, Dallagnol dedicava-se também a se comunicar indevidamente com Moro e outros operadores do direito, toldando de parcialidade um trabalho até então intocável.

CONVERSAS GRAVADAS – Os múltiplos inimigos eram poderosíssimos. Com a maior facilidade, contrataram hackers para criar provas contra a seriedade da Lava Jato. Embora nas gravações não haja um só trecho capaz de incriminar a seriedade de Moro, o conjunto da obra de Dallagnol foi destruidor.  

Em sua irresponsabilidade, o procurador deu munição aos inimigos da República, que contra-atacaram com todas as forças. Sabia-se que as gravações não podiam servir como provas, mesmo assim foram usadas abertamente pelo Supremo para anular as condenações de Lula e da tropa de elite da corrupção. E da lá para, uma derrota atrás da outra para a Lava Jato, até conseguirem cassar ilegalmente Dallagnol.

Agora, a imprensa exige também a derrocada de Moro, com reportagens e artigos diários sobre a possibilidade de cassação de seu mandato no Senado, que será mais uma ilegalidade do TSE. Porém, no meio de tantas outras, quem se importa?

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P.S. – Aqui na Tribuna da Internet, tenho sido muito criticado por defender Dallagnol e Moro. Não ligo a mínima, porque eles são incomparavelmente melhores do que as lideranças políticas tradicionais. Procurador e juiz cometeram erros terríveis, é claro. Mesmo assim, ainda são muito superiores a essa ralé que domina a política nacional.

Quem pretende estar sob o signo da liberdade tem obrigação de lutar o bom combate e perseguir a verdade, inclusive acumulando erros — mas não tantos quanto o Supremo tem cometido ultimamente, é claro. (C.N.)

Lula vem pagando caro demais o apoio que a TV Globo lhe oferece graciosamente

Globo gasta R$ 8,3 bilhões para fazer TV, mas ganha dinheiro mesmo é com os juros - Flávio Chaves

Charge do Nico (Arquivo Google)

Carlos Newton

Oportuna reportagem de Mateus Vargas e Ranier Bragon, na Folha de S.Paulo, mostra que o grupo Globo retomou o protagonismo na publicidade do governo federal de Lula da Silva (PT) e domina as verbas de anúncios federais de 2023.

“Em pouco mais de seis meses do terceiro mandato do petista, veículos de mídia da Globo receberam ao menos R$ 54,4 milhões em propagandas da Secom (Secretaria de Comunicação Social) da Presidência da República e de ministérios, enquanto a Record foi destino de R$ 13 milhões. Outros R$ 12 milhões foram desembolsados ao SBT”, afirma a matéria da Folha.

TRADUÇÃO SIMULTÂNEA – Como se vê, o favorecimento que o governo Bolsonaro fazia, distribuindo a publicidade oficial sem obedecer a critérios de audiência, privilegiando Record e STB, agora o governo Lula repete às avessas, superfaturando a parte que a Globo deveria ter neste latifúndio midiático, como diria João Cabral de Melo Neto.

Nos quatro anos de Bolsonaro, a Record recebeu cerca de R$ 200 milhões por campanhas publicitárias realizadas pela Secom e ministérios. No mesmo período, as emissoras da Globo ganharam R$ 189 milhões, enquanto o SBT recebeu R$ 169,35 milhões. Os valores são nominais, ou seja, sem ajuste pela inflação.

Agora, a situação se inverteu, com a Globo recebendo quase cinco vezes mais do que as concorrentes, embora não exista esse diferencial na audiência, muito pelo contrário.

DIFERENÇA PEQUENA – Todos sabem que a Globo tem sido, ao longo das décadas, a emissora de TV brasileira de maior audiência. Mas a diferença para as outras emissoras é cada vez menor.

A reportagem de Mateus Vargas e Ranier Bragon mostra que na última quinta-feira (dia 20), por exemplo, a Globo marcou apenas 13,8 pontos, em média, na Grande São Paulo, de acordo com informações do site Notícias da TV, do UOL. A Record alcançou 5,7 pontos, o SBT 3,0 pontos e a Band, 2,1 pontos. Cada ponto equivale a 70.953 domicílios na Grande São Paulo.

Considerando-se a audiência residual das demais emissoras, como RedeTV!, Cultura, Gazeta e muitas outras, inclusive os canais religiosos, pode-se dizer que a Globo mal consegue metade da audiência, mas tem recebido muito mais verbas, desproporcionalmente.

APOIO POLÍTICO – É claro que esse superfaturamento da receita governamental é consequência do apoio político que o grupo Globo vem dando a Lula da Silva, antes mesmo da campanha eleitoral de 2022.

Realmente, trata-se de uma tendência que se constata diariamente no principal veículo do jornalismo da Globo, o Jornal Nacional, que trata os telespectadores como se fossem o Homer Simpson, no dizer do editor e apresentador William Bonner.

O entusiasmo com que o noticiário da emissora acompanha todos os passos do chefe do governo chega a ser comovente. Na linha editorial da Globo, o Brasil estaria hoje vivendo um momento histórico, beneficiado por uma gestão que jamais comete erros, gerida por um político que nada deve à Justiça, como fez questão de ressaltar o jornalista William Homer, digo, Bonner, ao declarar seu apreço ao ex-presidiário mais famoso do país.

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P.S.
1A respeito desse tipo de circunstância, o grande pensador alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) deixou a seguinte reflexão: “Todo homem tem seu preço, diz a frase. Não é verdade, mas para cada homem existe uma isca que ele não consegue deixar de morder”.

P.S. 2 – Por fim, é sempre bom lembrar que a aferição da audiência desde sempre é monopólio do Ibope. É muito estranho que ninguém jamais tenha tentado quebrar esse monopólio. Lembro de uma tarde em que a Record saiu do ar, por problemas técnicos, mas seu Ibope começou a subir, ao invés de descer. Silvio Santos se aborreceu e contestou o Ibope, que deu uma justificativa tipo Homer Simpson, alegando que era “a expectativa da volta”. Ou seja, os telespectadores continuaram ligados na Record para saber quando a emissora voltaria ao ar. (C.N.)

Após a “extirpação”, a Tribuna renasceu, mas ainda falta retomar nossos arquivos

Como combater notícias falsas na internet sem implantar a | Geral

Ilustração reproduzida do Arquivo Google

Carlos Newton

Conforme já informamos, desde o dia 27 de maio foi iniciado contra a Tribuna da Internet.um ataque exterminador — ou “extirpador”, como prefere o atual grande líder da nacionalidade. De onde vêm essas investidas não nos interessa. Para nós, o importante é manter um espaço livre e democrático na internet, que defenda os interesses nacionais sem maiores vinculações políticas, partidárias ou ideológicas.

É claro que essa meta é uma utopia e sempre há alguma tendência nos assuntos tratados, pois o ser humano é essencialmente político, em especial quando estão em disputa o interesse coletivo, a injustiça social e a defesa dos menos favorecidos.

SEM ARQUIVOS – Em ataque anterior, os hackers praticamente destruíram nossos arquivos, todos os textos ficaram de difícil leitura, sem as palavras que tenham acento, til e cedilha. Além disso, a imensa maioria dos artigos ficou sem título, é impossível achá-los através de busca. E agora, no último ataque, ficamos também sem os comentários, que já passavam de 637 mil.

Nessas crises, quando a excelente Equipe Técnica do Servidor UOL não tem como nos socorrer, porque os hackers atuam também em espaços inacessíveis ao UOL, como a plataforma WordPress, na qual o blog é editado, sempre recorremos ao jornalista Marcelo Copelli, companheiro dos tempos da Tribuna da Imprensa, especialista em informática.

Desta vez, ele teve de recriar o blog, mas tomou a precaução de preservar o que ainda existia, para que depois, como calma, possamos restabelecer o que sobrou dos arquivos.

ARTICULISTAS – No caso dos articulistas, eles foram simplesmente “extirpados”, como diz Lula da Silva. Para que seus nomes constem novamente da lista na primeira página, precisam enviar um artigo novo. Assim que é publicado, o nome do autor então entra automaticamente na relação de articulistas.

Tudo isso significa que a completa normalização da Tribuna da Internet será um serviço intrincado, que vai demorar a ser feito. E demonstra que, ao contrário do que deveria ocorrer, operar sob o signo da liberdade não é nada fácil, sobretudo em tempos de polarização.

Mesmo assim, vamos em frente, sempre juntos, na defesa da moralização da vida pública e do respeito aos interesses coletivos, duas metas hoje praticamente inviáveis, mas que serão atingidas no futuro, com a evolução da vida em sociedade.     

Causa da briga não é bolsonarismo e a família Mantovani pode até processar Lula

O advogado Ralph Tórtima Filho, que defende o casal, deu detalhes sobre o depoimento de Mantovani na PF nesta terça, 18

O advogado Ralph Tórtima Filho relata os depoimentos

Carlos Newton

A repórter Isabella Alonso Panho fez uma reportagem bastante reveladora no Estadão, ao relatar o teor dos depoimentos que o empresário Roberto Mantovani Filho, sua mulher Andréia e seu filho Giovani, de 20 anos, deram à Polícia Federal.

Até então, ninguém sabia que o começo da briga nada tinha a ver com aversão aos ministros do Supremo, polarização, bolsonarismo ou baixaria política. O motivo era bem diferente.

BARRADOS NA SALA VIP– Segundo a família Mantovani, tudo começou por causa de uma disputa por espaço numa das salas VIP do aeroporto de Roma, onde Roberto, a mulher e o filho foram barrados, a pretexto de que existiriam lugares disponíveis. Quando já estavam saindo, ficaram incomodados ao ver o ministro Alexandre de Moraes chegando e sendo acolhido com a família nos três  lugares que foram negados aos Mantovani.

“Para político tem lugar, para gente com criança, com idoso não tem”, teria dito Andreia, segundo o advogado Ralf Tórtima Filho.

A repórter Isabella Alonso Panho conta que, no depoimento, Mantovani negou tivesse empurrado o ministro, mas admitiu ter “afastado” uma pessoa que teria ofendido sua esposa Andréia, que também é acusada no inquérito.

AQUELA PESSOA – “Ele (Mantovani) disse que, em razão de ofensas proferidas contra a sua esposa (Andreia), ele afastou essa pessoa, que nem sequer sabia quem era, mas tratava-se de uma pessoa que fazia ofensas bastante pesadas, muito desrespeitosas à sua mulher”, relatou o advogado.

Questionado sobre a identidade dessa pessoa que teve de ser afastada, Tórtima Filho disse que eles (Mantovani e Andréia) não sabiam quem era, mas depois lhes teria sido dito tratar-se do filho do ministro.

Durante o depoimento, que durou duas horas e meia, Mantovani disse à Polícia Federal que não teve contato direto com o ministro Alexandre de Moraes e que aquela mesma pessoa teria lhe abordado novamente quando entrava em uma segunda sala VIP do aeroporto de Roma.

VAI DAR EM NADA – Bem, tudo isso vai ser elucidado pelas imagens. Mas o caso não vai dar em nada. Se o incidente começou com a família Moraes passando para trás a família Mantovani, que chegara antes à sala VIP, cai por terra o motivo alegado pelo ministro para abrir inquérito direto no Supremo, que sequer dispõe de poderes para julgar a família Mantovani, que tem foro na primeira instância.

Além disso, trata-se de um episódio banal, uma discussão sem mortos nem feridos, em que sequer houve exame de corpo de delito, ou seja, sem lesão.

De toda forma, o ministro Alexandre de Moraes, virou o inquérito da cabeça para baixo (ponta-cabeça, como dizem os paulistas), e até esta sexta-feira  as supostas vítimas (ele, a mulher e o filho) ainda nem tinham sido convocados pela Polícia Federal,  embora a prática judicial recomende que deveriam ser os primeiros a prestar depoimento.

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P.S.
Além de tudo isso, a família Mantovani, caso as imagens provem a veracidade de seus depoimentos, poderá mover processo contra o presidente Lula da Silva, que resolveu dar pitaco e chamou pai, mãe e filho de “animais” e “extremistas”, dizendo que são pessoas que precisam ser “extirpadas”. Como se sabe, extirpadas significa exterminadas, destruídas, extintas. Aliás, Lula é como o adversário de Noel Roda no samba “Palpite Infeliz”, porque nunca sabe o que diz. (C.N.)

Não mais que de repente, voltamos ao ar, para desespero dos roedores que corroem este país

TRIBUNA DA INTERNET

Charge do Rice (Arquivo Google)

Carlos Newton

Desde que iniciamos nossas atividades, em 2009, ainda contando com a participação dos mestres Helio Fernandes e Carlos Chagas, a Tribuna da Internet tem incomodado muito as elites que exploram este país, não importa a ideologia que aleguem representar, até porque no Brasil os partidos não costumam defender teses ou ideais políticos.

O que as classes dirigentes têm em comum, neste país, é a expropriação dos recursos públicos em benefício próprio. Com raras e honrosas exceções, os representantes do povo preferem defender seus interesses pessoais, como é público e notório, não faz surpresa a ninguém.

LIBERDADE, SEMPRE – Por atuarmos sob o signo da liberdade, sem ligações a nenhuma corrente político-ideológica, ficamos expostos a agressões de todos os lados. Assim, nestes 13 anos de luta, a Tribuna da Internet já sofreu os mais diversos tipos de ataques de hackers, nossos comentaristas e seguidores até se acostumaram.

Realmente houve muitas investidas, algumas de tamanha intensidade que chegávamos a ficar alguns dias fora do ar. Em uma delas, conseguiram praticamente destruir nosso arquivo, que ficou totalmente prejudicado, num desrespeito à memória de Helio Fernandes e Carlos Chagas.

Mesmo assim, seguimos em frente até o dia 27 de maio, quando os ataques de hackers recrudesceram de forma implacável. Com apoio da excelente Equipe Técnica do servidor UOL, conseguíamos voltar, para logo em seguida sofrer nova paralisação. E isso continuou até este domingo, quando tivemos de tirar a Tribuna do ar, para reconfigurá-la.

SEM ARGUMENTOS – Para nós, isso é motivo de orgulho. Sem argumentos que possam nos contrapor, os adversários da liberdade apelam para a ignorância, tentam nos vencer pela força, o que é apenas uma ilusão passageira.

A história da Humanidade mostra que atos de violência não derrotam a força das palavras, no final tudo se acerta sob a égide da razoabilidade, da sensatez e do discernimento.

Por fim, esses ataques acabam tendo algum resultado positivo, porque chamam atenção para o acerto das teses que defendemos, pois todas elas visam ao interesse público e ao aperfeiçoamento das instituições republicanas, que estão claramente prejudicadas e também precisam de uma urgente reconfiguração.

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P.S.
Agradecemos aqui à Equipe Técnica do UOL e ao jornalista Marcelo Copelli, companheiro de todas as horas e que nos apoia sempre que sofremos esses ataques de hackers. Acreditamos que em mais dois dias estará tudo normalizado, por aqui. E vamos em frente, sempre juntos. (C.N.)

O Globo acompanha a Tribuna da Internet e também pede que STF liberte Mauro Cid

CPMI do 8 de janeiro e Exército vão investigar visitas a Mauro Cid na prisão  - Metro 1

Mauro Cid errou, mas tem direito a responder em liberdade

Carlos Newton

Na selva da política nacional, a Tribuna da Internet é um minúsculo elefante que incomoda muita gente. Operando sob o signo da liberdade, o Blog se comporta como o menino no célebre conto do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, ao dizer que o rei está nu quando muitos ainda pensam (?) que ele está de roupa nova.

A TI tem sofrido insistentes ataques de hackers, porque não se curva aos supostos poderosos e aponta desrespeitos às leis democráticas. Agora, com enorme satisfação, vemos que o Globo também passa a defender a libertação do tenente-coronel Mauro Cid, que é um direito que as leis democráticas lhe garantem.

É sempre bom saber que ainda há vida inteligente nos escombros da imprensa, como dizia Helio Fernandes. E vamos em frente, enquanto deixarem.

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É HORA DE DEFESA DA NORMALIDADE INSTITUCIONAL
Deu em O Globo

Após quase sete meses de governo Lula, pode-se afirmar sem medo que a democracia brasileira não corre mais risco. As descobertas sobre tramas golpistas em Brasília, envolvendo até mesmo autoridades públicas, são estarrecedoras. Contudo, as instituições democráticas do país cumpriram seu papel constitucional, garantindo a realização das eleições em clima de total normalidade, com a proclamação da vitória do candidato que obteve maior votação, como manda a lei.

O eleito tomou posse e governa o país, também na mais absoluta normalidade. Nesse processo, coube ao Supremo Tribunal Federal e ao Tribunal Superior Eleitoral grande protagonismo na defesa da legalidade.

RIGOR JURÍDICO – Quando demandados, os tribunais agiram com energia contra extremistas que apoiavam o presidente derrotado, acampados em frente a quartéis, obstruindo vias públicas ou simplesmente disseminando teorias conspiratórias nas redes sociais e em aplicativos de mensagens. Essa resposta firme em defesa da democracia era mesmo o que se esperava das instituições. E elas não decepcionaram.

Passada a tempestade institucional, o Brasil tem de voltar sua atenção para os graves problemas sociais que nos separam das nações mais desenvolvidas. Ao Congresso cabe se dedicar às importantes reformas de que o país precisa para voltar a crescer; também é essencial regular as plataformas digitais, que tanto contribuíram para a instabilidade democrática no governo que findou.

O Executivo precisa dar resposta aos desafios monumentais da nossa sociedade, como o aprimoramento do nosso ensino público, a instalação de saneamento básico nos milhões de residências brasileiras que ainda convivem com esgoto a céu aberto e a defesa da Floresta Amazônica.

NA FORMA DA LEI – Do Poder Judiciário espera-se que cumpra a Constituição, com independência e coragem, mas também com discrição e autocontenção. Já não existe motivo nem demanda social por medidas voluntaristas: inquéritos com objetos vagos, que nunca se encerram, e prisões sem firme base legal não fazem bem à nossa democracia.

Os envolvidos em tramas golpistas devem ser investigados e punidos, se ficar assentada sua culpa, mas tudo dentro dos preceitos legais, com amplo direito à defesa e aos recursos a ela inerentes. Qualquer outro caminho, além de desnecessário, engrossa o coro dos que continuam trabalhando contra a democracia.

É exemplar o caso do tenente-coronel Mauro Cid, preso há mais de dois meses. As evidências apontam para o envolvimento do militar em atividades ilícitas, como a falsificação do certificado de vacina de Jair Bolsonaro e tramas golpistas. Se de fato for assim, ele deve ser julgado e condenado.

PRISÃO DESNECESSÁRIA – A extensa privação da liberdade, sem que tenha havido sequer o oferecimento de denúncia contra ele, pode dar margem à suspeita de perseguição. Prisões preventivas precisam seguir requisitos legais bem definidos — e eles devem estar explicitados de forma convincente, o que não ocorreu nesse caso. Sem isso, o estranhamento se instala com toda sorte de ruídos.

A Constituição de 1988 foi produzida nos estertores do período ditatorial. Talvez por isso prestigie de forma tão exacerbada a democracia e o Estado de Direito. Vivemos recentemente anos soturnos, durante os quais a democracia foi constantemente ameaçada por um governo obscurantista.

A Constituição deve ser o guia das instituições nessa transição para tempos de luz. O momento é de defesa da normalidade institucional. O golpismo foi derrotado. É hora de viver plenamente a democracia.

Para processar Moro e Dallagnol, presidente do TCU pede ao STF diálogos ‘hackeados’

Bruno Dantas já vai condenando Moro antes do julgamento…

Carlos Newton

Reportagem de Henrique Lessa no Correio Braziliense mostra que o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, está engrossando o rol de inimigos da Lava Jato que tentam destruir o que ainda resta da operação e cassar o senador Sérgio Moro (União-PR). Neste domingo, o repórter revela que o presidente do TCU pedirá ao Supremo cópias dos diálogos em que Deltan Dallagnol, como procurador federal, combinava organizar ataques contra ele.

A articulação teria acontecido há cinco anos, quando Bruno Dantas reclamou, em uma entrevista, que o então juiz da Lava-Jato, o hoje senador Sérgio Moro, estaria restringindo o acesso do TCU às provas de delatores que fecharam acordo com a operação.

INCESTO NA LAVA JATO – “Pedirei ao STF cópia de todos os diálogos para avaliar providências legais. Se forem verdadeiros, comprovam o incesto havido na Lava-Jato e revelam um bando de pistoleiros de aluguel recebendo uma encomenda de assassinato de reputação”, disse Dantas.

As mensagens da Operação Spoofing, divulgadas sábado (8/7) pelo jornalista Luis Nassif em seu site, mostram o acerto entre uma pessoa de nome “Paulo” e o ex-chefe da força-tarefa da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, para fazer declarações criticando Dantas duramente.

Em uma das mensagens, “Paulo” diz para Dallagnol: “Bata no Bruno Dantas, mas lembre que tem ministros que concordam conosco”. O ex-procurador responde: “Essa é a ideia”.

DANTAS É SUSPEITO – Sinceramente, o presidente do TCU não deveria condenar Dallagnol antecipadamente e com tamanha disposição. Aliás. Bruno Dantas não deveria sequer se meter nesse assunto, porque sua suspeição é mais do que clara.

O ódio que o ministro devota à Laja Jato tem motivos pessoais. Junto com Vital do Rêgo e Raimundo Carreiro, outros dois ministros do Tribunal de Contas da União, o atual presidente Bruno Dantas foi citado por Sérgio Cabral em uma delação premiada homologada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo.

Os três são acusados pelo ex-governador na Lava Jato de receberem R$ 100 mil mensais durante um ano através de contrato simulado entre a Fecomércio-RJ e um escritório de advocacia.

ACUSAÇÕES A MINISTROS – Detalhe curioso: Dantas, Vital do Rêgo e Carreiro entraram no TCU com as bênçãos do senador Renan Calheiros (MDB-AL), ex-presidente do Senado Federal, também investigado na Lava Jato, por integrar o chamado “Quadrilhão” do MDB.

Essas interligações mostram a suspeição do próprio TCU, que teve outros três ministros investigados na Lava Jato: Augusto Nardes, Antonio Anastasia e Aroldo Cedraz, todos citados em delações premiadas.

No caso de Bruno Dantas, há outros episódios. Em 2016, com o ministro Vital do Rego e esposa, passou  um fim de semana numa ilha paradisíaca à custa da JBS — a empresa que eles investigavam. Além disso, usou o jatinho do grupo J&F em uma viagem entre o Recife e Brasília, quando o empresário Joesley Batista já era alvo da Lava Jato.

NOMEAÇÃO DO IRMÃO – Em 2018, dias antes de julgar o polêmico decreto do programa de portos do então presidente Michel Temer, seu irmão Hugo Dantas, que trabalha na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), virou adido  em Buenos Aires.

Na ocasião, o assunto tornou-se notícia porque o tempo de carreira do irmão de Dantas não era, em comparação com outros casos, suficiente para justificar a indicação.

Nesse clima, não causa surpresa o fato de Dallagnol e o procurador-geral Rodrigo Janot terem sido condenados no TCU no chamado caso das diárias, um processo em que a própria auditoria do tribunal não encontrou irregularidades e pediu arquivamento. Mesmo assim, o TCU foi em frente e condenou os dois procuradores.

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P.S. – Bem, uma coisa é fazer Justiça; outra coisa, bem diferente, é se vingar. Por isso, nenhum juiz deve se considerar apto a julgar seus desafetos. Antigamente era assim; agora, sabemos que não. (C.N.)

Piada do Ano! Novo juiz da Lava Jato acha que Tacla Duran incriminará Moro e Dallagnol

Juiz consulta Lewandowski sobre abertura de inquérito contra Moro e Deltan | VEJA

Juiz Appio pensa (?) que Tacla Duran é testemunha confiável

Carlos Newton

A magistratura, infelizmente, não é uma profissão imune a desvios e distorções, muito pelo contrário. Para ser juiz, basta estudar as leis e passar no concurso público. Assim, os magistrados são como marceneiros, bancários, jornalistas, pedreiros, padres, advogados, pedreiros, pastores etc., porque há juízes de todos os tipos e qualificações.

Nesse início de 2023 o grande destaque do noticiário é o novo juiz da Lava Jato, Eduardo Appio, que se assumiu como petista juramentado e durante a campanha eleitoral firmava seus despachos e decisões com a assinatura “LUL22”, vejam a que ponto chegamos.

Essa volúpia político-partidária petista já seria suficiente para recomendar que Eduardo Appio não fosse nomeado para a 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, na qual dois juízes anteriores (Sérgio Moro e Gabriela Hardt) condenaram à prisão o ídolo dele. Mesmo assim, Appio foi nomeado para a função, num ato administrativo que agora mostra ter sido uma tremenda imprudência do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

SEM LIMITES – A verdade é que o juiz Appio está ultrapassando todos os limites, no afã de perseguir e incriminar o ex-juiz Sérgio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol, que colocaram Lula da Silva atrás das grades, em sentenças confirmadas por unanimidade em outras duas instâncias — no próprio TRF-4 e depois no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Realmente, é inacreditável o comportamento do juiz Eduardo Appio. Ao invés de ler os vários processos contra Tacla Duran, ele preferiu se basear no noticiário da ala petista da imprensa, que apresenta o doleiro como “advogado da Odebrecht”, perseguido pela Lava Jato e vítima de extorsão por Moro e Dallagnol.

Se tivesse se dado ao trabalho de conhecer qualquer um dos processos contra o doleiro, o juiz saberia que Duran prestou depoimento perante a Justiça espanhola e confessou ter criado duas empresas de fachada para lavar dinheiro sujo de empreiteiras, como a Odebrecht e a UTC, tendo declarado também que emitia notas frias para movimentar os recursos e depositar dólares e euros nas contas das empreiteiras em paraísos fiscais.

SEM INTERESSE – Nos autos dos quatro  processos a que Duran responde, está incluído esse depoimento prestado na Espanha, que o incrimina como “réu confesso”. Mas o juiz não teve o menor interesse em folhear os processos e tratou de colher novo depoimento de Duran, à distância, por videoconferência.

O doleiro então disse possuir provas materiais de extorsão, exibiu as fotos de mensagens que teria gravado no celular em diálogo com um advogado amigo de Moro e Dallagnol, e mostrou uma perícia espanhola que comprovaria a veracidade dessas provas.

E o que fez o ilustre magistrado que se assinava LUL-22? Bem, ao invés de pedir o envio das provas para serem periciadas, determinou de imediato a abertura “urgente” de inquérito contra Moro e Dallagnol, transformou o réu confesso em “testemunha protegida”, autorizou sua volta ao Brasil e determinou que a Polícia Federal lhe dê proteção quando o doleiro chegar a São Paulo na próxima sexta-feira, sob a justificativa dos supostos riscos que estaria correndo por denunciar Moro e Dallagnol, vejam só que piada.

IMATURIDADE – Assim, o juiz Appio tem demonstrado uma imaturidade constrangedora. Não leva em consideração o fato de que a Lava Jato teve mais de 1.000 investigados, cerca de 600 foram denunciados e se tornaram réus, perto de 200 foram condenados, mas apenas um, justamente Tacla Duran, teria sofrido extorsão…

Ora, essa incongruência seria percebida por qualquer estudante de Direito, mas o novo magistrado petista da Lava Jato está passando por cima de tudo, na tentativa de incriminar Moro e Dallagnol.

As principais provas materiais são as fotos das mensagens de celular, e o apressado juiz Appio ficará surpreso quando a perícia da Polícia Federal constatar as grosseiras falsificações, que são detectáveis à primeira vista por qualquer pessoa que entenda de informática, conforme já exibimos aqui na Tribuna.

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P.S. –
 Tacla Duran é um trapalhão, que confia no apodrecimento da Justiça brasileira. Está acreditando na impunidade, porque o ministro Lewandowski já suspendeu os processos contra ele.

P.S. 2 – O doleiro diz ser advogado, porém é apenas mais um imbecil com carteira da OAB. Não percebe que, ao acusar fraudulentamente Moro e Dallagnol, abre a guarda para ser novamente processado, desta vez por “denunciação caluniosa” e por “falsidade ideológica”, e Lewandowski não estará mais no Supremo para socorrê-lo. O pior é que nenhuma empreiteira voltará a fazer “negócios” com Duran. Quanto ao juiz Appio, o máximo que poderá lhe acontecer é ganhar uma aposentadoria precoce, com salário integral e uma boa vida pela frente, com dinheiro à vontade para doar ao PT. Ah, Brasil…  (C.N.)

Pesquisa mostra que a polarização está em viés de baixa e a terceira via pode ser viável

Nani Humor: POLARIZAÇÃO

Charge do Nani (nanihumor.com)

Carlos Newton

É da maior importância a pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira, sobre a polarização que surgiu na eleição de 2018 e continua a dividir os brasileiros neste início do terceiro mandato do presidente Lula da Silva. Os resultados confirmam a tese que a Tribuna da Internet e muitos de seus comentaristas vêm defendendo desde sempre –Lula e o PT dispõem do apoio de um terço do eleitorado, no máximo, e não passam disso.

Assim, nas quatro eleições presidenciais em que os candidatos petistas venceram, Lula e Dilma precisaram ser apoiados por eleitores que em outras condições jamais votariam neles.

27% CONTRA POLARIZAÇÃO – De acordo com a pesquisa, 30% se declaram petistas, enquanto 22% são bolsonaristas. O mais importante é que outros 22% afirmam serem neutros e outros 5% também não optaram por Lula nem por Bolsonaro, indicando um total expressivo de 27% que não aceitam a polarização, em nenhuma hipótese.

Além disso, dos 21% restantes, 10% se consideram mais próximos do petismo, enquanto 9% se consideram mais próximos do bolsonarismo e 2% não souberam responder.

Tudo isso pode significar que a polarização está em viés de baixa, em relação aos dados coletados na última pesquisa de mesmo tema, feita em dezembro de 2022. À época, logo após a eleição de Lula, 32% afirmaram ser petistas, enquanto 25% se declararam bolsonaristas. Agora, são 30% e 22%, respectivamente.

DIVISÃO PELO BRASIL – A pesquisa desta quarta-feira indicou ainda que a maior parte dos petistas são do Nordeste, com menor grau de instrução e menos renda. Já a maior parte dos apoiadores de Bolsonaro são do Sul, estão na faixa de quem ganha de 5 a 10 salários mínimos e na maioria são evangélicos.

Este levantamento é da maior importância, bem mais confiável do que uma pesquisa eleitoral comum, sempre motivada pela campanha em curso.

Em tradução simultânea, o resultado mostra como é danosa a polarização, porque reduz a opção democrática a apenas dois personagens – no caso, Lula e Bolsonaro, e nenhum dos dois jamais terá apoio da maioria absoluta dos cidadãos-contribuintes-eleitores, como dizia o genial Helio Fernandes.

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P.S.
 – Por fim, é possível até esperar que a polarização continue em viés de baixa. Seria ótimo se isso acontecesse. Afinal, a polarização já se mostrou altamente negativa para o país, que merece ser presidido por políticos de maior nível intelectual e moral, por óbvio. E o resto é folclore, como diz nosso amigo Sebastião Nery. (C.N.)

E quando Lula descobrir que esse arcabouço fiscal é também um teto de gastos?

Charge Clayton | Charges | OPOVO+

Charge do Clayton (O Povo)

Carlos Newton

Na semana passada, quando os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento) apresentaram o projeto do arcabouço fiscal, comentamos aqui na Tribuna da Internet que se trata de um trabalho “brilhante”. E nesta quarta-feira, dia 5, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, manifestou-se no mesmo sentido, ao declarar que sua avaliação da proposta é “superpositiva”.

Na opinião de Campos Neto, a maior qualidade do arcabouço fiscal é que elimina o risco de que a dívida pública possa seguir uma trajetória mais explosiva.

TRÊS OBJETIVOS – Em tradução simultânea, o Banco Central trabalha com três objetivos básicos: 1) conter a inflação; 2) evitar desequilíbrio da dívida pública; e 3) garantir o crescimento da economia. O mais importante é evitar o descontrole da inflação, porque isso causa aumento da dívida e prejudica o crescimento do PIB.

Campos Neto explicou que o BC opera preventivamente para diminuir a inflação de uma maneira suave, sem causar danos à economia. Em sua visão, se a taxa de juros não tivesse sido elevada em 2022, no ano eleitoral, a inflação acumulada estaria acima de 12%, como em alguns países vizinhos, e não nos atuais 5,6%. E quando a inflação dispara, torna-se necessário mergulhar o país numa recessão para travar alta dos preços.

“Nenhum banco central quer ter juros altos. É óbvio que preferimos trabalhar com juros baixos, mas deve-se olhar o que é sustentável para a frente”, afirmou.

ELOGIO AO ARCABOUÇO – Ao dizer que sua avaliação sobre o arcabouço é “superpositiva”, Campos Neto comentou que dados de março mostram a atividade econômica um pouco melhor e o cenário ainda é de desaceleração da economia, mas não uma “desaceleração dramática”.

Realmente, a economia vem se recuperando, a indústria automobilística vive novo sucesso de vendas e está desovando os estoques. Assim, tudo indica que o BC possa começar a reduzir os juros na próxima reunião do Copom, sem chiliques nem faniquitos do Planalto.

Por fim, deve-se destacar que a sorte de Haddad e Tebet é que Lula nada entende de economia. Como se sabe, o presidente ordenou que acabassem com o texto de gastos. Mas os ministros se recusaram a obedecer a essa ordem descabida e simplesmente criaram um teto de gastos inteligente, que não engessa o governo de forma absoluta. Realmente, genial. Resta saber o que Lula fará quando descobrir que o arcabouço também pode ser chamado de teto de gastos?

BALANÇO DE MARÇO – Como sempre fazemos, vamos apresentar o balanço das contribuições recebidas em março, que nos possibilitam trabalhar essa utopia de manter um espaço verdadeiramente livre na internet, 365 dias ao ano.

De início, os depósitos na conta da Caixa Econômica Federal:

DIA  REGISTRO   OPERAÇÃO          VALOR

02    021149        DP DIN LOT……….230,00
03    031128        DP DIN LOT…………60,00
07    070840        CRED PIX…………..100,00
21    211236        DEP DIN LOT……..230,00
21    300001        DOC ELET……………35,00
24    241146        DP DIN LOT……….100,00
29    291539        DP DIN LOT…………60,00

Agora, as contribuições no banco Itaú/Unibanco:

01 PIX   TRANSF JOSEFR………………100,00
01 PIX   TRANSF PAULORO…………..100,00
07 TED 001.3097HENRIQUEAC…….150,00
15 TED 001.4416MARIOACRO……..250,00
17 PIX TRANSF ANTONIO…………….100,00
24 PIX TRANSF AUGUSTO……………..74,47
28 TED 001.5977 JOSEAPJ……………300,28
31 PIX TRANSF PAULORO…………….100,00
31 TED 033.3591.ROBERTOSN……..200,00

Por fim, um depósito no Bradesco:

20 TRANSF LCBRANCOPAIM…………300,00

Agradecendo muitíssimo a todos os que participam dessa utopia de manter um polo de debates sob o signo da liberdade, sem estar submetido a ideologias ou partidarismos. E vamos em frente, sempre juntos (C.N.)