
Charge do Zé Dassilva (Diário Catarinense)
Carlos Newton
É inacreditável, inaceitável e abominável o que está acontecendo no Setor de Logística do Ministério da Saúde, que até agora não conseguiu estabelecer um programa racional de aumento da produção, envasamento e distribuição de oxigênio para atender às necessidades do sistema de internação às vítimas da Covid-19.
Nesta quinta-feira, no auge da segundo onda da pandemia, o diretor de Logística do Ministério da Saúde, general Ridauto Fernandes, como se não fosse responsável por essa estratégica programação, veio a público anunciar que nos próximos dias pode eclodir nova crise generalizada de falta de oxigênio, a começar pelos hospitais de menor porte que assistem municípios do interior do Brasil.
LIVRAR-SE DO PROBLEMA – Reportagem de Bruna Lima e Maria Eduarda Cardim, no Correio Braziliense, mostra que, ao invés de estar solucionando o problema, o novo general-logístico do Ministério da Saúde tenta livrar-se do problema, simplesmente passando-o adiante.
A origem do problema, segundo o general Ridauto Fernandes, é a dificuldade que os envasadores estão enfrentando em conseguir abastecer as carretas nas grandes empresas produtoras de oxigênio hospitalar.
Além das longas distâncias que os transportes precisam percorrer, o que, inclusive, ocasiona perda de produtos, as plantas fabris estariam se recusando a fazer o reabastecimento sem prévia autorização, e situações como esta estariam prejudicando o atendimento ao Amazonas, Paraná e outros Estados.
DITADURA DISFARÇADA – Para o diretor do Ministério, é necessário que o Congresso aprove uma mudança legislativa urgente.
“Nós temos de criar uma ferramenta para que a indústria não possa recusar a carreta que chega para ser enchida. Embora seja um concorrente, embora seja alguém que vá receber aquele oxigênio e revendê-lo, no momento nós não temos estrutura, o grande distribuidor não consegue chegar à ponta da linha. Então, nós dependemos, sim, dessas carretas que estão na mão dos pequenos, dos envasadores para poder fazer chegar à ponta da linha. Se não chegar à ponta da linha, nas UPA’s e nos pequenos hospitais, nós teremos mais mortes”.
Em tradução simultânea, o que o general Ridauto Fernandes pretende é simplesmente uma espécie de ditadura disfarçada, que intervenha no mercado e obrigue os caminhoneiros autônomos a serem atendidos prioritariamente pelas indústrias de oxigênio, sem encomendar previamente a mercadoria, algo realmente inacreditável.
Isso demonstra que a administração militar do Ministério da Saúde fracassou completamente. A crise do oxigênio no Amazonas não serviu de alerta, nada foi feito para racionalizar e aumentar o fornecimento, organizando também a distribuição.
REINA A BAGUNÇA – O próprio general Ridauto Fernandes revela a esculhambação reinante. “Nós temos carretas, por exemplo, de produtores da Amazônia que hoje estão esperando em uma planta [de produção de oxigênio] do interior do Maranhão; já está com a sua carreta parada lá há dias e dias, e não é abastecida. Nós temos envasadores do Paraná que chegam às plantas também e não conseguem abastecer”, disse o general.
A recusa ocorre pelo fato dos envasadores serem concorrentes das próprias fábricas que, em tempos normais, fariam este produto chegar à ponta. Assim, em meio à crise de saúde, os grandes produtores não conseguem suprir o aumento da demanda, que deveria ser altamente positivo para as empresas do setor, porque faz crescer o faturamento e o lucro.
No caso do Brasil, porém, onde tudo funciona ao contrário, ao invés de simplesmente organizar a fila dos caminhões, como ocorre rotineiramente nas safras agrícolas e nas refinarias de petróleo, os militares da Saúde querem resolver a logística na marra, através de medida provisória absolutamente inconstitucional. Acredite se quiser.
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P.S. – Diante da omissão do Ministério, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) resolveu organizar um banco de dados capaz de entender a real capacidade de produção de cada fábrica e melhor organizar o esquema de distribuição, e já começou a cobrar as informações, notificando 47 empresas. “Até esta quinta-feira de manhã, 32 responderam. Estamos compilando os dados de forma a disponibilizar diretamente ao ministério, para favorecer as discussões e o manejo com estados e municípios”, informou a diretora Meiruze Freitas. (C.N.)
“Pra frente Sucupira “!!!
Se isso aqui fosse mesmo Sucupira, o cemitério não só teria sido inaugurado, como estaria com falta de vagas ! Triste e macabro!!!!
Com os diversos insucessos que estamos vendo na distribuição e reposição de insumos básicos para combater o Covid19, já imaginaram o país sendo invadido e como seria o caos a dita Logística das nossas Forças comandadas pelos ditos especialistas.
1) Parodiando a segunda onda do covid, lembrei de antigo sucesso do cantor Nelson Gonçalves, anos 1950:
2) “Pandemia… aqui me tens de regresso…”
3) Quem canta é o Coronavírus.
Logística do Exército, vergonha absoluta, frota de caminhões que servem apenas para desfiles e compra do rango em Ceasas, como disse o Sr.Guilherme, seríamos massacrados.
Analisando linha a linha…este artigo parece que não foi bem estruturado como um todo….entao por isso muitos não entenderam o que realmebte foi dito…lamentável confusão.
YAH seja LOUVADO SEMPRE…
Gostei, seu Rocha.