Pedro do Coutto
No final de semana, São Paulo concentrou a manifestação de bolsonaristas na Avenida Paulista. Os principais alvos dos que compareceram neste sábado para o ato de 7 de Setembro são o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD).
Cartazes com dizeres como “Fora Alexandre de Moraes” e “Abaixo a Ditadura” foram maioria entre os apoiadores de Jair Bolsonaro , que protestam contra a inelegibilidade do ex-presidente e contra a decisão que suspendeu a rede social X no Brasil. Os manifestantes também ergueram placas em defesa do empresário Elon Musk, proprietário da rede social. Em relação a Rodrigo Pacheco, os cartazes pediam para que ele pautasse o pedido de impeachment de Moraes no plenário do Senado Federal: “Se não pautar, vamos cassar”.
“FREIO” – O ex-presidente Jair Bolsonaro disse que o ministro Alexandre de Moraes era um “ditador” que faz mais mal ao país do que o presidente Lula. Ele pediu que o Senado “bote um freio” no ministro. “Devemos botar freio através dos dispositivos constitucionais daqueles que saem, que rompem, os limites das quatro linhas da nossa Constituição. Eu espero que o Senado Federal bote um freio em Alexandre de Moraes, esse ditador que faz mais mal ao Brasil do que o próprio Luiz Inácio Lula da Silva”, discursou.
No fundo da questão, o que os milhares de manifestantes não perceberam é que, mais uma vez, atuaram como massa de manobra de Jair Bolsonaro, do pastor Silas Malafaia e de outros políticos presentes no encontro. Um absurdo total as reivindicações. Como anistiar pessoas que depredaram prédios públicos ? Como simplesmente ignorar toda a violência e os atentados contra a democracia praticados?
LEGISLAÇÃO – Por que defender Elon Musk quando o bilionário dono do X, antigo twitter, não respeita sequer a legislação do nosso país, ao contrário do que fez em outros países que impuseram restrições que foram imediatamente atacadas? A rede social serviu durante anos para a disseminação de desinformação contra o nosso sistema democrático e que se determinou foi a suspensão de perfis que não expressavam opiniões, mas difundiam mentiras comprovadamente.
Por trás da anistia clamada por Bolsonaro, no fundo da questão, encontra-se o seu próprio desejo pessoal de ser anistiado e tornar-se novamente elegível. Devemos sempre defender o direito de livre expressão e negar a censura, mas também devemos deixar claro o que é censura e o que é a defesa do sistema democrático de direito. Reiterar indefinidamente através das redes sociais notícias que visam apenas difundir fake news e propagar ódio, desestruturando a estabilidade do direito coletivo não é exercer a sua opinião, mas atacar de forma frontal a democracia brasileira.
A ideologia permite tirar um ladrão da cadeia mas não permite anistia.
A lógica, tiraram o cara da cadeia para o outro não se eleger.
Logica cartesiana.
Essa mesma ideologia que critica colocou o cara na cadeia para o outro se eleger em 2018.
A declaração de inelegibilidade do Bolsonaro foi toda irregular.
Inelegibilidade é pena acessória, que deve ser precedida ´por condenação por infração ao código penal.
Não houve sequer processo por qualquer acusação de crime contra o Bolsonaro, por consequência não houve condenação.
O Bolsonaro a luz do direito continua elegível, porque esta sua inelegibilidade carece de amparo legal.
Só falta alguém declarar que isto tudo foi só armação, para tira-lo do páreo.
Democracia a brasileira.
Bolsonaro vem desidratando em termos populares a olhos vistos. Seu discurso populista não empolga mais seus eleitores, que estão mudando para uma liderança ainda mais tosca, o influenciador bilionário, Pablo Marçal.
Marçal vem conquistando eleitores que votaram em Bolsonaro no escuro. Um cacique envelhecido, olha de longe e vê, um índio mais capaz e com vigor, disposto a tomar conta da tribo Bolsonarista.
Bateu um barata voa, no entorno de Bolsonaro, por causa de Marçal. O candidato a prefeito da extrema direita, bateu de frente e enfrentou o guru religioso de Bolsonaro, o pastor Malafaia. Marçal foi duro com o pastor, que sentiu o golpe e passou a atacar o influenciador, o novo outsider da política.
Ao mesmo tempo, Bolsonaro dobra a aposta , pressionando a Câmara a votar a PEC da Anistia aos golpistas do oito de janeiro em troca da bancada do PL, em torno de 100 deputados , votar em peso no candidato de Lira a presidência da Câmara.
Bolsonaro precisa é de justiça e não de anistia.
O Edson Facchin também se reuniu com os embaixadores estrangeiros, e nada aconteceu.
Parciais foram as medidas tomadas contra Bolsonaro.
Fosse nossa justiça salomónica e a legislação o Código de Hamurabi e não a Cidadã de Ulisses, O Cupim teria que ser desterrado para Mar a Lago e condenado a servir de mordomo para o Trump, sem direito a aposentadoria.
Aplausos à lucidez do texto.
Bolsonaro lá está preocupado com impeachment de Moraes? Com anistia de aloprados do 8 de Janeiro?
Está preocupado é consigo mesmo, como sempre.
E faz todo esse barulho para pressionar e tentar conseguir o que de fato almeja: que é não ser preso e ser anistiado para concorrer nas eleições de 2026.
O resto é conversa fiada.