Lula sofre cirurgia de emergência, mas Alckmin ainda não assumiu

Ex-governador Geraldo Alckmin será investigado por caixa dois | Sindicato  dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região

Alckmin está preparado para assumir e cumprir a agenda

Do UOL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi submetido a uma cirurgia de emergência na madrugada desta terça-feira (10) para drenagem de uma hemorragia intracraniana após sentir dor de cabeça.

Lula, de 79 anos, foi examinado na unidade de Brasília do Hospital Sírio-Libanês, sendo posteriormente transferido para a unidade de São Paulo do complexo hospitalar, onde foi realizado o procedimento.

PASSA BEM – Segundo o boletim médico divulgado pelo hospital, a cirurgia aconteceu sem intercorrências, e o presidente passa bem. Ele segue sendo monitorado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital.

Ainda de acordo com o boletim, a hemorragia decorre do acidente doméstico sofrido por Lula no dia 19 de outubro, quando ele caiu no banheiro do Palácio do Alvorada.

A informação foi compartilhada no Instagram de Lula. A equipe médica dará mais informações sobre o estado de saúde do presidente na manhã desta terça.

AGENDA CANCELADA – Entre os compromissos de Lula programados para hoje estava a recepção oficial e uma reunião com o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, que realiza visita oficial ao Brasil.

Além disso, a agenda previa o encontro do presidente com os ministros da Casa Civil, Rui Costa, dos Transportes, Renan Filho, e da Saúde, Nísia Trindade.

“O procedimento cirúrgico foi realizado com sucesso, conforme boletim médico. Seguimos em oração e gratidão a Deus pela recuperação plena da saúde do nosso querido Presidente”, escreveu no X o Advogado-geral da União, Jorge Messias, acrescentando: O presidente @LulaOficial venceu a ditadura, venceu um câncer, venceu três eleições para presidente e ajudou a vencer a fome extrema que afetava milhões de brasileiros.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Toda hemorragia no cérebro é preocupante quando exige drenagem, através de cirurgia que perfura o osso do crânio. Como a hemorragia é na parte da nuca, é menos grave do que em outras áreas, se não provocar sequelas. O vice-presidente Alckmin já deveria ter assumido, mas não há notícias a respeito. A informação é de que vai cumprir parte da agenda. Vamos aguardar o novo boletim médico. (C.N.)

O Brasil é ruim demais e o governo não sabe fazer contas

Governo paga horas extras de forma ERRADA! Entre com processo! : Sindserv  Santos

Charge do Bruno (Arquivo Google)

Marcelo Leite
Folha

Todos sabem que estudantes brasileiros vão muito mal em matemática nas provas do Pisa. Não é culpa deles, mas do ensino. Já congressistas, juízes, promotores, servidores de alto escalão, colunistas de economia e empresários ricos não têm desculpa para o desprezo que devotam à aritmética e à lógica.

A emergência climática, maior problema do mundo, não merecia ser objeto de enganação oficial nas metas para descarbonizar a atmosfera.

PROMESSA VÃ – O governo promete zerar até 2050 emissões nacionais de CO2 e outros gases do efeito estufa, mas trabalha para seguir poluindo o planeta.

Nossa maior fonte de carbono está na agropecuária, com três quartos do total de emissões. Não só desmatando biomas por corte raso (cerrado e amazônia acima de tudo), mas também com queimadas para pasto e metano da digestão do gado ruminante, num país com mais bois que gente.

Sim, o desmatamento caiu, mas só na floresta amazônica. No cerrado sobe, assim como as queimadas em ambos. Sim, o Pará sediará a COP30 em Belém, mas o governador Helder Barbalho (MDB) vê seu estado aumentar incêndios ao mesmo tempo em que apregoa venda de créditos duvidosos de carbono.

EMPULHAÇÃO – A conta não fecha. Empulhação similar encena a Petrobras com a conversa de mobilizar renda do petróleo para financiar a transição energética –isso, usar gasolina para apagar a fornalha do aquecimento global.

Só numa opinião pública avessa à coerência se aceita que um diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da estatal de energia fóssil –Mauricio Tolmasquim– defenda ser um dos exportadores remanescentes de combustíveis fósseis em 2050. Não era esse o prazo para zerar emissões?

Tudo somado e subtraído, a concentração de CO2 na atmosfera continuará a subir enquanto se queimar petróleo. Simples assim. Produtores e consumidores de fósseis não vivem em planetas separados, e as tecnologias para captura e armazenamento de carbono ainda são ficção economicamente inviável.

E AS AUTORIDADES? – Como entram nessa história mal contada os congressistas, juízes, promotores, servidores de alto escalão, colunistas de economia e empresários ricos do primeiro parágrafo?

Alguns são latifundiários e pelejam para reverter leis ambientais ou meter jabutis na legislação de energia, verdade. Por outro lado, tratam os números do ajuste fiscal como animais nas fazendas de seus avós, espancando-os sem dó.

Enchem a boca para ruminar cortes de gastos, desde que não na própria carne, só na dos beneficiários de programas sociais. Absurdo isentar do imposto de renda quem ganha até R$ 5.000, bem agora, e já se movimentam para tirar do cálculo compensatório a tributação para quem fatura mais de R$ 50 mil (eles próprios).

PENDURICALHOS – Impedir a farra das indenizações que catapultam seus vencimentos muito além do teto governamental? Nem pensar, reagem magistrados, promotores, procuradores e defensores públicos alérgicos à justiça distributiva.

Revogar o privilégio de 17 setores da economia (imprensa incluída) que tiveram desoneradas as folhas de pagamento? Fora de questão. Argumentam, sem corar, que haverá demissões, ao mesmo tempo em que deploram pressões inflacionárias do desemprego em queda recorde.

O Brasil é ruim demais. Com as contas, com a Terra e com sua gente.

Pai de Mauro Cid negou à PF ter vazado delação a Braga Netto

Mauro César Lourena Cid deixa a PF após depor sobre caso das joias |  Metrópoles

Ninguém sabe como  o general Lourena Cid ficou rico nos EUA

Aguirre Talento
do UOL

A Polícia Federal colheu na sexta-feira (6) um novo depoimento do general Mauro Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid, para interrogá-lo sobre suspeitas de vazamento do conteúdo da delação premiada de seu filho para o general Walter Braga Netto.

Mas o general Cid negou aos investigadores que tenha repassado informações da delação para Braga Netto ou outros militares.

PRESO E DELATOR – Mauro Cid foi ajudante de ordens de Jair Bolsonaro durante os quatro anos de Presidência e fechou um acordo de delação com a PF após ter sido preso.

A PF começou a desconfiar do vazamento após ter encontrado anotações na sala de um assessor de Braga Netto, na sede do PL, que pareciam ser respostas dadas por Cid a questionamentos a respeito do conteúdo dos seus depoimentos.

Além disso, em um diálogo interceptado, outro militar, o general Mario Fernandes, disse que os pais de Cid haviam telefonado para militares com o objetivo de falar sobre o conteúdo da delação.

PLANO DE GOLPE – As informações constam do relatório final da investigação sobre o plano de golpe, que aponta atuação do grupo de Braga Netto para obter informações da delação.

“O contexto do referido documento confirma que o grupo criminoso praticou atos concretos para ter acesso ao conteúdo do Acordo de colaboração firmado por Mauro Cesar Cid com a Polícia Federal”, escreveu a PF no documento.

O general Braga Netto foi indiciado como um dos articuladores da tentativa de golpe de Estado. O pai de Mauro Cid, o general Mauro Lourena Cid, foi alvo da investigação sobre a venda de joias no exterior, mas não chegou a ser investigado no caso do plano de golpe.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É constrangedor o nível em que estão as Forças Armadas. Há tenente-coronel que não aguenta prisão, chora e faz delação. Generais e coronéis golpistas, que não sabem se comportar com educação, falando palavrões sem parar. E há também generais como Lourena Cid, que ficou milionário nos Estados Unidos, sem que consiga comprovar como ganhou tanto dinheiro. É deprimente ver o nível de nossos militares, que jamais foram tão bem remunerados. (C.N.)

Brutalidade policial pode reduzir apoio popular a Tarcísio

Tô nem aí, diz Tarcísio após acusação na ONU sobre violência em SP

Tarcísio jamais poderia ter dito que “não estou nem aí”

Dora Kramer
Folha

De quantos casos “isolados” o governador Tarcísio de Freitas vai precisar para se render à evidência de que há uma crise na administração da segurança pública em São Paulo? Quantos abusos “pontuais” serão necessários para ele aceitar que a brutalidade por parte de agentes do Estado é inaceitável?

Talvez essa tomada de consciência ocorra quando, e se, a sociedade perceber que qualquer um do povo pode ser vítima da violência desmedida de policiais pagos para protegê-la, e disso decorra uma queda na avaliação positiva de seu governo.

LINHA DURA – O cálculo por ora parece se basear na preferência da maioria pela linha dura, mesmo ao preço de exorbitâncias.

Por mais distorcido que seja, esse tipo de visão pode até valer para o embate com criminosos, mas pode mudar à medida que se acumulem episódios de agressões injustificadas e a população se sinta ameaçada por elas.

Um homem atirado de uma ponte feito saco de lixo, outro fuzilado pelas costas, um estudante desarmado morto à queima-roupa, mata-leões a torto e a direito ou a presença intimidatória de tropas no enterro de uma criança de quatro anos abatida numa operação não são cenas que se coadunem com a dita polícia “mais bem treinada do país”.

EFIICIÊNCIA – O governador alude aos “números”, segundo ele indicadores de eficiência. Mas e as pessoas que porventura manifestem temor de ficar à mercê dos abusos? Diria a elas que não está “nem aí”, as mandaria ao “raio que o parta”, como fez em relação a críticas de organizações defensoras dos direitos humanos?

Ao agente da lei não é facultado perder a cabeça em situação alguma. A alegação de que ações individuais não podem desabonar a corporação tampouco justifica nem ameniza a situação. A correção de procedimentos é dever do conjunto.

Um militar afastado da Rota por conduta excessiva no comando da Secretaria da Segurança Pública não passa aos comandados exatamente mensagem de contenção. E ainda desqualifica o governador como atrativo político para os moderados. No lugar de marcado pelo combate ao crime, Tarcísio pode sair manchado pelo estímulo à força bruta.

Governo fará nova tentativa para aprovar jogos de azar em 2025

Mas, afinal, os cassinos físicos vão voltar ao Brasil? | Brasil 247

Cassinos abrem empregos, atraem turistas e pagam impostos

Gustavo Uribe
CNN Brasil

Após o recesso parlamentar, no ano que vem o governo federal fará uma nova tentativa para aprovar no Congresso Nacional a proposta que legaliza os jogos de azar no país.

A avaliação é de que medida é importante para arrecadação, mas que jogos online atrapalharam tramitação. A expectativa é que o governo consiga uma arrecadação anual de R$ 22 bilhões com a legalização

A iniciativa tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da maior parte da Esplanada dos Ministérios.

APROVAÇÃO – A proposta já foi aprovada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e aguarda ser pautada no plenário do Senado Federal.

A polêmica dos jogos online com as apostas futebolísticas pelo celular, no entanto, inviabilizou a votação neste ano, principalmente sobre o vício em beneficiários do Bolsa Família e de outros programas sociais.

Mesmo assim, a ordem no Palácio do Planalto é fazer uma nova tentativa no primeiro semestre de 2025. Recentemente, em evento em São Paulo, o ministro do Esporte, André Fufuca, disse que não concorda que os cassinos online tenham sido liberados antes dos cassinos físicos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Como diria Ataulfo Alvez, o cinismo dessa gente é uma arte. Para tirar dinheiro do pobre, eles aprovaram com a maior facilidade as apostas online. Para aprovar os cassinos e bingos, que dão emprego, atraem turistas e pagam elevados impostos, é a maior dificuldade aprovar. Deveriam ter aproveitado o pacote do corte de gastos, mas faltam inteligência e perspicácia a essa gente. (C.N.)

Pacote é um quebra-galho fiscal, porque não reduz de fato os gastos

Como se livrar definitivamente das dívidas | Efetividade Mercado de  trabalho, administração, finanças e marketing

Charge do Lane (Arquivo Google)

Carlos Alberto Sardenberg
O Globo

O comentário mais benevolente sobre o pacote de corte de gastos diz o seguinte: está na direção correta, mas é insuficiente. O programa de ajuste é insuficiente porque não se trata de redução efetiva de gastos. Explicando: não é que o governo vá gastar no ano que vem menos do que gasta agora. Gastará mais. Onde o ajuste, então? No seguinte: o governo gastará menos do que gastaria se não tomasse as medidas de contenção.

Considerem a regra proposta para o reajuste do salário mínimo: mantém o ganho real, acima da inflação, porém menor que a regra atual (correção pela inflação, mais a expansão do PIB). Aliás, há aqui uma maldade: o salário mínimo do ano que vem, aprovado o pacote, será menor que o previsto atualmente.

DISTRIBUIR RENDA – Promover aumento real para o salário mínimo é uma política de distribuição de renda. Ocorre que, por decisão do governo Lula, o mínimo é indexador do piso das aposentadorias pagas pelo INSS. É

um impacto importante na despesa previdenciária, de longe a maior no Orçamento federal. Dos 39 milhões de beneficiários do INSS, cerca de 26 milhões recebem o mínimo.

O gasto com aposentadorias cresce naturalmente todo ano. Mais pessoas se aposentam, dado o envelhecimento da população. O valor das aposentadorias deve ser protegido. Pode-se fazer isso corrigindo pela inflação. É assim que funcionam os sistemas previdenciários do mesmo modelo do brasileiro.

CRESCIMENTO REAL – Portanto, mesmo sem o reajuste real do mínimo, a despesa com Previdência teria crescimento real apenas pelo aumento do número de beneficiários.

Acrescentando aí o ganho real do mínimo, pago a 66% dos aposentados, a despesa tem um crescimento acelerado.

Por isso, uma das propostas mais duras era justamente eliminar essa indexação entre o salário mínimo e o piso do INSS. Como Lula rejeitou de pronto essa ideia, encontrou-se um quebra-galho: o mínimo e, portanto, o piso previdenciário terão aumento real, mas um pouquinho menor.

ACIMA DA INFLAÇÃO – Temos aqui um belo exemplo gerado pela tortuosa construção do pacote. Era preciso conter o crescimento explosivo da despesa previdenciária; porém, como Lula fazia questão de manter a indexação, optou-se por um ganho menor do salário mínimo dos trabalhadores na ativa.

Tem uma maldade, e a despesa previdenciária segue crescendo acima da inflação e da receita. Trata-se de despesa obrigatória, cuja expansão restringe os gastos discricionários, aqueles com investimentos e custeio da máquina governamental.

Esse era o problema real do arcabouço fiscal: as despesas obrigatórias (incluindo salários do funcionalismo, benefícios sociais, educação e saúde), que já consumiam pouco mais de 90% do Orçamento, apresentavam expansão forte, acima do crescimento da receita e acima da inflação.

DÍVIDA A JATO –  Mantido esse ritmo, o futuro apontava para duas consequências desastrosas: o governo ficaria quase sem dinheiro para investir e tocar a máquina; e a dívida pública explodiria.

Quando começou o governo Lula, a dívida pública representava 71,7% do PIB, já elevada para um país emergente. Hoje, com os dados até outubro, chegou a 78,6%, algo como R$ 9 trilhões, segundo dados do Banco Central.

Subiu pelo mais óbvio motivo: o governo gasta mais do que arrecada. Precisa tomar dinheiro emprestado para fechar as contas.

JUROS E INFLAÇÃO – Mesmo com o pacote, o gasto público continuará crescendo mais que as receitas, mas em ritmo menor. Com isso, dá uma sobrevida ao arcabouço, mas Haddad certamente terá de voltar às planilhas, em condições até mais difíceis.

Dívida alta indica que o governo gastará cada vez mais com os juros da dívida. Já paga mais caro para colocar no mercado os títulos do Tesouro. O dólar caro é sinal dessa “incerteza fiscal”. Dólar alto dá inflação.

O presidente do Banco Central disse várias vezes que só havia um jeito de os juros caírem: com um choque fiscal, a sinalização de cortes efetivos. Saiu um quebra-galho. O BC vai puxar os juros. Eis o ambiente: inflação em alta, juros para cima, dólar caro, tudo atrapalhando o crescimento.

Segurem a onda, vocês ainda não viram nada sobre a Síria…

La caída de Assad en Siria, un golpe para el Eje de resistencia de Irán

É preciso evitar que a Síria seja dominada pelos radicais

Thomas Friedman
NYT/Estadão]

Nas últimas semanas, tenho argumentado que Israel infligiu ao Irã e à sua rede de resistência o equivalente a uma derrota no nível da Guerra dos Seis Dias, e que isso teria grandes consequências. Bem, ironia das ironias, a família Assad na Síria assumiu o poder em 1971, em parte por causa da derrota devastadora da Síria na guerra de 1967. O que vai, volta.

Mas segurem seus chapéus; vocês ainda não viram nada.

A declaração mais engraçada de qualquer líder mundial até agora foi feita pelo presidente eleito Donald Trump.

DISSE TRUMP – Na mídia social, Trump fez a seguinte publicação: “A Síria está uma bagunça, mas não é nossa amiga, e os Estados Unidos não devem ter nada a ver com isso. Essa luta não é nossa. Deixem que ela se desenrole. Não se envolvam!”.

Atenção, Sr. Trump: a Síria é a pedra fundamental de todo o Oriente Médio. Ela acabou de desmoronar como uma ponte que explodiu, criando novos e vastos perigos e oportunidades que todos na região aproveitarão e reagirão.

Ficar fora disso não está no cardápio, especialmente quando temos várias centenas de soldados dos EUA estacionados no leste da Síria. Precisamos descobrir nossos interesses e usar os eventos na Síria para impulsioná-los, porque todos os outros estarão fazendo exatamente isso.

E O IRÃ? – O maior interesse dos EUA é também uma questão óbvia. É que essa revolta na Síria, a longo prazo, desencadeie uma revolta pró-democracia no Irã.

No curto prazo, isso certamente desencadeará uma luta pelo poder entre os moderados de lá – o presidente Masoud Pezeshkian e seu vice-presidente, o ex-ministro das Relações Exteriores Javad Zarif – e os linha-dura da Guarda Revolucionária. Precisamos moldar essa luta.

Os acontecimentos na Síria, além da derrota militar do Irã para Israel, deixaram Teerã nua. Isso significa que os líderes do Irã agora terão que escolher – rapidamente – entre correr para uma bomba nuclear e salvar seu regime ou se livrar da bomba em um acordo com Trump, se ele tirar a mudança de regime da mesa. É por isso, Sr. Trump, para colocar em seu tipo de letra: não podemos ter nada a ver com isso.

MAIOR INCÓGNITA – Quem são os rebeldes que assumiram o controle da Síria e o que eles realmente querem? Uma democracia pluralista ou um Estado islâmico?

A história nos diz que, nesses movimentos, os islâmicos linha-dura geralmente vencem. Mas estou observando e esperando que não seja assim.

Minha maior preocupação está expressa em uma única manchete, do Haaretz, em Israel: “A Síria pós-Assad corre o risco de ser comandada por milícias fora de controle”. Estamos em um momento da história do Oriente Médio em que há muitos países que eu descreveria como “tarde demais para o imperialismo, mas eles fracassaram no autogoverno”.

FRACASSOS – Estou falando da Líbia, do Iêmen, do Líbano, da Síria, do Iraque, da Somália e do Sudão. Ou seja, nenhuma potência estrangeira vai entrar e estabilizá-los, mas eles não conseguiram administrar seu próprio pluralismo e forjar contratos sociais para criar estabilidade e crescimento.

Nunca estivemos aqui antes, na era pós-2ª Guerra – um momento em que tantos países caíram nesse estado de natureza hobbesiano, mas em um mundo muito mais conectado.

É por isso que, depois de passar a última semana em Pequim e Xangai, eu procurei várias vezes esclarecer meus interlocutores chineses:

SOMOS AMIGOS – “Vocês acham que somos inimigos. Vocês estão errados. EUA e China têm um inimigo comum: a desordem. A forma como colaboramos para diminuir o Mundo da Desordem e fazer crescer o Mundo da Ordem é o que a história julgará a nós dois”. (Não tenho certeza se os chineses entenderam, mas vão entender).

E o melhor aforismo russo para resumir o desafio que as potências regionais e globais enfrentam agora para consertar a Síria: “É mais fácil transformar um aquário em uma sopa de peixe do que transformar uma sopa de peixe em um aquário.”

Relação de Lula e militares volta à estaca zero, avaliam governistas

Governo Lula 3 navega em águas turbulentas na relação com as | Opinião

O clima entre Lula e militares é de desconfiança mútua

Bela Megale
O Globo

Integrantes do governo avaliam que a relação entre Lula e os militares voltou a retroceder. Alguns ministros chegam a dizer que revivem hoje um ambiente similar ao dos ataques golpistas de 8 de janeiro, quando o clima entre o governo e a caserna azedou fortemente.

Tanto para auxiliares de Lula quanto para membros da cúpula militar, a inclusão das Forças Armadas no pacote de corte de gastos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é o principal foco de tensão.

RETALIAÇÃO – Boa parte dos militares considera que a medida seria uma espécie de retaliação devido às revelações da Polícia Federal sobre o envolvimento de fardados no plano de golpe de Estado, que previa até o assassinato de Lula, Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Essa hipótese é fortemente rechaçada por integrantes da equipe econômica do governo, que apontam que, assim como em outras áreas, a aposentadoria dos militares precisa passar por reajustes.

A medida que afeta as Forças ocorre por meio do estabelecimento de uma idade mínima de 55 anos para que possam ir para a reserva, com um período de transição até 2032.

VÍDEO DA MARINHA – A mudança na previdência gerou reações, como um vídeo feito pela Marinha questionando “privilégios” e com mensagem para Haddad, conforme informou a coluna.

O presidente Lula soube do material e não gostou do que viu.

Mas a fervura na relação também tem outros fatores. Desde que a PF prendeu quatro militares, em 19 de novembro, envolvidos num plano de assassinar o presidente, o caldo, de fato, voltou a entornar.

EXONERAÇÃO – Outro ponto foi o episódio com o coronel da reserva Anderson Freire Barboza, diretor de um curso na Escola Superior de Guerra (ESG).

Ele disse que as eleições de 2022 “foram roubadas sob a liderança de Alexandre de Moraes” e chamou Lula de “ladrão”, num grupo de WhatsApp com cerca de cem pessoas. Pouco depois, foi exonerado pelo Ministério da Defesa.

Por fim, veio o indiciamento feito pela PF de 25 militares, sendo sete generais, colocado Jair Bolsonaro como peça central no plano de ruptura institucional.

Elon Musk quer servidores federais americanos de volta à repartição

Brasil depende mais de Musk do que bilionário de negócios no país, dizem  especialistas

Musk avisa que a Covid acabou e todos precisam trabalhar

Joe Miller
Financial Times/Folha

O presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, disse que apoiará os planos de Elon Musk para forçar funcionários federais dos EUA a voltarem ao escritório assim que Donald Trump retornar à Casa Branca.

Falando com repórteres antes de uma reunião com Musk, que vai chefiar o Departamento de Eficiência Governamental, foi encarregado por Trump de erradicar a ineficiência governamental, Johnson citou um relatório que, segundo ele, mostrava que apenas cerca de 1% dos funcionários públicos estavam realmente trabalhando em seus escritórios, sem contar seguranças federais e pessoal de manutenção.

DIZ A SENADORA – O relatório, divulgado quinta-feira (5) pela senadora republicana de Iowa, Joni Ernst, afirma que “burocratas foram encontrados em banheiras de hidromassagem, no campo de golfe, gerindo seus próprios negócios e até mesmo sendo pegos cometendo crimes durante o horário pago pelos contribuintes”.

O relatório de Ernst acrescentou que apenas 6% da força de trabalho federal estava no escritório em tempo integral e que “nenhuma sede de uma grande agência em Washington está sequer metade cheia”, com a ocupação média sendo de apenas 12%.

“Isso é absurdo e não é algo que o povo americano aceitará”, disse Mike Johnson sobre as conclusões do relatório, acrescentando que haverá uma demanda “da nova administração e de todos nós no Congresso para que os servidores federais retornem às suas mesas”.

DEMISSÕES VOLUNTÁRIAS – Musk e Vivek Ramaswamy, que Trump pediu para co-gerir o chamado Departamento de Eficiência Governamental, escreveram em um artigo no Wall Street Journal no mês passado que acreditavam que os funcionários federais deveriam ser forçados a voltar ao escritório cinco dias por semana.

Eles previram que isso “resultaria em uma onda de demissões voluntárias que acolheremos”, acrescentando: “Se os funcionários federais não querem aparecer, os contribuintes americanos não deveriam pagá-los pelo privilégio da era Covid-19 de ficar em casa”.

Musk prometeu encontrar economias de US$ 2 trilhões dentro do governo federal, enquanto Ramaswamy disse que gostaria de demitir 75% da força de trabalho federal. Mas nenhum dos dois apresentou planos detalhados de como esses objetivos serão alcançados.

EMPRESAS, TAMBÉM – Os pedidos para que os funcionários retornem ao escritório em tempo integral têm aumentado nos últimos meses.

Em setembro, a Amazon disse a seus funcionários que não poderiam mais trabalhar de casa a partir do início do próximo ano, enquanto a Dell e a PwC emitiram comunicados semelhantes para alguns funcionários.

A administração Biden também procurou reprimir os funcionários do governo que trabalham de casa, emitindo orientações no ano passado para que as agências “aumentassem substancialmente o trabalho presencial significativo nos escritórios federais, particularmente nas sedes e equivalentes”. Não adiantou nada.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
No Brasil a vagabundagem também reina. Poucos são os funcionários nos órgãos públicos dos Três Poderes que realmente trabalham. No Judiciário, há anos nenhum magistrado comparece às sextas-feiras, os tribunais ficam às moscas. Musk está acertando antes de iniciar os trabalhos. (C.N.)

Braga Netto nega envolvimento em plano para matar Lula etc.

Braga Netto

No relatório, Braga Netto virou o líder da conspiração

Weslley Galzo
Estadão

A defesa do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa do governo Jair Bolsonaro (PL), afirmou em comunicado na última sexta-feira, 6, que ele “não tomou conhecimento de documento que tratou de suposto golpe e muito menos do planejamento de assassinato de alguém’.

O militar foi indiciado pela Polícia Federal (PF) no inquérito em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) que apura uma tentativa de golpe ocorrida entre outubro de 2022 e janeiro de 2023, que previa, entre outras medidas, o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do seu vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do STF Alexandre de Moraes.

CID DENUNCIOU – A PF atribui ao general os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Somadas, as penas máximas previstas para esses delitos chegam a 28 anos de prisão.

Conforme revelado pelo site ICL Notícias, o tenente-coronel Mauro Cid, que foi assistente de ordens de Bolsonaro, afirmou em depoimento à PF que Braga Netto entregou dinheiro vivo para financiar o plano golpista “Punhal Verde e Amarelo” de assassinato de autoridades a ser executado pelos Kids Pretos, um agrupamento de elite das Forças Armadas do Brasil.

DEFESA NEGA – Em resposta na última sexta-feira, dia 6, os advogados de Braga Netto afirmaram que o cliente “não coordenou e não aprovou plano qualquer e nem forneceu recursos”.

Mas Braga Netto é apontado pela PF como figura central da tentativa de golpe. Segundo o relatório do inquérito, as chamadas “medidas coercitivas” previstas no plano Punhal Verde e Amarelo, com o planejamento operacional para ações de Forças Especiais, foi feito para ser apresentado ao general.

“Os elementos probatórios obtidos ao longo da investigação evidenciam a sua participação concreta nos atos relacionados à tentativa de golpe de Estado e da abolição do estado democrático de direito”, diz a PF.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Braga Netto tem de torcer muito pela anistia. Se bobear, pegará pena maior do que a do mito. Mas os militares já pediram a anistia, e o magnânimo Lula irá atendê-los. (C.N.)

Piada do Ano! Corrupção é tratada com a seriedade necessária

Gilmar Mendes - ÉPOCA | Tudo sobre

Gilmar Mendes está de bom humor e não resistiu à piada

Rayssa Motta
Estadão

O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), afirma que os escândalos recentes de venda de decisões judiciais envolvendo juízes e desembargadores de pelo menos sete Estados e até servidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ) afetam a imagem do Poder Judiciário, mas estão sendo investigados com o rigor necessário.

Gilmar também defendeu o debate em torno da PEC da Segurança Pública, proposta mais ambiciosa do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a área, capitaneada por Lewandowski.

É PRECISO MUDAR – “Já na presidência do CNJ, entre 2009 e 2010, eu defendia a ideia de fortalecimento desse chamado SUSP (Sistema Único da Segurança Pública). É claro que o tema envolve delicadezas de competências dos Estados, mas a gente está vendo que ao longo dos anos o sistema como está revela-se insuficiente. É preciso que esse diálogo se aprofunde entre a União, Estados e municípios”, defendeu o decano.

Questionado sobre os casos recentes de violência policial em São Paulo, Gilmar Mendes afirmou que “a polícia precisa ser firme, mas respeitosa dos direitos humanos”.

SEM CRÍTUCAS – O ministro do STF também evitou criticar o governador Tarcísio de Freitas, eu era contra o uso de câmaras pelos PMs, mas agora mudou de ideia e está convencido da necessidade

“Ele (Tarcísio) é um intelectual, uma figura muito racional. Governar é um pouco fazer experiências. Ele está respondendo a modelos de políticas públicas, fazendo experiências e eventuais revisões. É natural que seja muito complexa administrar a segurança pública no Estado de São Paulo, o maior Estado, a maior população, a economia mais complexa. É natural que os desafios em São Paulo também sejam maiores”, assinalou o ministro do Supremo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Gilmar Mendes tem senso de humor acurado e gosta de fazer piadas. Dizer que a corrupção está sendo tratada com a seriedade necessário é realmente uma grande piada. (C.N.)

“Quem seria o ditador?”, indaga Flávio Bolsonaro sobre o golpe

Em entrevista, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirma que só será candidato à Prefeitura do Rio sem 2024 se tiver a bênção do pai

Flávio Bolsonaro pergunta quem seria o novo ditador

Thais Bilenky
do UOL

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou ao UOL que o plano de golpe de Estado revelado pela Polícia Federal era “um crime impossível”.

“Quem ia ser o ditador do Brasil? Qual ia ser a função de cada um? Iam negociar com quem? Tinham braço armado, tinham forças armadas, tinham forças auxiliares ao seu lado? Não tinha nada”, disse Flávio à coluna.

SEM SENTIDO – Para o parlamentar, a tese de “golpe dentro do golpe” não faz sentido. Nada do que foi revelado pela PF faz sentido para ele.

Em quase 900 páginas de relatório, a Polícia Federal juntou provas da trama golpista. Foram descobertos documentos com planos de golpe e de assassinato de autoridades, alguns dos quais foram inclusive impressos.

Um documento previa a instalação de um Gabinete Institucional de Gestão de Crise após a consumação do golpe, que seria comandado pelos generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto.

DENTRO DO GOLPE – Investigadores chegaram a cogitar um golpe dentro do golpe que poderia tirar a autoridade de Jair Bolsonaro para assumir no lugar dele um general, a patente mais alta da carreira do Exército.

Braga Netto soltou uma nota em que não nega ter ajudado a planejar o golpe, mas rechaça a “tese fantasiosa e absurda” do “golpe dentro do golpe”.

Em entrevista nesta quarta-feira (4), o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, comentou a trama golpista. Sem citar o nome de Braga Netto, afirmou que “um disse lá ‘golpe a gente ia dar, mas golpe dentro do golpe não'”.

CRIME IMPOSSÍVEL – Flavio Bolsonaro disse que tudo é “uma maluquice sem tamanho, sem pé nem cabeça”, porque significa um crime impossível.

“Quem ia ser o ditador do Brasil? Qual ia ser a função de cada um? Iam negociar com quem? Tinham braço armado, tinham forças armadas, tinham forças auxiliares ao seu lado? Não tinham nada”, disse Flávio à coluna.

“É uma viagem de alguém que usou droga pesada. Simplesmente é inexequível aquilo que foi cogitado. Se foi cogitado, é inexequível”, concluiu o senador.

Anistia será um incentivo à quebra da disciplina e da hierarquia

Os 41 anos da Lei de Anistia - Tribuna da Imprensa Livre

Charge do Humberto (Folha de Pernambuco)

Roberto Nascimento

Os ventos apontam no sentido do arquivamento das denúncias de tentativa de golpe e quebra da hierarquia e disciplina. Muitas pessoas, com as quais converso, dizem que ninguém será punido no âmbito da caserna.

Anistia é um prêmio para quem planejou até assassinatos em série. Seria dar um recado para a sociedade, confirmando que o crime compensa no Brasil, quando é cometido por políticos, militares, autoridades, empresários e juízes.

IMPUNIDADE – É uma vergonha que militares indisciplinados ou corruptos sejam considerados mortos e suas mulheres continuem recebendo seus soldos e gratificações.

Da mesma forma, os juízes, quando são punidos pelo Conselho Nacional de Justiça, por venda de sentenças e outros crimes, a punição delas é apenas a aposentadoria compulsória, uma realidade nauseante.

As elites militares querem anistia para generais e oficiais envolvidos no golpe de Estado. É muita ousadia. Mas está quase certo que Lula vá ceder aos apelos, beneficiando até mesmo Jair Bolsonaro, golpista desde capitão, e todos os demais.

PRIVILÉGIOS ILEGAIS – As Forças Armadas não podem reivindicar esses privilégios ilegais. Precisam dar o exemplo à nação, mas relutam em fazê-lo.

Esse pedido de anistia aos golpistas, feito pelos atuais comandantes militares diretamente a Lula, em reunião sábado passado no Alvorada, furo de reportagem de Eliane Cantanhêde no Estadão, tudo isso comprova que militares não gostam de cortar na carne, de punir seus fardados, mesmo aqueles que se reuniram para assassinar pessoas e tomar o poder pela força.

Enfim, anistiar é um passaporte para nova tentativa de golpe, por representar um incentivo à quebra da disciplina e da hierarquia, desmoralizando as Forças Armadas.

Ninguém poderia esperar que a OAB viesse a instituir censura…

O X da questão

Charge de Júlio César Barros (O Antagonista)

André Marsiglia
Poder360

A comissão de ética da OAB-SP decidiu limitar que advogados concedam entrevistas com frequência. Deixou de definir o que seria o limite e delegou à subjetividade, a mãe de todas as censuras, o que os advogados poderiam ou não fazer.

Na prática, a decisão é inócua. Os advogados podem cumular sua atividade com outros ofícios, o de jornalista, por exemplo. E como desde 2009 o STF entende que o exercício do jornalismo prescinde de formação ou diploma na área, se o advogado disser que atua na imprensa como jornalista, a OAB sequer terá legitimidade para fiscalizá-lo.

É MUITO FEIO… – Mas o ponto não é esse. O ponto é que não tem como não chamar essa decisão de censura e é muito feio a OAB censurar advogados.  A lógica da decisão é impedir a concorrência desleal, partindo da premissa de que a aparição de uns na imprensa desequilibra a balança de oportunidades em relação a outros.

Mario Sabino, em artigo impecável para o Metrópoles sobre o tema, fez uma ponderação precisa: “O advogado que se sobressai na sua área de atuação, que tem muito sucesso nas causas em que atua, é que é chamado a dar entrevistas, não o contrário”.

Portanto, a decisão da OAB parece desejar punir o esforço de uns, acreditando ser ético limitar suas oportunidades. É uma lógica que se constrói em sentido oposto à livre iniciativa, à liberdade econômica, e, claro, à liberdade de expressão.

FALSA ÉTICA – No fundo, é uma visão de que ser ético é colocar todo mundo em igual ausência de oportunidades. A OAB, de uma forma geral, tem sido frequentemente questionada em razão de seu silenciamento ou de seus posicionamentos frágeis em relação a abusos e destemperos do Judiciário brasileiro, em especial os da Suprema Corte.

A OAB tem ficado muda, inclusive, diante de ministros que passam o dia inteiro na TV dando recados, falando de casos sob julgamento e dando pitacos até na economia do país.

Mas quando são os advogados que falam, a OAB reage? Será ético que juízes falem na imprensa e advogados não? Não será suficiente o silêncio da entidade, desejará também o silêncio dos advogados?

CENSURA NORMAL – Parece que criamos uma espécie de ecossistema que normalizou a censura no país e nos tornou insensíveis à sua nocividade.

Assim como nos habituamos à corrupção, ao caos diário da saúde e da educação, incorporamos a censura como parte do nosso dia.

Uma OAB que censura é um preocupante sintoma desse ecossistema. Espero, com sinceridade, que a mencionada decisão seja revista.

Retire seu dinheiro do país antes que o país retire seu dinheiro de você…

Apesar da crise ou apesar dos lucros? | LavraPalavra

Charge do Pelicano (Arquivo Google)

José Perez

O que mais tenho lido em sites de bancos de investimentos e similares, além de posts do X, é a mesma recomendação – explícita ou implícita – e suas variações: “Retire seu dinheiro do país antes que o país retire seu dinheiro de você.

Faz sentido. Bilionários e milionários nunca deixaram dinheiro por aqui. Os economistas Paulo Guedes e Roberto Campos Neto, são o maior exemplo dessa inversão de valores.

DANDO O EXEMPLO – É uma realidade que se exibe diante de nós. Quando as principais autoridades econômicas do país admitem que colocam seus investimentos no exterior, isso significa dar o exemplo de que não acreditam no próprio trabalho e no próprio país.

O resultado é que agora até a classe média alta já está colocando seu dinheiro fora. Ao mesmo tempo, o resto da população em geral poupa pouco e certamente uma política financeira nesses termos não pode dar certo.

É só perguntar por aí: “Você prefere receber em dólares ou em reais?”.

DESMORALIZAÇÃO – A verdade é que ninguém confia mais nas instituições do país. Por isso há tantos brasileiros que se deixam levar por falsos líderes políticos, como Lula e Bolsonaro.

Além da questão do Judiciário, que solta traficantes e corruptos, mas defende censura e indicia parlamentares no exercício do poder, por “abusar da liberdade de expressão”, a esculhambação está mesmo reinando.

Perguntei a um assessor da Câmara se o deputado havia estado em Brasília nesta semana e ele me informou que sim, mas por apenas 12 horas. Quando o presidente Arthur Lira avisou que poderiam votar pelo Infoleg, o ilustre parlamentar já estava dentro da aeronave. E quem paga essa conta somos nós.

Lula vai dispensar Alckmin e lançar Haddad como vice em 2026

Mestre em economia e gestor experiente: as credenciais de | Política

Alckmin vai ser dispensado e disputará o governo de SP 

Raquel Landim
do UOL

Se as alianças que vem sendo costuradas permitirem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vislumbra uma “chapa puro sangue” para 2026, com Fernando Haddad como candidato a vice. A vontade de contar com Haddad na chapa vem da consciência de Lula da sua “finitude”.

Pessoas próximas a Lula disseram à coluna que esse é um “desejo” do presidente, mas que ele sabe das dificuldades diante da necessidade de montar um acordo partidário amplo para facilitar o processo eleitoral.

PRAZO DE VALIDADE – Com 79 anos, Lula chegará a 2026 com 81 anos. Ele não quer correr o risco de, numa eventualidade, ter que deixar a Presidência da República nas mãos de um aliado no qual não tem plena confiança.

A escolha de Haddad como vice também deixaria claro para o PT quem é o seu sucessor em 2030. A chapa “´puro sangue” seria possível numa aliança mais restrita, como a que elegeu Lula em 2022, se o atual vice Geraldo Alckmin (PSB) decidir concorrer ao governo de São Paulo em 2026.

Conforme revelou a coluna, os planos da articulação política são mais ambiciosos. O Planalto trabalha para trazer já no primeiro turno o PSD e o MDB para a coligação de reeleição. Neste caso, é muito cedo para saber se seria necessário ou não entregar a vice.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A candidatura de Lula já reeleição já está fechada, mesmo que ele esteja imprestável em 2026, com validade vencida e sem condições de governar. Por isso, o PT terá de sair com chapa puro-sangue. Assim, se Lula tiver de se afastar, o vice Haddad assume e os empregos distribuídos pelo partido estão garantidos. (C.N.)

Bolsonaro desafia Globo e Polícia Federal a entrevistá-lo ao vivo

Jair Bolsonaro em vídeo criticando a Rede Globo

Jair Bolsonaro gravou um vídeo para desafiar a TV e a PF

Deu no Poder360

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou neste sábado a desafiar a TV Globo a entrevistá-lo ao vivo. Chamou os jornalistas da emissora de “fracos” e disse que o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e o delegado Fábio Shor, que conduz investigações contra pessoas ligadas ao ex-chefe do Executivo, poderiam sabatiná-lo. 

DISSE BOLSONARO –  “Rede Globo, estou à disposição de vocês para duas ou três horas ao vivo, vocês me inquirirem sobre o que bem entenderem. Joias, vacinas, golpe, baleia, leite condensado, carpas, moedinhas do lago. Seja o que for, estou à disposição. Tenho certeza que vocês terão a maior audiência da história do Brasil”, afirmou, num vídeo nas redes sociais. 

A declaração de Bolsonaro se dá depois de o jornal O Globo publicar uma reportagem sobre a reforma de sua casa em Angra dos Reis (RJ).

“E aí, Rede Globo, vão me sabatinar ou vão continuar com medinho? E fazendo essas matérias porcas, como, por exemplo, a de hoje. Repito: obra de Bolsonaro não teve alvará e usou firma do cunhado de aliado do PL. Ficou feio! Rede Globo, estou aguardando a resposta de vocês”, disse Bolsonaro. 

REFORMA DA CASA – O jornal noticiou que uma reforma de R$ 900 mil na residência do ex-presidente não teve alvará. Bolsonaro nega irregularidades e declarou ter feito o pagamento dos serviços conforme as leis nacionais.

 “Fiz a reforma, sim, de R$ 900 mil e paguei em Pix. Tudo declarado no Imposto de Renda, inclusive o valor da reforma. Essa casa eu adquiri, ou melhor, a construí nos anos 1990, sem problema nenhum. Não tem nada de ilegal. Paguei com Pix”, disse.

Não é a primeira vez que o Bolsonaro desafia a TV Globo a entrevistá-lo. Em julho, o ex-presidente fez uma provocação semelhante: “Será que vocês não têm a coragem ou dignidade de me convidar para duas horas ao vivo”. À época, ele falava para apoiadores em Santa Cruz do Sul (RS). 

DESAFIO À GLOBO – Outro desafio foi proposto por Bolsonaro enquanto ainda era presidente. Na ocasião, ele provocou a emissora carioca a discutirem a segurança nas eleições de 2022. 

“Eu quero aqui desafiar a TV Globo, vamos falar dos demais canais. Se vocês toparem discutir a questão de segurança nas eleições comigo ao vivo, estou à disposição da TV Globo, com dados, com números, coisas concretas sobre segurança nas eleições”, disse o então presidente durante uma de suas lives semanais.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGCom problemas de audiência, a Globo está perdendo uma oportunidade de ouro. A entrevista iria dar uma tremenda audiência. É pena que não vai rolar… (C.N.)

Tarcísio recuou, mas Caiado não aceita colocar câmaras nos PMs

Governo de Goiás está à disposição de Márcio Corrêa para ajudar a resolver  os problemas de Anápolis, diz Caiado - Portal 6Isabel Mega
CNN, Brasília

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), afirmou à CNN que respeita a posição do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em recuar na opinião sobre o uso de câmeras corporais em policiais. Caiado, no entanto, mantém o posicionamento contrário à utilização dos equipamentos.

“Ele reconsiderou a posição, respeito. Eu continuo com a minha. Enquanto governador, seguirei sem uso de câmeras nos meus policiais, e sendo o estado mais seguro do Brasil”, disse à CNN.

CANDIDATOS – Os dois governadores são considerados presidenciáveis da direita para 2026 e dividem um mesmo eleitorado. A mudança de opinião de Tarcísio veio na esteira de uma crise na segurança pública de São Paulo, com registros de diversos casos de violência policial.

“Estou absolutamente convencido que é um instrumento de proteção da sociedade e do policial”, afirmou o chefe do Executivo de São Paulo”.

Questionado se a mudança de opinião de Tarcísio poder ser um fator representativo para diferenciar os dois nomes em uma eventual disputa em 2026, Caiado disse que não tem uma pesquisa sobre presidenciáveis.

APROVAÇÃO POPULAR – “Sei lhe dizer que, em Goiás, a aprovação da Segurança Publica, sem uso de câmeras, atingiu 89% junto a população do estado”, afirmou.

Caiado é conhecido pelo antagonismo a propostas do governo Lula, como a PEC da Segurança Pública. Em outubro, durante a apresentação da proposta em uma reunião no Palácio do Planalto, o governador afirmou que o estado não iria adotar o uso de câmeras corporais.

“Sou governador de estado, fui eleito pelo meu povo. Não vou botar câmera em policial meu de maneira alguma. Não existe a hipótese de eu colocar câmera em policial meu”, disse.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Tarcísio de Freitas está agindo racionalmente. Enfim, entendeu que a câmara protege o criminoso e também o policial. Mas Caiado, demagogicamente, vende o peixe de que Goiás é o paraíso da segurança pública. (C.N.)

Afinal, por que Lula, Haddad e Rui Costa odeiam tanto Brasília?

Para deputados, Haddad é o melhor ministro de Lula; Rui Costa é o pior –  Política – CartaCapital

Costa, Lula e Haddad moram em Brasília e odeiam a cidade

Vicente Limongi Netto

O governador Ibaneis Rocha fez muito bem em reagir, com firmeza e clareza, às infames e revoltantes críticas de Lula ao Fundo Constitucional do Distrito Federal. Juscelino Kubitschek revirou-se no túmulo, envergonhado com o desrespeito e ataques de fígado do semideus Lula a Brasília e aos brasilienses.

O atual chefe da nação, que gosta de jurar que governa para todos, sem ódios nem rancores, na verdade, age levianamente. Ao contrário, insulta e roga praga aos que não rezam pela sua torpe e arrogante cartilha.

PELE DE CORDEIRO – É lobo vingativo e esfomeado, em pele de cordeiro. Desgastado politicamente, nunca ganhou eleição em Brasília, Lula está atormentado, despreza a importância do Fundo Constitucional, essencial para manutenção dos gastos com segurança, educação e saúde para uma população de perto de 3 milhões de habitantes.

Contenha-se, Lula. Refresque os neurônios. Procure raciocinar com dignidade e grandeza de atitudes. Não vá na onda mesquinha de cretinos como Rui Costa e Fernando Haddad, o ministro mais sabujo da esplanada. 

Há meses, o baiano Costa, que envergonha Rui Barbosa, fez insinuações contra Brasília. Apanhou sem dó nem piedade. Merecidamente. Não tem moral nem autoridade para jogar as patas na capital federal. Se enxerga, desprezível.

Bolsonaro rebate Eduardo e diz ser “plano A, B e C” para 2026

Bolsonaro passa mal e é levado a hospital em São Paulo; ele mantém agenda  na Paulista | Jovem Pan

No Rio Grande do Sul, Bolsonaro tira a esperança do filho

Carlos Villela
Folha

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou nesta sexta-feira (6) que haja um substituto ao seu nome dentro do PL para concorrer à Presidência da República em 2026.

“O plano A sou eu, o plano B sou eu também e o plano C sou eu”, disse Bolsonaro em entrevista ao programa Gaúcha Atualidades, da Rádio Gaúcha.

APÓS A MORTE – “A não ser depois da minha morte física ou política em definitivo que eu vou pensar em um possível nome”, afirmou o ex-presidente, declarado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até 2030.

A declaração do ex-presidente rebate a fala de um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que sugeriu nesta semana que poderia ser um “plano B” para concorrer ao Planalto.

“O plano A é [Jair] Bolsonaro, posso ser o plano B”, afirmou Eduardo em Buenos Aires, onde participou de painel da Cpac (Conferência de Ação Política Conservadora). Apesar da sugestão, Eduardo negou que seja pré-candidato ao cargo.

SEM GOLPE – Na quarta (4), o ex-presidente também participou da conferência por vídeo e disse que nunca pensou em um golpe após o resultado das eleições de 2022, quando perdeu para Lula (PT) mas se negou a reconhecer a derrota.

O ex-presidente tem duas condenações no TSE —por mentiras e ataques ao sistema eleitoral em reunião com embaixadores e por uso eleitoral do 7 de Setembro de 2022.

Seu grupo político insiste na tentativa de reverter a inelegibilidade até 2026 e em tentar uma anistia concedida pelo Congresso Nacional.

EM CAMPANHA – Bolsonaro está em campanha e cumpre agenda no norte do Rio Grande do Sul.

Ele passou por Santa Rosa, Santo Ângelo e Passo Fundo, onde participou da Fenasoja (Festa Nacional da Soja).

Em outubro, o presidente do PL Valdemar da Costa Neto levantou os nomes de Eduardo e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como alternativas, mas manteve a defesa da candidatura de Bolsonaro.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGEduardo é enxerido, como se dizia antigamente, e ainda não percebeu que o pai quer ser imorrível. (C.N.)