Toffoli conseguiu esculhambar também a Polícia Federal, o TRF-4, a Receita, o STJ e o próprio Supremo

Toffoli chama prisão de Lula de 'um dos maiores erros' da Justiça do país | VEJA

Toffoli estava se sentindo o máximo e fez a grande burrada

Carlos Newton

A decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao determinar na quarta-feira, dia 6, a anulação das provas do acordo de leniência da Odebrecht, homologado em 2017 na Operação Lava-Jato, foi uma verdadeira aula de Direito às avessas, que precisa ser estudada nas universidades, para que os acadêmicos jamais repitam comportamentos semelhantes.

Toffoli tem um notório currículo de pouco saber e sua reputação resume-se à conhecida amizade que dedicava a Lula da Silva e José Dirceu, quando foi advogado do PT, circunstância que foi primeira e única razão para levá-lo a ser ministro do Supremo.

EM NOME DA AMIZADE – Aquela velha amizade com Lula não existe mais e Toffoli tentou retomá-la ao conceber essa escandalosa decisão, que vai ficar marcada como a maior trapalhada jurídica da História do Brasil, incluindo Colônia e Império.

Nada disso teria acontecido se Toffoli tivesse consultado sua equipe, que analisa todos processos e recursos a ele apresentados, definindo teses e redigindo as decisões. Sua assessoria é composta de um chefe de gabinete, oito operadores de Direito (juízes auxiliares, advogados, procuradores ou defensores) e dois assistentes judiciários (também com formação superior).

Movido pela paixão política e pela necessidade de agradar Lula, que está rompido com ele desde 2018, Toffoli se meteu a redigir sozinho o importantíssimo texto. Caso recorresse à equipe, o ministro teria sido advertido sobre os erros jurídicos e processuais que estava cometendo. O texto sofreria um pente fino e não haveria motivos para tamanha reação. Mas a vaidade falou mais forte.

HOUVE BOICOTE? – Há duas hipóteses. A primeira é de que Toffoli tenha pedido à própria mulher, advogada Roberta Rangel, que fizesse a revisão do texto.

E a segunda hipótese é que tenha submetido o texto à equipe, como de praxe, para que os assessores fizessem a revisão e evitassem erros de digitação, digamos assim.

Bem, se o texto foi lido pela equipe, os auxiliares deveriam ter feito a caridade de avisar ao ministro que a decisão dele era uma tragédia anunciada. Pode até ser que tenham alertado e Toffoli nem ligou. E pode ser que não tenha havido esse aviso, os assessores simplesmente deixaram acontecer, para colocar Toffoli no seu devido lugar. 

Agora, instituições respeitadas, como a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), vêm a público  apontar os vexaminosos erros de Toffoli, que está no Supremo há quase 14 anos e não aprendeu nada, rigorosamente nada.

Em sua ignorância orbital, Toffoli nem reparou que estava esculhambando não somente a 13ª Vara de Curitiba e a Procuradoria, mas também a Polícia Federal, o TRF-4, o STJ, a Receita Federal e o próximo Supremo, que aprovou a homologação do acordo de delação da Odebrecht.

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P.S. 1
Toffoli foi dormir na véspera do feriadão se sentindo o máximo. Na quinta-feira, até pensou em ir ao desfile e tentar cumprimentar o ex-amigo Lula. Mas foi ler os jornais e começou a perceber que tinha cometido o maior erro de sua vida, e começou a se sentir o mínimo.

P.S. 2 – Instituições como a Associação dos Procuradores vieram a público mostrar que Toffoli não sabe o que determina a Constituição. Ordenou que a Advocacia-Geral da União e o Tribunal de Contas da União investiguem os procuradores da Lava Jato, sem que tenham competência para tanto. Nesse nível, sua decisão é um monte de asneiras, que explodiu como uma bomba dentro do Supremo. Depois voltamos com mais detalhes. (C.N.)

11 thoughts on “Toffoli conseguiu esculhambar também a Polícia Federal, o TRF-4, a Receita, o STJ e o próprio Supremo

  1. O PT, que tínhamos como a modernização da esquerda destalinando-a, mostra-se atualmente que não superou mas a destruiu, não só no Brasil, como em toda a América-Latina. Não teve e, parece que nunca terá, nenhum sentimento de culpa ao herdar e tornar-se o braço direito do secular clepto-patrimonialismo da burguesia latino-americana tacanha. Conseguiu inclusive exportar e envolver diversos países na tragédia da corrupção, que nos mantém no quinto mundo, envolvendo, inclusive, países subdesenvolvidos além-mar.

    https://exame.com/negocios/corrupcao-na-odebrecht-foi-a-mais-organizada-da-historia-do-capitalismo/

    É de se crer que a falta de caráter subiu à sua cabeça, querendo, vejam bem, inverter a ordem e apagar a História, tornando criminosos aqueles que o investigaram e o condenaram, assim como os seus aliados de falcatruas.

    Evidentemente que a operação de apagar o maior caso de corrupção política da História não pode dar certo. A menos que estivéssemos numa ditadura com sua devida Lei da Censura, que não foi aprovada, bagunçando a operação.

  2. Vamos ver como vão sair desta enrascada.

    O Totem transformou o Estado numa creche privada pra atender suas infantilidade. Aliás, do casal imperial que dançam apesar dos desastres naturais.

    O deslumbre com os prazeres da burguesia engoliu fácil a tal “pseudo-esquerda”.

    https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/politica/2023/09/janja-apaga-post-com-danca-apos-criticas-por-ausencia-de-lula-no-rs.html

    A pergunta que fica é se a está altura da tragédia política será possível apagar Todas as ignomínias.

  3. A decisão de anular o acordo de leniência da Odebrecht foi correta. Claro, a ANPR está no seu papel de defender, corporativisticamente, os seus integrantes. Falou demais, mas no principal, acertou. Vamos ver no plenário.

    Os abusos da lava jato precisam ser investigados, afinal de contas, representam a justiça e a justiça deve seguir as leis do país.

  4. Não estou a par do assunto, não vou tecer opinião, mas faço uma pergunta:
    não bastava punir os empresários sem fechar as empresas que tiveram de paralisar várias obras, gerando desemprego, menos impostos e menos arrecadação para o INSS?

    • Caro Nelson Jacob, nos EUA, muito lembrado por alguns, os juízes em suas decisões, multam as empresas, mas sempre , com valores compatíveis à sua sobrevivência.

  5. Acho que Toffoli não fez nada de errado, ele serve a uma causa. Os fins justificam os meios, para ele.
    Essa cruzada que movem contra a direita é notória, só não vê quem não quer.

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