Para o cidadão-contribuinte-eleitor, em tempo de eleição, perguntar não ofende

Tribuna da Internet | No colo da mãe natureza, Paulo Peres criou versos nas  nuvens do ateliê do vento

Paulo Peres, poeta e compositor

Carlos Newton

O advogado, jornalista, analista judiciário aposentado do Tribunal de Justiça (RJ), compositor e poeta carioca Paulo Roberto Peres, através do poema “Perguntar”, personifica o cidadão-eleitor-contribuinte e questiona os candidatos às eleições municipais, que tantas promessas fazem,

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PERGUNTAR
Paulo Peres

Meu senhor, minha senhora,
Desculpe por perguntar,
Notícias de toda hora
Que entender faz chorar!

Trabalho o ano inteiro
Imposto do meu dinheiro
Percentual vem tirar….

Mas tudo bem, entendo eu
Isto sempre aconteceu
Para necessidades sanar
Do povo em qualquer lugar.

Mas no Brasil tal contrato
Por governantes setores
É rasgado em cada ato
Pela ganância, credores
Do além-mar barganhar….

Em ano de eleição
Surge como panaceia
O voto do cidadão.
Muita promessa semeia
E no fim é sempre igual.

Prestar o serviço essencial,
Federal, estadual, municipal
Pertence a quem, afinal?

A competência passeia
Pelo rádio, TV e jornal,
Enquanto o Povo vagueia
No sofisma eleitoral!

6 thoughts on “Para o cidadão-contribuinte-eleitor, em tempo de eleição, perguntar não ofende

  1. Na minha infância, vivida num município do interior do RS, um dia perguntaram-me porque eu quase não falava. Respondi que não era vereador para fazer discurso e até hoje meus parentes me zoam por isso.

    Políticos e candidatos à política, usam a retórica para se dar bem. Possuem solução para todos os nossos problemas, mas geralmente solucionam os seus próprios. Político virou uma profissão para enriquecer, com raras exceções.

    As ações concretas para melhoria do povo são escassas e quem, nesse meio, tenta algo fora do sistema é escanteado. É só ver as eleições nas casas legislativas.

    E nas grandes eleições de gestores executivos, então? São feitas promessas irrealizáveis, faladas coisas que mexem com a emoção do povo.

    E quando alguém tenta discutir política num nível mais sério, com a razão, geralmente vem a agressão, as fofocas, assuntos que não melhoram a nossa vida em nada.

    E o pior, o povo diz que não se interessa por política, que ela não vai melhorar em nada a sua vida. Não percebe que é o contrário, que ela rege a nossa vida.

    E os meios de comunicação em geral? Em vez de assuntos relevantes, preferem manchetes escandalosas, conduzindo as discussões para coisas vãs. E e isso ficou muito pior com as redes sociais, com suas mensagens curtas e sem conteúdo algum. O resultado é que quase ninguém consegue ler mais que dez linhas de um texto.

    O Estado, hoje em dia, parece estar desequilibrado. Há alguns anos que o poder legislativo abocanhou mais poder, tornando o Estado mais para o lado parlamentarista do que presidencialista.

    Até que tal arranjo poderia ser bom, desde que os nosso legisladores fossem pessoas desapegadas e íntegras que trabalhassem e prol de beneficiar a sociedade em vez de se auto beneficiarem.

    Legisladores se elegem e reelegem eternamente, sem limites de tempo. Falando, falando e nada realizando de mudanças prá valer. O sistema vigente agradece.

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