Solução para a falta de credibilidade do governo é regular as redes sociais?

Charge do Laerte (Folha)

Joel Pinheiro da Fonseca
Folha

Ainda é difícil quantificar o dano que a polêmica do Pix causará à popularidade do governo Lula. A repercussão negativa tomou o Brasil. Nas redes, nos táxis, nas redações; onde você vai, encontra alguém preocupado com o Pix; muitos já preferem negociar em dinheiro.

Defensores do governo atribuem esse receio às fake news. Se ao menos as redes —e, imagino, o WhatsApp— fossem severamente regulamentados, a mentira de que o governo criou uma taxa do Pix teria morrido no berço. As plataformas seriam obrigadas a deletar os posts com erros sobre a instrução da Receita.

FAKE NEWS – Na onda de críticas, há sim fake news. Mas nem todas as críticas podem ser classificadas assim. Muitos dizem que o governo, embora ainda não tenha criado uma taxa, no futuro criará. E há ainda quem alegue que, com as informações mais abrangentes do Pix, a Receita prepara uma investida contra trabalhadores informais.

Em qualquer fake news específica, mais importante do que a oferta —quem criou a primeira mensagem dizendo que o governo cobraria taxa do Pix, algo trivial— é entender a demanda; ou seja, por que uma fake news “pega”.

Lembremos que, no governo passado, Paulo Guedes defendeu literalmente um imposto sobre o Pix e demais transações. E, no entanto, isso não colou nele, porque não havia a percepção de que o governo estava ávido por arrancar mais moedinhas do cidadão comum.

AO CONTRÁRIO – Com o governo Lula, ocorre o oposto. Ao longo dos últimos dois anos, o governo se esmerou em arrecadar mais. Não criou novos impostos ou taxas, mas fechou uma série de exceções e brechas tributárias, inclusive sobre cidadãos comuns.

Foi no contexto da “taxa da Shoppee” que a própria primeira-dama veio a público garantir que consumidores não pagariam taxa nenhuma, apenas as empresas. O tempo mostrou que —óbvio!— os consumidores pagam a taxa sim. Se lá atrás o receio popular mostrou-se correto, por que agora não seria?

Meses atrás, centenas de memes com Haddad e taxas em nomes de filme rodaram a internet. O medo de que ele taxe o Pix ou feche o cerco contra trabalhadores informais alimenta a discussão sobre o monitoramento da Receita.

OUTROS EXEMPLOS – É comum que erros e mentiras se misturem ao debate de propostas. Ano passado, acusou-se o Congresso de querer “privatizar as praias”. Nada no projeto propunha privatizar praia alguma. No governo Bolsonaro, a proposta do voto impresso era criticada por supostamente destruir o segredo do voto ao permitir que o eleitor levasse o comprovante para casa. Isso jamais fora proposto, mas sempre volta para turvar o debate.

Curiosamente, em nenhum desses casos ouvimos brados indignados pela regulação das redes contra “fake news”. Pelo contrário: cabia aos defensores mostrar que os críticos estavam errados. E é assim mesmo que tem que ser.

GRAÇAS AO DEBATE – Agora, quando o alvo é o governo Lula, propor a supressão de parte do discurso da oposição é quase um sinônimo de lutar pela democracia.

É justamente no debate, e graças ao debate, que a população passa a conhecer temas politicamente relevantes. O debate público real não é e jamais poderá ser uma fria troca de análises técnicas. Nele estão presentes intenções, projeções, exageros, equívocos e, infelizmente, até mentiras.

Cabe ao governo melhorar sua comunicação e sua credibilidade, e não colocar suas esperanças numa regulação draconiana para suprimir vozes contrárias.

Para Haddad, o inferno são os outros, incluindo o próprio Lula

Na tarde desta sexta-feira (17), o ministro da Fazenda Fernando Haddad  concedeu uma entrevista à CNN Brasil e afirmou que a família do  ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem ligação com a enxurrada

Haddad deu uma entrevista contraditória

Caio Junqueira
CNN

Os 70 minutos da entrevista de Fernando Haddad à CNN deixaram claro que, para ele, o inferno são os outros, parafraseando o filósofo francês Jean Paulo Sastre. E, para quem fizer questionamentos e apresentar fatos econômicos, a desculpa/saída será sempre pela política

Assim, a culpa da crise do Pix é de Bolsonaro, mas a culpa da crescente dívida pública é de Paulo Guedes. Ou a culpa da perda de credibilidade econômica do governo é do mercado.

PRÁTICA ANTIGA – Atribuir ao outro responsabilidades que também são suas é uma prática antiga na política, que, na boca de um ministro da Fazenda, ganha outra dimensão.

Portanto, não haverá autocrítica e não haverá mudança de rota na condução da economia do país.

E, para quem fizer questionamentos e apresentar fatos econômicos, a saída será sempre pela política.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O problema de Haddad é, principalmente, a falta de autonomia e de autoridade na condução da política econômica. As medidas que sua equipe preconiza são sempre vetadas por Lula da Silva, sob os mais escalafobéticos argumentos. E Haddad tem de engolir em seco e tentar tocar a empreitada para a frente, numa situação de absoluto constrangimento. E vida que segue, como dizia João Saldanha. (C.N.)

Acordo de cessar-fogo ainda não significa a reconstrução de Gaza

Ataques deixam 13 pessoas mortas em Gaza e quatro em Israel - Jornal O Globo

Quem vai pagar a reconstrução da cidade?, eis o problema

Hélio Schwartsman
Folha

O acordo de cessar-fogo em Gaza é uma boa notícia. Dará algum respiro aos palestinos que vêm há mais de um ano sendo dizimados pelos bombardeios do Estado judeu e permitirá que os reféns israelenses voltem para casa. Mas o acerto não toca no ponto essencial. O que será feito de Gaza?

O governo do premiê Binyamin Netanyahu nunca teve um plano para o pós-guerra. Na verdade, Netanyahu poderia ter concordado com um cessar-fogo semelhante ao atual vários meses atrás, o que teria poupado a vida de dezenas de milhares de palestinos e de dezenas de reféns israelenses. Não o fez porque a suspensão da guerra então contrariava seus interesses.

NOVA REALIDADE – O jogo agora mudou por duas razões. A primeira é a expectativa de mudança de poder nos EUA. Trump assume dia 20. A segunda é que a estratégia de Netanyahu de prolongar e ampliar o conflito aliviou a pressão política sobre seu governo.

O premiê não eliminou o Hamas, o que sempre foi uma missão impossível, mas o enfraqueceu bastante. Também conseguiu degradar as capacidades do Hezbollah no Líbano. Tais feitos representam uma derrota para o Irã, visto por muitos israelenses como o real inimigo.

Isso teve reflexo nas pesquisas eleitorais. Logo após os ataques terroristas do Hamas, as sondagens davam a gestão de Netanyahu como liquidada. Hoje, seu partido, o Likud, vai ganhando pontos.

NETANYAHU – A aceitação do cessar-fogo até pode levar ao fim do governo, já que desagrada aos partidos mais à direita da coalizão. Mas não dá para descartar que, após uma nova eleição, Netanyahu consiga se manter no poder sem esses aliados.

Voltando a Gaza, a solução sustentável é colocar o território sob administração árabe. Não há como fazer isso sem trazer para o jogo a Autoridade Nacional Palestina (ANP), que governa a Cisjordânia.

O problema é que Netanyahu passou toda a sua carreira trabalhando para enfraquecer a ANP, a fim de evitar a criação do Estado palestino. O premiê israelense, se não for apeado do poder, estaria disposto a rever isso? Ninguém jamais perdeu dinheiro por apostar contra a paz no Oriente Médio.

Por que a fala de Nikolas mereceu mais confiança que a palavra de Lula?

Lázaro Rosa | Rapaz! Se eu sou o Lula usaria esse chapéu todos os dias.  Ficou massa | Instagram

Lula apresenta um discurso bem enganador

Dora Kramer
Folha

A mentira danosa, fruto da má-fé, existe desde sempre, como bem soube o PT quando a aplicou contra a então candidata à Presidência Marina Silva (Rede) na campanha de 2014, acusando a hoje ministra do Meio Ambiente de se aliar a banqueiros para tirar comida do prato dos brasileiros.

Lula também estava consciente da força de um boato ao pespegar no governo do antecessor o dístico da “herança maldita”.

JOGO SUJO – Portanto, por mais condenável que seja o jogo sujo, não se pode dizer que a cigana o enganou sobre a contingência de se ver às voltas com uma oposição feroz e sem freio moral.

Se esperava o ambiente de doçura da época em que seu oponente era o PSDB, Lula exibe falha grave no radar sempre celebrado como dos mais afiados da República. Ou não sabia com quem estava lidando ou se superestimou, hipótese mais provável.

A dúvida importa menos que a certeza de que o presidente não se preparou adequadamente para o terceiro mandato. Ignorou a realidade tanto sob o aspecto das mudanças na sociedade quanto do ponto de vista do enfrentamento aos adversários.

GOVERNO FRÁGIL – O recente episódio do Pix —mal comunicado e pior ainda cancelado— é um resumo dessa história em que uma instrução burocrática da Receita se transforma numa crise.

E essa crise escancara a fragilidade de um governo cheio de instrumentos de poder, mas incompetente no manejo das armas.

Uma correção de rumos poderia começar pela busca de uma resposta à seguinte pergunta: por que as pessoas estão mais dispostas a acreditar menos no presidente da República do que num deputado lacrador, cujo viés caricato já o fez subir à tribuna de peruca loura para ridicularizar pessoas trans?

TERRENO FÉRTIL – As jogadas trapaceiras atraem, mas não fazem o serviço sozinhas. Precisam da ajuda de um terreno fértil para vicejar.

No caso, a falta de confiança plantada por um governo que não sabe tirar proveito das vantagens de ser situação.

Para complicar, fala aos integrantes do grupo “nós” e deixa entregues à boa sorte da oposição os incluídos na categoria “eles”, aos quais se reserva o tratamento de cidadãos de segunda classe.

Governo não admite erros e perderá apoio no Congresso, diz Nogueira

Ciro Nogueira defende poder no Orçamento: 'Sou para-raios de Guedes'

Nogueira diz que Rui Costa é o maior problema de Lula

Deu na CNN

O presidente do Progressistas (PP) e opositor ao governo federal, senador Ciro Nogueira (PP-PI), afirmou à CNN que o recuo do ato do Pix mostra que o governo precisa “virar a chave”. O parlamentar atribui ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a postura de deixar o problema seguir até ficar “sem solução”.

“Não se trata de composição de ministérios, se trata de virar a chave. É preciso haver uma mudança de postura total do governo e aí, o problema é o próprio presidente Lula. Ele tem que ter aptidão para governar. Os problemas não podem chegar nele quando estão sem solução”, disse à CNN.

AFASTAMENTO – O presidente do PP acredita que, se o governo não fizer uma reorganização em 60 dias, vai ter um “afastamento radical” entre oposição e governo no Legislativo. “Eu mesmo sou uma pessoa que vou querer puxar isso”, comentou.

Nogueira, que foi ministro da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro (PL), ainda critica a atuação de Rui Costa (PT), atual mandatário da pasta.

“O ministro da Casa Civil é um desastre. Ele é uma pessoa que tem de coordenar todos os ministros, mas é uma pessoa que os ministros não gostam, então, é complicado”, disse.

RECUO DA RECEITA – O senador é usuário assíduo das redes sociais e comentou, nesta quarta-feira (15), em uma publicação, o recuo do governo sobre o ato da Receita Federal para o Pix.

“O governo revoga a desastrosa medida do Pix, mas não admite o erro. Culpa tudo e todos: os brasileiros ou são idiotas enganados por mentiras ou os “mentirosos”, mas o governo nunca erra! Chega de andar na contramão do Brasil!”, disse na postagem.

A CNN procurou a Casa Civil e o Palácio do Planalto para comentar a respeito das afirmações de Nogueira, mas não obteve respostas até a publicação desta matéria.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Não é o primeiro nem será o último a criticar o chefe da Casa Civil. O fato concreto é que Rui Costa não tem vocação para coordenar o governo. Na ansiada reforma ministerial, que o governo vive a prometer, Rui Costa teria de ser o primeiro demitido. Mas acontece que ele fez um acordo com Lula, em 2020, para não ser candidato a nada e ficar fazendo campanha na Bahia. E assim se tornou indemissível. (C.N.)

Bolsonaro vai processar Haddad por criar fake news contra ele e a família

Desembarque de Bolsonaro tem apoio tímido, xingamento e improviso; veja  vídeo

Bolsonaro deu entrevista depois de Michelle embarcar

Deu na CNN

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (18) que irá processar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por declarações sobre a suposta compra de imóveis com recursos de rachadinha e a participação dele em uma fake news sobre a falsa taxação do Pix.

O ex-chefe do Executivo também criticou o cenário econômico do país e disse que Haddad é uma “piada” ao compará-lo com o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes.

FAKE NEWS – “Vou processar o Haddad. Eles não têm o que fazer, sempre me acusam de alguma coisa. Falou, inclusive, que eu comprei 101 imóveis, sem origem de dinheiro”, declarou o ex-presidente em entrevista a jornalistas no Aeroporto de Brasília.

“Falou que comprei 101 imóveis, sem origem de dinheiro; fizeram um trabalho, pegou meia dúzia de familiares; e me acusa de ter arranjado dinheiro via ‘rachadinha’, nunca tive cargo no governo federal, nem de faxineiro”, completou.

Bolsonaro afirmou ser perseguido e disse que, para ele, a única alternativa é recorrer à Justiça. “Acusa por acusar. Eu só tenho um caminho. Acreditar na Justiça e processá-lo, como eu vou fazer”, afirmou.

NO AEROPORTO – Bolsonaro foi, neste sábado, acompanhar a esposa, Michelle Bolsonaro, até o Aeroporto de Brasília para viagem aos Estados Unidos. A ex-primeira-dama irá comparecer à posse do presidente Donald Trump na segunda-feira (20). Bolsonaro não foi autorizado a viajar e ainda está com passaporte retido por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

À CNN, Bolsonaro já havia dito que iria processar Haddad por ter relacionado ele com a fake news sobre a taxação do Pix, que levou a um recuo do governo sobre ampliar a fiscalização de transações.

Na sexta-feira, (17), em entrevista à CNN, Haddad disse que, no entendimento dele, Bolsonaro está por trás do vídeo publicado por Nikolas Ferreira (PL-MG), no mesmo dia em que o governo federal decidiu revogar a medida de fiscalização do Pix.

BRONCA DA RECEITA – “O Bolsonaro tem uma bronca da Receita Federal pelas questões já conhecidas… A Receita Federal descobriu o roubo das joias, abriu a investigação das rachadinhas, abriu a investigação sobre os mais de 100 imóveis comprados pela família Bolsonaro”, disse o ministro na ocasião.

Segundo Bolsonaro, a intenção do governo Lula com o monitoramento de pagamento por Pix visava possíveis cobranças no futuro. Ele também afirmou que o Pix foi criado em seu mandato. A ferramenta, no entanto, foi idealizada em governo interiores e implementada na gestão do ex-presidente.

“Quando o PT, do Haddad, vê que por dia se movimenta mais de R$ 100 bilhões, por dia, o que que ele vê nisso aí? Uma maneira de buscar alguma coisa. Não é taxando, no primeiro momento. Ninguém está falando em taxar aqui. Mas, quando vê, vai preparando o clima para meter a mão no bolso do informal, das pessoas mais simples e por que não dizer também para perseguir algumas pessoas?”, afirmou Bolsonaro.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Comprem pipocas. Há cada vez mais novelas rolando na política nacional, cujos protagonistas merecem o Oscar de Efeitos Especiais para cima do povo. (C.N.)

Decisão da Suprema Corte dos EUA sobre TikTok sinaliza nova guerra fria

TikTok: o que é e como funciona a rede social - Olhar Digital

Americanos querem “nacionalizar” a rede social chinesa

David French
The New York Times

O bom senso constitucional prevaleceu. Na manhã desta sexta-feira (17), uma Suprema Corte unânime manteve a Lei de Proteção dos Americanos contra Aplicações Controladas por Adversários Estrangeiros, que efetivamente proibirá o TikTok nos Estados Unidos, a menos que se desfaça do controle chinês.

A opinião do tribunal foi simples e direta. Primeiro, levantou dúvidas sobre se a Primeira Emenda sequer se aplicava ao caso. A lei regula o controle estrangeiro da plataforma e não se aplica diretamente a nenhum dos conteúdos.

PRIMEIRA EMENDA – Mas o tribunal assumiu que a Primeira Emenda se aplicava e analisou o caso usando princípios da Primeira Emenda. O elemento chave do raciocínio do tribunal foi o reconhecimento de que a proibição era “neutra em relação ao conteúdo”, o que significa que não visava nenhuma das expressões existentes na plataforma.

Visava, em vez disso, o controle da plataforma e o controle das informações pessoais que o TikTok coleta através da plataforma.

E, nesse caso, o tribunal reconheceu os significativos riscos à segurança nacional em permitir que uma potência estrangeira hostil tivesse tanto acesso direto à praça pública americana e tanto acesso às informações pessoais dos americanos.

APOSTA ARRISCADA – O argumento de que o Congresso não poderia regular o controle chinês do TikTok sempre foi uma aposta constitucional arriscada. Nunca houve uma boa chance de que o TikTok prevalecesse no tribunal, mas não houve movimentos significativos para vender a empresa —pelo menos ainda não.

Em vez disso, o TikTok parece ter apostado todas as suas fichas na mesa política. O presidente eleito Donald Trump se opõe à proibição e pode tentar contorná-la com uma ordem executiva.

O presidente Joe Biden teria dito que não a aplicará antes de Trump assumir o cargo. Cerca de 170 milhões de americanos usam o aplicativo, e muitos políticos parecem estar percebendo que os usuários do TikTok não ficarão felizes se e quando seu aplicativo ficar fora do ar.

TESTE DE SEGURANÇA – Republicanos e democratas devem manter sua posição. De muitas maneiras, a proibição é um teste de QI de segurança nacional virtual. Por que uma nação racional daria ao seu inimigo mais perigoso um acesso tão abrangente aos dados americanos?

Como já escrevi, não é difícil imaginar cenários em que a China poderia usar o aplicativo para semear caos e confusão através de chantagem e enviando ondas de desinformação e propaganda para os lares americanos.

Os americanos estão lentamente despertando para a realidade de que estamos em uma guerra fria com a China. Mas o momento em que o TikTok desaparecer de seus telefones pode marcar um ponto de virada mais tangível. O velho mundo de cooperação está realmente acabado. A nova era de competição começou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A meu ver, a guerra fria nunca deixou de existir, ela apenas moveu seu eixo principal, que antes era a União Soviética e a Cortina de Ferro e agora passou a ser a China e a Rússia, nesta ordem, em função da importância no comércio e nas relações mundiais, em que os chineses exibem uma habilidade diplomática superior à dos russos. (C.N.).

 “Caso do Pix” comprova que há desconfiança nas políticas do governo

Charges | Brasil 247

Charge do Miguel Paiva (Brasil 247)

William Waack
CNN Brasil

É grave o episódio no qual o governo revogou a fiscalização da Receita sobre o Pix. Não estou falando do poder de uma informação falsa, a de que o Pix seria taxado, estou falando do grau de desconfiança que o episódio expôs.

O governo diz que não vai taxar o Pix? Milhões de pessoas não acreditam. Acham que o monitoramento dessa ferramenta é só desculpa.

NINGUÉM ACREDITA

O governo diz que vai ser equilibrado no trato das contas públicas? Os agentes econômicos não acreditam. Acham que o governo só vai tentar arrecadar mais, para poder gastar mais. Desconfiança é coisa muito séria em política e economia.

Quando o próprio Lula veio a público desmentir a fake news sobre o Pix, a onda cresceu ainda mais. Pois mentiras ganham força quando o que afirmam parece plausível, possível, provável.

CRÍTICAS COM BASE – Nesse sentido, o comportamento de milhões que acreditaram numas fake news é o mesmo que o comportamento de enorme número de agentes econômicos que correram para o dólar.

Uns acham que os fatos recentes indicam que o governo só quer isso mesmo: taxar e arrecadar. Outros acham que os fatos recentes indicam que o governo só fala, mas não corta gastos, piorando a questão fiscal; portanto, inflação, juros altos e dólar caro.

No fundo, o que estamos vendo não é tanto uma crise causada por fake news – embora também seja – mas uma crise causada por perda de credibilidade. Não adianta culpar o marketing. O problema é a essência.

Cessar-fogo traz alívio, mas quem vai pagar pela reabilitação de Gaza?

População inteira no norte de Gaza corre risco iminente de morte, diz Unicef

Israel destruiu o território de Gaza quase inteiramente

Diogo Bercito
Folha

O cessar-fogo negociado por Israel e Hamas traz alívio para Gaza, que viveu quase 500 dias sob intenso bombardeio de Tel Aviv. Se o acordo for respeitado, a população desse território palestino estará livre, por ora, das explosões e violentas incertezas que marcaram a sua rotina.

É um alívio, porém, com muitas ressalvas. A campanha israelense contra Gaza deixa feridas e cicatrizes. A devastação é tamanha que, segundo a ONU, pode ter rebaixado o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Faixa de Gaza para os níveis de 1955, apagando 70 anos de progresso.

PEQUENO TERRITÓRIO – Gaza é um território pequeno e estreito, com área equivalente a um quarto do município de São Paulo, o que contribuiu para a dimensão do estrago. Quase 2 milhões de palestinos deixaram suas casas durante a crise, mas não encontraram onde se proteger dos bombardeios de Israel.

Agora que podem retornar para os seus lares, palestinos terão de lidar com o fato de que eles provavelmente já não existem mais. Segundo estudos preliminares com base em imagens de satélite, cerca de 60% das construções e 68% das estradas da faixa foram danificadas ou destruídas.

Gaza é, hoje, um campo com milhões de toneladas de escombros, segundo as autoridades palestinas. Para remover os detritos e reerguer a infraestrutura, serão necessárias coisas básicas como cimento. Israel hoje controla a entrada de materiais e ajuda humanitária por ar, mar e terra.

QUEM PAGARÁ? – Fica, nesse sentido, a pergunta: quem vai pagar pela reabilitação do território? No passado, organizações humanitárias e governos da região, em especial do Golfo, contribuíram com a missão. Israel acusa o Hamas de ter desviado esses fundos para se armar em vez de reconstruir Gaza.

Será difícil estabelecer prioridades. Há o dano à infraestrutura, incluindo saneamento e eletricidade, que já eram precários mesmo antes dos bombardeios. Além disso, segundo a ONU, quase 95% das escolas foram atingidas por disparos israelenses, o que afeta toda uma geração.

Todas as universidades de Gaza foram destruídas também, no que ativistas de direitos humanos descrevem como um escolasticídio, uma estratégia deliberada de impedir a produção de conhecimento. Um jovem palestino de Gaza não tem, hoje, onde cursar ensino superior.

ATENDIMENTO MÉDICO – Houve ainda dano extenso à estrutura médica do território. A ONU afirma que apenas 17 dos 36 hospitais de Gaza funcionam, e de maneira parcial. Há carência de suprimentos, e médicos dizem que realizam suas cirurgias, inclusive em crianças, sem aplicar anestesia.

A imprensa internacional não pôde entrar em Gaza para conferir muitas dessas informações. A maior parte do que se sabe é resultado do trabalho de jornalistas palestinos. Há menos deles, no entanto, como consequência dos bombardeios. Ao menos 204 foram mortos.

Gaza demonstrou resiliência no passado. Houve outros conflitos nas últimas décadas, ainda que em menor escala. Palestinos foram capazes de se reerguer. O desafio que enfrentam agora, porém, testa seus limites e pode catalisar novas configurações —sociais, econômicas e políticas.

E O HAMAS? – A pergunta, agora, é o que vai acontecer com o Hamas. Israel justificou toda a destruição humana e material como uma maneira de eliminar a facção radical. Tel Aviv conseguiu, de fato, alvejar uma importante parcela da liderança, incluindo Yahya Sinwar, morto em 16 de outubro.

Organizações como o Hamas, porém, dependem de narrativas, com as quais radicalizam as suas populações. Nesse sentido, Israel está fornecendo um motivo convincente para que essa narrativa siga adiante.

Sem a desarticulação dos problemas de base, este cessar-fogo terá vida curta.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A reconstrução de Gaza tem de ser custeada pelos países árabes ricos em petróleo. Somente essas nações têm condições para esse investimento, porque o Ocidente está quebrado devido à obrigação de financiar a Ucrânia. (C.N.)

A cidadania, segundo Thiago de Mello, é direito e dever do povo

Tribuna da Internet | Thiago de Mello, um poeta à procura das cores certas  para trabalhar a primaveraO poeta amazonense Amadeu Thiago de Mello (1926/2022) ensina que “Cidadania” não é somente  um direito do povo, mas sobretudo um dever do povo.

CIDADANIA
Thiago de Mello

Cidadania é um dever
do povo.
Só é cidadão
quem conquista o seu lugar
na perseverante luta
do sonho de uma nação.

É também obrigação:
a de ajudar a construir
a claridão na consciência
de quem merece o poder.
Força gloriosa que faz
um homem ser
para outro homem
caminho do mesmo chão,
luz solidária e canção.

Como a credibilidade do governo é baixa, ninguém acredita em nada

Sobre o que essa charge fala em relação à chamada Charges políticas ? - brainly.com.br

Charge do Régis Soares (Arquivo Google)

William Waack
Estadão

A derrota do governo na questão do monitoramento do Pix é grave não só pelo estrago causado por uma clara fake news. Mas, sim, pelo grau de desconfiança que ele revela no público em geral, especialmente em relação a autoridades e seu comportamento.

O poder de fogo de uma fake news está associado a dois fatores. O primeiro é que seu conteúdo possa parecer verossímil. As pessoas acreditam num conteúdo falso pois consideram alto seu grau de plausibilidade.

O segundo fator é a ausência de referências – as instâncias tidas como guardiãs da veracidade objetiva dos fatos. Esse papel já foi representado por instituições (como a Receita Federal) ou mesmo a imprensa profissional.

GOVERNO ARRECADADOR – Em relação ao primeiro fator que explica a potência de uma fake News, o governo está lutando contra sua própria reputação. De fato, monitoramento de transações pelo Pix faz sentido do ponto de vista do combate à sonegação. Ocorre que o atual governo é visto como gastador e, por isso, arrecadador.

Portanto, do ponto de vista de quem usa o sistema, faz todo sentido acreditar que combate à sonegação é apenas a desculpa para, num futuro não muito distante, taxar os usuários da ferramenta.

Como a credibilidade das autoridades é baixa, não adianta dizer que “nunca acontecerá”.

CASO PREOCUPANTE – Em relação ao segundo fator, a questão da fake news é ainda mais preocupante, pois não depende apenas dos governantes do momento. Em quem confiar quando se trata de acreditar num fato?

A degradação da credibilidade das instâncias “convencionais” (que inclui instituições de Estado, mas também privadas, como a mídia) é um fenômeno inquestionável.

Pode-se debater quem são os “culpados” disso, ou se a perda de credibilidade das instâncias citadas acima é “justa”, “merecida” ou “positiva” para a sociedade brasileira em geral. O que não se pode é fazer de conta que esse fato não existe.

NÃO É MARKETING – O comportamento do governo nesse episódio demonstra sua baixíssima capacidade de apreciação da realidade política, com destaque para o grau de resistência social ao que a corrente política no poder representa. E sua espetacular ineficácia em “conduzir narrativas”.

Em termos clássicos da política, é um governo sempre a reboque dos acontecimentos, incapaz de moldá-los a contento.

Desconfiança é algo seríssimo em política e economia, que o governo confunde com deficiência de estratégia de marketing. É o que está na raiz dos comportamentos de agentes econômicos nos mais variados níveis e grupos. Subida do dólar, expectativa de inflação alta e a facilidade com que uma fake news sobre o Pix tomaram conta do espaço público são dois lados dessa mesma moeda.

Moraes acertou ao negar o passaporte mais uma vez a Jair Bolsonaro

BOLSONARO É ALVO DE OPERAÇÃO DA PF - Jônatas Charges - Política Dinâmica

Charge do Jônatas (Política Dinâmica)

Deu na Agência Brasil

Após a negativa do ministro do Alexandre de Moraes, na última quinta-feira (16), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou recurso da decisão que o impedia de viajar aos Estados Unidos para a posse do presidente Donald Trump. A resposta do magistrado foi outra vez negativa.

“Mantenho a decisão que indeferiu os pedidos formulados por Jair Messias Bolsonaro por seus próprios fundamentos”, disse Moraes em sua decisão, proferida nesta sexta-feira (17)

PASSAPORTE – No recurso, os advogados do ex-presidente solicitaram devolução do passaporte, apreendido em fevereiro de 2024, alegando que o pedido de viagem é pontual, não se tratando de um pedido de revogação da decisão que reteve o documento. Mas a posição do ministro do STF diante do caso não mudou.

Moraes já havia considerado, na decisão publicada ontem, que os comportamentos recentes do ex-presidente indicam a possibilidade de tentativa de fuga do Brasil, para evitar uma eventual punição.

Bolsonaro queria viajar aos Estados Unidos entre os dias 17 e 22 de janeiro. Ele e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, alegam que houve convite formal ao ex-presidente, enviado por e-mail.

CONVITE OFICIAL -Mas o e-mail, segundo Moraes, se tratava de um “endereço não identificado” e sem qualquer horário ou programação do evento a ser realizado. Mesmo sem uma comprovação do convite oficial, o ministro analisou o pedido de devolução do passaporte, negando-o.

O procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, já havia se manifestado nessa terça-feira (15) contrário ao pedido. Em parecer enviado ao Supremo, o chefe do Ministério Público Federal (MPF) sustenta que o ex-presidente não demonstrou a necessidade imprescindível nem o interesse público da viagem.

Bolsonaro teve o passaporte apreendido no âmbito da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal (PF), que investiga uma suposta organização criminosa suspeita de atuar para dar um golpe de Estado e abolir Estado Democrático de Direito no Brasil com o objetivo de obter vantagens de natureza política, mantendo o ex-presidente no poder.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Moraes tem errado muito em suas decisões. Mas desta vez ele acertou. Quem realmente poderia garantir que Bolsonaro não iria pedir asilo ao amigo Trump? O ex-presidente já está com 69 anos, tem uma doença grave, que o obriga a manter o implante da tela no abdomen. Seu futuro aqui no Brasil é nebuloso. Não tem motivos para continuar por aqui. A melhor saída para ele é o aeroporto.
(C.N.)

Michelle viaja e Bolsonaro espera que Trump reverta sua inelegibilidade

A imagem mostra uma mulher usando óculos escuros e um blazer claro, acompanhada por um homem que está próximo a ela. Eles estão em um ambiente de aeroporto, com várias pessoas ao fundo e uma estrutura metálica visível no teto

Com lágrimas nos olhos, Bolsonaro chega ao aeroporto

Marianna Holanda
Folha

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste sábado (18) esperar que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ajude com sua inelegibilidade no Brasil. Ele, contudo, não detalhou como isso poderia ser feito.

Bolsonaro falou com jornalistas no aeroporto de Brasília, após deixar Michelle Bolsonaro. A ex-primeira-dama embarcou para a posse do presidente americano, que ocorre na segunda-feira (20).

CONTEVE O CHORO – Em mais de um momento, Bolsonaro se emocionou ao mencionar que não participaria da posse do presidente dos Estados Unidos.

“[Trump] já tem influência no mundo todo da presença dele. Primeiros-ministros que estão caindo, Hamas fazendo acordo, o [Justin] Trudeau renunciou. No México, grandes apreensões foram feitas. Gostaria de apertar a mão dele, não daria pra conversar”, disse.

“Mas, com toda certeza, se ele me convidou, ele tem a certeza que pode colaborar com a democracia do Brasil afastando inelegibilidades políticas, como essas duas minhas que eu tive”, completou.

SEM PERSEGUIÇÃO – Questionado sobre como isso poderia ser feito, Bolsonaro disse: “Só a presença dele, o que ele quer, só ações. Não vai admitir certas pessoas pelo mundo perseguindo opositores, o que chama de lawfare, que ele sofreu lá. Grande semelhança entre ele e eu. Também sofreu atentado. […] Não vou dar palpite nem sugestão ele sabe o que está acontecendo”.

Bolsonaro está impedido de concorrer até 2030 em razão de duas decisões do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) relacionadas a ataques infundados ao sistema eleitoral e ao uso político do 7 de Setembro. Na esfera criminal, ele foi indiciado, em novembro passado, por suspeita de envolvimento em uma trama golpista para impedir a posse de Lula.

Legalmente, um outro país não tem qualquer gerência sobre o sistema jurídico brasileiro.

HUMILHAR DE VEZ – O ex-presidente disse ainda esperar que o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), não coloque uma tornozeleira eletrônica para “humilhar de vez”. Moraes é relator dos processos que têm Bolsonaro na mira no STF.

“Eu sou preso politico, apesar de estar sem tornozeleira eletrônica. Espero que a sua Excelência não queira colocar em mim, para humilhar de vez, uma tornozeleira eletrônica. Estou sim constrangido. Queria estar acompanhando minha esposa”, disse.

Bolsonaro disse ainda que o seu filho deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) havia acertado encontros com chefes de Estado nos Estados Unidos para ele. Como não viajará, perdeu as reuniões. Ele não disse, contudo, com quem elas seriam.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Um imbrochável que chora à tona é uma aberração ambulante, porque se diz durão para algumas coisas, mas amolece nas outras. Com a passaporte na mão, ninguém sabia se Bolsonaro ia ficar nos EUA, mas é quase certo que sim. Afinal, se dormiu três noites seguidas na embaixada da Hungria, sem a menor necessidade e comodidade, porque não curtir as delícias de Mar-a-Lago, em Palm Beach, onde Trump tem um resort?  (C.N.)

Culpar as fake news pelos erros do governo é uma tremenda fake news

Ministros Fernando Haddad e Jorge Messias conversam com a imprensa sobre o PIX, no Palácio do Planalto. Brasília - DF. Foto: João Risi / SEAUD / PR

Haddad afirma que conseguiu “tirar a arma do inimigo”

Fabiano Lana
Estadão

Temos uma nova fake news na praça, e de teor oficial: sustentar que o governo federal é excelente, que oferece serviços satisfatórios à população, que nos colocou novamente na rota do desenvolvimento e da democracia, mas a população em sua esmagadora maioria só não tem consciência desses magníficos fatos porque está com a sua percepção turvada pelas fake news estimuladas pelas bigh techs, como a Meta de Mark Zuckerberg ou o “X” de Elon Musk, trumpistas – logo, gente má.

Um corolário desse tipo de pensamento auto ilusório é colocar a culpa nos próprios problemas como se fosse algo de ajuste de “comunicação” para enfrentar essas big techs. Como se questões de sentimentos em relação à gestão, algo de uma complexidade e profundidade significativas, tivesse a ver sobretudo com propaganda.

PERSEGUIÇÃO – O resultado dessa soma de autoenganos tem sido querer criminalizar, censurar ou mesmo perseguir politicamente quem não possui essa visão rósea da administração Luiz Inácio Lula da Silva.

A questão da taxação do Pix e a resposta que se pretender dar a essa fragorosa derrota política do governo, por meio da punição severa a quem reagiu, mesmo que seja por meio de desconfianças e insinuações, se encaixa nessa visão autoritária e enganosa dos fatos.

ELEVAR A RECEITA – O vídeo do deputado Nikolas Ferreira criticando a acesso da Receita à movimentações via Pix acima de R$ 5 mil chegou a mais de 200 milhões de views não devido a fake news, crimes, ou teorias da conspiração como “auxílio deliberado da Meta para aumentar a visualização” (outra fake news).

Mas porque a sociedade, majoritariamente, tem percebido que o governo está obcecado em aumentar a arrecadação buscando qualquer brecha disponível. O fato tornou-se um prato cheio para um parlamentar oportunista e com amplo domínio do modus operandi das redes.

BOATARIAS – Como o PT bem sabe, por ser mestre no assunto ao longo de sua trajetória até bem recentemente, fake news sempre foi parte do debate político. E que considerar versões divergentes sobre um acontecimento como fake news também faz parte da luta política.

Muitas vezes, quando se quer coibir “fake news”, o que se pretende, na verdade, é restringir opiniões e informações que não corroborem a versão oficial das coisas. É o que estão buscando fazer quando clamam por regulação e controle.

De fato, é angustiante para um presidente que já foi quase unanimidade nacional, no ano de 2010, imaginar que hoje mal consegue agradar a metade do eleitorado. Talvez um pouco menos.

DIAGNÓSTICO MELHOR – Não dá para entender que boas notícias na economia, como baixo índice de desemprego e um crescimento do PIB pouco acima de 3% não levem à consagração popular.

Pior que hoje não é mais possível colocar a culpa nos tucanos, no ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ou mesmo na Rede Globo. É preciso encontrar outro inimigo.

Mas ao invés de jogar a responsabilidade em desafetos físicos ou jurídicos não seria melhor ter um diagnóstico mais preciso e sincero das circunstâncias? Imaginar, por exemplo, que uma parcela da sociedade, quando prospera, acredita que seja mérito próprio e não do governo de plantão, caso do segmento evangélico? Que certos posicionamentos, seja na área internacional, seja na questão de valores, não encontram mais aderência na população brasileira?

OUTROS FATORES – Admitir que se fale demais para convertidos e não com aqueles que ainda veem o governo com desconfiança? Que muitas vezes até os que apoiaram o presidente Lula no segundo turno de 2022, alegando querer evitar o mal maior, são gratuitamente agredidos.

Que mesmo o estilo deslumbrado da primeira-dama e seu alto custo na estrutura de governo pode ser uma âncora na aprovação. Que a leniência com a inflação pode ser um fator de corrosão de popularidade?

Será que as falas do presidente Lula, em geral longas e autocongratulatórias, não têm mais o poder de encantar como era antigamente, num mundo dos cortes rápidos das redes sociais? É preciso investigar tudo isso.

VOTO DO POBRE – Lembrar, por exemplo, que Lula venceu apenas nas faixas de renda de até dois salários mínimos. O que levaria a conclusão, lógica, de que quanto maior o acesso à internet maior a rejeição ao governo – e talvez por isso o banho que o petismo leve nas redes e qualquer tentativa de coibir o debate seria contraprodutiva.

O que se vê nas redes é consequência de um estado de espírito de quem por lá frequenta, não exatamente uma manipulação perversa de um algoritmo.

Enfim, sem preconceitos e ideias preconcebidas, entender as razões do mal humor da população para tentar buscar a solução correta. E admitir que o governo é medíocre, no sentido do termo de “estar apenas na média”, sem entregas ou realizações vistosas.

AINDA É FAVORITO –  É preciso lembrar também que neste momento, devido às divisões no campo político adversário, o presidente Lula, mesmo com números insatisfatórios de aprovação, segue como favorito para as eleições de 2026 – o que pode mudar caso os erros de diagnóstico continuem.

Por último, mas não menos relevante: na crise do Pix o deputado bolsonarista Nikolas, evangélico, de 28 anos, passou a ter mais seguidores nas redes do que o presidente Lula, com décadas de trajetória política.

Melhor do que tentar cassar ou prender o rapaz, talvez seja preferível se aprofundar nas suas técnicas e meios e buscar algum aprendizado nisso – para neutralizar movimentos como o dele na política, na comunicação correta, e não na polícia.

“Como pensar igual a um filósofo” é um livro estranho e surpreendente

How to Think Like a Philosopher Summary of Key Ideas and Review | Peter Cave - BlinkistHélio Schwartsman
Folha

“How to Think Like a Philosopher” (Como Pensar Igual a Um Filósofo), de Peter Cave, é um livro estranho. E utilizo aqui o termo estranho num sentido positivo. A reflexão filosófica, afinal, surge com o “thaumázein”, o verbo grego para designar o estranhamento.

Em princípio, “How to Think…” é mais uma introdução à filosofia. São 30 pequenos ensaios que traçam o perfil e procuram explicar as ideias de 30 pensadores. Os motivos para o estranhamento começam já na lista dos escolhidos.

DE TODO TIPO – Há os inevitáveis, como Platão, Aristóteles e Kant, os incomuns, como Avicena, Elisabete, princesa da Boêmia, e Cristina, rainha da Suécia, e os definitivamente extravagantes, casos de Lao Tzu, que talvez nem tenha existido e é mais bem descrito como uma liderança religiosa (fundador do taoísmo), Safo, a poetisa, e Samuel Beckett, o dramaturgo.

Peter Cave apresenta argumentos para justificar seus eleitos, mas, se usamos um conceito assim tão elástico de filósofo, imediatamente vêm à mente dezenas de outros nomes que também poderiam ter sido incluídos e não foram. Dostoiévski? Machado de Assis? O que resta é admitir que todo cânone é essencialmente arbitrário.

Outro elemento que me surpreendeu no livro é a sem-cerimônia com que Cave, que se propõe a apresentar as ideias dos biografados, as critica.

MEIO CHOCANTE -Para mim, treinado numa tradição acadêmica que busca sempre interpretar os textos filosóficos nos limites que eles próprios estabelecem, isso é meio chocante. Mas não posso dizer que tenha desgostado dos resultados. Ao mostrar inconsistências, em geral lógicas, Cave revela pontos fracos das teorias.

O autor é bem transparente. Ele não se esforça para esconder quais são seus filósofos favoritos (Wittgenstein é de longe o vencedor) e aqueles de que não gosta (Heidegger é ridicularizado de forma que alguns acharão divertida).

Eu não recomendaria “How to Think…” como livro-texto para ser usado num curso acadêmico, mas é uma obra informativa e muito gostosa de ler. E nos faz abrir os olhos para a possibilidade de encontrar filosofia onde não esperamos.

Em 2024, desembargadora ganhou 18 vezes mais que ministro do STF

A mãe de todas as corrupções é a corrupção no Judiciário… – Marco Aurélio  D'Eça

Charge do César (Arquivo Google)

Rayssa Motta

Acomodado entre dois pequenos edifícios residenciais no centro de Joinville (SC), o Fórum Trabalhista destoa da paisagem. A construção de janelas gradeadas e paredes pintadas de bege e cor de telha tem 11 andares, mais que o dobro do tamanho dos vizinhos. Os primeiros pavimentos estão reservados para recepção, garagens, salas de audiência e setores administrativos. É a partir do 6º andar que estão instaladas as Varas do Trabalho e onde despacham os juízes.

Até abril, o juiz Cesar Nadal Souza ocupava uma das salas na repartição. Era titular da 1.ª Vara do Trabalho de Joinville. Souza deixou o cargo no ano passado ao se aposentar voluntariamente por tempo de serviço. Já fora da jurisdição, recebeu o segundo maior salário do Poder Judiciário em 2024, R$ 672.663,87.

5% DO TOTAL – O subsídio-base do juiz Cesar Nadal Souza (R$ 37.731,80) corresponde a pouco mais de 5% do valor que ele efetivamente recebeu em dezembro de 2024. O contracheque foi inflado por uma série de penduricalhos pagos por meio da rubrica “vantagens eventuais”, como 13º salário e reembolso por férias atrasadas.

São verbas contadas fora do teto do funcionalismo e que não sofrem incidência de imposto de renda. Apenas a título de gratificação natalina, por exemplo, ele recebeu R$ 31,2 mil.

Em nota, o Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina informou que o valor recebido pelo juiz Cesar Nadal Souza é decorrente do abono de permanência pago retroativamente, com juros de mora e correção monetária

MAIOR HOLERITE – Apenas um contracheque superou o do juiz aposentado, o da desembargadora Silza Helena Bermudes Bauman, do Tribunal Regional do Trabalho da 2.ª Região (TRT2), em São Paulo. Ela é a dona do maior holerite do Poder Judiciário em 2024. Em dezembro, Silza recebeu R$ 678.386,57.

O valor é da remuneração líquida, ou seja, o que efetivamente caiu na conta da desembargadora após descontos. Ela foi promovida ao cargo em agosto do ano passado.

O subsídio bruto da magistrada em dezembro de 2024 foi de R$ 788.358,05, o que equivale a 18 vezes o salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),  a corte mais alta do País. Os ministros do STF ganham R$ 44 mil brutos, teto do funcionalismo. Esse valor, em tese, não poderia ser ultrapassado por nenhum servidor em todo o País. Mas o “abate-teto” não vale para a toga.

DIZ O TRIBUNAL – Procurado pela reportagem, o Tribunal Regional do Trabalho da 2.ª Região informou que a maior parte da folha de pagamento da desembargadora em dezembro corresponde a passivos de cinco anos de abono permanência.

“Os valores foram quitados com sobra orçamentária e em parcela única, o que explica o lançamento acumulado em um mês. A partir de agora, a verba ‘abono permanência’ será paga mensalmente, nos termos da lei”, diz a manifestação.

Magistrados têm direito a 60 dias de férias por ano – fora o recesso de fim de ano e feriados. É comum que eles usem 30 dias de férias, sob argumento de excesso e acúmulo de ações, ou seja, na prática não usufruem dos outros 30 dias. Mais tarde eles passam a receber esse “estoque”, a título de indenização de férias não gozadas a seu tempo. Além das férias, uma série de extras atrasados são pagos no ano da aposentadoria, com juros e correção monetária, abrindo caminho para os “supersalários”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A maior vergonha do país é o Judiciário, que se dedica a encontrar brechas na lei para enriquecer juízes, procuradores e defensores públicos. Eles são insaciáveis e pouco se importam com a vida dos brasileiros. Como se diz no Jóquei, fazem dobradinha com empresários e políticos corruptos, que transformam Brasília numa festa móvel de fazer inveja aos escritores Ernest Hemingway e Scott Fitzgerald. (C.N.)

Na guerra do Pix, o governo Lula perdeu para 39 milhões de brasileiros

Charge de Adnael Silva - 17 e 18/02/2024 | Gazeta de Alagoas

Charge de Adnael Silva (Gazeta de Alagoas)

Mario Sabino
Metrópoles

Na guerra do Pix, o governo perdeu para 39 milhões de brasileiros que estão no mercado informal de trabalho. Eles movimentam mais de R$ 1,5 trilhão por ano. É a chamada economia subterrânea.

Toda essa gente usava dinheiro em espécie e passou a utilizar o PIX para pagar e receber. Toda essa gente não quer saber de Receita Federal fuçando na movimentação da sua conta bancária para arrecadar mais bufunfa. Já bastam todas as dificuldades que ela tem de enfrentar no dia-a-dia.

SEM FAKE NEWS – Não subestimemos tanto os brasileiros, por favor: não foi boataria ou fake news sobre taxação de operações por Pix que fizeram despencar em um único dia o uso do mais prático e popular meio de pagamento.

O que causou a queda vertiginosa foi o medo de ser chamado lá na frente pela Receita Federal e ser cobrado, eventualmente, por ter movimentado mais de R$ 5 mil mensais por meio de Pix. Se conversassem com o povo nas ruas, governo e jornalistas teriam ouvido o verdadeiro motivo.

É justo acusar de sonegação a massa de cidadãos que movimenta a economia subterrânea por ganhar o seu pão sem emprego formal, viver de bicos, da mão para a boca, e ter como última das preocupações pagar imposto a governo que não devolve em serviços decentes o dinheiro que arrecadou?

QUESTÃO MORAL – Antes de ser uma questão fiscal, o monitoramento de pagamentos e recebimentos por Pix é uma questão moral. Os brasileiros pobres, que se remediam com imensas dificuldades, não podem nem merecem ter o bafo de governo no pescoço — e governo gastão, que distribui dinheiro público entre privilegiados.

Se é para pegar tubarão sonegador, o limite para início de monitoramento deveria ser muito, mas muito mais alto do que R$ 5 mil.

Vivemos em uma sociedade extremamente injusta, que não cria oportunidades iguais para que as pessoas se desenvolvam nas suas diferenças. Vivemos em um país com elite patrimonialista. Vivemos em um país que, sem a economia subterrânea, produziria outros milhões de esfomeados. Se não é para resolver nada disso, a única coisa decente a ser feita é deixar os brasileiros em paz. Deixem o povo ganhar uma.

Revisão histórica na galeria do Planalto contaria o que Lula não quer ouvir

A visão histórica de Lula não corresponde aos fatos

Dora Kramer
Folha

Não vai acontecer. A história na galeria dos presidentes da República no Palácio do Planalto não será reescrita como propôs Lula no afã de se comunicar mais e sobre qualquer tema.

Seria a contratação de um caso complicado no âmbito das notícias falsas que o governo se dispõe a combater com vigor em decorrência da nova orientação da Meta sobre moderação de postagens em suas plataformas.

QUEIMAR NA LARGADA – Isso o novo guardião da comunicação oficial, Sidônio Palmeira, não poderia permitir, sob pena de queimar na largada a eficácia de suas funções.

Levada adiante a ideia de incluir informações sobre o contexto das épocas dos mandatários sem incorrer no perigoso terreno da mentira deslavada, Lula, Dilma, o PT e parceiros de jornada (alguns hoje na oposição) estariam em maus lençóis.

Mantida a fidelidade aos fatos, teriam de ser relatados os acontecimentos relativos ao mensalão, que levou à condenação boa parte da cúpula petista, o episódio de lobby indevido e a invasão de sigilo bancário na gestão Antônio Palocci.

EFEITO DILMA – Se fosse para contextualizar, como cobrou o presidente, seria necessário contar em detalhes precisos as razões pelas quais Dilma Rousseff levou o país ao desastre da recessão.

Os desmandos na Petrobras desvendados pela Lava Jato precisariam estar ali junto, claro, com os equívocos da operação que, contudo, não elidem os prejuízos causados à empresa.

Diante da fotografia do emedebista Michel Temer, o presidente reivindicou a versão de que ele não foi eleito e assumiu a cadeira pós-impeachment mediante um golpe de Estado.

TUDO NOS CONFORMES – Temer foi eleito na chapa de Dilma e, portanto, primeiro na linha de sucessão. Na conformidade da lei, cujo rito foi seguido pelo Congresso sob a supervisão do Supremo Tribunal Federal.

Processo na ocasião comandado pelo então ministro Ricardo Lewandowski, hoje titular da pasta da Justiça, a quem, pela versão que advoga, o presidente Lula conferiria a condição de golpista.

Como se vê, melhor deixar os acontecimentos entregues ao julgamento das incoerências da história real para absolvê-los ou condená-los.

O que virá com Trump será o início de um novo e longo ciclo político

Trump politiza incêndios na Califórnia com desinformação e ataques a  governador | Blog da Sandra Cohen | G1

Neste mandato, Trump quer criar uma nova era política

Maria Hermínia Tavares
Folha

Os professores estrangeiros contratados por Harvard receberam carta da administração sugerindo que, se tivessem passado os feriados de fim do ano no exterior, tratassem de voltar antes de 20 de janeiro. A influente universidade, considerada a melhor do mundo, teme as medidas anti-imigração prometidas por Donald Trump que, nessa data, assumirá a Casa Branca.

Nos Estados Unidos —e não só ali—, os especialistas especulam como será o segundo mandato que as urnas entregaram ao republicano.

PROMESSAS – Em especial, o que se pergunta é se ele terá musculatura política suficiente para levar a cabo suas extremadas promessas de campanha depois de uma acachapante vitória eleitoral que lhe deu de uma só tacada a Presidência e o controle das duas Casas Legislativas.

Some-se a isso uma Suprema Corte de maioria reacionária para justificar os prognósticos de que muitos dos freios e contrapesos institucionais à concentração de poder no governo federal —típicos da democracia legada pelos pais fundadores— bastem para limitar os impulsos autocráticos desse vocacionado manda-chuva.

A questão não interessa apenas aos yankees, nem se limita à profundidade das mudanças previsíveis nas instituições domésticas e nas políticas públicas, com a passagem do governo federal dos democratas para os republicanos convertidos ao radicalismo de direita.

A ERA TRUMP – O cientista político europeu Ivan Krastev entrevistado no podcast “The Good Fight” (A Boa Briga) por Yascha Mounk, seu colega igualmente respeitado, argumentou que a volta ao governo do populista de extrema direita marca um ponto de virada e o início de um novo ciclo político: a Era Trump.

Trata-se de mutação nas políticas domésticas e na atuação internacional de Washington, tão profunda e notável como as que caracterizaram a Era Roosevelt ou a Era Reagan, e cujas marcas se prolongaram muito além dos mandatos do democrata (1933-1945) e do republicano (1981-1989).

No plano externo, para além das bravatas e da retórica intimidatória do futuro presidente —ao ver de muitos, bizarra estratégia a fim de extrair benefícios de aliados ou adversários—, cabe perguntar quais poderão ser os efeitos de uma postura mais agressiva e isolacionista e menos comprometida com soluções multilaterais, para a chamada ordem internacional liberal.

TEMPO DE PAZ – A ordem liberal diz respeito aos arranjos formais e informais que surgiram ao final da Segunda Guerra, organizando as relações entre Estados do ponto de vista dos fluxos econômicos e da segurança, e de acordo com princípios que privilegiavam a negociação em vez da força bruta.

Seus pilares, como se sabe, foram as instituições de Bretton Woods —FMI; Banco Mundial; GATT, que mais tarde daria origem à OMC (Organização Mundial do Comércio); e a constelação de organizações e regimes que formaram o sistema ONU. Com o tempo, outros organismos a ele se juntaram.

Esse conjunto de regras, nem sempre equilibrado, nem consistentemente liberal, é produto do Ocidente democrático e teve nos Estados Unidos um fiador —embora às vezes reticente ou oportunista transgressor de suas normas. Difícil, porém, imaginar seu futuro se, na Era Trump, a América se dedicar a sabotá-lo.

Bolsonaro quer eleger Michelle e os quatro filhos no Congresso em 2026

Bolsonaro pretende criar uma bancada familiar em 2026

Bolsonaro pretende criar uma bancada familiar em 2026

Ana Pompeu
Folha

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) falou nesta quinta-feira (16) dos planos que tem para a família nas eleições gerais de 2026. De acordo com ele, a esposa Michelle Bolsonaro e os filhos Flávio e Eduardo disputam vagas no Senado.

Para a Câmara, devem sair Carlos e Jair Renan. Assim, cinco integrantes da família pretendem disputar cadeiras no Congresso Nacional.

MARÇAL E LIMA – Em entrevista ao canal no YouTube da revista Oeste, Bolsonaro foi questionado sobre eventuais candidaturas do influenciador Pablo Marçal (PRTB), do cantor Gusttavo Lima e de Michelle. Ele respondeu que não falaria dos dois primeiros.

Segundo Bolsonaro, Michelle foi figura fundamental para a eleição de Damares Alves (Republicanos-DF) ao Senado.

“A própria Damares disse que Michelle foi decisiva à campanha dela. Damares é uma surpresa positiva. Michelle teria o apoio da Damares, e o meu. Tenho certeza que grande parte dos evangélicos são simpáticos a ela. Então ela tem uma eleição aqui com muita chance no DF. Então aqui está fechado”, disse.

E OS FILHOS? – Além da esposa, ele citou os filhos, já em cargos eletivos. Flávio é senador pelo Rio de Janeiro, Eduardo é deputado federal por São Paulo, Carlos é vereador no Rio de Janeiro, e Jair Renan Bolsonaro foi eleito em 2024 vereador em Balneário Camboriú (SC), todos pelo PL.

Bolsonaro afirmou que Flávio concorre à reeleição, enquanto Eduardo tenta o Senado. Carlos e Jair Renan podem tentar a Câmara dos Deputados.

Sobre a eleição presidencial, ele afirmou que há nomes surgindo, mas ainda quer ser candidato. “Nós temos jovens lideranças no PL. O PT não tem jovem liderança. Tem nomes aparecendo. Talvez não temos ainda lideranças de âmbito nacional. Por isso insisto em buscar meu direito”, disse. O ex-presidente está inelegível por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).