Grande erro de Bolsonaro foi julgar que uma ditadura poderia ser considerada “liberal”

João Doria on Twitter: "Jornal The New York Times publica charge chamando Bolsonaro de “ditador” e ridicularizando sua micareta de tanques de guerra. Bolsonaro já era uma vergonha nacional. Agora se torna

Charge do Duke (O Tempo)

Roberto Nascimento

Ao contrário do que se apregoa, os valores liberais não são defendidos pela direita extremada que Jair Bolsonaro representa. O liberalismo moderno, ao se opor ao socialismo, nunca se posicionou contra a ciência ou contra a preservação do meio ambiente,  muito menos a favor do culto à personalidade.

O liberalismo sempre é e sempre foi a favor da independência dos Três Poderes. Seus ideais jamais incluíram a tomada do poder pela força das armas, mas sim pelo voto, porque liberalismo não pode ser sinônimo de ditadura oriunda de intervenção militar, como Jair Bolsonaro e os generais do Planalto pensaram implantar no país.

REGIME DE FORÇA – Não existe ditadura de direita ou de esquerda, conservadora ou progressista. Não importa a tendência político-ideológica de seus líderes, no final acaba sendo apenas um regime militar, ou seja, uma ditadura.

Com seu desatinado delírio ideológico, Jair Bolsonaro conseguiu a proeza de reconduzir o PT ao poder. Os eleitores se assustaram com sua incompetência como governante e com seu radicalismo ao desdenhar a gravidade da pandemia, um gravíssimo erro que agora ele até reconhece ter cometido. E assim jogou para perder e conseguiu se tornar ser o primeiro presidente a não ser reeleito, depois a era FHC.

ALTERNÂNCIA NO PODER – As divergências políticas são saudáveis e garantem que ocorra a alternância no poder, uma característica da democracia. Olhem as flores do campo, nenhuma é igual a outra.

O objetivo comum da maioria dos eleitores não foi simplesmente um apoio a Lula e à volta do PT. O que se pretendia era evitar um segundo mandato de Bolsonaro, porque seria um desastre. E a guerra civil estaria no radar dessa turma extremada.

O fato positivo foi saber que a cúpula das Forças Armadas é hoje formada por oficiais legalistas, que não aceitaram descumprir a Constituição e repeliram a “intervenção militar federal”, como foi apelidado o golpe que fracassou. Porém, se dependesse dos generais que cercavam Bolsonaro, estaríamos hoje em novo regime de força. E quem concordaria com isso?

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