Mesmo sem provas de “terrorismo”, Moraes quer condenar o primeiro réu a 17 anos

Tribuna da Internet | A pretexto de combater a “extrema-direita”, Moraes  inventa a “democracia defensiva”

Charge reproduzida do site da Rádio Paraiso

Mariana Muniz e Reynaldo Turollo Jr
O Globo

O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a primeira sessão do julgamento que pode levar à condenação dos primeiros réus pelo 8 de janeiro. A análise do caso envolvendo o primeiro réu, Aécio Lúcio Pereira, será retomada nesta quinta-feira com o voto do ministro Cristiano Zanin.

Até o momento, apenas dois ministros votaram: o relator, Alexandre de Moraes, e o revisor, Nunes Marques. Enquanto Moraes propôs a pena de 17 anos de prisão para o réu, com regime inicial fechado, Nunes Marques sugeriu uma condenação de dois anos e seis meses em regime aberto.

VALOR DOS ESTRAGOS – No início do julgamento nesta manhã, Moraes mencionou que o prejuízo estimado pelos estragos causados no dia 8 de janeiro foi superior a R$ 15 milhões. Ao ler o relatório sobre a primeira ação penal analisada, o magistrado elencou os valores calculados após a invasão dos prédios.

— O prejuízo inicialmente estimado, e sem contar os danos incalculáveis a bens da União, foi de R$ 3,5 milhões no Senado Federal e R$ 3,039 milhões na Câmara dos Deputados. No Palácio do Planalto, os danos ultrapassam o valor de R$ 9 milhões apenas com obras de arte. No Supremo Tribunal Federal, ainda não há prejuízo estimado. Todos os valores serão aferidos — disse ele.

Moraes relembrou a destruição causada pelos radicais, que, segundo ele, estavam “possuídos de ódio irracional, quase patológico” e, “imbuídos de ousadia, ignorância, destroçaram bens públicos sujeitos a proteção especial, tombados pelo patrimônio histórico, como mobiliário, tapetes e obras de arte”.

SUBPROCURADOR APÓIA – O subprocurador-geral da República Carlos Frederico dos Santos, responsável pela investigação dos ataques, iniciou sua fala nesta manhã destacando que o julgamento representa um “marco na democracia”. Carlos Frederico disse que o país deixou de ser uma “república de bananas”, e que golpe de Estado é “página virada na história” brasileira.

O início dos julgamentos ocorre às vésperas da aposentadoria da presidente do STF, ministra Rosa Weber. Ela convocou sessões extras para esta semana para que pudesse participar da análise dos primeiros casos.

A expectativa no Supremo é que os julgamentos iniciais tenham forte carga simbólica, com recados duros, e terminem com punições exemplares. Os próximos julgamentos devem ser no plenário virtual.

EM JULGAMENTO –  Os quatro primeiros réus a serem julgados são Aécio Lúcio Costa Pereira, Thiago de Assis Mathar, Moacir José dos Santos e Matheus de Carvalho Lázaro.

Pereira, cujo processo é o primeiro a ser analisado, é ex-funcionário da Sabesp, a companhia de saneamento de São Paulo. Ele foi flagrado dentro do Congresso no dia 8 de janeiro usando uma camiseta com as inscrições “intervenção militar já”. Naquele dia, ele postou um vídeo sentado na mesa Diretora do Senado no qual dizia “Vai dar certo, não vamos desanimar”.

O advogado de Pereira, Sebastião Coelho da Silva, que é desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, negou que tenha havido a tentativa de um golpe de Estado. O defensor buscou minimizar a gravidade dos danos e das armas utilizadas pelos radicais.

DIZ O ADVOGADO — “Qual Poder deixou de funcionar? Este Supremo estava em recesso, o Congresso estava em recesso, o presidente da República, no dia seguinte, fez reunião com Vossas Excelências no Palácio do Planalto — disse o advogado. — Não é razoável dizer que houve tentativa de impedir o funcionamento dos Poderes — afirmou, acrescentando que seu cliente não praticou violência. Por fim, Coelho da Silva pediu que o Supremo reconhecesse que o processo deveria ser julgado na primeira instância, e não ali. O pedido foi rejeitado por Moraes.

No processo, a defesa de Pereira argumentou que ele estava em uma “manifestação pacífica” e que as depredações foram feitas por pessoas infiltradas, alheias aos que estavam acampados em frente ao Quartel-General do Exército.

Segundo os advogados, a denúncia oferecida pela PGR foi genérica e não individualizou a conduta do acusado.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Não é julgamento, mas justiçamento. Não há nenhuma prova contra o réu, uma só imagem dele destruindo alguma coisa, não há testemunha dizendo que ele quebrou isso ou aquilo. É apenas um desempregado que ganhou uma viagem a Brasília, com refeições gratuitas, e se iludiu com a política. Apenas isso. Dar 17 anos de prisão a esse pobre coitado é uma injustiça que clama aos céus. Os verdadeiros depredadores, que chegam na véspera e se hospedaram em hotéis, tinham máscaras contra gases, luvas protetoras e barras de ferro. Eram facilmente identificáveis pelo registro nos hotéis, mas nenhum deles foi preso. Meus Deus, é desesperador ver o Supremo chamar de terrorista um brasileiro desempregado que nem sabe o que significa terrorismo. (C.N.)

26 thoughts on “Mesmo sem provas de “terrorismo”, Moraes quer condenar o primeiro réu a 17 anos

  1. O advogado do Réu, Ailton, o desembargador aposentado Sebastião Coelho, usou parte da sustentação oral para fazer uma defesa própria. O advogado, desembargador aposentado, se defendeu do processo Conselho Nacional de Justiça por suspeitas de incitação e participação nos atos golpistas do dia oito de janeiro.

    Sebastião Coelho desmoraliza a classe dos advogados. Primeiro, que o advogado investigado pelo CNJ ( Conselho Nacional de Justiça), praticamente abandonou a defesa de seu cliente.
    Segundo, que o advogado, que atua em causa própria, tem um idiota como cliente.
    Terceiro, que sua argumentação foi política, terraplanista e carregada de ódio.

    Trata-se de um caso para psicanalista resolver.
    A OAB deveria abrir um processo disciplinar contra o advogado Sebastião Coelho. O retrocesso amplo e irrestrito, esta atingindo todas as classes: funcionarismo público, profissionais liberais e militares. A fase não está boa.

  2. Não há provas contra o indivíduo? Nenhuma imagem que o incrimine?

    O vídeo em que ele diz que vai c….. lá. Incentivando a arruaça, a invasão e a depredação foi falsificado?.

    Será que ele não sabia que tais comportamentos são ilegais? Que pedir e incentivar um golpe de Estado é coisa democrática e que ele, na verdade, mereceria os parabéns?

  3. Como se pode ver, o primeiro site (postado às 21:38) mostra quem vimos destruir um patrimônio caríssimo.

    Estranhamente, ele não aparece entre os “terroristas” a serem julgados a partir de hoje. Teria sido Antonio Claudio “descondenado” ou é tudo uma farsa ?

  4. A charge da foto me lembra dos quadrinhos do terrível Fu-Manchu, o nosso Alexandre, como já disse, vai fazer do gogó dos manifestante o nó Górdio.
    A história fictícia se repete como ópera bufa.

    • Doutor Fu Manchu é um personagem ficcional que aparece em uma série de novelas do escritor inglês Sax Rohmer, produzidas durante a primeira metade do século XX. O personagem foi adaptado para o cinema, televisão, rádio e quadrinhos. Ele é o arquétipo do “Gênio do Crime” da ficção, embora em sua composição haja vários estereótipos ocidentais sobre os chineses: misteriosos, traiçoeiros, ardilosos, com um gosto particular por ciências obscuras, torturas e venenos. A face de Fu Manchu descrita pelo autor se tornou muito conhecida, com os longos bigodes que se tornaram sua marca registrada.

      A primeira história estrelada por Fu-Manchu foi o conto The Zayat Kiss, que foi lançado em outubro de 1912 na revista britânica The Story Teller, em 1913, os contos de Fu Manchu foram reunidos em um romance chamado The Mystery of Dr. Fu-Manchu.

      O doutor Fu Manchu comanda uma vasta organização criminosa internacional, os Si-Fan, que conta com vários assassinos profissionais, de preferência hindus tugues e dacoits, dentre outros membros de sociedades secretas dedicadas ao crime. Seus assassinos geralmente usam facas, soltam animais peçonhentos como cobras, aranhas, lacraias e escorpiões. Alguns se valem de armas químicas.

      Fu Manchu é de ascendência nobre, membro da Família Imperial. Fu Manchu não seria seu nome real, mas um título guerreiro concedido aos de etnia Manchu, que dominaram a China até 1911. Ele perdeu seus privilégios após a Rebelião dos Boxers. Nos primeiros livros, a história da sua origem era diferente: ele seria um assassino Si-Fan que atacava os europeus da Ásia. Mais tarde a conotação política foi abandonada e Fu Manchu se tornou um criminoso.

      O maior segredo de Fu Manchu é um elixir que o torna imortal. Quando a China se tornou comunista, Fu Manchu e os Si-Fan lutaram para restaurar o antigo regime imperial.

      Fu Manchu pode ser descrito como um dos primeiros “super-vilões” ficcionais, seguindo a linha do Professor Moriarty, inimigo de Sherlock Holmes.
      Fonte Wiki.

  5. Tentativa de golpe contra o estado de direito democrático, é o pior crime contra uma nação democrática e o povo como um todo. Se o a tentativa de golpe tivesse êxito, seria o início de uma guerra civil e talvez a divisão do Brasil e a infiltração das grandes potências no país.

    Tudo foi bem articulado, a invasão dos prédios dos três poderes, era a base para intervenção militar. Felizmente não deu certo.
    As penas tem de ser exemplar, para que nunca mais se deixem levar pela ideias perniciosas de quem quer que seja e entender que ditaduras, principalmente a de extrema direita religiosa, é desgraça maior de uma nação.
    Não se pode ter pena dessa gente insana.
    Só o fato de invadirem os prédios dos três poderes e partirem para o quebra quebra para dar motiva ao golpe, já é uma prova de crime.

  6. Eu constatei que tem muitos comentaristas e até o prezado CN que não conhece a piada dos infernos americano, alemão e brasileiro.
    Só para dar um spoiler: O Sergio Cabral foi condenado a 400(quatrocentos) anos e ele está onde hoje.

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