Japão une-se à China e ao grupo Brics para se proteger do dólar como moeda de referência

Japan e China diminuem seus estoques de títulos dos EUA

Nelson de Sá
Folha

Há quase um mês, saiu no South China Morning Post, “China reduz participação nos títulos do Tesouro dos EUA para a menor em 14 anos”. E no final de semana no Nikkei, a confirmação: “Japão e China reduzem participação no Tesouro dos EUA” (abaixo, na edição em inglês).

Nessas quatro semanas, o noticiário econômico acumulou enunciados como “Arábia Saudita reduz participação em títulos do Tesouro dos EUA para a menor em seis anos”, no Financial Times, “Participação de China e Japão no mercado de títulos dos EUA cai para o mínimo histórico” e “Títulos do Tesouro caminham para a pior série desde a Independência dos EUA”, ambos na Reuters.

MÍNIMOS HISTÓRICOS – Na explicação do Nikkei, “os dois maiores compradores estrangeiros [de títulos americanos] estão reduzindo sua participação à medida que os EUA emitem mais dívida do que nunca e os dois países asiáticos buscam evitar que moedas deslizem abaixo dos mínimos históricos”.

Na Bloomberg, segunda-feira, após declarações “fortes” dos presidentes dos bancos centrais de Japão e China, “Iene sobe” e “Yuan salta”, levando o dólar ao “menor valor em dois meses” — e levando a curva de juros nos EUA, para títulos de três anos, à “maior desde 2007”.

Na ironia da coluna de mercado financeiro de John Authers, na terça-feira passada, dia 12: “O que o Japão e os Brics têm em comum são problemas com o dólar”.

NOVA ESPECULAÇÃO – Na análise, Authers sublinha que voltou a especulação sobre desdolarização. “Nem iene nem yuan fizeram incursões significativas contra o domínio da moeda americana. A desdolarização pode acontecer?

Qualquer um que conheça a história da libra esterlina sabe que sim. Mas até agora, apesar das aparências, o processo nem começou.”

Michael Bloomberg, dono da Bloomberg e ex-presidenciável democrata, viajou a Pequim há duas semanas para conversar com o presidente do BC chinês, Pan Gongsheng. Como noticiado por sites financeiros chineses, com base na conta do banco no WeChat, eles trocaram “opiniões sobre finanças sustentáveis”.

PESSIMISMO E OTIMISMO – Mas o China Daily em seguida questionou que a Bloomberg manteve seu noticiário “pessimista” com o país após elogiar para Pan seu “papel cada vez mais importante no mercado financeiro global”.

Ao longo da semana passada, a Bloomberg passou então a trazer manchetes otimistas na página de Ásia, como “China mostra sinais de estabilidade”, sem o alarde anterior para uma derrocada econômica, que continua sendo possível.

6 thoughts on “Japão une-se à China e ao grupo Brics para se proteger do dólar como moeda de referência

  1. O mundo posto à venda, por traidores de pátrias!
    Os vendilhões e os tomadores, conforme:
    “Professor de Diplomacia Russo Prediz que os EUA se Dividirão em Seis Partes, Devido ao Declínio Econômico e à Degradação Moral.”
    Existe realmente um plano para dividir a América do Norte em seis zonas de patrulhas militares! ”
    Continua, em:
    https://www.espada.eti.br/n2327.asp. Data de publicação: 12/1/2009

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