Se Congresso for escanteado, a aliança de Lula com o Supremo pode ter forte reação

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Charge do Lézio Júnior (Arquivo Google)

Dora Kramer
Folha

O governo vem tentando dourar a pílula no caso da medida provisória da cobrança de imposto sobre as folhas de pagamentos das empresas contempladas com a desoneração, aprovada com ampla maioria no Legislativo. O ministro da Fazenda diz que a decisão final será do presidente da República, que faz discurso criticando o empresariado por excesso de ganância.

Na cena real não é nada disso. Lula acusa os empresários porque não pode chamar de gananciosos os congressistas para não arrumar mais confusão do que já arrumou tentando testar os limites do Parlamento na afronta explícita a duas decisões inequívocas.

RETIRAR A MP – Fernando Haddad tenta suavizar e disfarça dizendo que a decisão cabe ao presidente, mas já está tomada pelo Congresso.

Todo mundo ouviu o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) anunciar no final da semana passada que o governo vai retirar a MP. O comunicado não partiu do Planalto, mas do presidente do Senado, e sem deixar margem para negociação. Era a revogação ou a devolução da medida.

Outros dois pontos da MP ainda são objeto de conversação, mas o principal, onde reside a derrota do teste, era a desoneração. O governo teve o ano inteiro de 2023 para tratar do mérito, deixando para fazer isso com o fato consumado.

SEM FORÇA – Lula não tem a força que já teve para tratar com o Parlamento na base da faca no pescoço.

O episódio aconselha o presidente a ir devagar com a ideia de firmar aliança com o Supremo Tribunal Federal para se desviar das dificuldades no Legislativo, onde há poder de sobra.

O Congresso tem poder para impedir mandatos de presidente e de ministros do STF, para emendar a Constituição, para derrubar vetos do Executivo, para aprovar plebiscitos, para recusar nomeações, para devolver medidas provisórias, para trancar pautas de interesse do governo…

1 thoughts on “Se Congresso for escanteado, a aliança de Lula com o Supremo pode ter forte reação

  1. “MENTIR NÃO LEVA A NADA”
    Bolsonaro faz live com 1,6 milhão de visualizações e atribui fracasso de Lula às mentiras
    Bolsonaro atraía público de mais de 500 mil pessoas e Lula registrou o máximo de 5 mil
    28/01/2024 22:57 | Atualizado 29/01/2024 0:01
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    Bolsonaro em live neste domingo: ele sempre atraiu um mínimo de 500 mil visualizações, contra 3 a 5 mil de Lula.
    Redação

    O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste domingo (28) em live (transmissão ao vivo) no Toutube que “mentir não leva a nada”, referindo-se de maneira irônica à notícia de que o presidente Lula (PT) decidiu cancelar suas lives semanais, em razão da baixa audiência. A live da qual Bolsonaro participou aos lado dos filhos, esta noite, registrou 1,6 milhão de visualizações.

    Durante uma “superlive” ao lado dos filhos, neste domingo (28), na qual apareceu vestindo a camisa da seleção de futebol de Israel, Bolsonaro criticou o fato de o atual presidente usar essas lives semanais para dirigir insultos a ele. “Até parece que quando Lula vai dormir, em vez de dizer ‘eu te amo, meu bem’, ele diz ‘Bolsonaro!’”, disse, sarcástico.

    O atual presidente iniciou suas lives semanais em junho do ano passado, escolhendo como seu “entrevistador particular” Marcos Uchoa, ex-repórter da TV Globo filiado ao PCdoB, mas as emissões, sempre nas manhas de terça-feira, têm sido um enorme fracasso de público.

    Enquanto um público de 3 a 5 mil pessoas acompanhavam as lives de Lula, na maioria ativistas do PT e jornalistas simpáticos a ele, o ex-presidente Jair Bolsonaro registrava em suas lives, em algumas ocasiões, a média de 500 mil espectadores ao vivo, número que se ampliava depois. Em 2021, por exemplo, no dia 28 de janeiro, Youtube registrou 578.595 mil visualizações da live de Bolsonaro.

    O ministro-chefe da Secom, Paulo. Pimenta, confirmou o cancelamento das lives justificando-o como “mudança de estratégia”.

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