Humanização do capitalismo evitou a expansão dos regimes comunistas

Seis medos no comunismo que se tornaram reais no capitalismo - O Cafezinho

Charge do Allan Sieber (Arquivo Google)

Roberto Nascimento

Dois livros foram fundamentais para o entendimento dos dois principais sistemas econômicos existentes no mundo:  capitalismo e comunismo: 1 – “A Riqueza das Nações”, de Adam Smith, publicado em 1776. Trata-se do embrião do capitalismo, cujos alicerces são o individualismo, o lucro, o liberalismo, a acumulação de capital, a divisão do trabalho e a exploração do homem pelo homem. 2 – “O Capital”, de Karl Marx e Friedrich Engels, que pretendiam humanizar o regime econômico, com o primeiro livro publicado em 1867 e em seguida foram lançadas as duas obras complementares.

Na vida das nações, não existe transformação institucional sem uma teoria que a impulsione, até que se torne um movimento econômico, político e social.

ASCENSÃO DA BURGUESIA – Os enciclopedistas franceses Rousseau, Voltaire, Diderot e Montesquieu prepararam nas consciências o evento da Revolução de 1789, um movimento de ascensão da burguesia, que culminou com a queda da tradicional monarquia francesa.

Já os iluministas Francis Bacon, John Locke, David Hume e George Berkeley prepararam os espíritos e as ideias que deram origem à Revolução Industrial do século XVIII. Esses intelectuais foram também denominados de empiristas ingleses.

Tanto a Revolução Francesa como a Revolução Industrial foram movimentos da nova classe social, a Burguesia, surgida dos escombros da Idade Média.

POLÍTICA E ECONOMIA – Os revolucionários contestaram o direito divino dos reis e os privilégios da nobreza, criando as bases da nova sociedade liberal e democrática. Coube aos franceses a liderança da revolução política e social de 1789 e aos ingleses o advento da revolução econômica.

Dando seguimento ao termo “comunismo” e sua origem, os revolucionários russos liderados por Lenin, Trotsky e Stalin, incorporaram as ideias contidos no livro “O Capital” e tomaram o poder da família real russa, na chamada Revolução Soviética, em 1917.

A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) durou mais de 70 anos, sendo implodida na década de 90, após a queda do muro de Berlim, que dividia a Alemanha em duas nações. Enfraquecido o império comunista soviético, surgiram movimentos separatistas, e as repúblicas se tornariam independentes, como a Geórgia, o Casaquistão, o Uberquistão, a Ucrânia, dentre outras.

ERA DA ALIENAÇÃO – Evidentemente, nenhum país conseguiu impor as ideias originais contidas no livro “O Capital”, até porque houve uma crescente humanização do capitalismo. Portanto, o que existe no mundo de hoje, em termos práticos, é o modo de produção capitalista, com maior ou menor controle do Estado.

Ao mesmo tempo, vivemos hoje uma era da alienação e conformismo, a pós-verdade, que distorce os fundamentos do que seria o verdadeiro comunismo, que só poderia ocorrer em uma sociedade avançada culturalmente.

Para confundir, há a esquerda populista, que não prepara os cidadãos para a inteligência e o saber, com regimes comunistas caricatos, como a Venezuela, a Nicarágua e a Coréia do Norte, que nada têm de comunismo, sendo apenas a tomada do poder por grupos amparados pela força militar, tendo como meta a eternização do poder com base em concessões populistas, que preservam o estado de coisas dos regimes capitalistas excludentes. E assim o mundo segue girando à direita e à esquerda, 

10 thoughts on “Humanização do capitalismo evitou a expansão dos regimes comunistas

    • Tudo foi um processo de adaptação, no caso do capitalismo os países tiveram que fazer uma melhor distribuição de renda para uma tentativa melhor na qualidade de vida para o povo E quanto ao sistema comunista tiveram que flexibilidade sua ideologia e ações para uma necessidade de competição e comercialização dos bens de consumo, visando também uma aplicação de um domínio e melhor visualização mundial.

  1. A meu ver, o que tornou o Capitalismo mais humano, foi o desenvolvimento intelectual dos empresários que “viram” que onde precisava de Quatro funcionários só se usavam dois para “economizar”, no fim saia muito mais caro, pela perda do prazo, qualidade e da segurança.
    Onde se desprezava a Segurança do Trabalho, se gastava menos $$$$ mas, por outro lado, se perdia no prazo, na qualidade, e, finalmente no custo.
    No final, é uma questão de $$$.
    Se só precisamos de “X” e temos X+Y”, garantido vamos perder na qualidade, no prazo, no custo. Vamos falir a empresa.
    Vide o governo ou desgoverno da “Anta”; que me desculpem as antas.

  2. A China, hoje, pratica o socialismo (capitalismo) de Lênin. Stalin estragou o que Lênin tinha começado a construir.

    O capitalismo com viés social, parece que é o que mais agrada à população.

    E cheguei à conclusão que a maioria prefere um regime tipo fascismo leve (ou social democracia conservadora nos costumes).

    Definir alguma coisa em termos de ideologia econômica é muito difícil hoje em dia. Peguemos o exemplo de El Salvador, onde Bukelê vai ser reeleito. Seu primeiro governo focou exclusivamente na segurança pública, com o país gastando até o que não tinha para atingir o objetivo de minimizar a criminallidade, combatendo as facções do narcotráfico, mesmo que as liberdades individuais fossem cortadas. Seu segundo mandato vai ter que dar mais, principalmente na área econômica que está péssima..

  3. O Capitalismo se tornou mais humano, a partir de 1917. Com medo da classe trabalhadora migrar para o regime comunista. Foi a época do Bem Estar Social, implantado na Europa e replicado para o mundo, que consistia em conceder direitos trabalhistas e sociais. Com a derrocada do regime comunista soviético, na década de 90, esses direitos foram sendo suprimidos paulatinamente. Restam muito poucos.

  4. Brilhante texto do Senhor Roberto Nascimento.

    Excelente participação dos demais colocando com elegância seus pontos de vista.

    Max Vênia,o nosso capitalismo esse,selvagem.
    Criou um fosso social descomunal,com divisões e subdivisões de classe.

    Resumo, quem é amigo da corte,tem tudo.

  5. Não adianta fabricar muitos carros se não tiver ninguém pra comprar. Não adianta produzir nada em larga escala se não houver demanda.
    Marx escreveu o Capital em plena revolução industrial na Inglaterra, pegou toda as mazelas (exploração) sintetizou a seu modo e veio a furo essa ideologia que até hoje é reverenciada como solução, mas o que temos é uma quimera que não deu resultado em lugar nenhum, seu legado histórico se mede em milhões de cadáveres e fome induzida como o Holodomor na Ucrânia.
    Pai, afaste de mim esse cálice.

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