Roberto Nascimento
O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, em seu depoimento à Polícia Federal na quinta-feira, dia 22, foi emparedado por determinadas perguntas dos investigadores, que insistiram em indagar acerca das despesas realizadas pelo general Braga Neto com recursos do PL. Desde o início de 2023, o ex-ministro e braço-direito de Jair Bolsonaro é responsável pelas Relações Institucionais do PL e vinha autorizando despesas. Tem coisa aí.
Valdemar Costa Neto disse que não sabia de nada. Falou a verdade ou mentiu para os investigadores? Acredito que tenha falado a verdade, porque no dia seguinte cortou os salários de Braga Neto e do coronel Marcelo Câmara, um dos assessores de Bolsonaro que está preso preventivamente.
GRANDE MENTOR – Com certeza o presidente do PL vai enviar as informações financeiras à Polícia Federal para dar seguimento às investigações sobre Braga Netto, que desposta como grande mentor do planejamento do golpe, conforme ficou claro na reunião ministerial gravada pelo ajudante de ordens Mauro Cid.
Pelas apurações até agora, fica evidente que o próprio Jair Bolsonaro não confiava inteiramente no parceiro Braga Neto. A meu ver, tudo indica que esse general trabalhava para ser o comandante-em-chefe do novo governo golpista.
Na reta final, Bolsonaro deve ter percebido essa trama e por isso não assinou nenhuma medida emergencial, como o Estado de Defesa. Embora a Constituição exija que sejam consultados o Conselho de Defesa e o Conselho da República, quando o Alto Comando do Exército aceita o decreto e põe as tropas na rua, estamos conversados.
UNIVERSO ESTRELADO – Os chefes militares – generais, almirantes e brigadeiros – só batem continência para presidentes legalmente eleitos. Quando advém um golpe de estado, o presidente do governo provisório será, sempre, um general de quatro estrelas.
Na sucessão de Garrastazu Médici, em 1974, pela primeira vez houve “eleições” nos quartéis, e o vencedor, que teve mais votos no oficialato, foi o general Albuquerque Lima, que tinha apenas três estrelas.
Os generais de quatro estrelas não aceitaram o escrutínio. Entrou em ação o ministro do Exército, general Orlando Geisel, que articulou o nome do seu irmão, general Ernesto Geisel, que então se tornou o novo presidente, substituindo o general Médici. É claro que essa situação é do conhecimento de Jair Bolsonaro, e seria ingenuidade dele pensar que seria confirmado na Presidência, se houvesse um golpe de estado.
O golpe foi dado e escondidas algumas notórias e materiais evidências, as destrambelhadas atuaçôes AINDA não foram avaliadas como suficientes para obstar o usurpador empo$$ado!
Aguardemos, que o “corante vermelho” se torne RUBOR DE FACES de quem obrigatoriamente deverá assumir seu patriótico papel saneador!
Porque. Convenhamos: Que honra e orgulho e qual o resultado para um pais governado por corruptos descondenados e pior, defendido e enaltecido ou justificado por LETRADOS?
Os iletrados estão desculpados, mas os demais, Bah!
A escolha do líder por meios não democráticos levanta a questão de quem seria designado o influenciador nos bastidores, como o “homem do cafezinho”.
A inatividade mental pode levar a pensamentos improdutivos e trivialidades sem fim.
Bolsonaro confessou, na reunião de julho de 2022, que pesquisas encomendadas por ele, indicavam a vitória de Lula em outubro de 2022.
Ficou desesperado com a perda do Poder, de não ser reeleito, então, articulou seu Plano B: Golpe de Estado.
A fala mais contundente veio por meio do general Heleno, chefe da ABIN:
” se tivermos que agir, dar soco na mesa, tem que ser agora. Depois da eleição, não tem VAR”.
Querem prova mais contundente?
39% não elege ninguém, segundo Pimenta o sincero porta-voz!
Apesar dos meus cálculos dos não mais que os sofríveis 17%!
Ficar calado no depoimento, trata-se de uma confissão de culpa.
O depoimento é uma fase, na qual o investigado tem a oportunidade de esclarecer os fatos diante da autoridade policial, argumentando e refutando tudo que está contido nas perguntas elaboradas pelo investigador.
Mas, o investigado, ciente do que fez no verão passado, prefere o silêncio sepulcral, para não cair em contradição diante do relatado por outros depoentes.
É do conhecimento no meio jurídico, que a ira santa, tanto do investigado como do réu, atestando sua inocência, inclusive colocando a disposição dos inquisidores, seus sigilos telefônicos e bancários, como certeza da inocência dos investigados.
Cabeça baixa e silêncio, quer dizer muita coisa contra a defesa.
Verdade, conforme extensa “tripa” abaixo::
https://www.google.com.br/search?q=qu+ficou+em+silencio+na+lava+jato%3F&sca_esv=9c09e8356b840daa&sxsrf=ACQVn08krw33iPDkMfClFfg3RKOSOn_VEQ%3A1708782298627&source=hp&ei=2vLZZcKlEdao1sQP5bCKwAs&udm=&oq=qu+ficou+em+silencio+na+lava+jato%3F&gs_lp=EhFtb2JpbGUtZ3dzLXdpei1ocCIicXUgZmljb3UgZW0gc2lsZW5jaW8gbmEgbGF2YSBqYXRvPzIHECEYChigATIHECEYChigAUjZsQFQzR5Yoa0BcAN4AJABAZgBvwKgAe8yqgEJMC4yMy4xMC4xuAEDyAEA-AEBmAIloAKNPagCD8ICBxAjGOoCGCfCAgcQLhjqAhgnwgIKECMYgAQYigUYJ8ICBBAjGCfCAgsQABiABBixAxiDAcICDhAAGIAEGIoFGLEDGIMBwgIFEAAYgATCAggQABiABBixA8ICCxAuGIAEGMcBGNEDwgIMEAAYgAQYChhGGPkBwgIHEAAYgAQYCsICBxAuGIAEGArCAgsQABiABBiKBRiSA8ICChAAGIAEGMkDGArCAg0QABiABBgNGLEDGIMBwgIGEAAYAxgNwgIQEAAYgAQYigUYDRixAxiDAcICBxAAGIAEGA3CAgoQLhgNGLEDGIAEwgIHEC4YDRiABMICChAuGA0Y1AIYgATCAgcQLhiABBgNwgIKEC4YgAQYDRjUAsICCBAAGBYYHhgKmANhkgcJMy4xMS4xOS40&sclient=mobile-gws-wiz-hp
“…quando o Alto Comando do Exército aceita o decreto e põe as tropas na rua, estamos conversados.”
Na mosca!
Faleceu no dia 21 de fevereiro, o sociólogo Luiz Werneck Vianna ( 1938-2024).
Werneck era da esquerda do MDB, do grupo Autêntico. Sua tese de doutorado, (Liberalismo e Sindicato no Brasil, 1976)e uma referência acadêmica.
O professor da UNESP, Marco Aurélio Nogueira, homenageou o mestre no sábado, em artigo no Estadão:
” homenageá- lo hoje e manter viva a sua memória de um combativo, erudito, generoso e indignado intelectual, que olhou um país desigual, injusto e violento como o Brasil com lucidez e esperança…”
No domingo, no O Globo, o jornalista Bernardo Melo Franco, pág. 3, também homenageou o acadêmico diferenciado, que transitou entre a teoria, a leitura dos grandes clássicos, o Direito e a Sociologia. No entanto, seu foco principal foi a política. Melo Franco, lembrou que Werneck Vianna foi o primeiro a alertar sobre os rumos políticos e a seletividade da Lava-jato
Além de todas as qualidades, Werneck era um visionário.
O jornalista e escritor, Sérgio Augusto, que escrevia no Caderno de Cultura do jornal impresso Tribuna da Imprensa, e hoje escreve aos domingos no Estadão, no dia 25/02/24, lembrou dos 100 anos do nascimento oficial do Surrealismo, impulsionado pelo manifesto de dois poetas franceses,: André Breton e Philippe Soupault.
Muito bem lembrado, porque nos quatro anos do governo Bolsonaro, vivemos sob o legado do Surrealismo puro.
Loucura total neste governo golpista e surrealista.
Muitas saudades do Sérgio Augusto no Pasquim. Marcou minha adolescência e daí em diante. Depois, perdi o contato com sua obra, pois o unico jarnal a que faço questão de ter acesso é esta TI.
Sérgio Augusto está ativo e escrevendo cada vez melhor. A cultura do Sérgio é enciclopédica.
Ele escreve aos domingos, no Estadão. Caderno de Cultura. Não perco uma coluna dele. Conhece como ninguém a Sétima Arte. Trata-se de uma sumidade, fora de série.
Completou 80 anos.
Escrevi, no Estadão, que Sérgio Augusto já era para ser eleito para a Academia Brasileira de Letras. Merval, passou da honra.
Limongi, você está coberto de razão. Já passou da hora, do Sérgio Augusto se tornar imortal da ABL.
O artigo de ontem, sob o título: “100 anos de absurdo” está sensacional.
Vai aí, uma palhinha do parágrafo final, com a devida vênia ao Estadão:
” Os irmãos Marx, a poesia beat, o Teatro do Absurdo, Bob Dylan, Month Python e David Lynch – todos estes, mais os brasileiros Ismael Silva, Cícero Dias, Tarcila do Amaral, Murilo Mendes, Roberto Piva e Sérgio Lima – nutriram- se da mesma seiva anárquica que nos premiou com as pinturas de Max Ernst e Magritte e os filmes de Bunuel, entre outros tesouros culturais.
É muita relevância junta”.