Maria Hermínia Tavares
Folha
No debate público sobre o momento político brasileiro há duas posições diferentes em tudo — menos em matéria de desconforto diante do governo de coalizão ampla que o presidente Lula encabeça.
A primeira posição sustenta que o país vive tempos de polarização política e que o PT no Palácio do Planalto só faz ampliar a divisão que cinde a sociedade e faz dos brasileiros torcedores prontos para o vale tudo.
A segunda, reconhecendo a força da extrema-direita, prega que a esquerda, dada por morta, vítima de excesso de moderação e escassez de utopia, deva ressuscitar como polo igualmente extremado, radicalmente anticapitalista.
SONHO DE CONSUMO – De um lado, o sonho de consumo é ter um centro capaz de vencer nas urnas o extremismo que Bolsonaro encarna, prescindindo dos votos de Lula.
Na outra ponta, acredita-se que a esquerda pura, dura — e solitária — poderia reequilibrar o jogo ao prover os destituídos de um horizonte de mudança radical.
Nenhum desses devaneios parece realizável em regime democrático, cuja própria natureza demanda capacidade de conquistar maioria eleitoral, disposição para transigir em prol de fins compartilhados.
EXISTEM AVANÇOS – Mais do que isso, os dois pontos de observação, como naqueles lugares de visão prejudicada dos teatros antigos, impedem seus ocupantes de acompanhar os avanços obtidos pelo tão malfalado governo de coalizão. Eles não são poucos, nem apenas imediatos, como a correção do salário mínimo ou a repaginação do Bolsa Família. Está aí a reconstrução das capacidades estatais na saúde, na educação, no meio ambiente, comprometidas pelo desgoverno de Bolsonaro.
Tem mais: o arcabouço fiscal, a primeira fatia da reforma tributária e a inclusão da perspectiva ambiental na política econômica ensejam alguma esperança no futuro. O programa Desenrola e, agora, o começo da regulamentação do trabalho por aplicativo, fora do modelo da CLT, indicam capacidade de inovação social.
Todas pescoços dominadas por uma só cabeça, resta-lhes dançar conforme a mafiosa música!
O ciclo da esquerda esta no fim. O mundo começa a responder a “ordem unida” do “direita volver”.
A esquerda teve a sua chance, mas só produziu escândalos, então como é preconizado em todo manual que ensina democracia, volta a salutar alternância no poder.
Aos que julgam o povo ignorante, se surpreendem com a sua sabedoria.
Quando Juca vai mal, chama-se Manduca, e não adianta estrebuchar, o remédio é esse mesmo..
Correta a análise. Porém, há coisas que devem ser reforçadas e outras, evitadas. Só a economia não basta.
Por exemplo, no lado da segurança. Não se deve devanear, achando que a maioria dos bandidos (que assaltam, roubam e matam ou machucam as vítimas) vai se redimir e que devem ser tratados dignamente como os sonhadores querem. Não é verdade. Deve-se pregar castigos severos para reverter o quadro de criminalidade.
Devem ser evitadas discussões em torno de costumes ou pregar a defesa do meio ambiente a qualquer custo.. O agronegócio de exportação, embora seus efeitos colaterais, tem muita propaganda a favor, então, não deve ser criticado. E o agronegócio que abastece internamente o país, deve ser louvado e ainda beneficiado.
Ditaduras devem ser criticadas, sempre. Não importa a ideologia.
O discurso a favor de uma economia mais nacionalista e que desenvolva o país e aumente a renda média do cidadão deve estar no foco e no discurso 9vide Trump). Mas o equilíbrio fiscal deve ser perseguido sempre para manter a inflação sob controle, sem aumento da carga fiscal.
A maioria da população, mesmo aqueles que votam na esquerda, são conservadores. Por isso, uma esquerda radical estará fadada ao fracasso.
Senhor José Vidal , fala-se muito em falta de recursos (dinheiro) financeiros , para os mais diferentes fins , para atender as necessidades do país e de seu povo , mas nunca fala-se na má aplicação desses recursos , que sabidamente não faltam , haja vista a briga de foices nas três casas legislativas do país , ou seja , federal, estadual e municipal , sem mencionar as mazelas financeiras dos demais poderes da república , com o agravante de que mais de 60% do OGU , são desviados para pagar somente os juros da tal dívida pública ao sistema financeiro e não são computados como despesas , portanto faltam-nos gestores e agentes públicos honestos ,idôneo , capacitado para ocupar os mais diferentes cargos do Estado Nacional .