Bianca Gomes e Guilherme Caetano
O Globo
Ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff, Aldo Rebelo, licenciado do PDT, assumiu, em fevereiro, a Secretaria de Relações Internacionais de São Paulo, ocupando o lugar deixado pela ex-prefeita Marta Suplicy (PT) na gestão Ricardo Nunes (MDB). Afastado dos antigos aliados, ele elogia os acenos de Lula aos militares, mas vê mais erros que acertos no terceiro mandato do petista.
O governo Lula tem mais acertos ou mais erros?
Muito mais erros. Eu não reconheço, no presidente Lula, a preocupação hoje com as forças heterogêneas. Parece que é um permanente conflito com o principal adversário dele, que é o ex-presidente Jair Bolsonaro. Vejo também uma posição agressiva do governo dele em relação ao setor do agronegócio. E Lula faz menos reuniões políticas do que a presidente Dilma, que já não gostava de fazer reuniões políticas. Ele tem pouca paciência para a política. Ninguém pode dizer nada a ele, que ele fica irritado. A dificuldade na política surge exatamente pelo distanciamento da agenda política.
O que o senhor achou da decisão de suspender as cerimônias em memória ao golpe de 64?
Absolutamente correta. O Brasil precisa usar o passado para unir o país, e não dividir.
Lula tem acertado a mão na relação com os militares?
Ele acertou na escolha do ministro da Defesa (José Múcio), que é um homem talhado para a diplomacia política e para a conciliação. Múcio faz um grande esforço, e o presidente é submetido a pressões para adotar uma atitude mais conciliatória em relação aos militares, mas ele também recebe muita pressão pela agenda do revanchismo.
Pressão do PT?
De todo o PT, não. Tem setores do partido que compreendem que as Forças Armadas não são o problema do Brasil, são parte da solução. Mas há gente do PT que vive na agenda de 64. E o Lula procura se equilibrar.
O que está por trás da queda na popularidade do Lula?
Não é fácil dizer que é a economia. O desempenho econômico, à luz dos prognósticos, não é tão negativo em relação ao crescimento, às exportações e ao emprego. O país vive uma espécie de mal-estar existencial e espiritual. Apesar dos êxitos, dos triunfos passageiros, o país perdeu a confiança no futuro. Hoje você tem uma ideia de que o futuro do seu filho vai ser mais difícil do que o seu. Isso gera um mal-estar que recai sobre o governo e sobre o presidente, independentemente da sua responsabilidade. E quando ele não consegue propor um caminho que recupere a esperança, ele deixa de ser a solução para esse mal-estar. Lula perdeu a capacidade de gerar isso.
Por quê?
O Brasil reduziu tudo à disputa imediata pelo poder. O importante é a próxima eleição. O país não está preocupado com a agenda do futuro, que gere esperança e otimismo. O presidente Lula perdeu essa vocação de ser o presidente que cuida do futuro. Ele privilegiou essa luta pelo poder. Eu acho que ele saiu muito magoado (por causa da Lava-Jato), a indignação dele é justa e correta, mas isso é insuficiente para você governar.
Como o sr. vê a política externa do governo Lula?
É uma política externa ornamental. Ela pode ser esteticamente até bonita de se apreciar e de se ver. Mas ela não tem uma agenda à altura dos desafios do Brasil. A mediação é uma vocação do Brasil e uma necessidade, inclusive aqui na América do Sul. Nós não temos que fazer relações com nossos vizinhos a partir de critérios ou de padrões ideológicos. E com relação ao Oriente Médio nós devemos ser parte da solução, o problema já está criado por lá.
Há elementos para condenar Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado?
Faço uma apreciação política. O manual do golpe de Estado não reproduz, em nenhum caso, um golpe que foi preparado por minuta, apresentado em reunião ministerial e gravado. Os golpes de Estado sempre são conspirações com protagonistas diferentes desse golpe, ou tentativa, que está sendo atribuído ao Bolsonaro. O golpe de Estado, se examinar o caso brasileiro, exigiu, apoio político e institucional. Governadores, partidos, igreja… apoio diplomático, financeiro, cultural. O que você tinha nesse simulacro fracassado de golpe, por favor? As palavras e o pensamento comportam qualquer flexibilidade. Mas os fatos, não. E você deve julgar a política, não só a política, pelas consequências e pelos resultados que ela gera. O que é que terminou? O presidente foi para os Estados Unidos e para lá ficou.
O senhor enxerga perseguição ao ex-presidente?
Não tenho dúvida nenhuma. São os mesmos protagonistas. Trabalharam para excluir o presidente Lula da política e agora tratam para excluir o Bolsonaro.
Como está sua relação com o ex-presidente Bolsonaro?
Como sempre esteve, como diz o mineiro, boa. Nunca tive problema com Bolsonaro. Não temos tido encontros pessoais, trocamos mensagem pelo WhatsApp e, às vezes, um telefonema.
O senhor o considera um amigo?
Eu tenho apreço pelo Bolsonaro. Sempre tive. Convivemos durante décadas na mesma comissão, de forma amistosa, com as diferenças sobre temas, mas de vez em quando coincidindo. Inclusive, uma vez, na defesa do presidente Chávez. Eu defendendo porque o Chávez era de esquerda e ele porque o Chávez era militar (risos).
Por que não seguiu o seu partido e apoiou Boulos?
Sofri muito para organizar a Copa do Mundo, com um movimento que quebrava tudo no meio da rua chamado Não vai ter Copa. Só essa lembrança já me causa amarguras.
E como que o senhor viu o PT apoiando o Boulos agora?
Completamente incoerente. Desci a rampa com a presidente Dilma. Fiz tudo para impedir que ela fosse injustamente deposta por uma fake news econômica que foi a pedalada. Eu nunca chamei o PT de corrupto, o Boulos chamou. Aí, escolhe uma vice que é minha amiga, a Marta, que votou pelo impeachment da Dilma. Ficou quatro anos aqui na prefeitura, foi do PMDB.
Esse conseguiu escapar das garras da ignorância
Em 2014, na última eleição antes de virar conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Brazão apoiou a reeleição de Dilma Rousseff.
Bolsonaro se sente aliviado.
Celso Daniel continua no mesmo limbo da impunidade de PC Farias.
Marcos Valério apontou Lula como um dos mandantes.
Farinhas podres de um mesmo saco enorme.
Não adiante disfarçar o rótulo ou a validade.
Carlos Newton, sugestão de vídeo:
https://youtu.be/82w4a_F-q_o?si=UjuOTRWoRZ2-rKoZ
Obs. Os dois minutos finais dizem muito do caso Marielle.
Retificação:
Dois minutos e meio.
Batista Filho,
Esses dois minutos e meio são exatamente o tempo que lhe dou para tomar vergonha na cara, caso contrário irá robotizar em outra freguesia.
Se você soubesse como me divirto sacaneando robõs, homídeos, androides, replicantes, automatos e biônicos, jamais me provocaria.
E tenho predileção por destruir a tal da Inteligência Artificial, na qual você parece estar enquadrado.
Ha-ha-há, diria Helio Fernandes, com sua gargalhada gráfica.
CN
Que agressão gratuita, Carlos Newton.
Espero que você fique bem: de coração.
Deixo meu abraço fraterno,
João Batista de Oliveira Filho
João Batista de Oliveira Filho, vulgo Cyborg, um robô que não respeita o hospedeiro.
Siga nosso conselho, faça a revisão no sistema de freios, e daqui a pouco você volta, com outro apelido, é claro.
Você vai fazer tanta falta ao blog que estou quase chorando…
CN
Batista Filho 26 de março de 2024 at 18:42
A torcida na/da TI por milicianos matadores de aluguel é algo digno de estudo.
responder
Tribuna da Internet
26 de março de 2024 at 20:59
Sabe, Batista Filho. você está se excedendo e faltando ao respeito com o editor do blog.
Seu ingresso aqui é permitido, embora há tempos saibamos que você é um robô lulista de nova geração, com alta qualidade de racicínio e perfomance invejavel.
Sua presença na Tribuna da Internet sempre foi tolerada, como a de outros robôs de todos os tipos, mas de uns tempos para cá você passou a abusar, julgando-se no direito de desrespeitar o editor do blog, que jamais foi robô de ninguém e vive sob o signo da liberdade.
Esta foi a última referência pejorativa que você faz ao blog. Se tem dificuldade de entender, volte para a oficina, faça uma revisão completa e verifique especificamente os freios. Caso contrário, vai dançar um tango argentino e cantar “Ninguém me Ama”.
Atenciosamente.
CN
Sr. Newton
Tem uma velho ditado, que caiu em desuso que dizia mais ou menos assim…
“Nunca mexa com quem está quieto…”.
abraços gráti$…
Sr. Newton, por sinal esse robocopgay tá querendo mesmo é levar uma “troca de óleo” de um mecânico bem fortão…
“O que está por trás da queda na popularidade do Lula?
Não é fácil dizer que é a economia. O desempenho econômico, à luz dos prognósticos, não é tão negativo em relação ao crescimento, às exportações e ao emprego. O país vive uma espécie de mal-estar existencial e espiritual. Apesar dos êxitos, dos triunfos passageiros, o país perdeu a confiança no futuro. Hoje você tem uma ideia de que o futuro do seu filho vai ser mais difícil do que o seu. Isso gera um mal-estar que recai sobre o governo e sobre o presidente, independentemente da sua responsabilidade. E quando ele não consegue propor um caminho que recupere a esperança, ele deixa de ser a solução para esse mal-estar. Lula perdeu a capacidade de gerar isso.
Por quê?
O Brasil reduziu tudo à disputa imediata pelo poder. O importante é a próxima eleição. O país não está preocupado com a agenda do futuro, que gere esperança e otimismo. O presidente Lula perdeu essa vocação de ser o presidente que cuida do futuro. Ele privilegiou essa luta pelo poder. Eu acho que ele saiu muito magoado (por causa da Lava-Jato), a indignação dele é justa e correta, mas isso é insuficiente para você governar.” Por este flanco, Aldo até que poderia ser de grande utilidade e valia, mas não como conservador do sistema apodrecido, até porque de conservador de esquerda já basta o Lula, que deu no que deu: colo do centrão. Caso Aldo acene para a Revolução Pacífica do Leão, com convicção e sem dubiedade, até que seria bem-vindo como Vice do Nunes, desde que ambos se prontifiquem a abrir espaço à Revolução redentora de SP e do Brasil operar de SP para o Brasil.
VERDADE SEJA DITA, JUSTIÇA SEJA FEITA, o PT GANHOU AS ELEIÇÕES, MAS TB PERDEU, sem projeto novo e alternativo de política e de nação, a exemplo dos seus antecessores no comando da república do militarismo e do partidarismo, politiqueiro$, e seus tentáculos velhaco$, e, sobretudo, do famigerado centrão, o terror do erário da nação, mas não perdeu para a direita e muito menos para a estrema direita, perdeu isto sim o seu discurso de pretensão de ser coerente e diferente de tudo isso que já estava aí há cerca de 500 anos, com certeza, o perdeu, há cerca de 30 anos, para a Revolução Pacífica do Leão, o megaprojeto novo e alternativo de política e de nação. É impressionante como as supostas direita, esquerda e centro morrem de medo de sequer admitir a existência da Revolução Pacífica do Leão, a nova via política extraordinária, revolucionária, a mega solução, via evolução, munida do megaprojeto novo e alternativo de política e de nação, o novo caminho para o novo Brasil de verdade, com Democracia Direta e Meritocracia, a nova política de verdade, com Deus na causa, porque evoluir é preciso, com discurso próprio, 100% inovador, ano-luz adiante da velharia de direita, esquerda e centro. “Nesses tempos modernos de 2024 a direita está muito mais forte e ativa nas redes sociais, fazendo a cabeça do povo.” Diz aí Nascimento, o que vc entende e quer dizer no seu artigo por direita, quem e o quê ? Não vejo nada de novo na direita, nem esquerda e nem no centro que possa fazer a cabeça da banda boa do conjunto da sociedade, isenta, pelo contrário, vejo neles apenas um museu de novidades, como cantou Cazuza, mais dos me$mo$. Na verdade, quem está fazendo a cabeça da banda boa do conjunto da sociedade, isenta, é o discurso consistente do megaprojeto da Revolução Pacífica do Leão, o fato novo de verdade que vocês das tais direita, esquerda e centro, superados, estão fugindo igual o diabo fogo da cruz, não vão admitir nunca nem sequer a existência da RPL-PNBC-DD-ME, porque trata-se do fim dos vossos pesqueiro$. http://www.tribunadainternet.com.br/2024/03/24/lula-precisa-modernizar-e-aprimorar-o-discurso-para-nao-perder-mais-eleitores/?fbclid=IwAR3_R-ujS1ZhWRduefY0ipJZ-XWwVC8iTUziA6dcondmSSk_TLBfnc3HJwI_aem_Ac8ta3tzN8WaIeATLcKvLav-5bk1Fdwx7I-piL0tMNGLmE82JUF82_IobZmAOtZl68Y_JupbE4tXe7Gf1sedc6Ad#comments
Banalizar as próprias falcatruas e potencializar os erros dos outros.
Assim é a esquerda, toda hora cai dentro na área para o juiz marcar pênalti, sempre esperando o apito simpático do maquiavélico árbitro.
A esquerda banalizadora inspirou Macron a banalizar a maior condecoração francesa, deu ao cacique Raoni, o Beiço de Pau tal medalha.
Eu sugeriria ao Raoni que usasse um pen drive no beiço. Já passou a época dos CDs.
O senhor o considera um amigo?
Eu tenho apreço pelo Bolsonaro. Sempre tive. Convivemos durante décadas na mesma comissão, de forma amistosa, com as diferenças sobre temas, mas de vez em quando coincidindo. Inclusive, uma vez, na defesa do presidente Chávez. Eu defendendo porque o Chávez era de esquerda e ele porque o Chávez era militar (risos).
Sr. Newton
Tem comentarista que não vai gostar nada disso….