Dora Kramer
Folha
A prisão dos suspeitos de mandarem matar Marielle Franco é uma síntese, embora incompleta, da infiltração do crime organizado nas instituições públicas: um deputado federal, um conselheiro de tribunal de contas e um delegado ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
A coisa vai além. A despeito do muito bem-vindo desfecho do caso, não há que se falar em triunfo do Estado. Este segue desorganizado frente à crescente estruturação da criminalidade no país, sendo o Rio o exemplo mais visível. Ali atuam várias famílias que mandam e desmandam na política, algumas com ligações criminosas.
NADA MUDOU… – Os irmãos Brazão, Francisco e Domingos, respectivamente deputado e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, foram pegos, mas outros tantos seguem atuantes e continuarão no controle de votos que resultam na dominação de territórios.
Agirão de maneira incisiva nas eleições municipais, a fim de ampliar a teia da contaminação. Todas as instâncias de governo sabem disso porque nada é feito às escondidas. Como ficou demonstrado na obstrução das investigações dos assassinatos de Marielle e Anderson Gomes, o poder local não dá conta da situação.
A crise de insegurança que apavora o Brasil requer compreensão mais ampla. A de que estamos diante de um problema de segurança nacional e institucional. Cenário tão ameaçador à saúde democrática como aquele em que foi debelada a tentativa de um golpe de Estado.
INSEGURANÇA TOTAL – As autoridades reagiram com firmeza quando a democracia foi posta em xeque, com apoio da sociedade afeita aos valores da legalidade.
Urge que empenho semelhante se concentre no tema que ocupa o topo das preocupações da população.
O embate ideológico distrai, mas na realidade do cotidiano as pessoas querem mesmo é saber o que as forças municipais, estaduais e federais se dispõem a fazer para assegurar um mínimo aceitável de segurança sejam quais forem as atribuições constitucionais de cada um.
Por seis anos, acusaram o Bolsonaro de ter mandado matar a desconhecida Marielle. Vocês da impren$a, vão pedir desculpas pelas falsas acusações quando?
Sócrates (470-399 AC): Há mais de 2.000 anos, Sócrates disse: “A democracia deve cair porque tentará adaptar-se a todos. Os pobres quererão a riqueza dos ricos e a democracia dar-lhes-á isso. Os jovens quererão ser respeitados como idosos e a democracia dar-lhes-á isso. As mulheres vão querer ser como os homens e a democracia lhes dará isso. Os estrangeiros quererão os direitos dos nativos e a democracia dar-lhes-á isso. Ladrões e fraudadores desejarão funções governamentais importantes e a democracia lhes dará isso. E nessa altura, quando ladrões e fraudadores finalmente assumirem democraticamente a autoridade porque os criminosos e malfeitores querem o poder, haverá uma ditadura pior do que no tempo de qualquer monarquia ou oligarquia”.
Nossa!!! D. Kramer enfim descobriu a pólvora! Um pouco tarde, mas “antes tarde do que nunca”, como ensinava vovó.
Se os deputados federais, tivessem a certeza, de que não seriam execrados pela opinião pública, Lira e o Centrão votariam pela liberdade de Chiquinho Brasão no Plenário. Todos sabem, que os deputados e senadores da Direita e do Centrão, não concordam com a busca e apreensão nos gabinetes de parlamentares enrolados com a justiça, os criminosos com mandato. Prisão preventiva para suas excelências, por atos desconectados com a atividade parlamentar, para eles é um ato inadmissível vindo do Judiciário.
Eles vão retaliar com muita força.
Vem si, uma vingança contra o STF:
Impeachment de ministros e o alvo principal se chama Alexandre de Morais.
Mandato de 15 anos para todos os ministros, e por fim, a submissão de sentenças e decisões liminares, ao crivo do Plenário da Câmara, copiando nesse tema, o que Beijamim Netaniyau tentou aplicar em Israel e não conseguiu, pois o povo judeu lotou as ruas de Telaviv com mais de 2 milhões de pessoas, assustando a Extrema Direita religiosa de Israel.
Contemplo o cenário atual do Brasil, com um pessimismo atroz. Ao invés de avançar, o Brasil desceu várias casas, rumo ao retrocesso obscurantista. E nem adianta falar em Golpe Militar, que não adianta nada. São homens com fardas e tão cruéis quanto os civis, que gostam de dinheiro e poder. Por isso, de Golpes em Golpes vamos descendo a ladeira do atraso, além de, no meio do caminho, não tem pedra, tem sim, tortura, mortes, perseguições, censura, exílio, uma montanha de maldades e covardia, daqueles que vem com tanques, metralhadoras, granadas contra o povo, que deveriam defender, sendo regiamente pagos para isso.