Quem conheceu Brasília tempos atrás ficará horrorizado se retornar à capital

GDF informa haver muitos moradores de rua que vêm ao DF apenas durante as festas de fim de ano -  (crédito: Fotos: Minervino Júnior/CB/D.A Press)

Há dois anos, Brasília já exibia 8 mil moradores de rua

Vicente Limongi Neto

A população amedrontada e insegura, não tem o que comemorar este mês nos 64 anos de Brasília. Propagandas oficiais são falaciosas. Tapa na cara do brasiliense que continua sofrendo. O leitor Joaquim Gomes Silveira (Correio Braziliense – 4/04) salientou verdades irretocáveis, tristes e lamentáveis:

“Tudo gravita em torno de uma elite, aprofundando as injustiças sociais muito concretas nas periferias das cidades que abrigam boa parte dos descendentes dos pioneiros que construíram a nova capital do país”, assinalou, com toda razão.

MÚLTIPLOS PROBLEMAS -Diariamente o povo é humilhado e espezinhado. É gritante a falta de segurança, com criminalidade avassaladora. Cresce a quantidade de moradores nas ruas, um deles estava preso como “terrorista” do 8 de Janeiro. Roubos e assaltos são frequentes nas Asas Sul e Norte.

Aumenta o já deficiente e constrangedor atendimento nos hospitais, UPAs e postos de saúde. Falta merenda escolar de qualidades nas escolas públicas. Estudantes são esfaqueados na porta das escolas. O cidadão dorme ao relento, nas filas imensas, em busca de emprego e senhas para tentar uma consulta médica ou agendar uma operação. Quando consegue, espera meses e anos pela cirurgia.

Completo escárnio. As ruas são esburacadas. Jardins viram matagais. A lama das enxurradas entope bueiros e ruas, tesourinhas e viadutos. O transporte público é vergonhoso. Idosos e crianças morrem sem atendimento. Grávidas dão à luz na rua, dentro do banheiro ou nos corredores. É patética a quadra de aflições, angústias e desesperanças do cidadão. Haja peneiras para tapar o melancólico sol da avalanche de transtornos, ineficiência e dificuldades. Se a capital está assim, imagine o resto do país.

CÃES BANDIDOS – Quem vai refazer a vida e a alegria da escritora, Roseana Murray, atacada e mutilada por ferozes cães que deveriam ser exterminados do convívio humano?

Não me importa se terei o repúdio de criadores e hipócritas. Já não basta os criminosos humanos matando e estuprando, temos agora, para tristeza e indignação da maioria das pessoas, cães também assassinos.

Onde os irresponsáveis donos, tutores, sei lá, desses cães medonhos colocam as focinheiras que os fofos animais precisam usar, para evitar tragédias?

12 thoughts on “Quem conheceu Brasília tempos atrás ficará horrorizado se retornar à capital

  1. A elite política e do judiciário estou pouco se ligando. O stf vai comprar carros blindados, fora que deve ter escolta armada. Como dizia o personagem do Chico, eles falam, quero que obre se explodam

  2. Limongi, foi uma tragédia o ataque dos três cães Pit Bull , que feriram gravemente a escritora e poetiza Roseane Murray.
    Ela perdeu um braço, uma orelha e permanece no CTI. Felizmente, já está melhor e brevemente irá para o quarto.

    Ela se mudou para Saquarema, na Região dos Lagos, próximo de Maricá.
    Estava caminhando na rua e foi atacada pelos cara famintos.
    O responsável pelos animais foi preso, por tratar mal os animais.
    Esse elemento asqueroso, morava no terreno invadido. Era vizinho dela. Na casa, tinha uma moto roubada e com a numeração raspada. Trata-se de um criminoso, um delinquente, um perigo para a sociedade.
    Evidente, que indivíduos dessa natureza, não iriam cumprir a Lei, que exige focinheira para cães como Pitbull.
    Estamos vivendo a mercê do deixe andar, deixe fazer, que não dá nada mesmo.
    Estado sem Lei, o nosso Rio de Janeiro.
    Aqui na capital, o prefeito nervosinho, Eduardo Paes, liberou geral, os cães na areia e no mar. Será o responsável, se ocorrer uma tragédia. Não é, uma máxima do Conselheiro Aires: “As coisas só são previsíveis, quando elas acontecem”.

  3. Vicente, o Distrito Federal, sofre dos mesmos problemas do Rio de Janeiro:
    Políticos despreparados para exercerem a função pública. O desgovernados Ibaneis Rocha está no segundo mandato. Se no primeiro mandato já foi ruim, o segundo mandato de Ibaneis, é um desastre monumental.
    Brasília está entregue as baratas e ratazanas. Sair a noite na Asa Norte e na Aza Sul é um convite para ser assaltado.

    No dia 12 de dezembro de 2022, Brasília quase pegou fogo. Ônibus incendiado e pendurado num viaduto próximo da Rodoviária. Parecia Roma Incendiada pelo imperador Nero.
    O governador não tem controle da Polícia Militar, não tem firmeza nem liderança, um desastre administrativo. Ninguém dá bola para ele.
    Precisa ser investigado pela sua omissão no oito de janeiro.

    Não se ouve falar em nenhuma política de segurança e de redução da tragédia social, implementada pelo governador Ibaneis. Deveria pedir para sair, renunciar, por absoluta inoperância. Seria mais ético, entregar o cargo para a vice governadora Celina Leão e viajar pelo mundo em férias permanentes e curtir o Dolce Farniente, o ício com dignidade.

  4. Limongi, nosso intelectual em comum, Sérgio Augusto postou um artigo agora no Estadão dedicado a Ziraldo. Trabalharam juntos no O Pasquim.
    Se desentenderam e ficaram brigados por 17 anos. No enterro do jornalista Paulo Francis, Ziraldo chamou Sérgio Augusto e disse,: Sérgio vamos fazer as pazes, nossos amigos estão morrendo, portanto, não podemos perder mais tempo.
    Você não pode perder essa loa ao maior cartunista que o Brasil nos deu, escrita por Sérgio Augusto.

    • Sr. Roberto, não tenho acesso ao Estadão. Será possível transcrever o citado artigo? Leitor assíduo do Pasquim desde seus primórdios, adorava ler o Sérgio Augusto e suas análises sobre cinema. Fora o restante, claro!

      • Prezado Lafaiete, seria um prazer republicar o artigo de Sérgio Augusto, porém, a matéria só abre para o assinante. E ainda preciso da autorização do jornal.

        Vou pedir ao Editor, Carlos Newton, que conhece o escritor Sérgio Augusto, dos tempos em que esse monstro da cultura e do saber tinha uma coluna na Tribuna da Imprensa.

  5. Licença …

    1) Dizem que “o amor é cego”, talvez por isso eu goste tanto de Brasília, do DF, do entorno, das cidades limítrofes, dos meus familiares que moram lá e todo ano os visito.

    2) Passei minha adolescência naquelas plagas centro-oestianas. Hoje, à distância, contemplo esta paixão cerradiana juvenil.

    3) Que tem muitos problemas eu sei, mas sigo apaixonado torcedor do time verde e branco do Gama, que vi nascer…

  6. grato, amigos, pelas considerações. lamentável que ziraldo não tenha entrado na Academia Brasileira de Letras(ABL). Muitos que estão lá, não chegam aos pés de Ziraldo, Nessa Linha, nascimento, quando Merval e companhia vão acolher Sérgio Augusto na academia? Dignificaria e muito a casa de Machado de Assis. boa idéia, transcrever na tribuna o artigo de sérgio augusto sobre ziraldo. homenagem de todos nós.

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