Conversa com Haddad faz Lula mudar tom público sobre economia

O movimento de Lula dá uma sobrevida a Haddad

Pedro do Coutto

Aconselhado pelo ministro Fernando Haddad, o presidente Lula mudou o tom que vinha adotando em declarações sobre o Banco Central e afirmou que vai cumprir o compromisso fiscal de déficit zero.  Em meio às turbulências do mercado financeiro e a consequente alta do dólar , Lula tratou de afirmar que a “responsabilidade fiscal é compromisso” em seu governo.

Além disso, o chefe do Executivo reforçou que sua gestão “não joga dinheiro fora”. As declarações aconteceram durante o anúncio do Plano Safra voltado para agricultura familiar, no Palácio do Planalto, em Brasília.

RESPONSABILIDADE – “Aqui, nesse governo, a gente aplica o dinheiro que é necessário. A gente gasta com educação e saúde, naquilo que é necessário. Mas a gente não joga dinheiro fora. Responsabilidade fiscal não é uma palavra, é um compromisso deste governo desde 2003. E a gente manterá ele à risca”, disse Lula.

Haddad disse a jornalistas que a diretoria do BC tem autonomia para atuar no câmbio como entender conveniente e que não há orientação contrária. Ele acrescentou que acredita que o dólar vá se acomodar, reforçando que a responsabilidade fiscal é um compromisso da vida pública de Lula. O episódio revelou a insegurança do presidente Lula com a matéria. Ele precisa abandonar o tom de palanque nesse sentido.

RECUO – Após Lula mudar de tom sobre a questão, o dólar comercial encerrou nesta quarta-feira cotado a R$ 5,56, representando uma queda de 1,71% em apenas um dia. É a primeira vez que o câmbio recua em quatro pregões. As falas de Lula vão na contramão do que o presidente tem dito nas últimas semanas sobre política fiscal e monetária. Ele vem criticando a atuação do Banco Central e colocando em dúvida a intenção do governo de cortar gastos.

Apesar da mudança de postura do Lula ter contribuído para ampliar a queda do dólar nesta quarta, só haverá uma melhora consistente no câmbio quando medidas concretas para atingir o equilíbrio fiscal forem anunciadas, e quando cessar o excesso de críticas por parte do presidente.

5 thoughts on “Conversa com Haddad faz Lula mudar tom público sobre economia

  1. Pinóquio, é robô de Gepeto e só faz o que seu “mestre” soprar e determinar: Um passo pra frente e dois ou três pra trás!
    Se titubear, tchau pro gaiteiro!

  2. As convicções são perigosas. Por isso, mudar de vez em quando é até saudável.

    “A Falácia das Convicções

    O intelecto humano, quando assente numa convicção (ou por já bem aceite e acreditada ou porque o agrada), tudo arrasta para seu apoio e acordo. E ainda que em maior número, não observa a força das instâncias contrárias, despreza-as, ou, recorrendo a distinções, põe-nas de parte e rejeita, não sem grande e pernicioso prejuízo. Graças a isso, a autoridade daquelas primeiras afirmações permanece inviolada. E bem se houve aquele que, ante um quadro pendurado no templo, como ex-voto dos que se salvaram dos perigos de um naufrágio, instado a dizer se ainda se recusava a aí reconhecer a providência dos deuses, indagou por sua vez: “E onde estão pintados aqueles que, a despeito do seu voto, pereceram?” Essa é a base de praticamente toda a superstição, trate-se de astrologia, interpretação de sonhos, augúrios e que tais: encantados, os homens, com tal sorte de quimeras, marcam os eventos em que a predição se cumpre; quando falha o que é bem mais frequente —, negligenciam-nos e passam adiante. Esse mal insinua-se de maneira muito mais subtil na filosofia e nas ciências. Nestas, o de início aceite tudo impregna e reduz o que segue. Até quando parece mais firme e aceitável. Mais ainda: mesmo não estando presentes essa complacência e falta de fundamento a que nos referimos, o intelecto humano tem o erro peculiar e perpétuo de mais se mover e excitar pelos eventos afirmativos que pelos negativos, quando deveria rigorosa e sistematicamente atentar para ambos. Vamos mais longe: na constituição de todo axioma verdadeiro, têm mais força as instâncias negativas.”

    Francis Bacon, in “Novum Organum – Livro I (XLVI)”

  3. Fernando Haddad deveria ser mais ouvido pelo presidente, que tem preferido o péssimo conselheiro, ex governador da Bahia, Rui Costa, que colocou na cabeça o sonho de herdar o legado de Lula. Não tem as mínimas condições de ser o futuro Aiatolá do PT, um Partido dividido em diferentes alas. Se continuar com essas divisões internas, Rui, Gleise e companhia limitada, o Bolsonarismo, concentrado no PL e no Centrão vai empurrar o PT para ser o futuro PSDB, que está nas cordas, justamente pelas divisões dos caciques, Eduardo Leite, João Dória e Aécio Neves, três coveiros dos tucanos.

    Essa turma do PT precisava aprender com os erros dos outros Partidos. O MDB, também está morrendo aos poucos. A cada eleição, míngua ainda mais, até chegar ao fim.

    Lula não vem se saindo bem, politicamente. Perdeu o time político e suas falas não têm ajudado seu governo, portanto, atira no próprio pé. Atacar o mercado, não é bom negócio. O dólar disparou, prejudicando a Economia.
    Antigamente, Lula usava o vice José Alencar, para cumprir esse papel de criticar os juros altos. Desta vez, Lula não quer pedir o apoio de Geraldo Alkimin, então perde pontos com o Sistema Financeiro e na Classe Média, porque ninguém aguenta a subida do dólar, toda vez que Lula ataca Roberto Campos Neto.

    É preciso recuar, quando uma estratégia política não dá certo. Persistir no erro é uma sandice.

    Um exemplo é o Arthur Lira, que preside a Câmara.: Levou porrada das mulheres por pautar a PEC da Criminalização da Mulher em caso de Aborto, com a pena de 20 anos, enquanto o estuprador pega no máximo 10 anos e ainda de maneira açodada impôs o regime de urgência. Enquanto o autor do projeto, o deputado pastor evangélico, Sostenes Cavalcante da Assembléia de Deus, se escondia diante das críticas avassaladoras das mulheres, que foram às ruas nas capitais, execrar Arthur Lira.

    Lira sentiu o golpe e ainda para ficar bem na foto, tentando recuperar o tempo perdido, transferiu para agosto, a votação da PEC do Aborto e a PEC da Anistia aos Partidos Políticos, que apenas o PSOL e o Novo foram contras. O PT, enterrou a cabeça na areia, igual um avestruz. O eleitor não perdoa essas atitudes políticas

  4. A Extrema Direita força a Direita Conservadora, para juntas, tomarem de assalto o Legislativo. Lula, em minoria no Parlamento se tonou refém do grupo liderado por Arthur Lira e Valdemar da Costa Neto.

    Arthur Lira está desgastado com a opinião pública, por um erro incrível, demonstrando sua falta de percepção política: foi enganado por Sóstenes Cavalcante, autor do projeto de criminalização do Aborto, com pena máxima de 20 anos para a mulher. Quando as mulheres foram ás ruas, enchendo as avenidas, com protestos contra essa Lei da Idade Média, Sóstenes sumiu do noticiário e Arthur Lira ficou só, levando pancada a torto e a direito.

    A candidatura de Lira, ao Senado por Alagoas, subiu no telhado. Todos os concorrentes vão exibir no horário eleitoral, os cartazes contra ele, em todas as capitais. Ele Lira, será lembrado como o deputado contra as mulheres, querendo penaliza- las com 20 anos. Quanto aos homens estupradores, uma peninha suave de 10 anos .
    Sóstenes Cavalcante tirou o corpo fora. Covarde e malandro, veio a público, afirmar que ouviu o conselho de Michele Bolsonaro e vai mudar o texto da Lei, passando a pena de 20 para 10 anos.
    Eles ainda insistem neste monstrengo contra a mulher e Michele apoia, incrível, uma mulher contra as mulheres.

    As mulheres ímpias e evangélicas vão dar o troco no Sóstenes e no Arthur Lira, nas eleições de 2026. Se eles pensam, que as mulheres vão esquecer, estão redondamente enganados. O homem, as vezes esquecem, as mulheres não esquecem nunca.

    Então, vou dar um conselho ao deputado Arthur Lira:
    Manda para o Arquivo, três Projetos bombas contra o Brasil, o da Anistia para Golpista, o da Anistia das multas dos Partidos Políticos e o Projeto de Criminalização da Mulher, que praticar o Aborto em caso de estupro, de encefália do feto e em caso de risco de morte da mulher.

    Depois não diga, que não foi avisado.

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