A amada resiste ao poeta Aluísio de Azevedo e ele entra em desespero

E que mais é o nosso viver nesta espécie de mundo, senão uma...Paulo Peres
Poemas & Canções

O diplomata, jornalista, caricaturista, cronista, romancista, contista e poeta maranhense Aluísio Tancredo Belo Gonçalves de Azevedo (1857-1913), no soneto “Pobre Amor”, revela que sofre pelo pecado e pela resistência de sua amada.

POBRE AMOR
Aluísio de Azevedo

Calcula, minha amiga, que tortura!
Amo-te muito e muito, e, todavia,
Preferira morrer a ver-te um dia
Merecer o labéu de esposa impura!

Que te não enterneça esta loucura,
Que não te mova nunca esta agonia,
Que eu muito sofra porque és casta e pura,
Que, se o não foras, quanto eu sofreria!

Ah! Quanto eu sofreria se alegrasses
Com teus beijos de amor, meus lábios tristes,
Com teus beijos de amor, as minhas faces!

Persiste na moral em que persistes.
Ah! Quanto eu sofreria se pecasses,
Mas quanto sofro mais porque resistes!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *