Kamala reduz distância para Trump em nova pesquisa do NY Times

Antes, Trump tinha vantagem expressiva sobre Biden

Pedro do Coutto

Nos Estados Unidos, o crescimento da candidatura de Kamala Harris esquentou o plano principal da disputa na medida em que encurtou a distância em relação a Donald Trump. Uma pesquisa do New York Times/Siena College confirmou o cenário de equilíbrio na disputa pela Presidência dos Estados Unidos.

Entre eleitores registrados, Donald Trump aparece com 48% das intenções de voto, contra 46% de Kamala Harris. No universo de eleitores prováveis, os índices são, respectivamente, de 48% e 47%. Em ambos os casos, há empate técnico, uma vez que a margem de erro é de 3,3 pontos percentuais para eleitores registrados e de 3,4 pontos para eleitores prováveis.

CENÁRIO POSITIVO – Trata-se de um cenário mais positivo para os democratas em comparação com a sondagem do início de julho, na qual o presidente Joe Biden aparecia seis pontos atrás de Trump entre eleitores prováveis, logo após um debate televisivo desastroso para o democrata. Considerando apenas os eleitores já registrados, a vantagem de Trump sobre Biden no pós-debate era de nove pontos. Trump já é oficialmente o candidato do Partido Republicano à Casa Branca, enquanto Kamala ainda precisa ser nomeada formalmente pelo Partido Democrata – o que deve acontecer até o início de agosto.

As eleições nos Estados Unidos não são decididas por maioria simples de votos, mas por um colégio eleitoral formado a partir da votação dos candidatos em cada um dos 50 estados. Ou seja, ter o maior número de eleitores nem sempre é suficiente para a vitória. Em 2016, por exemplo, Hillary Clinton somou 48% do voto popular, mas Trump, com 46%, foi eleito após vencer em estados-chave no colégio eleitoral.

APOIO –  Kamala Harris subiu rapidamente nos índices e mostra a força da sua personalidade nos primeiros momentos que já se travaram após a sua indicação por Joe Biden. Ela conta inclusive com o apoio do ex-presidente Barack Obama, que se manifestou publicamente nesta sexta-feira.

O ex-presidente e Kamala publicaram o mesmo vídeo em seus perfis na rede social X (antigo Twitter). A gravação mostra a pré-candidata recebendo uma ligação de Obama e sua esposa, Michelle. Vale lembrar que Biden também publicou um vídeo em que mostra um telefonema para convidar Kamala para ser sua vice nas eleições de 2020.

ATENÇÃO – Na Venezuela, as eleições estão muito próximas da farsa, na medida em que Nicolás Maduro escolhe os seus rivais nas urnas. Não tem sentido nenhum a vitória que ele poderá conquistar à custa de ameaças de guerras civis. Maduro pretende se reeleger por mais seis anos – e tem reprimido adversários. A comunidade internacional está preocupada e atenta.

Nicolás Maduro disputa o terceiro mandato seguido. Ele foi eleito pela primeira vez em abril de 2013, um mês depois do falecimento do presidente Hugo Chávez, de quem era vice. Herdeiro do chavismo, Maduro foi acusado pela comunidade internacional de perseguir e prender opositores e desrespeitar direitos políticos durante os anos à frente da Venezuela, e tem adotado um discurso de intimidação a adversários e eleitores. Na semana passada, ele declarou que caso perca a eleição, haverá “banho de sangue” e “guerra civil”.

O adversário de Maduro é o diplomata aposentado Edmundo González Urrutia. Ele se tornou o candidato da oposição de última hora, depois que os tribunais controlados por Maduro impediram a ex-deputada Maria Corina Machado e da substituta dela, a filósofa Corina Yoris.

RECUPERAÇÃO – Ao longo da campanha, Gonzalez defendeu o retorno dos venezuelanos que estão no exterior – são mais de 7,7 milhões, segundo a ONU – e prometeu a recuperação da economia. A inflação em 2023 foi de cerca de 189%. Mais da metade da população vive abaixo da linha da pobreza.

A eleição na Venezuela é uma disputa desigual. Maduro usa a estrutura do governo para fazer campanha. A TV estatal só veicula notícias e pesquisas de opinião favoráveis a ele. Pesquisas de opinião independentes apontam que Edmundo Gonzalez tem mais de 30 pontos percentuais de vantagem sobre Nicolás Maduro. Já um instituto pró-governo diz que o cenário é o contrário: é Maduro quem lidera com ampla vantagem.

Como se vê, as disputas eleitorais poderão marcar profundamente o destino tanto nos Estados Unidos quanto na Venezuela. Mais um capítulo da história política de ambos os países.

5 thoughts on “Kamala reduz distância para Trump em nova pesquisa do NY Times

  1. Magistral análise de Pedro do Couto, tanto em relação a eleição americana quanto na eleição venezuelana neste domingo.

    Donald Trump e Nicolas Maduro estão a ponto de uma ruptura dos nervos. Os dois sabem que vão perder, porque há um limite para tantas mentiras. Essas duas figuras demoníacas, só pensam em dinheiro e enriquecimento ilícito. Serão varridas do mapa político.

    Donald Trump, um beócio, que pensa ser mais esperto do que todo mundo, foi fundo de mais no massacre pós debate entre ele e Biden, acentuando as fragilidades de Joe em relação a idade avançada do presidente como se ele, aos 78 anos fosse um garotão das praias de Mar del Lago na Flórida, local da sua mansão megalomaníaca.
    Bem, Trump exagerou nos ataques a Biden, forçando o Partido Democrata a pressionar o presidente a desistir da reeleição. Exatamente o que aconteceu, parte por culpa de Trump e também porque Biden não subia nas pesquisas.

    Então, escolhida a vice Kamela Harris, começou o inferno astral de Trump. Logo de cara, a nova candidata disparou nas pesquisas e bateu no topo, em empate técnico com o ogro empresário, com menos de uma semana no páreo. Faltando 100 dias para a eleição, Kamala Harris tende a se distanciar de Trump, em 10 pontos percentuais.
    Esse é o medo de Trump, que chegou ao ponto do covarde não querer mais participar dos debates, porque teme a ex- procuradora da Califórnia, Kamala Harris, expor ao grande público, os 34 processos criminais de Trump, correndo na Justiça,ventre os quais, já foi condenado em um deles.
    Trump está arrependido de ter massacrado Biden. Tem andado triste, sem saber como enfrentar o novo desafio. Realmente, Kamala é um furacão difícil de ser batido.

    Falando de Nicolas Maduro, o ditador sanguinário da Venezuela, que acenou com um banho de sangue, caso seja derrotado nas eleições de amanhã, podem apostar, que ele não vai aceitar a derrota. O esperto, sucessor de Chaves, conta com o apoio dos militares venezuelanos, comprados por ele a peso de ouro.
    As pesquisas apontam para a derrota de Maduro, mas, entre a eleição e a posse em janeiro de 2025, há tempo suficiente para o ditador armar um golpe nos moldes do tentado no Brasil em oito de janeiro de 2023.

    A diferença entre o Brasil e a Venezuela, favorável a Nicolas Maduro, trata-se do controle total do Ditador, sobre o Alto Comando do Exército, da Aeronáutica e da Marinha da Venezuela, acrescido das milícias armadas controladas por ele, Maduro. Por isso, é real as ameaças de um banho de sangue na Venezuela, caso Maduro perca as eleições deste domingo.

    O recado foi dado de forma explícita pelo ditador, que se adiantou fechando o espaço aéreo do avião, que decolou do Panamá com o ex- presidente mexicano Vicente Fox, que viria para acompanhar as eleições.
    Os representantes do TSE do Brasil desistiram de ir a Venezuela, por terem entendido o recado de Maduro de que não seriam bem vindos.
    O ditador venezuelano só aceitou o pouso do avião, levando o assessor internacional de Lula, o diplomata Celso Amorim, por este se tratar de um amigo do bolivariano. Celso Amorim e nada, cobrindo o pleito é a mesma coisa. Com amigos assim, Lula não precisa de inimigos. Estão dando de graça, a narrativa oposicionista para Jair Bolsonaro bater em Lula a vontade.
    O mundo gira, a lusitana roda e o PT continua não aprendendo nada.

  2. Trump está exigindo silêncio total sobre os 34 processos contra ele na Justiça, como condição para participação dele nos debates com Kamala Harris.

    Mais uma faceta do Trump. Além de sexista, misógino, sonegador de impostos, racista, supremacista branco, ele é censor.

    Gosta de atacar todo mundo, mas, não aceita ser atacado. Pegou muito mal, até entre os eleitores dele. Ninguém gosta de ser liderado, por um cara fraco e covarde, que tem medo de mulher, no caso Kamala Harris, de quem ele tem pavor estratosférico.

    Tô até com peninha do Trump.

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