Carlos Newton
A ministra Cármen Lúcia, que assumiu a presidência do Tribunal Superior Eleitoral em 3 de junho, já mostrou que vai conduzir o TSE em estilo bem diferente do adotado por seu antecessor Alexandre de Moraes. Uma de suas decisões foi mandar concluir as investigações pendentes e que se arrastam no âmbito do chamado Inquérito do Fim do Mundo, aquele que não acaba nunca.
Dentro dessa nova estratégia, o corregedor-geral eleitoral, ministro Raul Araújo, fixou um prazo de cinco dias para a Polícia Federal concluir o inquérito administrativo que tem como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por ataques ao sistema eleitoral brasileiro.
FICOU NA GAVETA – Araújo tomou a decisão em 28 de junho, mas estranhamente ela só foi publicada no Diário de Justiça Eletrônico na última quarta-feira, 24 de julho, e dois dias depois a Polícia Federal anunciou ter encontrado documentos ligando o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência, delegado Alexandre Ramagem, a um complô para desmoralizar a urna e abrir caminho para um golpe de estado, caso o então oposicionista Lula da Silva vencesse a eleição de 2022, como viria a acontecer.
Realmente, desde 2021, quando foi aberto o inquérito, o então presidente Jair Bolsonaro vinha alegando que havia obtido votos suficientes para ganhar o pleito de 2018 já no primeiro turno, mas teria sido vítima de um complô.
Esses novos documentos encontrados na última busca e apreensão mostram que o incentivador de Bolsonaro era Alexandre Ramagem. Como diretor-geral da Abin, ele incitava Bolsonaro, dizendo estar convicto de que tinha havido fraude eleitoral em 1028.
BOLSONARO ATACA – Ao invés de exigir que a Abin provasse a fraude eleitoral, Bolsonaro partiu logo para o confronto com o TSE e o Supremo.
Sem que Ramagem lhe passasse qualquer prova, o então presidente transformou o ataque à urna eletrônica num escândalo internacional, que Nicolás Maduro acaba de citar, na semana passada, ao denunciar as tais fraudes inas eleições brasileiros, vejam bem o problema que se criou pela irresponsabilidade de Ramagem e pela insensatez de Bolsonaro.
Agora, a Polícia Federal, atandendo à ordem de Cármen Lúcia, enfim vai concluir o inquérito e encaminhá-lo ao Ministério Público Federal, para denunciar Bolsonaro, Ramagem e quem mais estiver envolvido.
###
P.S. – A grande dúvida é saber se a Procuradoria pedirá a prisão preventiva de Bolsonaro e Ramagem. Na minha opinião, não haverá prisão e será permitido que os réus respondam a processo em liberdade. (C.N.)
Fraquinha.
Com ela, o extemporâneo Bolsonaro pode ainda se reabilitar e ser candidado em 2026 se quiser, porém sem a propalada viabilidade eleitoral de antes, evidentemente. Passou.
Acorda, Brasil.
Se não conseguiu se reeleger em 2022 em pleno exercício da presidência gastando o maior volume de recursos que já se viu gasto em campanhas eleitorais, como vai se eleger em 2026 fora da presidência e sem gastar aquela montanha de recursos?
E, ainda que seja ignorante e prepotente, ele sabe bem que foi um acaso do destino, como já afirmou.
No máximo tentará para deputado federal novamente ou, na melhor das hipóteses, para o senado. Não mais que isso.
A não ser que venham à tona provas contundentes contra quem realmente deu o golpe!
Uma vergonha internacional, para uma manietada inteligência!
Aguardemos….
Será que o articulista, Carlos Newton, sabe da existência de um inquérito da Polícia Federal, aberto a pedido do TSE, que confirma a invasão dos servidores (computadores) do sistema eleitoral brasileiro? Será que ele sabe que, para esconder a invasão do sistema, o TSE mandou apagar os registros de acesso aos servidores (computadores)?