Lula tenta influir no TCU e vai devolver relógio para prejudicar Bolsonaro

Lula não quer “bola dividida” de ministros nas eleições municipais

Lula disse aos ministros que vai devolver o relógio Cartier

Julia Chaib
Folha

O presidente Lula (PT) afirmou durante a reunião ministerial desta quinta-feira (8) que devolverá à União o relógio de ouro que ganhou em 2005, durante seu primeiro mandato, mesmo após o TCU (Tribunal de Contas da União) decidir que ele poderia permanecer com o item.

A informação sobre a devolução foi publicada pelo ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) no X e confirmada por outros ministros à Folha. Irritado com a decisão do TCU, Lula havia dito a interlocutores no dia anterior que pretendia fazer a devolução do relógio, como revelou a colunista Mônica Bergamo.

DIZ O MINISTRO – “Presidente @LulaOficial vai devolver o relógio Cartier que ganhou em 2005, quando a legislação era outra e permitia tal situação. O presidente @LulaOficial não quer se confundir com a decisão do TCU que pode proteger o inelegível do crime que cometeu de apropriação indébita”, escreveu Teixeira.

Segundo relatos, durante a reunião ministerial, Lula disse que telefonou ainda na noite de quarta-feira (7) ao presidente do TCU (Tribunal de Contas da União) e afirmou a ele que deveria entregar o relógio aos cofres públicos porque não quer servir de pretexto para salvar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O presidente ainda criticou Bolsonaro por ter ficado com os artigos de luxo que foram dados a ele pelo governo da Arábia Saudita. Lula ainda justificou não ter entregue ao TCU ou à União o relógio, um Cartier Santos Dumont avaliado em R$ 60 mil, porque a regra da corte de contas que se debruçou sobre o tema é de 2016, posterior, portanto, à data em que ele ganhou o relógio.

AGUARDA RECURSO – De acordo com um ministro, o presidente apenas aguarda o recurso que será apresentado pela AGU (Advocacia Geral da União) ao TCU para então devolver o item. A AGU está estudando tecnicamente a melhor forma de recorrer, mas a base da argumentação será a de que a fundamentação da decisão do tribunal de contas é equivocada.

Nesta quarta, o TCU decidiu que Lula pode permanecer com um relógio de ouro dado a ele em 2005, durante seu primeiro mandato, ao analisar uma ação que pedia a devolução do presente pelo petista. Com esse entendimento, a corte de contas abriu brecha para rediscutir o caso das joias de Bolsonaro.

A maioria dos ministros do TCU avaliou que, como não há lei específica definindo itens de caráter “personalíssimo” e de alto valor, não é possível dizer que o artigo dado a Lula seja um bem da União. A expectativa entre ministros do tribunal é que o mesmo entendimento seja aplicado ao caso do ex-presidente.

JOIAS SAUDITAS – No ano passado, a corte determinou que o Bolsonaro devolvesse à União joias de luxo que ganhou da Arábia Saudita e que foram omitidas da Receita Federal. O tribunal ancorou a decisão numa resolução da corte de 2016, segundo a qual o recebimento de presentes em cerimônias com outros chefes de Estado deveria ser considerado patrimônio público, excluídos apenas itens de natureza considerada personalíssima.

Essa determinação, porém, foi tomada em caráter cautelar, ou seja, urgente, até que o TCU julgasse o mérito da questão, o que ainda está pendente. Por isso, o relator de dois processos de Bolsonaro, Augusto Nardes, ainda deve liberar o caso para julgamento.

A aposta no tribunal é que ele deve votar para arquivá-los com base na decisão desta quarta. Se ele for acompanhado pela maioria, a decisão do ano passado que mandou o ex-presidente devolver as joias será desfeita.

INDICIAMENTO – Bolsonaro foi indiciado em julho na investigação da Polícia Federal que apurou o recebimento de presentes de autoridades estrangeiras não registrados pela Receita Federal e a posterior venda dos itens.

A PF concluiu que o ex-presidente cometeu crimes de associação criminosa (com previsão de pena de reclusão de 1 a 3 anos), lavagem de dinheiro (3 a 10 anos) e peculato/apropriação de bem público (2 a 12 anos) no caso das joias.

Nesta quinta, a PF afirmou que a decisão do TCU não tem impacto no inquérito.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É triste viver num país em que governantes enriquecidos ilicitamente costumam se apropriar dos presentes recebidos e que pertencem à União, ou seja, a todos. E o mais triste ainda é ver um presidente querendo influir diretamente num julgamento de adversário, inclusive ligando para o presidente do tribunal… E ainda chamam isso de democracia. (C.N.)

Venezuela caminha para um impasse e Amorim teme “guerra civil no país”

Amorim voltou a comprovação de resultado

Pedro do Coutto

A situação na Venezuela caminha para um impasse e o assessor especial para assuntos externos da Presidência da República, Celso Amorim, revelou em entrevista ontem ao O Globo que teme que o agravamento da situação resulte em uma “guerra civil no país”.

Amorim voltou a cobrar do presidente Nicolás Maduro a comprovação de um resultado oficial, mas disse não confiar nas atas eleitorais apresentadas pela oposição, destacando a importância da flexibilidade entre governo e oposição no país para se chegar a uma conciliação, criticando a postura de outros países, como os Estados Unidos.

RECEIO –  “Eu temo muito que possa haver um conflito muito grave. Não quero usar a expressão guerra civil, mas temo muito. E eu acho que a gente tem que trabalhar para que haja um entendimento. Isso exige conciliação. E conciliação exige flexibilidade de todos os lados. Por que os Estados Unidos mantiveram sanções violentas quando já havia processo de negociação? Por que a União Europeia manteve sanções quando foi convidada para ser observadora?”, disse.

O posicionamento do Brasil, até agora, é de aguardar a publicação das atas, apesar da demora do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, que sofre influência direta de Maduro. Os documentos, oferecidos nesta quarta-feira ao governo brasileiro pela líder da oposição, María Corina Machado, podem até ser recebidos, mas “não seriam avalizados pela diplomacia brasileira”, dizem integrantes do governo.

DESCONFIANÇA – Na entrevista, Amorim reiterou que não confia nos boletins da oposição. “Claro que é lamentável que as atas não tenham aparecido. Eu não estou dizendo agora, disse isso para o presidente Maduro no dia seguinte à eleição. E também não tenho confiança nas atas da oposição”, afirmou.

A oposição admitiu a possibilidade de uma mediação para a crise e ofereceu as atas das eleições ao Brasil como agente de conciliação. Dificilmente, Nicolás Maduro aceitará essa alternativa, pois são essas atas que confirmam a sua derrota nas urnas. O governo Maduro continua numa posição irredutível de acentuar que perdeu o pleito.

O que acontece na Venezuela é que o problema cresceu tanto que Maduro chegou a convocar eleições sob uma farsa, uma vez que não aceitou resultados concretos, falsificando o que de fato aconteceu. Para o Brasil, aceitar o papel de mediador será uma posição difícil, pois isso significa reconhecer com base nas atas a existência de fraude, colocando em cheque todo o processo eleitoral da Venezuela. Impressionante a desfaçatez do governo de Caracas.  

A poesia simples e cativante de Casimiro de Abreu, onde também canta o sábia

CASIMIRO DE ABREUPaulo Peres
Poemas & Canções

O poeta Casimiro de Abreu (1839-1860) nasceu em São João da Barra (RJ) e foi um intelectual brasileiro da segunda geração romântica.  Sua poesia tornou-se muito popular durante décadas, devido à linguagem simples, delicada e cativante, e aos temas comuns do lirismo romântico: o amor impossível e platônico, o conflito entre o desejo e a pureza, a depressão e a morte. Também está presente em sua obra a exaltação às glórias da independência e o sentimento patriótico, tema deste poema “Canção do Exílio”

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CANÇÃO DO EXÍLIO
Casimiro de Abreu

Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!

Meu Deus, eu sinto e tu bem vês que eu morro
Respirando este ar;
Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo
Os gozos do meu lar!

O país estrangeiro mais belezas
Do que a pátria, não tem;
E este mundo não vale um só dos beijos
Tão doces duma mãe!

Dá-me os sítios gentis onde eu brincava
Lá na quadra infantil;
Dá que eu veja uma vez o céu da pátria,
O céu do meu Brasil!

Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
Meu Deus! não seja já!
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!

Quero ver esse céu da minha terra
Tão lindo e tão azul!
E a nuvem cor de rosa que passava
Correndo lá do sul!

Quero dormir à sombra dos coqueiros,
As folhas por dossel;
E ver se apanho a borboleta branca,
Que voa no vergel!

Quero sentar-me à beira do riacho
Das tardes ao cair,
E sozinho cismando no crepúsculo
Os sonhos do porvir!

Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
A voz do sabiá!

Quero morrer cercado dos perfumes
Dum clima tropical,
E sentir, expirando, as harmonias
Do meu berço natal!

Minha campa será entre as mangueiras
Banhada do luar,
E eu contente dormirei tranqüilo
À sombra do meu lar!

As cachoeiras chorarão sentidas
Porque cedo morri,
E eu sonho no sepulcro os meus amores
Na terra onde nasci!

Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
Meu Deus! não seja já
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!

Exército tenta “esquecer” o manifesto de coronéis a favor do golpe em 2022

Quem evitou o golpe foi o Alto Comando do ExércitoCarlos Newton

Temos salientado aqui na Tribuna da Internet que os ministros do Supremo fazem papel ridículo quando apregoam que salvaram a democracia, ao enfrentar o então presidente Jair Bolsonaro, impedindo o golpe de estado. Depois, declararam sua inelegibilidade e agora estão punindo esses quase 1,5 mil “terroristas” que foram fabricados sob medida e estão sendo condenados para saciar uma sede de vingança nada republicana ou democrática.

Essa prepotência dos ministros do Supremo em se autoelogiar, além de ser vitupério, não tem a menor justificativa, pois as investigações a cargo do ministro Alexandre de Moraes demonstraram claramente que o golpe foi abortado por decisão do Alto Comando do Exército, que dissuadiu o então comandante Freire Gomes, declaradamente antipetista, e até determinou que ele ameaçasse de prisão o presidente Bolsonaro, caso insistisse na aventura.

ÚLTIMA TENTATIVA – Instado por outros adeptos do golpe, como o general Braga Netto, Bolsonaro ainda tentou uma última alternativa, chamando ao Planalto o general Estevam Theofilo, também antipetista, que comandava nacionalmente as tropas terrestres e já tinha ido outras duas vezes ao encontro do presidente na companhia do general Freire Gomes, para discutir a possibilidade de golpe.

É claro que nesta terceira reunião com o general Estevam, o presidente Bolsonaro tentou passar por cima do relutante comandante do Exército para buscar uma solução direta com o subordinado que efetivamente controlava as tropas, mas o general Estevam Theofilo também disse não. Em seu depoimento à Polícia Federal, ele contou que após sair do palácio foi à residência de Freire Gomes para relatar o que acontecera.

Mas Freire Gomes tenta ocultar seu protagonismo pró-golpe. Ao depor, disse que não se lembrava de o general Estevam ter ido à sua casa. Ora, isso é uma mentira desclassificante, uma desculpa tosca que depõe contra sua dignidade de oficial superior. 

APAGAR AS DIGITAIS – A verdade é que agora as Forças Armadas estão procurando apagar as digitais de seus oficiais superiores. A quase totalidade não concordava que um criminoso vulgar como Lula da Silva voltasse ao poder, mas a grande maioria era legalista e também não aceitava medidas de exceção, como o golpe de estado.

Tanto isso é verdade que foi encontrado com o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do presidente Bolsonaro, um manifesto de oficiais da ativa propondo que a Exército aderisse ao golpe.

Reportagem da Folha, de Cézar Feitoza e José Marques, revelou que a carta golpista foi escrita por coronel Giovani Pasini e, posteriormente editada pelo coronel Alexandre Castilho Bitencourt da Silva. O texto tinha a data de 28 de novembro de 2022, no auge da preparação golpista.

DOIS CORONÉIS – Era uma reedição do famoso Manifesto dos Coronéis, lançado contra o presidente Getúlio Vargas em fevereiro de 1954.  E mais uma vez, não houve punição para os dois coronéis e seus 46 supostamente apoiadores.  

À época da circulação da carta entre oficiais, o Alto Comando do Exército decidiu comunicar aos militares que haveria consequências àqueles que aderissem ao manifesto.

“Alertem aos seus subordinados que a adesão a esse tipo de iniciativa é inconcebível. Eventuais adesões de militares da ativa serão tratadas, no âmbito do CMS (Comando Militar do Sul), na forma da lei, sem contemporizações”, escreveu o general Fernando Soares para os chefes de organizações sob seu comando. De lá para cá, o Exército colocou uma pedra sobre o assunto.

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P.S.
Instado pelo jornalista Cleber Lourenço, o Exército não revela nada sobre o manifesto, alegando respeito à hierarquia e necessidade de sigilo nas investigações abertas. Mas é apenas desculpa. A ordem do comandante do Exército, general Tomás Paiva, é esquecer o assunto. É claro que isso não funciona, porque em sociedade tudo se sabe, como dizia Ibrahim Sued, e logo chegará o dia em que se conhecerá a verdade sobre esse manifesto dos coronéis. (C.N.)

Amorim só faltou chorar ao dizer que teme um conflito grave na Venezuela

Celso Amorim: não teremos uma verdadeira democracia enquanto Lula não  estiver solto - Sul 21

Amorim está inconsolável com o drama do amigo Maduro

Vicente Limongi Netto

O assessor de assuntos internacionais do presidente Lula, embaixador Celso Amorim, declarou, fazendo cara de sabido, na Globonews, “temer por um conflito grave” na Venezuela. Nessa linha, o barbudinho Amorim deve achar desgraça pouca e bobagem as atuais 24 mortes e mais de mil prisões, inclusive de líderes político contrários a Nicolás Maduro.

O arrogante Amorim se faz de cego ou é mesmo incapaz. Deve supor que a bagunça instalada na Venezuela, são meros ensaios de uma tragédia anunciada ainda maior. Ou, quem sabe, cenas esparsas de um filme de infantil, patrocinado pelo canalha Maduro.

LULA COM MADURO? – Nessa linha, Lula juntou-se aos presidentes do México e da Colômbia e divulgaram mais uma nota tola e inútil, beirando o ridículo. As palavras do papelucho soam amedrontadas. Lula tenta sair da omissão diplomática que meteu o Brasil, declarando que pretende ir falar com Maduro. Dando uma de cabra macho. Com uma exigência, próprio dos arregados. Só vai bater na porta do truculento Nicolás, se os presidentes da Colômbia e do México forem juntos.

Que eles não esqueçam de levar fraldas. Imagino a cena patética e humilhante, se não fosse deprimente: Maduro deixa o trio desfiar seus rosários de pavor. No final, ameaça prender os três. 

A propósito de política externa, o editor internacional da Globonews deixou a isenção e o manual do bom jornalismo, em casa ou esqueceu no Uber. Sem nenhuma cerimônia, furioso, com os olhos sangrando de ódio, tirou as tripas de Donald Trump. Em palavras sem nexo, o rapazola matou e enterrou a candidatura de Trump. Já comprou terno para a posse da candidata democrata e de seu vice.  

MAIS UM LIVRO… – A imprensa mundial anuncia o lançamento de novo livro do sábio Cristovam Buarque. Com a acuidade habitual, o ex-ministro da Educação, demitido pelo telefone pelo então presidente Lula, que foi, também, o mais nefasto reitor da Universidade de Brasília, o mais bisonho governador do Distrito Federal e o mais patético senador de Brasília, agora brinda seus miados eleitores e leitores com a obra-prima “Jogados no mar”.

O título está meio equivocado. Deveria ser “Jogados no lixo”,  no mesmo caminho dos livros anteriores, sobre os mais diversos assuntos que Buarque julga conhecer. Todos os livros deles estão esgotados e levaram os leitores ao esgotamento.

Diariamente o indócil Buarque acompanha os obituários da Academia Brasileira de Letras (ABL). Sonha ser lembrado para a vaga de algum acadêmico que partiu. 

JK E HAVELANGE – Causa asno, indignação e perplexidade, saber que o nefasto, porcalhão e incompetente ministro das Comunicações do atual desgoverno é xará do saudoso, carismático, patriota e respeitado ex-presidente, Juscelino Kubitschek.

E no próximo dia 16, o grande brasileiro João Havelange, que uniu o mundo com o futebol, colocando países africanos e asiáticos na Copa do Mundo, completa 8 anos que partiu para as nuvens do infinito. Tornou a Fifa entidade respeitada e milionária. Como presidente da então CBD, ganhou três copas do mundo para o Brasil.

Inclemente, Moraes impede que presa com câncer maligno tire a tornozeleira 

Moraes nega retirada de tornozeleira de ré do 8/1 com câncer

Crime de Karina foi ajudar na cozinha do acampamento

Gabriel de Sousa
Estadão

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes negou um pedido de uma ré dos atos golpistas de 8 de Janeiro que está com câncer na tireoide. Mineira de 44 anos, a massoterapeuta Karina Rosa dos Reis pediu a permissão de Moraes para retirar a tornozeleira eletrônica para realizar uma ressonância magnética, mas o ministro entendeu que não há “necessidade da flexibilização imediata da medida cautelar”, já que não constava a data do exame na solicitação da defesa.

Moradora de Araxá (MG), Karina esteve no Quartel-General do Exército, em Brasília. No dia seguinte aos ataques aos prédios públicos, ela foi uma das 589 pessoas presas no acampamento golpista e encaminhadas para a Penitenciária da Papuda, na capital federal.

TUMOR MALIGNO – Onze dias após ser presa, em 20 de janeiro do ano passado, teve liberdade provisória concedida por Moraes. O benefício ocorreu após a mineira passar mal na penitenciária, com falta de ar e pressão alta. Depois, ela descobriu um tumor maligno da tireoide.

Massoterapeuta, Karina está desempregada e cumpre medidas cautelares como as proibições de se ausentar da comarca de Araxá, se comunicar com outros presos e usar redes sociais. Ela também precisa usar a tornozeleira eletrônica. A ré pelos atos golpistas é divorciada e tem duas filhas de 24 e 27 anos, que não vivem com ela.

Quando podia utilizar as redes sociais, Karina era pouco ativa e não comentava sobre questões políticas, mas manifestava apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a partir de efeitos em fotografias.

TORNOU-SE RÉ – Em junho deste ano, Karina se tornou ré pelos crimes de incitação ao crime e associação criminosa. Somadas, as penas podem chegar de três a oito anos de reclusão e três a seis meses de detenção, além do pagamento de multa.

Ao Estadão, a advogada Ana Maiara Ribeiro da Silva, que defende Karina no STF, afirmou que ela foi para Brasília para prestar suporte na cozinha do acampamento na frente do QG do Exército. A defensora disse que pretende comprovar que a cliente não participou do vandalismo na Praça dos Três Poderes.

“Processualmente, os réus estão sendo condenados, então está sendo algo muito complicado e delicado. A gente vai continuar recorrendo, tendo em vista que não há provas que comprovem que ela fez ou praticou crimes”, afirmou Ana Maiara.

DATA DO EXAME – O Estadão procurou o STF, mas não obteve retorno. Desde que recebeu liberdade provisória devido à descoberta do câncer, Moraes permitiu que Karina retirasse a tornozeleira eletrônica em quatro ocasiões para fazer o mesmo tipo de exame, sendo a mais recente em 14 de junho deste ano. Segundo a defesa da ré, a presença do equipamento interfere na realização da ressonância magnética.

No último dia 30 de julho, Karina fez uma nova solicitação para a retirada do aparelho. Um dia depois, Moraes negou o pedido, pois a defesa da massoterapeuta não apresentou a data de realização do procedimento médico.

Por isso, o ministro entendeu que o documento “não demonstra a necessidade imediata da flexibilização da cautelar”.

SEM DATA – “A defesa requereu a suspensão da medida cautelar de monitoramento eletrônico, entretanto, o documento juntado aos autos apenas informa a necessidade de que a ré seja submetida a exame de ressonância magnética, mas não informa a data do referido exame. Nesses termos, o requerimento não demonstra a necessidade imediata da flexibilização da cautelar, de modo que não há motivos para o atendimento do pleito de suspensão da monitoração eletrônica”, escreveu Moraes.

O ministro determinou ainda que Karina deve apresentar um novo requerimento informando a data do exame para que a retirada da tornozeleira seja feita. Caso a mineira consiga a flexibilização, ela terá que recolocar o aparelho após o término do exame e não poderá descumprir as outras medidas cautelares impostas pelo magistrado.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Como se vê, Moraes tem coração de pedra, não demonstra vocação nem condições de trabalhar como juiz. Agora, a defesa de Karina vai exibir novo laudo atestando a necessidade do procedimento médico, pedindo que ela fique livre de usar a tornozeleira eletrônica, para que não precise encaminhar novos requerimentos a Moraes durante o tratamento, que ela faz na rede do SUS, onde a ressonância é dificílima de ser marcada. (C.N.).

Kamala e Walz são a dupla de esquerda mais radical da história, afirma Trump

Trump realiza comício em Atlanta

Trump está sentindo a força da chapa dos democratas

Deu na CNN

Ao tomar conhecimento de que a candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, escolheu o governador de Minnesota, Tim Walz, como seu companheiro de chapa, o ex-presidente americano Donald Trump respondeu chamando os dois de “a dupla de esquerda mais radical da História americana”, o que é um enorme exagero.

Os republicanos passaram o dia trabalhando para rotular Walz como um liberal progressista, focando no seu histórico como governador, que está em seu segundo mandato.

ESCREVEU TRUMP – “Esta é a dupla de esquerda mais radical da História americana”, Trump escreveu no TruthSocial. “Nunca houve nada parecido e nunca haverá novamente”.

Na manhã desta terça-feira (6), o candidato republicano à vice-presidência, o senador JD Vance, de Ohio, saiu pela mesma direção e disse que a decisão da democrata de escolher Walz como vice “destaca o quão radical Kamala Harris é”.

Kamala informou Walz de sua decisão por meio de uma videochamada e tornou público o anúncio nesta terça-feira (6). Em seguida, eles já apareceram juntos em seu primeiro comício na Filadélfia.

CASO FLOYD – Além disso, Walz também já foi duramente criticado pelos protestos “Black Lives Matter” (em tradução livre: “Vidas Negras Importam”) após a morte de George Floyd, em 2020, e pela demora em acionar a Guarda Nacional para conter a confusão e violência naquela ocasião.

Mas ele acabou se saindo bem no episódio, fez um governo considerado muito positivo e se reelegeu. Está atualmente em seu segundo mandato como governador de Minnesota e preside a Associação de Governadores Democratas, organização que reúne autoridades democratas estaduais e regionais. Anteriormente, ele serviu por 12 anos no Congresso, é um político de larga experiência.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Foi uma excelente escolha feita por Kamala Harris, que fortalece muito a chapa democrata. Walz é um candidato mais forte do que o republicano JD Vance, que tem muito menos experiência como político. Por fim, dizer que Kamala e Walz são a dupla de esquerda mais radical da história, isso é  uma das maluquices de Trump, que está com medo de perder também essa eleição. (C.N.)

TRF1 autoriza comissão da Presidência a investigar Campos Neto por offshore

Investidores estrangeiros reconhecem que seria muito melhor se Roberto Campos Neto falasse menos - O Cafezinho

Roberto Campos Neto será investigado mais uma vez

Rayssa Motta
Estadão

A 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF1), em Brasília, autorizou a retomada da investigação administrativa sobre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por manter uma offshore no exterior. O procedimento foi aberto pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República, mas estava suspenso por uma decisão provisória de primeira instância.

A defesa de Roberto Campos Neto afirma que ele não poderia ser julgado por uma comissão vinculada ao Poder Executivo e que o procedimento viola a “autonomia administrativa, gerencial e organizacional” do Banco Central.

DENTRO DA LEI – Por unanimidade, em julgamento nesta quarta-feira, 7, os desembargadores da 1ª Turma do TRF1 decidiram destravar a investigação, impondo uma derrota ao presidente do BC. Eles concordaram que dirigentes de autarquias federais estão sujeitos à fiscalização da Comissão de Ética da Presidência. A decisão atendeu a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU).

O desembargador Marcelo Velasco argumentou que, se tramitasse no Banco Central e não na Presidência da República, o processo administrativo seria submetido ao próprio Campos Neto.

“O resultado mais grave pela apuração pela comissão de ética do Banco Central é encaminhar o resultado ao presidente do BC, que no caso é justamente o investigado”, afirmou. O voto do desembargador foi acompanhado por Fausto Mendanha e Gustavo Soares Amorim.

DIZ A DEFESA – Após a decisão do TRF1, os advogados Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso e Francisco Agosti disseram, em nota, que Campos Neto já demonstrou que “os fatos apurados em relação ao presidente foram legais, éticos e condizentes com as normas que regem a probidade daqueles que ocupam cargo público”.

As informações sobre a offshore foram reveladas por um consórcio internacional de jornalistas investigativos, chamado de Pandora Papers. Apesar de não ser ilegal manter dinheiro no exterior, críticos dessas operações apontam conflito de interesses no exercício de função pública.

Campos Netto afirmou ter fechado sua empresa no exterior, a Cor Assets, em 2020, 15 meses depois de assumir o Banco Central. Ele também alega que declarou a existência da offshore à Receita Federal.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Vejam como essa gente é facciosa. Para agradar Lula, foram em cima de Campos Neto, que tem um passado sem manchas. E esqueceram de investigar Paulo Guedes, que tem uma trajetória nebulosa, acusado de gestão temerária por fundos de pensão, e que saiu ileso do Ministério da Economia, com cada vez mais dinheiro lá fora. A meu ver, tinham de investigar os dois, mas miraram apenas em Campos Neto, que já foi investigado e fechou a offshore, enquanto Guedes segue intocável. (C.N.)

Piada do Ano! Brasil quer acordo com Maduro e González para nova apuração

E Viva a Farofa!: Uma fronteira com a tirania

Charge do Paixão (Gazeta do Povo)

Jussara Soares
CNN

O Brasil quer propor ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e ao oposicionista Edmundo González um acordo para que ambos aceitem uma verificação imparcial sobre o resultado das eleições, realizadas no dia 28 de julho.

A proposta deverá ser tema principal de conversas que o Itamaraty negocia entre o presidente Lula da Silva com Maduro e com González. Os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, Andrés Manuel López Obrador, devem participar dos telefonemas.

PELOS DOIS LADOS – Na lógica proposta pelo Brasil, a ideia não é simplesmente deixar a palavra final com o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) — visto com baixa credibilidade pela comunidade internacional. A premissa, segundo o governo brasileiro, é que seja uma verificação reconhecida pelos dois lados — tanto pelo governo quanto pela oposição.

Segundo a CNN apurou, as conferências com Maduro e González devem ocorrer separadamente. A avaliação de diplomatas a par das negociações é que não há, neste momento, espaço para uma reunião conjunta.

Ainda de acordo com relatos de integrantes do governo Lula, a condição para o telefonema é que Maduro e González aceitem as conversas.

SOLUÇÃO PACÍFICA – Outro pedido a ser feito a Maduro e a González é que ambos evitem a escalada da radicalização e optem pela construção de uma solução política e pacífica.

O governo brasileiro, por meio de interlocutores do regime Maduro e da oposição, já enviou recados pedindo para evitar a escalada da tensão no país.

A preocupação aumentou após o procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, abrir uma investigação contra González e María Corina Machado. O procedimento foi aberto após o candidato da oposição divulgar um comunicado assinando como “presidente eleito” e convocando as Forças Armadas para ficar “ao lado do povo”.

NOVAS PRISÕES – A prisão dos opositores neste momento significaria a consolidação da “linha-dura” do regime Maduro no processo e agravamento da crise.

Na semana passada, Nicolás Maduro, por meio da embaixada da Venezuela no Brasil, pediu para falar diretamente com o presidente Lula.

Embora inicialmente o Palácio do Planalto tenha sinalizado não haver entraves para a ligação, assessores concluíram que diante do agravamento da crise no país vizinho o mais adequado era uma conversa em conjunto com Colômbia e México.

VISÕES SEMELHANTES – Os três países tem visões semelhantes sobre o processo eleitoral na Venezuela. Na semana passada, os governos do Brasil, da Colômbia e do México divulgaram um comunicado pedindo que a Venezuela divulgue os dados desagregados da eleição após “controvérsias”.

A nota foi divulgada após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter conversado, pouco antes, com os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, Andrés Manuel López Obrador, a respeito do pleito que ocorreu no último domingo (28).

“Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação”, diz o comunicado.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Duas excelentes Piadas do Ano. A primeira, juntar a ditadura e a oposição num encontro amistoso para dizer quem venceu. E a segunda é que as partes evitem radicalização. Só falta pedirem que Maduro telefone para Maria Corina. Há-há-há. (C.N.)

Piada do Ano! Ortega expulsa embaixador brasileiro e Lula quer discutir a relação…

Ditadura de Daniel Ortega ameaça expulsar embaixador brasileiro da Nicarágua | Jovem Pan

Ortega acha que Lula deve apoiá-lo em qualquer situação

Basília Rodrigues
CNN Brasil

O Brasil alertou a Nicarágua de que haverá consequências políticas e diplomáticas com a expulsão do embaixador brasileiro, Breno Souza da Costa, no país governado pelo presidente de extrema esquerda Daniel Ortega. A informação de que o governo Ortega decidiu expulsar o diplomata brasileiro chegou nesta quarta-feira (7) à noite ao Itamaraty.

O chanceler Mauro Vieira conversou nesta quinta-feira (8) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto, antes de qualquer manifestação formal do Brasil, e à tarde foi divulgado que Lula decidiu expulsar nesta quinta-feira, 8, a embaixadora da Nicarágua, Fulvia Patricia Castro Matu.


NOS BASTIDORES
– A diplomacia brasileira ponderou aos nicaraguenses que pensassem melhor sobre a expulsão. A atuação tem se dado nos bastidores, em movimentos discretos, ainda sem posicionamentos oficiais.


A decisão veio após o embaixador não comparecer à cerimônia de aniversário da Revolução Sandinista, data comemorativa da Nicarágua. O evento ocorreu em 19 de julho.

A ausência irritou o governo Ortega, que teria se sentido desprestigiado.

PEDIDO DO PAPA -Segundo relatos feitos à CNN, a relação Brasil-Nicarágua já estava praticamente congelada nos últimos meses.

No ano passado, o Papa Francisco chegou a pedir para Lula interceder com Ortega — aproveitando a relação histórica dos dois — a favor de bispos e padres sequestrados na Nicarágua.

Ortega teria ignorado, mais de uma vez, as tentativas de contato do petista. De lá para cá, segundo fontes diplomáticas, o relacionamento de alto nível se deteriorou e os dois governos mantêm hoje uma relação distanciada.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Lula continuava amigo de Ortega e não aceitou assinar o manifesto apoiado por 50 países denunciando os exageros na perseguição a padres e oposicionistas na Nicaraguá. A gota d’água agora é o posicionamento dúbio de Lula em relação à reeleição de Maduro na Venezuela. O raciocínio de Ortega é cartesiano – se ele não está apoiando Maduro, por que iria me apoiar? Portanto, esse figurino de Lula, no estilo “Metamorfose Ambulante”, não está agradando a gregos nem a troianos, como se dizia antigamente. (C.N.)

Kamala Harris explica por que escolheu Tim Walz para companheiro de chapa

Kamala Harris apresenta Tim Walz como candidato a vice-presidente | Agência  Brasil

Kamala apresenta Walz como candidato a vice-presidente

Tori B. Powell
da CNN

A vice-presidente Kamala Harris descreveu por que escolheu o governador de Minnesota, Tim Walz, como seu companheiro de chapa na eleição presidencial de 2024, nesta terça-feira (6), no primeiro comício que a dupla fez juntos na Filadélfia.

“Desde o dia em que anunciei minha candidatura, comecei a procurar um parceiro que pudesse ajudar a construir esse futuro mais brilhante, um líder que ajudasse a unir nossa nação e nos levar adiante, um lutador pela classe média, um patriota que acreditasse, como eu, na extraordinária promessa da América”, disse Kamala no evento de campanha.

GRANDE LÍDER – Ela continuou dizendo que “encontrou um líder assim”, referindo-se a Walz, que estava atrás dela. E Kamala continuou falando sobre a vida de Walz, dizendo que ele é “mais do que um governador”.

Ela destacou sua experiência como treinador de futebol americano no ensino médio, dizendo que isso influenciará sua capacidade de servir ao país como vice-presidente.

“Ele viu o potencial em crianças que às vezes nem percebiam em si mesmas esse potencial”, disse ela, acrescentando que Walz liderou seu time de um recorde sem vitórias para o primeiro campeonato estadual da escola.

SONHAR ALTO – Kamala disse que Walz era “o tipo de professor e mentor que toda criança na América sonha em ter”, dizendo que ele inspirou as pessoas a “sonhar alto” e que ele fez “as pessoas se sentirem participantes”. “Esse é o tipo de vice-presidente que ele será”, ela acrescentou.

Os elogios foram recíprocos. Walz agradeceu a vice-presidente pela “confiança que você colocou em mim” bem como por “trazer de volta a alegria dessa importante candidatura.” Disse que “mal pode esperar” para debater com JD Vance, o vice de Trump.

A campanha de Kamala diz que arrecadou mais de R$ 113 milhões desde anúncio da escolha para vice-presidente de Kamala, na disputa à Casa Branca. A porta-voz da campanha democrata, Lauren Hitt, elogiou os candidatos, dizendo que “chegamos a um dos melhores dias de arrecadação de fundos da campanha neste ciclo”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Ao que parece, tem sido muito positiva a receptividade à indicação de Kamala e Walz na chapa democrata. O republicano Donald Trump ainda não conseguiu pegar pontos fracos nos dois e agora está dizendo que eles são “a dupla de esquerda mais radical do mundo”, o que funciona mais como uma Piada do Ano. (C.N.)

Na urucubaca dos presentes presidenciais, um relógio não vale tamanha chateação

PGR vê 'claro viés político' e se posiciona contra abertura de inquérito  sobre relógio de Lula | Política | G1

Lula ganhou diversos relógios em suas primeiras gestões

Elio Gaspari
O Globo

O Tribunal de Contas decidiu nesta quarta-feira que Lula não precisa devolver o relógio Cartier avaliado em R$ 60 mil que ganhou em 2005, durante uma visita à França. Desde que estourou o caso das joias sauditas recebidas por Jair Bolsonaro, relógios alimentam controvérsias políticas. Bendito José Sarney, que atravessou cinco anos de governo com o mesmo relógio. (Barack Obama atravessou oito anos com um modelo barato.) Em 2009, o repórter Orlando Brito fotografou oito modelos diferentes no pulso de Lula.

Há algo de fetiche masculino na paixão por relógios. Em 1967, Che Guevara estava nas matas da Bolívia, sem comida nem remédios para a asma, mas tinha um Rolex no pulso. (O cubano exilado que ajudou a capturá-lo, levou-o.) Vladimir Putin coleciona-os. No Planalto, ninguém superou a Breitling de Fernando Collor.

DIMENSÃO POLICIAL – Jair Bolsonaro deu uma dimensão policial à relojoaria dos hierarcas nacionais. Foi para o governo com um digital comum. No poder, ganhou um Rolex de ouro, cravejado com 184 pequenos diamantes. No escurinho de Brasília, armou sua venda para uma joalheria dos Estados Unidos.

Quando se começou a falar dos presentes que havia recebido, usou um advogado amigo para recomprá-lo, por US$ 49 mil. (Os mimos dados a Bolsonaro, incluíam outras joias, bem mais valiosas.)

Relógio é um presente banal, mas os hierarcas de todo o mundo são mimados com peças bombadas. Num primeiro lance, são de ouro. Noutro patamar, vêm cravejados com brilhantes. Assim, passam a ser joias.

DE GAULLE E DIRCEU – Faz tempo, um potentado africano presenteou o presidente francês, Charles de Gaulle, com uma baixela folheada a ouro. Ao vê-la, durante uma cerimônia, o general exclamou: “Ao museu!” Essa deveria ser a reação de todos os hierarcas, ao verificarem que o presente excede o teto que as leis estabelecem para seus funcionários. (Ela não se aplicaria ao Rolex dourado recebido pelo então chefe da Casa Civil, José Dirceu, pois ele era falso.)

Presentinho é uma coisa, joia é outra. O Cartier de Lula é um modelo de ouro, chique, porém simples. A casa francesa criou-o inspirada em croquis do Pai da Aviação, que vivia em Paris e era seu cliente. Foi ela quem o mandou a Lula. Aplica-se, no caso, o comentário do juiz americano usou ao tratar da pornografia:

“Não sei defini-la, mas, quando a vejo, reconheço-a”. Basta olhar para o presente e para a biografia de quem o dá. O Cartier de Lula difere do Rolex de Bolsonaro no valor e na origem.

TAPETE PERSA

– Antes que a legislação nacional criasse limites, presidentes brasileiros levavam para casa os presentes que recebiam. O xá do Irã deu ao marechal Castello Branco um magnífico tapete que valia mais que o apartamento do presidente em Ipanema, cuja sala adornava.

O general Ernesto Geisel ganhou de uma empreiteira um móvel colonial de sacristia que acreditava valer bastante. Em 2002, ao ver que a viúva do presidente João Figueiredo havia leiloado os presentes recebidos pelo marido, a filha de Geisel, Amália Lucy, decidiu entregar ao governo os mimos que haviam sido dados ao seu pai. Formada em história, impôs como condição que ela decidiria o destino de cada peça.

Assim foi feito, e o Instituto do Patrimônio Histórico examinou-as. Na vistoria, verificou-se que o móvel colonial, dado pela empreiteira, havia sido feito no início do século 20, com madeira de demolições.

Não há ‘saída negociada’ com Maduro, é apenas uma história da carochinha

GENTE DE MÍDIA: CHARGES. Maduro vira objeto de desejo do chargista Quino

Charge do Quino (Arquivo Google)

Mario Sabino
Metrópoles

Não tem limite a história da carochinha de que o governo brasileiro está trabalhando para uma “saída negociada” com Nicolás Maduro. Agora, joga-se a culpa pelo fracasso certo nos opositores venezuelanos.

Na versão que governo brasileiro transpira para a imprensa, ao assinarem uma carta em que pedem aos países vizinhos que reconheçam a vitória da oposição venezuelana na eleição presidencial, Edmundo González Urrutia, o verdadeiro vencedor, e María Corina Machado, essa mulher extraordinária que foi impedida de se candidatar, teriam dificultado o trabalho do Brasil, México e Colômbia junto ao ditador.

INCONFIÁVEL – Nicolás Maduro não é digno de mínima confiança. Basta ver como ele rasgou os Acordos de Barbados, que previam uma eleição presidencial limpa e escrutinada por observadores internacionais das grandes nações democráticas. Basta ver como ele simplesmente ignorou o resultado das urnas, declarando-se vencedor.

Até onde a vista alcança, não há negociação possível com um vigarista desses. Se ele sair do poder, dará margem a que seja preso por associação com o narcotráfico, crime pelo qual é acusado nos Estados Unidos. E o ditador se sente suficientemente forte para recusar um exílio dourado, onde possa gozar da fortuna que roubou e esteja livre de ser preso.

Ele teria de ser saído, mas os militares estão com ele até o momento, apesar de todos os apelos dos opositores.

GUAIDÓ 2 – O governo brasileiro vende a ideia de que é preciso evitar um cenário “Guaidó 2”. É uma malandragem. Ao presidir a Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó autoproclamou-se presidente do país, em desafio ao ditador, e foi reconhecido como “presidente interino” por Estados Unidos e União Europeia. Com o passar do tempo, mostrou-se um personagem de ações e caráter duvidosos.

Edmundo González Urrutia, não. Ele venceu uma eleição presidencial majoritária. Está longe de ser um “Guaidó 2”.

A sua legitimidade como presidente eleito é inquestionável de qualquer ponto de vista, como reforçou a carta pró-democracia assinada por 30 ex-presidentes estrangeiros que cobraram do presidente brasileiro uma posição firme sobre a situação escandalosa na Venezuela.

REFÉNS DO PASSADO – Lula e o PT são aliados históricos do chavismo. Reconhecer o logro e a falência do regime de Nicolás Maduro implica admitir que os adversários do petismo sempre tiveram razão sobre o regime na Venezuela e sobre as reais intenções do Foro de São Paulo.

Lula e a diplomacia brasileira estão reféns desse passado que condena o partido e o seu chefe.

Por último, mas não menos importante, Nicolás Maduro pode ser muito inconveniente: sabe demais sobre o que aconteceu além das suas fronteiras nos últimos 20 anos.

Assessores de Lula se assustam, porque ele fala coisas cada vez mais sem nexo

Lula: Só voltei porque elite não está preparada para governar | AGORA CNN

Lula está aprimorando a capacidade de dizer asneiras

J.R. Guzzo
Gazeta do Povo

O presidente Lula nos informou, dias atrás, que a “elite” brasileira não está “preparada” para governar o Brasil. É só por isso, aliás, que ele está na presidência: se a elite fosse melhor preparada, pelo que se pode depreender das suas últimas visões, não haveria a necessidade de sermos salvos por ele mais uma vez.

“Eu só voltei a governar este país porque queria provar que a elite não sabe governar”, disse Lula num desses seus comícios em circuito fechado em que imagina estar falando para população.

ELITE PERIGOSA – É um novo território para a História do Brasil, até agora não mapeado. Ou seja: ninguém sabia que Lula estava feliz da vida na cadeia, pela prática de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no sossegado desfrute de sua aposentadoria, quando se viu obrigado a ser de novo presidente da República.

Se ele não fosse então para o sacrifício, a “elite” iria governar mal o país. Para evitar este problemão, Lula está aí de novo, provando que ele governa melhor, de acordo com sua própria avaliação.

Se há alguma coisa que Lula provou acima de qualquer outra coisa, nesse seu primeiro um ano e meio no Palácio do Planalto, é que está fazendo o pior dos seus três governos.

DESASTRE INFAME – O jogo não acabou, claro, de modo que não dá ainda para se ter certeza, mas a cada dia que passa aumenta o risco de que o Lula-3 seja um desastre mais infame do que foram os dois Dilmas, somados. Mas o problema não está no fato de Lula continuar dizendo, todos os dias, coisas que não fazem nexo. Mania de grandeza em estágio avançado, como a que perturba hoje os circuitos mentais do presidente, leva a isso mesmo – declarações, em público e em particular, cada vez mais cretinas. O problema é que esse apagão contaminou o seu governo de ponta a ponta, e não há mais a probabilidade de que alguém tome alguma decisão certa.

NUM HOSPÍCIO – É como se a direção do hospício acreditasse que o Napoleão que comanda manobras no pátio fosse mesmo Napoleão. Não pode dar certo.

O presidente, desde que foi tirado de sua cela pelo STF e transformado em autoridade máxima do Brasil pelo TSE, criou uma realidade própria para si.

É o maior governante que o mundo já viu desde o primeiro faraó, vai ganhar o Prêmio Nobel da Paz e o mundo ficará devendo a ele a solução de todos os seus problemas, reais ou imaginários – da “fome” à “crise do clima”, do fim de todas as guerras à segunda invenção da roda.

TUMULTO MENTAL – Diz que Elon Musk não deveria ficar soltando “foguete” por aí, pois os problemas a resolver estão na “Terra” – que nesse tumulto mental viveria sem celular, sem GPS, sem pix, fazendo fila no orelhão e no banco.

Acha que o Brasil vai ficar rico construindo, com dinheiro do Tesouro Nacional, navios que ninguém no mundo aceita comprar – a não ser a Petrobras.   

É daí para pior, e Lula ainda não chegou nem na metade do mandato. Por uma soma de superstição política, afasia cerebral dos bem pensantes e defesa de interesses privados em modo extremo, ele é tratado cada vez mais como o Rei Nu da fábula, que desfila pelado na rua e é aplaudido como se estivesse vestindo um manto de ouro. Todo mundo vê, mas finge que não está vendo. 

Maduro manda prender chefe de campanha da oposição e agrava a crise

Oropeza (de azul) discursa ao lado de María Corina Machado

Pedro do Coutto

Na Venezuela, começaram as prisões de figuras contrárias a Maduro, incluindo María Oropeza, colaboradora da líder da oposição María Corina Machado, que anunciou a detenção na rede social X e confirmada pelo Comitê de Direitos Humanos do partido Vente Venezuela.

Oropeza fez uma transmissão ao vivo mostrando, segundo ela, o momento de sua detenção. “Eu não fiz nada de errado”, disse a coordenadora na transmissão. No vídeo, feito de dentro de um imóvel, a chefe de campanha mostra um grupo de homens arrombando a porta do local. Após conseguirem abri-la, os homens, alguns encapuzados, sobem uma escada em direção a María Oropeza sem falar nada e sem mostrar ordem de prisão.

ORDEM JUDICIAL – O partido Vente Venezuela afirmou que não foi apresentada nenhuma ordem judicial e que Oropeza foi “sequestrada” por forças do regime de Maduro. Horas antes, a chefe regional de campanha havia publicado uma postagem nas redes sociais criticando a criação de uma linha de telefone do governo para receber denúncias de “crimes de ódio” contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Oropeza é chefe da campanha de Edmundo González no estado de Portuguesa, no noroeste da Venezuela. Ela coordenava a campanha de María Corina Machado antes de a oposicionista ser impedida de concorrer à presidência do país, em janeiro, pelo Tribunal Supremo da Venezuela, alinhado ao regime de Maduro.

SEM ARGUMENTOS – Essa etapa absurda era esperada, uma vez que, quando a ditadura começa a ser abalada em suas bases, começam as posições de figuras opositoras, refletindo a brutalidade e a falta de argumentos do regime controlado por Maduro. Os países democráticos, incluindo o Brasil, precisam tomar uma posição bastante firme nesse contexto, pois, caso contrário, a violência poderá aumentar cada vez mais na Venezuela.

Maduro convocou uma eleição e promoveu uma grande farsa para se manter no poder. Mas existem reações internacionais que se confrontam com tal realidade. Não será fácil a solução, se é que chegarão a algum cenário de pacificação. Este é um problema para todos os defensores da democracia.

“Queixo-me às rosas, mas que bobagem, as rosas não falam…”, cantava Cartola

O Rio de Cartola: 115 anos do gênio da música, mangueirense e tricolor -  Diário do Rio de Janeiro

Cartola, uma lenda no samba e na Mangueira

Paulo Peres
Poemas & Canções

O cantor, compositor e instrumentista carioca Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola (1908-1980), um dos fundadores da escola de samba da Estação Primeira de Mangueira em 1928, sempre foi considerado por diversos músicos e críticos como um dos melhores sambistas na história da música brasileira.

O samba-canção “As Rosas Não Falam”, gravado por Beth Carvalho, em 1976 pela RCA , é uma das suas composições eternizadas.

A letra da música mostra a desilusão um homem por não conseguir o amor de sua amada, que resolve queixar-se às rosas, mas suas queixas não adiantam em nada, afinal as rosas não falam.

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AS ROSAS NÃO FALAM
Cartola

Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão,
Enfim

Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim

Queixo-me às rosas,
Mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti,

Ai, devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim

Prisão de Filipe Martins é absurda e ilegal, mas Moraes está pouco ligando

O duro recado do Congresso a Alexandre de Moraes | VEJA

Moraes errou feio, mas não admite corrigir o equívoco

Carlos Newton

Num país minimamente sério e democrático, a prisão de Filipe Martins, ex-assessor internacional de Jair Bolsonaro na Presidência, estaria a provocar um tsunami jurídico, com protestos diários e veementes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de outras instituições do gênero, como o Instituto de Advogados Brasileiros.

Também as diversas entidades representativas dos magistrados deveriam estar se manifestando, especialmente a Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil). Mas não há reação. É como se o ministro-relator Alexandre de Moraes tivesse procuração para agir como bem entendesse e fosse imune a erros.

UM INOVADOR – No caso, fica comprovado que Moraes, antes de tudo, é um inovador, pois antes dele nenhum magistrado conseguiu cometer tantos erros consecutivos, sem ter sido obrigado a corrigi-los.

Não vamos nem nos aprofundar na fábrica de “terroristas” que Moraes instalou no Supremo, sem provas materiais ou testemunhais, além de incluir cerceamento de defesa, com proibição de sustentação oral pelos advogados.

Moraes e os demais ministros sempre arrumam uma maneira de justificar esses erros absurdos, que condenaram pessoas simples, cujo crime cometido foi acreditar num determinado tipo de políticos, pois estão presas há mis de um ano, cumprindo pena, mas os políticos permanecem soltos. 

UM CASO ÍMPARMas o pior mesmo é a prisão de Filipe Martins. O motivo alegado é uma simples presunção de culpa, que está muito em moda. Ou seja, Filipe Martins teria viajado a 30 de dezembro de 2022 para os Estados Unidos, junto com o presidente Bolsonaro, com o objetivo de escapar da Justiça. Assim, estaria foragido. Mas na verdade ele não saiu do Brasil. Quem viajou na maionese foi o ministro Moraes, que mandou prender o ex-assessor em Ponta Grossa, no Paraná, onde fora passar Natal e Ano Novo com a família da namorada.

A investigação da Polícia Federal colecionou excesso de provas de que Martins não estava foragido. É uma relação longa e inquestionável, que extermina materialmente a presunção de culpa idealizada por Moraes.

Mesmo assim, o ministro reluta em libertá-lo, em desatenção aos dois pareceres seguidos que recebeu da Procuradoria-Geral da República, pedindo que desfizesse o equívoco.

INEDITISMO – Na Justiça brasileira, jamais havia ocorrido um caso de a Procuradoria pedir duas vezes seguidas a libertação de um preso por erro processual, sem que fosse atendida.

Nesta quinta-feira, dia 8, completam-se seis meses de uma prisão injusta e intolerável, tão inadmissível que o diretor da penitenciária ficou compadecido e permitiu que Felipe Martins ficasse em situação de semiliberdade, dormindo na biblioteca.

Diante de uma situação dessa ordem, como concordar com os critérios adotados por Alexandre de Moraes? Como aceitar esse silêncio da OAB e das demais associações? Como acreditar que exista Justiça neste país?

A volta dos cassinos, o drama dos jogadores compulsivos e a geração de empregos

Roleta | Casino Estoril

Os argumento são geração de empregos e maior receita

José Antonio Perez

Na minha essência sou a favor de liberar praticamente tudo, em nome da liberdade e do livre arbítrio, no estilo Amsterdam, porém é preciso entender que nem tudo que funciona bem lá fora poderá dar certo por aqui. Agora, por exemplo, discute-se no Congresso a legalização do jogo em cassinos e bingos.

No tempo em que os bingos estiveram em funcionamento conheci pessoalmente muitas pessoas viciadas que não saiam das casas de apostas enquanto não estivessem lisos. Aposentados, principalmente. Assim, sou basicamente contra o jogo, mas fico a favor dos empregos gerados e do aumento da arrecadação tributária. E agora?

HIPOCRISIA – Não há dúvida que existe uma hipocrisia muito grande hoje em dia. O Brasil tem todo tipo de loterias, inclusive o jogo-do-bicho, além das corridas de cavalo e da briga de galos. De repente, entramos na febre das chamadas Bets e o brasileiro já nem precisa sair de casa para apostar, pode ser pela internet ou pelo celular, como o pôquer digital ou a megasena.

Todos sabem que o jogo vicia e a renda média aqui em Pindorama é baixa. Pode-se imaginar que haja muitos pobres passando necessidades para jogar nas Bets, certamente porque a maioria do povo é pobre e mal educada, fato que me levaria a não ver a liberação dos cassinos e bingos com bons olhos. Mas admito que pessoa pobre não entra em cassinos, que são frequentados apenas pelas elites, abrem empregos de nível e incentivam o turismo.

Assim, continuo aberto ao diálogo. E costumo mudar de opinião quando confrontado com argumentos legítimos. Vamos em frente.

Brasil ainda é o país em que ricos se aposentam cedo e pobres trabalham até morrer

Rico studio: Charge do dia - Pobreza

Charge do Rico (Rico Studio)

Elena Landau
Estadão

Lula deveria ler o livro de Pedro Nery, “Extremos”. Entenderia a necessidade de reformar a Previdência. Se estiver sem tempo, pode ir direto para o capítulo 7: Nova Petrópolis, a cidade com mais aposentados. Lá 40% dos moradores recebem benefícios do INSS. Mas, diferentemente do que o senso comum indicaria, não está nem entre as 600 cidades com mais idosos. São cinquentões aposentados. Este resultado é explicado pelo grande número de trabalhadores no mercado formal. A carteira assinada garante a contagem dos anos de contribuição, modalidade de aposentadoria que não exige idade mínima.

Distorções como essa estão por toda parte no nosso sistema de assistência. Muitas delas decorrentes da pior inserção no mercado de trabalho.

DIFERENÇAS REGIONAIS – Com a entrada no mercado formal de trabalho relacionada com a prosperidade de uma região e/ou escolaridade, o resultado são aposentados mais jovens em cidades mais ricas. Enquanto na Região Sul a idade média de aposentadoria é de cerca de 57 anos, no Amapá e Roraima, está acima de 64 anos.

Há diferenças entre gênero e raça também; homens brancos são os que conseguem aposentadoria mais cedo.

Não viajei pelo País, como Pedro. Mas acompanhei de perto a saga de Teresinha, que trabalhou na minha casa por 20 anos. Ao ficar viúva decidiu se aposentar e voltar para a cidade natal. Apesar de ter começado como empregada doméstica aos 13 anos de idade, não conseguiu provar que, com 58, tinha acumulado tempo de contribuição suficiente. A solução foi esperar alcançar a idade mínima.

MENOR QUE O SALÁRIO– A base de cálculo de seu benefício é em função das contribuições, calculadas como proporção dos proventos, gerando valor menor que seu último salário.

Ao mesmo tempo, outros brasileiros se aposentam precocemente e com o valor integral da maior remuneração da carreira, como os militares.

Teresinha é uma entre tantos trabalhadores que, tendo interrompido cedo os estudos, têm dificuldade em conseguir um emprego formal. Até pouco tempo atrás, nem havia obrigação de assinar carteira para empregadas domésticas.

DITO DE ESQUERDA – Diferenças regionais, de gênero, raça e escolaridade são reforçadas por uma metodologia que privilegia o mercado formal e as aposentadorias especiais.

Não dá para entender como um governo que se diz de esquerda mantém um sistema que leva ricos a se aposentar mais cedo e os pobres a “trabalhar até morrer”, como diz o ditado popular.

É um governo que se diz democrata, apoia Maduro e envia seu vice-presidente para pagar mico no Irã. Esquerda por esquerda, fico com inveja dos chilenos.

TCU diz que Lula pode ficar com relógio Cartier e favorece a defesa de Bolsonaro

Tácio Lorran 🔎 on X: "Em 1ª mão! Área técnica do TCU diz que Lula pode  ficar com relógio de luxo de R$ 60 mil Petista ganhou Cartier Santos Dumont  em 2005

Lula tem uma bela coleção de relógios e de óculos escuros

Mariana Muniz
O Globo

O Tribunal de Contas da União decidiu que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não terá de devolver um relógio de ouro da marca francesa Cartier avaliado em R$ 60 mil – que recebeu de presente em seu primeiro mandato, em 2005.

Os ministros seguiram o voto do ministro Jorge Oliveira, indicado ao TCU pelo ex-presidente Jair Bolsonaro – que precisou devolver relógios de luxo após a Corte decidir que presentes de alto valor comercial, mesmo os considerados itens personalíssimos, de uso pessoal, precisam ser devolvidos à União para incorporação ao patrimônio público

DECISÃO CONFIRMADA -O presente foi dado ao presidente Lula durante as comemorações em Paris do “Ano do Brasil na França”, pelo próprio fabricante. A peça é feita de ouro branco 16 quilates e prata de 750.

A área técnica do TCU já havia concluído, em abril, que o presidente Lula poderia ficar com o relógio de luxo. A controvérsia a respeito do objeto chegou à Corte de contas a partir de uma representação do deputado bolsonarista Sanderson (PL-RS).

A primeira decisão da corte sobre o tema referente às joias de Bolsonaro aconteceu em março de 2023, quando o plenário determinou, por unanimidade, que Bolsonaro devolvesse três presentes dados ao Estado brasileiro pelo governo da Arábia Saudita em 2021, assim como o conjunto de armas ofertado por autoridades dos Emirados Árabes Unidos.

ACÓRDÃO DE 2016 – Na ocasião, o tribunal se baseou em um acórdão de 2016 para concluir que presentes de alto valor comercial, mesmo os considerados de uso pessoal, precisam ser devolvidos à União para incorporação ao patrimônio público.

No caso do parecer do relógio Cartier de Lula, a área técnica concluiu que o petista pode ficar com o artigo por entender que a regra adotada em 2016 não poderia ser aplicada de forma retroativa.

“A aplicação retroativa do entendimento retromencionado poderia (em tese) macular o princípio da segurança jurídica”, afirma o parecer, que conclui: “Por essa condição e pela ausência de quaisquer outros elementos que indiquem que o referido objeto é bem público da União, reconhece-se a improcedência da representação”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Encerrada essa questão, agora o suspense se volta para o julgamento de Bolsonaro, acusado de vender relógios presenteados por autoridades sauditas. A defesa dele quer usar essa decisão do TCU como argumento a favor de Bolsonaro, porque os presentes incluídos no processo não poderiam ser enquadrados como “bens públicos”, por se tratar de objetos de uso pessoal. Nesse entendimento, relógio de pulso e joias são bens personalíssimos, enquanto relógios de parede e peças de decoração seriam bens públicos, pois não podem ser portados. Mas sempre há controvérsias. (C.N.)