Pedro do Coutto
O presidente Lula da Silva decidiu antecipar a escolha de Gabriel Galípolo para a Presidência do Banco Central no sentido de causar um impacto com reflexo capaz de conter a alta de juros da Selic. Ficou mais difícil, portanto, o BC elevar as taxas, o que poderia estar no pensamento de Roberto Campos Neto, mas que agora não teria como se viabilizar.
“É uma honra, um prazer e uma responsabilidade imensa ser indicado à presidência do Banco Central do Brasil pelo ministro Fernando Haddad e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É uma honra enorme, uma grande responsabilidade e eu estou muito contente”, disse Gabriel Galípolo, que atualmente ocupa o cargo de diretor de Política Monetária na autarquia.
DIRETORIAS – O ministro Fernando Haddad também comentou que, a partir deste anúncio, o governo agora vai trabalhar para escolher os três nomes que vão compor as diretorias do BC. Isso porque, além do cargo em Política Monetária — que ficará vago ao Galípolo assumir a Presidência do BC, caso seja aprovado —, outras duas vagas serão abertas por conta do fim de outros mandatos: dos diretores de Regulação, Otávio Ribeiro Damaso, e de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, Carolina de Assis Barros.
“A partir de agora nós vamos começar a trabalhar os três nomes que vão compor a diretoria até o final do ano, o que vai ser feito ato contínuo do encaminhamento do nome do Gabriel para o Senado Federal, e oportunamente nós devemos, depois de entrevistar e tomar a decisão junto ao presidente da República, indicar os três diretores que vão compor a nova diretoria”, afirmou Haddad a jornalistas.
SABATINA – A nomeação de Galípolo já era esperada por grande parte do mercado financeiro. Caso aprovado, ele substitui Roberto Campos Neto, indicado ainda no governo de Jair Bolsonaro, cujo mandato se encerra em 31 de dezembro deste ano. Os nomes indicados pelo governo federal devem passar por sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
“Sabatina é atribuição do Senado, cabe a eles marcar, mas quero crer que Lula está sintonizado com os presidentes sobre a importância dessa indicação. Tentei falar com Pacheco agora a pouco, mas não consegui”, disse Haddad.
São coisas da política econômica que volta e meia se colocam diante de todos, que representam decisões bastante claras que marcam o caminhar das administrações públicas. Galípolo sabe que não poderá elevar as taxas de juros, e nem é isso o que ele deseja. Caso contrário, seria um desastre para o governo após combater tanto a política de Campos Neto. Portanto, diante da escolha, Lula da Silva estabeleceu um dique, uma espécie de barragem. Como o mercado vai se comportar ainda não se sabe. Mas uma certeza vem no rastro da indicação, os juros da Selic não subirão.
“Menino do Ouro?”
São mais de 219 toneladas, anota a, pra depois conferir se não restou só pintura dourada!
Há “dendos”, em:
“O Bundesbank, o possuidor das reservas oficiais de ouro, estava na primeira linha de defesa. O parlamento não tinha suficiente autoridade para lançar os procedimentos de repatriação. Ele relutantemente começou a fazê-los só depois de o Tribunal Federal Alemão tomar a decisão e fazê-lo efectuar uma auditoria das reservas mantidas no exterior pela transferência de pequenas partes do metal de volta para casa a fim de serem fundidas e reformadas para barras padrão para testar a sua autenticidade. Na totalidade os planos pedem a repatriação de 150 toneladas ao longo dos próximos três anos para verificar a qualidade e o peso das barras de ouro.
O Federal Reserve System, que guarda o ouro nacional em cofres-fortes, tornou-se a segunda linha de resistência à Alemanha. A princípio a oposição foi verbal. A CNBC, por exemplo, um media influenciável, foi utilizada. John Carney, Editor Sénior da CNBC.com, publicou um editorial que continha uma declaração integrante. Dizia: “Não importa nem um pouco se o Federal Reserve Bank of New York realmente tem ouro do banco central alemão ou se o ouro é puro. Desde que o Fed diga que está ali, ele é tão bom como se estivesse ali para todos as finalidades práticas para as quais possa ser colocado. Ele pode ser vendido, alugado (lease out), utilizado como colateral, empregado para eliminar passivos e contado como capital bancário da mesma fora quer exista ou não”. E acrescentou: “Como mencionei acima, para quase todas as finalidades operacionais imagináveis, a existência real do ouro em Fort Knox ou no cofre-forte por baixo da sede do FRBNY na Liberty Street é irrelevante. Aqui a contabilidade é o que realmente importa. Desde que o Fed diga que o Bundesbank possui X toneladas de ouro, o Bundesbank pode actuar como se possuísse o ouro – mesmo se o ouro tiver sido engolido no buraco de um verme galáctico comedor de ouro”. Segundo ele, “estou certo de que os responsáveis do Bundesbank entendem isto bastante bem, muito embora o Tribunal de Contas Alemão não entenda. Não há nada a ser ganho com a inspecção do ouro. Se ele está todo ali e puro, não há diferença em relação a uma ausência não descoberta. Mas se o ouro não estiver ali, bem, poderia seguir-se a calamidade quando a confiança nos depósitos de ouro do banco central se evaporasse instantaneamente”. “
“Ficou mais difícil, portanto, o BC elevar as taxas, o que poderia estar no pensamento de Roberto Campos Neto, mas que agora não teria como se viabilizar.”
Esta eu não entendi. O que tem a ver a taxa de juros com a indicação do Golden Kid?
Mas o que está acontecendo nesse país…rsrs
Pedro do Coutto está para a Tribuna assim como Miriam leitao está para a globo, e esperamos esses previsões miraborantes não ocorreram como de costume.