Complexo Militar que manda nos EUA não permitirá que haja paz no Oriente

Pesquisas mostram Kamala e Trump empatados em nível nacional

Trump e Kamala são apenas faces de uma mesma moeda

Roberto Nascimento

Não se pode destruir uma nação soberana, como o Líbano, sob o pretexto de aniquilar uma milícia instalada no Sul do país, que ameaça a segurança do invasor, sabidamente muito mais poderoso militar e economicamente, pois Israel é uma potência detentora de ogivas nucleares. Não bastou a destruição em 2006, agora Israel volta a atacar o Líbano com sua poderosa aviação lançando bombas na capital Beirute.

Dizem que são ataques cirúrgicos, para matar líderes do Hezbollah, mas essa precisão não existe. As bombas atingem prédios e pessoas naquele círculo definido pelas aeronaves como provável alvo. Nesta quarta-feira, por exemplo, num ataque cirúrgico, morreram mais de dez moradores da capital, sem contar os feridos e os desabrigados.

NOVO ÊXODO – Sob ataque, os moradores do Sul do Líbano estão deixando suas casas e se dirigindo para a capital, onde a maioria ficará desabrigada e morando nas ruas. É triste abandonar os bens construídos durante toda uma vida, deixar tudo para trás e seguir com a vida, pois as bombas destroem o que ficar, como aconteceu em Gaza.

Estima-se que mais de um milhão de libaneses vão migrar do Sul para o norte para fugir das bombas e dos combates. Numa população de 6 milhões de pessoas, pode-se dizer que um milhão deles vão se tornar moradores de rua. Uma tragédia anunciada, repetindo o ocorrido em Gaza, hoje reduzida a escombros.

Tudo isso ocorre sob as bençãos dos Estados Unidos. Resumindo: quem acredita nos acordos e na palavra dos políticos e militares americanos, significa comprar um passaporte para o inferno.

DEPOIS DO XÁ – O regime persa se tornou inimigo dos EUA, quando o Xá Reza Parhlevi foi derrubado. O Aiatolá Khomeini tornou o Irá uma potência do Oriente Médio. Em 1980. o presidente Jimmy Carter, dos EUA, ordenou uma invasão ao Irá, que foi um fracasso. Os helicópteros americanos caíram derrubados por tempestades de areia, coisas ridículas assim.

O governo de Bush pai preferiu instar o ditador do Iraque, Saddam Hussein, a declarar guerra ao Irá. A refrega durou oito longos anos. A economia do Iraque e do Irá chegou a colapsar, obrigando os dois países ao cessar-fogo.

Mas, quem mais sofreu com o esforço da guerra foi o Iraque. Para recuperar o país, Saddam resolveu invadir o vizinho Kuwait para tomar posse das reservas de petróleo. Os EUA aparentemente deram aval. Mas quando as tropas do Exército sunita do Iraque entraram no Kuwait, os EUA invadiram o país e obrigaram as tropas de Saddam a recuar.

NUM BURACO – Saddam passou a ser caçado pelas tropas americanas. Se escondeu num buraco por várias semanas. Quando o acharam, em 2005, estava destruído, parecendo um mendigo. Seu julgamento durou quase 13 meses. O ex-ditador foi condenado por crimes cometidos durante o regime que comandou no Iraque entre 1979 e 2005, como o massacre de 148 xiitas no povoado de Dujail, em 1982.

O ex-ditador foi condenado juntamente com seu meio-irmão Barzam Ibrahim al Tikriti e Awad al Bandar. A sentença foi confirmada pela corte de apelações do Iraque em dezembro de 2006. Foi enforcado em praça pública.

O julgamento foi considerado uma forma de “justiça dos vitoriosos”, uma vez que os Estados Unidos acompanharam o processo. Resultado, o que restou da elite do Exército iraquiano, de maioria sunita, foi para a clandestinidade, formando o núcleo do Estado Islâmico (Isis), que está ativo até hoje, cortando cabeça de quem não cumpre a Lei da Sharia.

ELEIÇÃO NOS EUA – Os norte-americanos se sentem donos do Oriente Médio. Republicanos ou democratas são o mais do mesmo. Ambos são reféns do Complexo Industrial Militar, que estimula as guerras para vender seus armamentos. Por isso, todo o esforço para a mediação dos conflitos, cessar-fogo e paz, enfim, quase sempre se transformam num rotundo fracasso.

Vejam como o governo de Joe Biden foi conivente com a reação de Israel. Espera-se dele uma atuação pró-ativa, mas isso não aconteceu em momento algum.

Entendo que na hipótese de vitória de Donald Trump, as guerras podem se tornar generalizadas. Assim, a ampliação da guerra no Oriente Médio deve servir de poderoso combustível para Trump derrotar Kamala Harris.

11 thoughts on “Complexo Militar que manda nos EUA não permitirá que haja paz no Oriente

  1. Armas, drogas, jogos, pornografia e agiotagem legalizada (instituições financeiras) dominam o mundo pois produzem lucros estratosféricos e compram qualquer pessoa ou instituição.

  2. Triste fim desse País, outrora Beirute era conhecida como a Paris do oriente médio. Hoje está sendo dominado por milícias terroristas

  3. A historia se repete

    Como disse Nikita Khrushchov sobre as eleições americanas

    O John Kennedy e Richerd Nixon é como um par de sapatos, um calça o pé esquerdo e o outro o pé direito. Nada mais que isso.

  4. A esquerda sempre vai ter razão.
    Trump, Bolsonaro e Milei são os que não prestam, bom era o Karl Marx a quem devemos o fantástico enriquecimento de todos os deserdados do mundo.
    Destruídos Israel e os Estados Unidos com seu complexo industrial militar, a China e a Rússia construiriam uma nova civilização em patamares elevadíssimos. Teríamos chegado ao paraíso.

  5. Vivemos na Terra, o paraíso é uma quimera. Se existir esse Nirvana, quem chegou lá, não veio aqui para contar.

    Não existe regime perfeito, na imperfeição da vida humana. A Esquerda não vai levar a população num mundo de perfeição. Mas, com a Direita, que está num momento de expansão e domínio quase total das nações, o que vemos são guerras, massacres, êxodos para mulheres, crianças e idosos fugirem de bombas. A fome no mundo aumenta e a desigualdade social atinge limites inaceitáveis, sem falar na destruição do Meio Ambiente, provocado para o aumento das áreas para pastagem. A crise hídrica já é numa realidade.

  6. Infelizmente, o que prevalece na geopolítica desde a disputa por rotas marítimas e de camelos, é a concorrência comercial e financeira entre indivíduos e países, de onde concluímos que quem manda no mundo é o Capital com seus diferentes tentáculos e ficou blasé e até ridículo falar em perigo comunista ou em Rússia e China como países esquerdistas, sendo que ambas são potências neocapitalistas, embora autocracias radicais.

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