Dora Kramer
Folha
A tentativa de atentado a bombas na praça dos Três Poderes mostrou que o espaço síntese da representação da República ainda é um lugar vulnerável a ação de extremistas, sejam dementes ou agentes conscientes de orquestração liberticida.
A radicalização está presente, ativa, ataca em qualquer lugar e em qualquer momento sem que possamos dizer que somos pegos de surpresa, embora um tanto desprevenidos. A intolerância incorporou-se ao cotidiano. Instalou-se como um tumor, que, se não for combatido o quanto antes, ameaça o país de metástase.
MESMO VENENO -O enfrentamento da questão, no entanto, não será eficaz se ocorrer mediante a aplicação de doses do mesmo veneno em sentido contrário. Antes pode servir de alimento à virulência, cujos procedimentos precisam ser superados.
Não se trata de pregar omissão, condescendência ou defender a mera pacificação retórica. Esta se apresenta agora diante do episódio recente na voz daqueles que por conveniência procuram se desvincular da selvageria por eles semeada. A contraofensiva estará sempre à espreita. Bem pontuou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) que lobos podem agir de maneira solitária, mas “de alguma matilha eles saíram”.
É de se desconfiar da facilidade com que defensores de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro decretaram o “enterro” da ideia. O cadáver seguirá insepulto à espera da chance de ressurreição.
FACILIDADE DEMAIS – Tal oportunidade não pode ser oferecida tão facilmente pela pressa de organizar as exéquias do moribundo e usá-lo para, quem sabe, desferir um golpe mortal na ultradireita.
Amarga ilusão. Manifestações exacerbadas de indignação e conexões antecipadas por parte de investigadores e futuros julgadores fornecem material para que os que estão agora na berlinda retomem a tese da perseguição política.
Assim se dá combustível aos radicais. Mais eficiente seria a contenção nas palavras enquanto se robustecem as indispensáveis punições aos arautos da criminalidade institucional, a fim de deixá-los sem margem a qualquer tipo de reação que soe convincente aos ouvidos da sociedade.
O STF E A QUEDA DA IDADE DAS TREVAS NOS PRÉDIOS DA REPÚBLICA. A religião surgiu como fruto da mais completa ignorância científica e bestialidade sanguinária humana. Quem poderia saber na Idade de Trevas do Cristianismo, a longa noite de 2 mil anos, que nossos ancestrais mais distantes foram peixes. Há 8 milhões já andávamos em duas pernas. Infelizmente, a maioria absoluta humanidade ainda anda de quatro, de muletas psicológicas; de tapa-olhos, para os fundamentalistas e fanáticos olharem sempre para trás; o tapa-olho também serve para desprezar a luz, a ilustração, o iluminismo. As crianças são curiosas, eu sei, e fazem perguntas que 99% dos pais tios avós não sabem responder, muito embora já tenham sido respondidas pela Ciência. Sem dúvida, é complicado traduzir para o entendimento satisfatório pueril; ‘’Deus’’ resume tudo! Todavia, as crianças não se interessam por assuntos de política e Justiça, a menos que tenham um brinquedo roubado. Para que então o crucifixo no Congresso Nacional; no Supremo Tribunal Federal, etc.? Será que os adolescentes ou pré-adolescentes não ficam revoltados com o quanto foram ludibriados na infância? Os milhares de anos de barbárie religiosa e mitológica cada vez mais estão sendo descortinadas pelos meios de comunicação de massa. ‘’A Guerra dos Tronos, Uma História Real’’. ‘’Elizabeth’’; Os Vikings, por exemplo, não encontraram Jeová, nem Jesus, para impedi-los de barbarizar os cristãos, e esses de barbarizarem o mundo todo; Cruzados; Templários; os hebreus de Moisés e Josué não foram impedidos de barbarizar quem ocupava o Oriente Médio há séculos ou milênios. Aliás, usucapião de 400 anos de ausência de hebreus na Palestina deveria ser algo a ser considerado; 400 anos no Egito, alguém lembra? Mais 40 anos no deserto! Eu escreveria uma fundamentação de 1 milhão de páginas para servir de ‘’jurisprudência’’ e ou súmula vinculante. Quantos neurônios serão necessários para entender o que cristãos e muçulmanos fizeram? Rios caudalosos de sangue, trevas que amaldiçoaram, baniram, tornaram proscrita a Ciência, por 2 mil anos? Pelo amor da Ciência! O Supremo Tribunal Federal tem o dever de acabar com essa palhaçada terrível, tenebrosa, esse ultraje, essa afronta à República, ao glorioso positivismo de Comte! Terror cristão que nos remete às piores barbáries da humanidade! Vide o quanto os Vikings evoluíram! Hoje são ateus das sociedades mais evoluídas, dentre todas as demais! O Supremo Tribunal Federal tem o dever, a obrigação, de proclamar a retirada de todos os crucifixos e cruzes dos prédios públicos. Afinal, o Direito é uma Ciência ou é uma indústria de rameiras, libertinas, alcoviteiros, proxenetas, cafetinas, rufiões, cafetões, gigolôs? A propósito, Trump e sua turma de fundamentalistas cristãos descerebrados, desvairados, delirantes, vão, por 4 anos, servir de ridículos, de muquiranas, palhaços, para o todo globo terrestre! A humanidade terá frouxos incansáveis de risos e gargalhadas! Atenção STF, os senhores têm tão somente duas escolhas a decretar em nome da honra do Direito e do Judiciário nacional: Proibir cruzes e crucifixos em prédios públicos, ou, então, permitir que todas as demais religiões exibam seus símbolos nos prédios de um Estado que não apenas deixou de ser laico, está regredindo às trevas, às bananas! LUÍS CARLOS BALREIRA. PRESIDENTE MUNDIAL DA LEGIÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA.