“Querem jogar no colo da direita, mas atentado não afeta anistia”, diz relator

O deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-SE)

Valadares afirma que a anistia vai prosseguir normalmente

Victoria Azevedo
Folha

O relator do projeto de lei que dá anistia aos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro, Rodrigo Valadares (União Brasil-CE), rejeita que o atentado com explosões na praça dos Três Poderes, em Brasília, tenha impacto sobre a tramitação da proposta na Câmara.

Ele afirma à Folha que há uma tentativa de parte da imprensa de associar o fato à direita e a Jair Bolsonaro (PL). Mas, ecoando discurso de aliados do ex-presidente, diz que o ocorrido deve ser tratado como um fato isolado.

TRANSTORNO MENTAL – “No meu entender, a gente vê que, infelizmente, parte da mídia está querendo jogar isso no colo da direita, de Bolsonaro e da anistia. Entendo completamente diferente: é um fato isolado, uma pessoa que sofria algum transtorno mental”, afirma.

Ele havia se candidatado a vereador pelo PL em Rio do Sul (SC) na eleição de 2020, mas não foi eleito. Antes de morrer, publicou mensagens sobre o ataque e declarações de cunho político e religioso. Um irmão dele confirmou à Folha que Francisco esteve no acampamento de bolsonaristas em Brasília, em frente ao QG do Exército, de onde saiu o grupo que fez o ataque golpista de 8 de janeiro de 2023.

Para Valadares, o ato não configuraria atentado à suprema corte brasileira. “Isso não tem correlação com a anistia e deve ser tratado como fato isolado. É lamentável, mas não afeta a anistia. Se houver justiça e decência no nosso país, que não haja nenhum tipo de correlação e prejuízo para a anistia”, diz.

RELATOR – Valadares foi designado relator da proposta no âmbito da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara. Em seu parecer, ampliou o escopo do texto e sugeriu perdão a todos os atos pretéritos e futuros relacionados aos ataques à sede dos três Poderes.

No fim de outubro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), retirou a proposta da CCJ e anunciou a criação de uma comissão especial para analisar o tema —ela ainda não foi oficializada.

Dois líderes ouvidos pela reportagem dizem que as explosões aumentam a pressão sobre Lira para um desfecho ao projeto de lei. Em entrevista à Folha no fim de outubro, o presidente da Câmara afirmou que daria uma “solução” até o fim de seu mandato, mas não indicou como faria isso.

CONSTRANGIMENTO – Um líder governista diz que Lira não deverá tomar nenhuma decisão precipitada acerca do projeto diante do ocorrido, mas avalia como remota qualquer possibilidade de a proposta avançar. Ele afirma que, agora, haverá um constrangimento ainda maior para que os líderes indiquem membros para integrar a comissão.

Valadares está fora do Brasil, em missão parlamentar, mas diz que quando voltar irá procurar lideranças para destravar a comissão. O deputado afirma que o líder de sua legenda, Elmar Nascimento (BA), garantiu que ele será um nos nomes da sigla a ser indicado.

“Expectativa de que eu possa participar e contribuir para encontrar uma solução para se ter justiça no país, e essas pessoas possam sair da cadeia”, afirma.

REAÇÃO IMEDIATA – Como a Folha revelou, deputados bolsonaristas falaram em enterro da anistia momentos após as explosões. Em grupo de WhatsApp que reúne parlamentares da oposição, disseram que o ocorrido deveria prejudicar a tramitação do projeto de lei.

O deputado Gustavo Gayer (PL-GO), por exemplo, afirmou em mensagem que “agora vão enterrar a anistia”. Capitão Alden (PL-BA) afirmou que “lá se foi qualquer possibilidade de aprovar a anistia”, e o deputado Eli Borges (PL-TO) disse que, “se tentou ajudar”, atrapalhou.

Moraes afirmou na manhã desta quinta-feira (14) que o ocorrido não pode ser tratado como um ato isolado e associou ao chamado “gabinete do ódio” na gestão Bolsonaro. O ministro criticou a ideia de concessão de anistia.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Nada de novo no front ocidental. Mais alguns dias, vão aceitar que o cidadão não tinha o menor conhecimento em explosivos, estava apaixonadíssimo pela garota do batom (“Perdeu, Mané!”) e só oferecia perigo a si mesmo, porque os ministros do Supremo vivem cercados de seguranças no Brasil e no mundo, gente fina é outra coisa… (C.N.)

3 thoughts on ““Querem jogar no colo da direita, mas atentado não afeta anistia”, diz relator

  1. Paz e Saúde para o prezado Carlão…Nosso querido Editor…

    Com relação a parte final do seu PS…Faço uma importante colocação….

    Vários fatos históricos concretos…Nos mostram que ninguém está SEGURO…ou longe de levar uma projétil…na cabeça…no peito…etc…NINGUÉM…está longe de ser assassinado especialmente em situações políticas conturbadas …onde impera as traições e contendas irreversíveis…Lembram de Pinheiro Machado…? Kennedy…?..Olá Palmer…?…Abrão Lincoln…? Martin Luther King..?…E o que podemos deduzir do Falecido Ministro( sem aspas)…Do “stf” …Teori Zavascki…?
    Só um idiota sem noção do que é a Política…para achar que o Sr..Teori…sofreu um mero acidente…
    Portanto meu nobre EDITOR…NÃO…adianta ter o “mossad” como segurança…quando o fuzil…nas mãos de quem sabe tiver o Gatilho acionado…pode ser quem for …vai virar pó…

    Somente um o ALTÍSSIMO YAH NOSSO CRIADOR…é INDESTRUTÍVEL….O resto…é o resto…

    Saúde ao prezado…e toda sua Casa….ok..

    YAH O ALTÍSSIMO SEJA LOUVADO SEMPRE…

  2. Vendo a “índole” dos insensíveis e sanguinolentos componentes dos BRICS ousaremos duvidar que façam parte como sutil Khazariano e destrutivo regimento subalterno a uma mesma “grande idéia”, ou seja; Alçar o Homem do Pecado, num.Nazi/Fascista/Comunista NOM, (Quarto Reich)?
    PS. O locupletamento dos mercenários apátridas é prova incontestável, da traição.

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