Bruno Boghossian
Folha
O planejamento de um golpe para manter Jair Bolsonaro no cargo foi uma operação essencialmente militar. Integrantes das Forças Armadas fizeram preparativos para anular as eleições, sequestrar autoridades e assassinar o futuro presidente. Armaram a instalação de um regime de exceção que seria controlado pelos generais que haviam patrocinado a ascensão do capitão em 2018.
As investigações reveladas nesta terça (19) são mais uma prova de que o envolvimento de militares na trama do golpe jamais foi um fato isolado. O plano tinha a participação de integrantes das Forças Especiais do Exército. As ideias eram discutidas com generais influentes e foram levadas para dentro do Palácio da Alvorada.
OPERAÇÃO MILITAR – As mensagens obtidas pela Polícia Federal mostram que o general da reserva Mario Fernandes organizou uma operação clandestina para consumar o golpe.
A ação envolvia o monitoramento de alvos, o uso de um lançador de granadas e até o envenenamento de Lula e Alexandre de Moraes. Segundo os investigadores, ele levou o plano ao Palácio da Alvorada, onde Bolsonaro estava entocado.
A PF também aponta que um grupo de “kids pretos”, militares de elite que seriam responsáveis pela execução dos crimes, se reuniu na casa do general Braga Netto em 12 de dezembro de 2022. Três dias depois, eles prepararam uma tocaia para uma provável prisão ilegal de Moraes.
APENAS MILITARES – O plano do golpe vestia farda dos pés à cabeça. Depois da operação, Bolsonaro deveria criar um gabinete de crise que seria comandado pelos generais Braga Netto e Augusto Heleno, com a participação de outros militares.
Segundo documentos dos golpistas, o arcabouço jurídico desse período de exceção seria elaborado pelo Superior Tribunal Militar, e as Forças Armadas participariam da organização de novas eleições. O STM divulgou uma nota em que rejeita a hipótese de envolvimento na empreitada.
A tentativa de ruptura nunca foi apenas um sonho pessoal de Bolsonaro, seguido de forma obediente por seus aliados na caserna. Os fardados que estiveram no poder durante o mandato do ex-presidente tinham seus próprios interesses. Não é difícil imaginar quem exerceria autoridade dentro de um regime iniciado por um golpe militar.
E foram perpetrar o combinado em locais vazios sem os pressupostos alvos e onde ficaram só as visadas vítimas após todo o dano anteriormente realizado?
Quanta inocência!!!
1) Alguns maus militares tentaram sujar o imagem edificante das FFAA, não conseguiram, a maioria absoluta das FFAA, inclusive meus parentes e amigos torcem pela Democracia e a Constituição…
2) Tenho parentes e amigos nas três Armas…
3) Incluindo PMs e PF…
Caso o ‘mito’ executasse o golpe, para o qual não teve competência, o vácuo presidencial seria ocupado imediatamente com a formação de uma Junta Militar (de governabilidade) composta de estrelados de alta patente das três forças, e o capitão e seu grupo seriam certamente expurgados do centro do Poder, sem bilhete de volta.
Vide governos instalados após golpes militares na América Latina, para ficar só no continente.
De uma coisa vocês não poderão acusar os “gigolôs da Pátria”… de serem inocentes úteis ou golpistas fanatizados, afinal não era um simples posto de adido militar em Washington, eram 10 mil cargos públicos na estrutura federal com 2º contracheque a considerar, fora a já exibida generosidade para com as carreiras militares, não é à toa que o Jair fez carreira como sindicalista de quartel.
Diz a doutrina: “Crime tentado é aquele que, quando iniciada a execução do crime ele não se consuma por circunstância alheia à vontade do indivíduo“.
Se nem isso convence, faço minhas as palavras da primeira (!!!) dama (que o diga Macron): VTNR !!!.
Repugnante, senador Flávio Bolsonaro, é a sua fala
Numa declaração pavorosa, o senador Flávio Bolsonaro assim se manifestou sobre a Operação Contragolpe, deflagrada pela PF, terça-feira, 19:
“Por mais que seja repugnante pensar em matar alguém, isso não é crime. E para haver uma tentativa é preciso que sua execução seja interrompida por alguma situação alheia à vontade dos agentes. O que não parece ter ocorrido”.
É sério, senador? Então tudo se resume a não ser crime “pensar” em matar alguém, pouco importando se quem “pensou” eram o presidente do país (hipótese, claro), seus auxiliares diretos, oficiais graduados das Forças Armadas e até mesmo, supostamente, um candidato à vice-Presidência da República?
Pouco importando, também, se os alvos eram um ministro do STF, no caso, Alexandre de Moraes, e o presidente e vice-presidente eleitos da República?
Pouco importando, por fim, se o objetivo era um golpe de Estado?
Pergunto: o senhor acredita mesmo no reducionismo tosco e cínico de suas palavras ou se trata apenas do “toque do berrante”, para a manada sair repetindo uníssona nas redes sociais?
Fonte: O Antagonista, Opinião, 20.11.2024 10:00 Por Ricardo Kertzman
Se continuarem investigando, vão achar um plano para matar o papa…