Nem mesmo o New York Times é capaz de despertar o Supremo

Pressão contra Moraes no STF cresce. Qual é a chance de impeachment?

New York Times leva ao ridículo o comportamento do STF

Carlos Newton

O Brasil atravessa uma fase altamente negativa, como jamais ocorreu na História recente. Houve crises graves desde a redemocratização do país, como a macroinflação e a moratória do governo José Sarney, o impeachment de Fernando Collor, o Mensalão, a Lava Jato, depois o impeachment de Dilma Rousseff e a prisão de Lula da Silva, mas a democracia se mantinha hígida, jamais esteve sob ameaça.

Agora, é diferente. Quem comanda a crise é o próprio Supremo Tribunal Federal. E o que mais surpreende é que nenhum dos onze ministros perceba as consequências deletérias de seu comportamento coletivo.

STF É RIDÍCULO – Queiram ou não, o Brasil é uma das mais importantes nações do mundo, por suas dimensões continentais, com uma das maiores populações e o maior potencial de desenvolvimento socioeconômico, devido a suas riquezas naturais, maior concentração de água doce e condições ideais de luminosidade para agricultura.

É esse país gigante que está sendo apequenado pelo Supremo, que ridiculariza no exterior a democracia brasileira. Para soltar ilegalmente Lula da Silva, em 2019, o STF transformou o Brasil no único país de mundo que não prende criminosos após condenação em segunda instância.

E o pior é que, após elevada à máxima potência essa “presunção de inocência”, o tribunal decidiu desrespeitar as normas jurídicas universais e inventou a “presunção de culpa”, sob medida para cassar o deputado Deltan Dallagnol.

OLHOS FECHADOSNo embalo da vaidade e da arrogância, o Supremo não percebe que está na mira dos demais países, porque o mundo é cada vez mais globalizado. Os ministros parecem personagens de Voltaire, achando que estão no melhor dos mundos.

Como não dar importância ao interesse do Capitólio e da imprensa americana? Essa matéria do New York Times desnuda o grande enigma brasileiro: “Não estará o Supremo indo longe demais?”, pergunta o mais importante jornal do mundo.

Nas frequentes reuniões administrativas, nenhum dos onze ministros toca no assunto?… Ninguém diz que é preciso dar uma trava e refluir para a democracia, obedecendo às leis e permitindo que advogados tenham acesso aos autos e coisas tais?…

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P.S.
Realmente, há ocasiões em que bate vergonha de ser brasileiro e emerge o complexo rodrigueano do vira-latas. Já falei aqui e agora repito: Se o Supremo é assim, não respeita as leis e as modifica à la carte, dependendo da situação, como se pode confiar e acreditar neste país? (C.N.)

9 thoughts on “Nem mesmo o New York Times é capaz de despertar o Supremo

  1. E dê-lhe ataque ao STF. Tática conhecida e velha.

    Ainda bem que a instituição é forte. Ataques assim, para defender certos interesses escusos não devem ser levados em conta por quem realmente defende a democracia..

    • Instituição???

      A crítica é a uma péssima gestão.

      A um aparelhamento só comparável ao de ditaduras como a da atual Venezuela.

      Mas nada dura para sempre.

    • “Dietrich Bonhoeffer foi um intelectual alemão que se opôs ao nazismo e, por isso, foi preso.”

      “Na prisão, ele refletiu muito, tentando entender como era possível que seus compatriotas alemães estivessem apoiando tão fervorosamente Hitler e suas políticas irracionais e criminosas, sendo o povo alemão um dos mais cultos e avançados da Europa e do mundo, em termos científicos, tecnológicos, culturais, etc.

      Ele chegou a uma conclusão: o povo alemão foi vítima da estupidez coletiva. E então Bonhoeffer escreveu um ensaio sobre a estupidez que hoje vale a pena recordar.

      Segundo Bonhoeffer, a estupidez não tem uma causa psicológica, mas sim sociológica, ou seja, é contagiosa: a estupidez de uma pessoa precisa da estupidez de outra.

      É como um feitiço formado por palavras de ordem que se apodera das pessoas. Por isso, você verá pessoas muito inteligentes que, em determinado momento, se comportam de maneira estúpida, porque é uma recaída de sua personalidade que nada tem a ver com suas capacidades mentais, que podem ser muitas.

      Quando as pessoas estão passando por um período de estupidez, nunca acreditarão nos argumentos contra sua estupidez; simplesmente os ignorarão. São absolutamente impermeáveis às advertências sobre as consequências catastróficas que sua estupidez pode ocasionar a elas mesmas e aos outros estúpidos, e sempre se sentem orgulhosas de si mesmas e de sua estupidez.

      Ainda mais, muitas vezes é perigoso tentar persuadir um estúpido com razões, pois ele se sentirá agredido, irritar-se-á facilmente e até tentará atacar.

      Há momentos na vida das sociedades em que, contra a estupidez, não há nenhuma defesa. Daí nascem as ditaduras, assim como também o declínio dos países.

      Cuba com o castrismo e Argentina com o peronismo são exemplos.

      Posteriormente a Bonhoeffer, o historiador e economista italiano Carlo Cipolla, seguindo a mesma lógica do alemão, condensou em cinco leis sua teoria da estupidez.

      1. Sempre se subestima o número de estúpidos em circulação.
      2. A probabilidade de que uma pessoa seja estúpida é independente de sua educação, riqueza, inteligência, etc.; ou seja, a estupidez se distribui igualmente em todos os segmentos da população.
      3. O estúpido causa dano a outras pessoas e a si mesmo, sem obter nenhum benefício.
      4. Eles são imprevisíveis. As pessoas NÃO estúpidas sempre subestimam o poder danoso dos estúpidos.
      5. Os estúpidos são mais perigosos que os bandidos e os malvados. Não há nada mais perigoso que um estúpido com poder.

      Segundo Bonhoeffer, só quando o governo ou o regime social que produz a estupidez coletiva entra em colapso ou em crise, as pessoas podem se libertar dela e da dor que começa a surgir pela contradição entre seus pensamentos e seus atos.

      Na Venezuela, felizmente, muitas pessoas começaram a abrir os olhos e, com dor e arrependimento, silencioso ou não, começam a entrar em razão e a deixar de apoiar um governo eleito em um momento de estupidez coletiva.”

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