Trama sinistra de militares: uma mancha na história da democracia brasileira

Episódio traz um estrago terrível para a imagem dos militares

Pedro do Coutto

Não poderia haver atmosfera tão degradante, situação tão escabrosa, a que envolveu e marcou o projeto da oposição bolsonarista quanto à tentativa de atentar contra a vida do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, buscando impedir o exercício da democracia e a decisão da população nas urnas de 2022.

Os integrantes da articulação atingiram o fundo do poço, entre eles o general Braga Neto, que concorreu como candidato a vice de Bolsonaro nas últimas eleições pela Presidência. Agora se descobre o motivo do general Hamilton Mourão não querer continuar com Bolsonaro, preferindo o Senado. Havia a perspectiva de fracasso que causaria uma insurreição hedionda entre os derrotados.

PRENÚNCIO –  Eventos não faltaram para isso. Bombas em Brasília, ataques à Polícia Federal e as manifestações em frente aos quartéis defendendo o golpe de Estado. Tudo era o prenúncio de um movimento contra a posse dos eleitos, porém não poderíamos prever que as ações contavam com a possibilidade de assassinatos das formas mais cruéis.

O fato atingiu até as Forças Armadas através da trama sinistra. Como é possível alguém defender uma articulação que envolve assassinos que deveriam, no fundo, manter a ordem e a disciplina ? Os autores não observaram nem uma coisa e nem outra. Mergulhavam na desordem mais profunda, deixando no ar todo um clima inadmissível, não só pelo caráter político ou pela falta de conduta militar, mas porque envolvia vidas humanas. O que fizeram Lula, Alckmin e Morais que não fosse dentro da lei, da ordem e da dignidade humana?

G20 – A coincidência da revelação com o encerramento do G20 foi um ponto importante para o governo Lula, pois os chefes de Estado e de governo que se encontravam no Rio levaram para os seus países o fato estarrecedor jamais visto na política internacional. Agentes públicos deixaram claro que pretendiam recorrer ao crime para concretizarem os seus propósitos terríveis.

O golpe foi rejeitado pela cúpula das Forças Armadas que foi contra o seu caráter negativo, preferindo ficar ao lado da Constituição e da lei. A conspiração fica na história do Brasil com a condenação de um propósito hediondo que tinha como objetivo violar a democracia.

Felizmente não aconteceu. A maioria dos militares não aderiu  ao plano e os personagens que seriam vítimas superaram os obstáculos homicidas. Agora, espera-se a denúncia da Polícia Federal para que os culpados sejam punidos na mesma dimensão de suas ações.

Um trenzinho caipira que uniu Villa-Lobos e Ferreira Gullar

UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais - Cinco anos sem Ferreira Gullar: especialista na obra do autor analisa seu legado

Ferreira Gullar fez uma letra para o trenzinho

Paulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista, crítico de arte, teatrólogo, biógrafo, tradutor, memorialista, ensaísta e poeta Ferreira Gullar (1930-2016), pseudônimo do maranhense José Ribamar Ferreira, em “Bachianas nº 2” de Heitor Villa-Lobos, conta que depois de várias tentativas, enfim conseguiu compor uma letra, fazendo com que aquela obra se tornasse música vocal popular.

Na verdade, o poeta se aproveita de alguns versos de sua obra “Poema Sujo”, para manifestar as paisagens de sua infância no estado do Maranhão quando viajava de trem na companhia de seu pai, como também ocorreu com Villa-Lobos, mas não no Maranhão e, sim, no Rio de Janeiro.

A presença do trem é de extrema relevância, pois se torna o veículo que levará Heitor Villa-Lobos e Ferreira Gullar a uma viagem por diversos espaços sonoros do Brasil (rural e urbano), mas também revela uma expressão alegórica do desenvolvimento do país, isto é, a tensão entre o progresso, o moderno e a paisagem de pobreza.

A música “O Trenzinho caipira”foi gravada, primeiramente, por Edu Lobo, no LP Camaleão, em 1978, pela Polygran.

TRENZINHO CAIPIRA
Villa-Lobos e Ferreira Gular

Lá vai o trem com o menino
Lá vai a vida a rodar
Lá vai ciranda e destino
Cidade e noite a girar

Lá vai o trem sem destino
Pro dia novo encontrar
Correndo vai pela terra…
Vai pela serra…
Vai pelo mar…

Cantando pela serra do luar
Correndo entre as estrelas a voar
No ar, no ar…

Moraes, mais uma vez, está conduzindo errado a investigação dos “kids pretos”

Manifestantes invadem Congresso, Planalto e STF | Agência Brasil

Os “kids pretos” inflamaram a multidão em 8 de Janeiro

Carlos Newton

Infelizmente, está sendo desperdiçado esse patético escândalo sobre o planejamento dos assassinatos de “Jeca”, “Joca” e da “Professora”, como eram chamados pelos golpistas o presidente Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.

Eliminando-se o lado folclórico que cerca esses oficiais do Exército, que se comportaram como verdadeiros desequilibrados mentais, as informações colhidas vieram preencher uma lacuna nas investigações do 8 de Janeiro, mas estão sendo desperdiçadas.

MORAES NÃO VÊ – O fato concreto é que a força-tarefa formada por Moraes, reunindo juiz auxiliar, serventuários do Supremo, delegado e agentes da Polícia Federal, é de um baixo nível constrangedor.

Para atender à Moraes, a investigação é conduzida de forma manipulada e ardilosa, que desrespeita as leis e utiliza apenas as informações que interessam ao fim desejado pelo ministro do Supremo, que não tem a menor vocação para ser juiz e não se preocupa com a rigorosa verdade dos fatos.

Assim, as novas provas estão sendo conduzidas exclusivamente para demonstrar provar que havia um golpe de estado e o então presidente Jair Bolsonaro estava envolvido e era o grande líder.

BUSQUEM UMA NOVIDADE… – Ora, já é mais do que sabido que houve a preparação do golpe, com participação de Bolsonaro, dos generais do Planalto, dos comandantes militares etc. e tal, que aguardavam fraudes nas eleições.

Como não houve provas de fraude, na undécima hora o comandante do Exército, Freire Gomes, desistiu do golpe, com respaldo do Alto Comando, e foi acompanhado pelo comandante da Aeronáutica, Baptista Júnior. Deixaram sozinho o comandante da Marinha, Almir Garnier, único que seguiu apoiando a aventura de Bolsonaro.

O golpe morreu aí, tudo isso está mais do que provado nos autos. O que faltava comprovar era como se deu a ação dos “kids pretos”, que comandaram o caos na noite de 12 de dezembro de 2022 (diplomação de Lula) e na invasão dos Três Poderes em 8 de Janeiro de 2023, conforme desde o início denunciamos aqui na Tribuna, com absoluta exclusividade.

O QUE SIGNIFICA? – Com as novas provas, agora fica comprovada a ação dos “kids pretos” na incitação dos manifestantes bolsonaristas. Isso significa que todas as condenações do 8 de Janeiro têm de ser revistas, porque foram exageradíssimas, como é o vingativo estilo de Moraes.

Os verdadeiros terroristas eram os “kids pretos” do Comando de Operações Especiais em Goiânia e agora sabemos que seus próprios chefes estavam no esquema criminoso do Planalto.

Assim, é preciso rever os processos e inocentar os mais de 1,2 terroristas inventados por Moraes. Essas provas são do bem e servem para isso. Mas podem também ser usadas para acabar com a carreira de todos os militares envolvidos e puni-los com o máximo rigor, porque eles são os verdadeiros réus do 8 de Janeiro.

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P.S. –
Infelizmente, quem pode confiar no bom senso de um homem explosivo como Alexandre de Moraes? Dificilmente conduzirá as investigações contra os “kids pretos”. Aliás, apelidá-lo de “Professora” foi um erro absurdo e inaceitável. As professoras de verdade não merecem tamanha humilhação. (C.N.)

O que Trump indica a respeito de como será sua presidência

Trump anuncia "czar das fronteiras" para agência de imigração

Trump busca lealdade e confiança ao formar a equipe

Por The Economist

Depois que Donald Trump venceu a eleição presidencial em 2016 — quando era um ex-astro da televisão em vez de um ex-presidente — ele administrou a transição da Casa Branca como se estivesse encenando seu reality show “O Aprendiz”. Aspirantes a membros do gabinete chegaram à torre que leva seu nome em Nova York e passaram pelas câmeras de TV. Essa série foi prolongada, com a participação de celebridades, incluindo Kanye West.

Desta vez, Trump está dirigindo um show mais intimista, deliberando em sua propriedade em Mar-a-Lago, longe das câmeras, e emitindo seus vereditos de contratação nas redes sociais em um ritmo muito mais rápido. Infelizmente, os resultados são igualmente insensatos.

EM 24 HORAS – As escolhas mais alarmantes ocorreram em um período de 24 horas. Em 12 de novembro, Trump anunciou que Pete Hegseth, uma personalidade da Fox News que serviu na Guarda Nacional, seria secretário de Defesa.

 Hegseth é um dos poucos que defendeu a declaração de Trump de que havia “pessoas boas em ambos os lados” dos protestos contra um comício de supremacistas brancos em Charlottesville, Virgínia, em 2017. Hegseth está preocupado com o flagelo da lacração no exército, mas não tem experiência no governo.

Trump também anunciou que a diretora de inteligência nacional seria Tulsi Gabbard, uma democrata que se tornou republicana e é ligada em conspirações, um espírito tão livre que conheceu Bashar al-Assad, o ditador assassino da Síria, e o declarou “não inimigo dos Estados Unidos”.

PROCURADOR-GERAL – Pior, ele decidiu que Matt Gaetz, um congressista extravagante da Flórida, seria seu procurador-geral. O FBI, sobre o qual o procurador-geral tem controle de supervisão, investigou alegações de que Gaetz traficava sexualmente uma menor.

Não foram apresentadas acusações, mas Gaetz mais tarde enfrentou uma investigação pelo Comitê de Ética da Câmara (ele nega qualquer irregularidade). Ele é ultraradical e, no ano passado, prometeu que, se o FBI e outras agências “não se curvassem”, elas deveriam ser abolidas ou perder seu financiamento.

Todos esses são cargos importantes pelos quais Trump sentiu que havia sido traído anteriormente. Seus antigos procuradores-gerais agiram com muita independência e muito pouco como seu consigliere; altos funcionários da inteligência atraíram a fúria dele por investigar suas ligações com a Rússia; seus antigos secretários de defesa e generais do alto escalão rejeitaram suas ideias.

MENOS POLÊMICAS – Com essas seleções, Trump indica que não planeja tolerar tal dissidência desta vez. Aqueles suspeitos de deslealdade (ou neoconservadorismo disfarçado) não são bem-vindos.

Escolhas tão bizarras podem enfrentar dificuldade para serem confirmadas pelo Senado, mesmo com uma maioria republicana. Talvez seja esse o ponto. Quatro senadores republicanos desertores seriam suficientes para rejeitá-los, mas bloquear todas as três escolhas seria um gesto atipicamente desafiador.

As outras nomeações de Trump — em departamentos pelos quais ele talvez não se sinta pessoalmente injustiçado — são mais convencionais. Marco Rubio, um senador da Flórida, é sua escolha para ser secretário de Estado. Esta seria uma escolha encorajadora para os aliados dos EUA.

LEAL AO PARTIDO – Marco Rubio copatrocinou um projeto de lei para dificultar que o presidente retire os Estados Unidos da Otan. Como o Partido Republicano se moveu em uma direção diferente, ele também o fez, abraçando o trumpismo e mantendo alguns de seus antigos instintos.

Ele fez declarações de apoio à Ucrânia (mas votou contra o projeto de lei mais recente para armá-la, citando a necessidade de priorizar a segurança da fronteira).

Rubio, filho de imigrantes cubanos, adota um anticomunismo hereditário que agora foi redirecionado para a China.

Por que a PF não consegue pedir a prisão de Braga Netto?

PF afirma que plano para matar Lula e Alckmin foi discutido na casa do  general Braga Netto em 2022 - ISTOÉ Independente

Braga Netto, o poderoso chefão, continua inatingível

Vera Magalhães
O Globo

Diante do que foi revelado a respeito do Plano Punhal Verde e Amarelo, que levou à prisão de quatro militares, sendo um deles um general da reserva, e um policial federal, fica evidente a participação do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro e seu candidato a vice na disputa pela reeleição em 2022. Por que, então, a Polícia Federal não incluiu o general na lista daqueles que tiveram a prisão pedida na operação deflagrada nesta terça-feira?

Fontes próximas às investigações atribuem a decisão a uma avaliação de fundamentos técnicos e jurídicos feita pela equipe subordinada ao diretor-geral Andrei Rodrigues.

AVANÇA E PARA – Esses interlocutores dizem que, nos dois anos em que as investigações estão em curso, não foram poucas as vezes em que a equipe se viu diante da decisão de avançar ou aguardar para tomar medidas em relação a alguns dos investigados.

Rodrigues tem cobrado das equipes que as provas apresentadas para embasar cada fase das apurações tenham qualidade capaz de tornar os passos irrefutáveis por parte das defesas e da classe política, que tenta atribuir o avanço dos inquéritos a perseguição contra a direita.

De acordo com esses observadores, o risco de “errar a mão” não pode ser assumido, sobretudo agora, num momento em que os inquéritos caminham para as conclusões e já há muitos implicados.

NOVAS PRISÕES – Esses mesmos interlocutores, no entanto, lembram que nada impede que, com o avanço das investigações, novas prisões sejam pedidas e outras medidas restritivas sejam adotadas, inclusive em relação a Braga Netto, apontado como elo entre aqueles que articulavam o plano para matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes e a cúpula do bolsonarismo.

Faltariam ainda evidências da participação efetiva de Braga Netto no plano, a despeito da informação de que uma das reuniões para alinhar e aprovar o plano ocorreu em sua casa, em 12 de novembro de 2022.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Quer dizer que há provas para prender todo mundo, menos o poderoso chefão? Aí fica ainda mais difícil acreditar nessa rocambolesca conspiração, fica parecendo coisa do satânico Dr. No, que Ian Fleming nos perdoe. (C.N.)

Principal fato novo na política: quem está no poder perde votos

Eleição para prefeito segue critério comunitário, com polarização menos  influente - por Pedro do Coutto - Tribuna da Imprensa Livre

Charge do Cazo (Arquivo Google)

Marcus André Melo
Folha

O resultado das eleições americanas abalou consensos entre cientistas políticos. Há pelo menos três questões que merecem destaque. A primeira é o que a política parece ter sofrido uma “descalcificação”. Havia certa convergência em torno do argumento que o sistema estava calcificado devido a crescente sobreposição entre raça, religião, gênero, faixa etária e preferências partidárias, como mostrei aqui.

 Levitsky e Ziblatt argumentaram que a ascensão de Trump era uma reação da população branca de se tornar minoria nas próximas décadas. Estas análises envelheceram surpreendentemente rápido.

MUITA MUDANÇA – O que se observou nas eleições são mudanças significativas em quase todas os segmentos. A maioria de mulheres e negros ainda votam no candidato democrata mas o fosso entre homens e mulheres ou negros e outras etnias diminuiu espetacularmente. A margem de vitória de Biden na população latina, por exemplo, que foi de 33% em 2020, caiu para 6% em 2024. Em 89% dos condados houve mudança.

Trump aumentou seu percentual de votos entre homens, mulheres, faixas etárias (maior proporcionalmente entre os jovens entre 18 e 29), com e sem curso superior, áreas rurais e urbanas.

Entre homens negros a reação teve por base pautas de comportamento. Há evidências experimentais também de reações ao uso de expressões como “Latinx”. Em New Jersey, na Grande Nova York, a margem de vitória dos democratas caiu de 16% para 5%.

TEMAS ECONÔMICOS – A segunda controvérsia diz respeito aos determinantes do sucesso eleitoral da direita radical. Para muitos analistas ele refletiria uma mudança nas preferências do eleitorado que teria “virado à direita”.

 Mas há evidências sólidas de que as preferências do eleitorado com relação a temas econômicos ou culturais/comportamentais mudaram pouco. O nível de concordância do eleitorado em relação a questões como aborto ou casamento homoafetivo não mudou.

Os temas econômicos perderam centralidade em relação a temas como imigração, nativismo e pautas comportamentais. O que efetivamente alterou foi a prioridade conferida a estas questões vis-à-vis, por exemplo, política social, como argumentam Gidron et al em estudo seminal. A eleição de Trump, no entanto, parece ir na direção oposta à convergência de análises sobre as novas prioridades.

TUDO CONFUSO – O resultado sugere a centralidade do chamado voto econômico. No entanto, as evidências são mistas. O nível do índice de infelicidade (taxa de inflação + taxa de desemprego) em 2024 é o segundo menor em 50 anos. Mas isto contrasta com o fato de que 78% dos eleitores concordarem que o país está indo na direção errada.

Esta percepção negativa nos leva a uma terceira questão controversa sobre ao chamado efeito incumbência. Aqui a expectativa é que os incumbentes levem vantagem (ocorre em 66% dos casos). Algumas estimativas avaliam este efeito para os EUA entre 4% a 8% (dados históricos cobrindo 216 anos).

 Mas não foi o que se viu. Na realidade, não só na eleição americana mas também no resto das democracias em geral, os incumbentes estão perdendo massivamente. Segundo John Burn-Murdoch nas eleições de 2024, todos os governantes no poder perderam fatias expressivas do voto, a primeira vez que o fenômeno ocorre desde 1947! Assim, Trump não teria ganho; Biden é que teria sido punido.

Moraes intima Mauro Cid para esclarecer “omissões e contradições”

O ex-ajudante de ordens do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro ( PL) deixa a Polícia Federal após prestar depoimento.

Acuado pela PF, Mauro Cid não pode cair em contradições

Pepita Ortega
Estadão

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o ex-ajudante de ordens da Presidência da República, tenente-coronel Mauro Cid, compareça à Corte na próxima quinta-feira, 21, para esclarecer “contradições existentes entre os depoimentos do colaborador e as investigações realizadas pela Polícia Federal”.

Em despacho assinado nesta terça-feira, 19, depois de Cid ter dado novo depoimento, Moraes ressaltou que a oitiva está relacionada aos “termos da colaboração (regularidade, legalidade, adequação e voluntariedade”.

ANULAÇÃO DA DELAÇÃO – Mais cedo, a PF informou à Corte que Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, descumpriu as cláusulas de seu acordo de delação premiada, abrindo brecha para uma eventual rescisão do pacto fechado no inquérito das milícias digitais.

A indicação foi feita após a corporação tomar o depoimento do delator nesta tarde, em meio à Operação Contragolpe que prendeu quatro militares e um agente da PF por envolvimento com um plano de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de seu vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

O Estadão apurou que o depoimento que Cid prestou na PF nesta terça foi encaminhado à Corte máxima com a anotação da corporação sobre “omissões e contradições” em alguns pontos da oitiva.

NO GABINETE – O documento está no gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos que foram abastecidos pela delação de Cid. O ministro vai ouvir o procurador-geral da República Paulo Gonet antes de decidir sobre o futuro da delação – incluindo sua eventual rescisão.

Na ação desta terça-feira, 19, a Polícia Federal mirou um general da reserva, o ex-ministro interino de Bolsonaro Mário Fernandes, além de militares das Forças Especiais, os chamados “kids pretos” e um policial federal.

Segundo a corporação, o planejamento para executar a chapa eleita em 2022, que também mirava o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi identificado a partir de mensagens apagadas do celular de Mauro Cid.

CID ENVOLVIDO – Os arquivos foram recuperados pela investigação e motivaram a Operação Contragolpe, que apura os responsáveis por um plano conhecido como “Punhal Verde e Amarelo”.

Segundo a Polícia Federal, a reunião na casa de Braga Netto ocorreu no dia 12 de novembro. No encontro, o “planejamento operacional para a atuação dos ‘kids pretos’ foi apresentado e aprovado”.

A reunião contou com a participação dos tenentes-coronéis Mauro Cid e Hélio Ferreira Lima e do major Rafael Martins de Oliveira.

DELAÇÃO EM RISCO – Agora, Cid corre o risco de ter anulada sua delação, aceita pela corporação em setembro do ano passado, anulada.

Se as contradições não forem superadas no depoimento desta quinta-feira, o tenente-coronel poderá perder os benefícios negociados pela colaboração premiada.

O conteúdo dela, porém, não deve ser anulado, e continuará integrando o relatório da investigação.

Relatório da Abin aponta que o homem-bomba planejou suicídio

MTUOL Notícias

Tiü era desequilibrado e planejou se suicidar em Brasília

Deu em O Tempo

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) identificou que o homem responsável pelas explosões nos arredores do Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de quarta-feira (14) já circulava por Brasília pelo menos desde julho deste ano e, em agosto deste ano, entrou no plenário do tribunal durante horário destinado a visitas.

O responsável pelo atentado, de acordo com as forças policiais, foi Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos. Ele é natural de Rio de Sul (SC) e foi candidato pelo PL a vereador da cidade nas eleições de 2020. Ele morreu ao ser atingido por um artefato disparado por ele próprio na praça dos Três Poderes.

DUAS EXPLOSÕES – Pouco antes, duas explosões foram disparadas por ele – uma em frente ao STF, na praça dos Três Poderes, e a outra no carro dele, que foi encontrado em chamas e carregado com explosivos próximo ao anexo IV da Câmara dos Deputados. O corpo foi retirado do local após quase 13 horas do ocorrido, devido à possibilidade de haver artefatos em seu corpo.

De acordo com o comunicado da Abin, divulgado pelo O Globo, o homem é réu em diversas ações penais, incluindo incolumidade pública (infração de medida sanitária), crime de desobediência e furto. Ainda segundo o documento, o homem saiu de carro de Rio do Sul em 26 julho de 2024 e chegou em Brasília no dia seguinte.

Por ora, não há indícios de que ele atuou em conjunto com outras pessoas e teria planejado o suicídio. Francisco estava hospedado em uma casa em Ceilândia, cidade-satélite distante cerca de 30km da Praça dos Três Poderes. No local, policiais encontraram artefatos explosivos do mesmo tipo dos usados em frente ao STF.

POSTAGENS – No relatório, a Abin cita ainda publicações nas redes sociais sociais. Uma delas na quarta-feira, pouco antes das explosões na Praça dos Três Poderes, falando de uma série de atentados na capital federal, um plano que começaria a ser executado na quarta-feira e terminaria no sábado (16).

Francisco citou locais e nomes de possíveis alvos. Ele também indicou em uma das mensagens que havia planejado suicidar-se após o ataque. “Vamos brindar??? Não chores por mim! Sorria!!! Entrego minha vida para que as crianças cresçam com liberdade […]”.

Em seu perfil no Facebook, ele reproduzia também teorias conspiratórias anticomunistas como o QAnon, populares na extrema direita norte-americana. O Facebook removeu a conta dele. Já em agosto, o homem havia postado uma “carta aos interessados” convocando protestos contra o Poder Judiciário.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Esses relatórios são feitos por amadores e não explicam nada. Não há distinção entre o que é “artefato” fabricado pelo chaveiro-bomba e o que são os fogos de artifício comprados por ele, que gastou R$ 1.545 nisso, e esse valor significa uma grande quantidade de morteiros e bombas. O certo é que o unabomber brasileiro era ridículo e não entendia nada de explosivos. (C.N.)

Moraes inclui a nova investigação no chamado Inquérito do Fim do Mundo

Moraes critica banalização de ataques contra o STF e defende punição |  Agência Brasil

Moraes amplia cada vez mais o inquérito original no Supremo

José Marques
Folha

Em manifestações na manhã posterior ao atentado com explosões na praça dos Três Poderes, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, anteciparam conclusões que atrelam o episódio aos inquéritos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados.

Ambos disseram na quinta-feira (14) que o atentado não foi um fato isolado e indicaram relações com os outros casos relatados por Moraes relacionados a ataques às instituições. Também criticaram a possibilidade de anistia a envolvidos no 8 de janeiro de 2023.

EXISTE CONEXÃO – O inquérito sobre os ataques a bomba tramita sob sigilo no Supremo, e a relatoria foi designada a Moraes pelo presidente da corte, Luís Roberto Barroso, por ele entender que há conexão com outras apurações tocadas pelo ministro. Segundo especialistas, porém, eventual conexão do atentado com as ações golpistas ainda carece de provas.

Moraes discursou na manhã seguinte ao atentado a bomba. Em um evento do Ministério Público, em Brasília, afirmou que o contexto que levou ao ataque se iniciou “quando o famoso gabinete do ódio começou a destilar discurso de ódio contra as instituições e contra o Supremo Tribunal Federal” e que isso também resultou no 8 de janeiro.

“É uma demonstração de que só é possível e é necessário a pacificação do país com a responsabilização de todos os criminosos”, disse o ministro do Supremo.

VAI JUNTAR TUDO – As investigações sobre o chamado gabinete do ódio — que era composto por auxiliares de Bolsonaro que produziam conteúdos contra ministros do Supremo e outras autoridades nas redes sociais — fazem parte do chamado inquérito das milícias digitais, relatado por Moraes, e também conhecido como Inquérito do Fim do Mundo.

O ministro aproveitou o discurso também para voltar a fazer críticas sobre o que chama de “falso manto de uma criminosa utilização da liberdade de expressão”. “Ofender, ameaçar, coagir. Em nenhum lugar do mundo isso é liberdade de expressão. Isso é crime”, disse.

A justificativa é a mesma usada pelo ministro ao defender a regulamentação das redes sociais, uma das suas bandeiras, e nas decisões nas quais determina a derrubada de perfis das plataformas.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
E assim se eterniza o Inquérito do Fim do Mundo, aquela investigação teratológica e ilegal, iniciada em 2019, a única que não tem data para terminar, no mundo inteiro. (C.N.)

Gafes, polêmicas e lacradas de Janja fazem lembrar Dilma no poder

Veja imagens da chegada de Lula à China | Brasil 247

Dilma e Janja disputam um campeonato de falar asneiras

Wesley Bião
Estadão

A atuação da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, dentro e fora do governo, tem se tornado destaque dentro e fora do País. Desde o início do governo de seu marido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a socióloga acumula gafes, polêmicas e controvérsias por suas falas e atitudes, fazendo lembrar a ex-presidente Dilma Rousseff.

Como mostrou o Estadão, aliados de Lula têm reclamado do excesso de influência da primeira-dama em assuntos do governo. Segundo interlocutores do Palácio do Planalto, Janja tem interferido em temas importantes da gestão desde que se instalou em um gabinete ao lado da sala presidencial.

INTERFERÊNCIAS – Entre as queixas de parlamentares e até de ministros do governo em relação à primeira-dama estão a de que ela teria barrado propostas na área da comunicação social e imposto medidas nas áreas econômica, social e política, além de dar palpites na relação do presidente com militares e afastá-lo de deputados e senadores.

Ela chegou a afirmar em entrevista à CNN Brasil na última quarta-feira, 13, que as pessoas ‘precisam entender’ que ela é a voz de ‘milhares de mulheres’ no governo e que suas ações vão além de interesses pessoais, representando demandas sociais ao interagir com ministros.

No último sábado, durante uma mesa de debates com o influenciador Felipe Neto, em um evento paralelo ao G-20, a primeira-dama xingou o bilionário Elon Musk.

OUTRA MANCADA – No mesmo evento, Janja fez referência em tom de deboche sobre a morte de Tiü França na explosão em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira, 13, afirmando que o “bestão acabou se matando com fogo de artifício”.

As duas declarações no evento do fim de semana entram na lista de outras que envolvem o nome da primeira-dama.

A primeira-dama visitou, no começo do mês, a galeria do ex-presidentes no Palácio do Planalto, reaberta após restauração. O local havia sido destruído nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. Durante a visita, Janja afirmou que vários ex-chefes do Executivo federal não mereciam ter fotografia no espaço, localizado no piso térreo da sede do governo federal.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
A matéria citando mancadas de Janja é enorme. Preferimos parar por aqui. É só uma mostra do que dona Janja é capaz, porque na verdade ela é capaz de tudo, digamos assim. (C.N.)

Enquanto o Rio hospedava o teatro do G20, a realidade se impõe fora dele

Lula e Milei se cumprimentam no G20 -- Metrópoles

Lula e seu arqui-inimigo Milei se cumprimentam no G20

Mario Sabino
Metrópoles

A reunião de cúpula do G20, no Rio de Janeiro, foi um evento sem importância para mudar os rumos internacionais, repito didaticamente, respaldado na pouquíssima atenção que lhe prestam a imprensa americana e a europeia. É um teatro que dá a países coadjuvantes, como o Brasil, a ilusão de serem protagonistas na cena mundial, no que é, ainda, uma boa definição para o multilateralismo. Tem lá a sua função na psicologia das nações.

A desimportância desta reunião, em particular, pode ser medida pelo que ocorre simultaneamente na realidade que se impõe fora do seu âmbito.

EXEMPLO DA UCRÂNIA – Enquanto os diplomatas do G20 buscavam uma declaração final anódina sobre a guerra na Ucrânia, visto que a necessária condenação à Rússia não é palatável aos seus aliados, Vladimir Putin ordenou um ataque maciço de mísseis contra Kiev.

Ao ataque, seguiu-se a resposta de Joe Biden, que finalmente autorizou os ucranianos a alvejar o território russo com os mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos.

A autorização do presidente americano também foi uma reação ao envio de tropas da Coreia da Norte para lutar ao lado da Rússia.

Até que Donald Trump seja empossado, Joe Biden tenta assegurar o máximo de ajuda militar possível à Ucrânia. A vitória do republicano, contudo, já causa rachaduras no G7, esse, sim, um grupo que interessa.

EXEMPLO DA ALEMANHA – Às voltas com grandes dificuldades políticas para se manter à frente da Alemanha, o chanceler Olaf Scholz telefonou para Vladimir Putin para conversar sobre a Ucrânia.

Foi o primeiro contato do líder alemão com o ditador russo em dois anos. Vladimir Putin viu-se, assim, retirado da geladeira e interpretou o fato como uma demonstração de fraqueza do Ocidente.

Olaf Scholz informou os Estados Unidos, o Reino Unido e a França de que telefonaria para o ditador a fim de pedir a retirada das tropas russas da Ucrânia e o início de negociações de paz sérias. Mas não deu satisfação à Itália, que preside atualmente o G7.

SAI UM MANIFESTO – Como não é de engolir desaforos, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni moveu o seu joystick e fez com o que o grupo das maiores democracias ocidentais divulgasse um manifesto de apoio incondicional à Ucrânia — o que apaziguou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que ficou irritado com o telefonema de Olaf Scholz para Vladimir Putin.

Concomitantemente, ele recebeu o aval de Joe Biden para usar os mísseis de longo alcance contra a Rússia.

No front econômico, temos os agricultores franceses protestando outra vez contra o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Fortemente subsidiados pelo governo, eles não querem saber da concorrência brasileira e argentina, principalmente, no mercado europeu.

Alegam que é injusto que sejam obrigados a concorrer com quem não é obrigado a seguir as dispendiosas normas ambientais e sanitárias que lhes são impostas pela União Europeia.

MACRON É CONTRA – O presidente da França, Emmanuel Macron, já disse que é contra o acordo. Antes de desembarcar no Rio de Janeiro, ele foi a Buenos Aires para conversar com Javier Milei. Ouviu do presidente argentino que ele também não gosta do troço, mas por motivo contrário ao dos franceses: acha muito restritivo aos agricultores argentinos. Javier Milei, aliás, faz sombra a Lula.

O Trump dos Pampas encarna o original ianque e é voz dissonante em tudo no G20, da questão ambiental à tal aliança contra a fome, da qual ameaçou ficar fora, para a raiva dos barbichas do Itamaraty, que querem transformar Lula em líder de um bolsa família planetário e da luta contra o aquecimento global, apesar de o presidente brasileiro adorar lambuzar-se em petróleo.

O ditador chinês Xi Jinping, brother de Fernando Haddad, também fez uma escala na América do Sul, antes de vir ao Brasil. Ele foi ao Peru, assim como o pato manco Joe Biden, para uma reunião dos países da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, responsáveis por 60% do PIB mundial.

MEGAPORTO – No Peru, Xi Jinping teve um tête-à-tête com o presidente americano e inaugurou um megaporto financiado pela China, no valor de US$ 19 bilhões, que facilitará o comércio do maior exportador do mundo com os seus parceiros sul-americanos, aumentando a sua influência no antigo quintal dos Estados Unidos, motivo de preocupação óbvia de Washington.

Pequim defende o multilateralismo ao mesmo tempo que engole os peixes pequenos em acordos bilaterais.

Tudo isso acontece à margem da reunião de cúpula do G20, em um mundo que aguarda, com o fôlego suspenso, a reentrada de Donald Trump na Casa Branca. Ele deve mudar o jogo o suficiente para transformar a declaração final do convescote no Rio de Janeiro, por mais anódina que ela seja, em letra morta.

Moraes cita Moraes 44 vezes e acumula mais um caso em que é vítima e juiz

Alexandre de Moraes tem dados pessoais vazados em grupos bolsonaristas |  Sobral em Revista

Charge do Gilmar Fraga (Gaúcha/Zero Hora)

Ranier Bragon
Folha

No texto em que autorizou a operação da Polícia Federal realizada nesta terça-feira (19), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes foi o principal personagem de sua própria decisão, reproduzindo 44 citações a si mesmo.

O magistrado figura nas investigações da Polícia Federal ao lado de Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) como alvos de assassinato pela trama golpista que se desenrolou no final do governo de Jair Bolsonaro (PL) —políticos citados na mesma decisão, respectivamente, 16, 12 e 28 vezes.

NA TERCEIRA PESSOA – A operação desta terça é mais uma em que o ministro do STF figura fora da atribuição exclusiva de julgador. Desta vez como personagem central do caso investigado, é citado na decisão em terceira pessoa.

“Ressalta a representação policial que, com o aprofundamento da investigação, a partir da realização da operação Tempus Veritatis e da análise dos dados armazenados nos telefones celulares apreendidos em poder de Rafael Oliveira [um dos investigados], ‘a investigação logrou êxito em identificar novos elementos de prova que evidenciaram a efetiva realização de atos voltados ao planejamento, organização e execução de ações de monitoramento do ministro Alexandre de Moraes'”, escreveu o ministro em uma das referências a si mesmo, reproduzindo parte de trecho da peça policial.

A Folha procurou Moraes por meio da assessoria do STF, mas não houve manifestação.

FORA DOS LIMITES – Uma série de reportagens da Folha mostrou, com base em conversas de um ex-assessor seu no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que nas investigações do inquérito das fake news Moraes agiu fora do rito, adotando atitudes que em um processo normal são atribuições da Polícia Federal (o órgão que investiga) e da Procuradoria-Geral da República (o órgão que faz a acusação).

Entre outros casos, as conversas indicam: 1) que os alvos de investigação eram escolhidos pelo ministro ou por seu juiz assessor; 2) que Moraes utilizou o órgão de combate à desinformação do TSE para levantar informações e produzir relatórios contra manifestantes que xingaram ele e colegas; e 3) que ordenou o endurecimento contra o X (antigo Twitter) após Elon Musk se negar a fazer a moderação de conteúdo nos termos defendidos pelo magistrado.

Após a publicação das reportagens, o ministro do STF abriu de ofício (sem provocação externa) inquérito sobre o vazamento das mensagens trocadas entre seus auxiliares. Em mais uma ação que tem ele próprio como personagem.

SUPEREMPODERADO – A menção a um ataque às instituições tem servido como argumento para que o ministro acumule apurações sob o seu comando desde 2019, com o controverso inquérito das fake news e seus desdobramentos.

Quando foi aberto, esse inquérito se propunha a investigar a existência de notícias falsas, denunciações caluniosas e ameaças contra os membros do STF e seus familiares. Acabou servindo de motivação para diversas decisões do ministro.

Criticado desde o nascedouro, o inquérito é uma espécie de síntese da polêmica envolvendo a discussão sobre os poderes de Moraes.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Juristas têm criticado a condução de Moraes nos casos em que aparece como vítima. O argumento principal é de que isso afeta a necessária imparcialidade de um juiz. É verdade. Trata-se de um procedimento fora da lei, que envergonharia qualquer sociedade minimamente democrática. (C.N.)

Intenções do G20 precisam avançar efetivamente na realidade internacional

G20 alinhou compromissos contra a fome e confrontos internacionais

Pedro do Coutto

O G20 instalado no Rio de Janeiro alinhou compromissos conjuntos contra a fome e, ao mesmo tempo, pelo cessar fogo em Gaza e a paz na Ucrânia. Esses pontos são admiráveis quando colocados em qualquer reunião internacional, mas as suas obtenções são difíceis, sobretudo de forma simultânea. São pontos em relação aos quais todos concordam, mas chegar a conclusões concretas é outra questão.

O combate à fome não é uma questão de simplesmente transportar alimentos de um lugar para o outro pelos governos em determinada ação pontual. É preciso ter um caráter permanente que, inclusive, tenha como elementos a conjugação do emprego e do salário no planejamento, pois a fome depende desses dois fatores. Sem isso, o cenário atendido será temporário.

RECONSTRUÇÃO – O cessar fogo em Gaza, por sua vez, parece ser difícil, pois a região está destroçada e precisa ser reconstruída. Quem o fará? Milhares de pessoas perderam a vida nas ofensivas de Israel e do Hamas. O documento com a declaração de líderes do G20, publicado nesta segunda-feira, destacou a crise humanitária na região. O Grupo citou o “direito palestino à autodeterminação” e reiterou a defesa de dois Estados: Israel e Palestina. E que os dois possam viver “lado a lado, em paz, dentro de fronteiras seguras e reconhecidas”.

A declaração, entretanto, ignorou a existência de reféns ainda mantidos pelo grupo extremista Hamas. O grupo extremista ainda mantém cerca de 100 pessoas em cativeiro, segundo o governo israelense, sem que se saiba se estão vivas ou mortas.
Elas foram capturadas no dia 7 de outubro de 2023, quando ataques terroristas do Hamas deixaram quase 1.200 mortos.

Essa foi a primeira vez em que a reunião de líderes de G20 abordou o assunto. O comunicado anterior, divulgado ao fim da cúpula de Nova Délhi (Índia) em setembro, saiu um mês antes dos ataques em Israel que deram início à guerra. Em um curto parágrafo, os líderes afirmaram condenar o terrorismo “em todas as suas formas e manifestações”.

PREOCUPAÇÃO –  O trecho sobre o Oriente Médio começa expressando “profunda preocupação” com a situação humanitária em Gaza e com a escalada do conflito no Líbano. Enfatiza a “necessidade urgente” de expandir o fluxo de assistência humanitária e a “proteção de civis”.

Sobre a paz na Ucrânia, finalmente, esta terá que ser negociada ponto a ponto, pois não é através de uma manifestação de intenções que será possível com que a Rússia recue e libere áreas ocupadas. São fatores que desafiam a humanidade e que para serem alcançados exigem renúncias sucessivas e concordâncias concretas, com objetivos comuns de paz e de harmonia. As intenções do G20 não devem ficar apenas no papel, mas devem avançar efetivamente na realidade internacional.

O roteiro do tempo de Lya Luft é escrito junto com seu destino

Vou procurar um amor bom para mim - no... Lya Luft - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

A professora aposentada, escritora, tradutora e poeta gaúcha Lya Fett Luft (1938-2021), no poema “Não Sou Areia” afirma que, junto com o seu destino, escreve o roteiro para o palco do seu tempo.

NÃO SOU AREIA
Lya Luft

Não sou areia
onde se desenha um par de asas
ou grades diante de uma janela.
não sou apenas a pedra que rola
na marés do mundo,
em cada praia renascendo outra.

Sou a orelha encostada na concha
da vida, sou construção e desmoronamento,
servo e senhor, e sou mistério.

A quatro mãos escrevemos o roteiro
para o palco de meu tempo:
o meu destino e eu.
Nem sempre estamos afinados,
nem sempre nos levamos
a sério.

Plano do novo golpe deve ter sido escrito pelo roteirista dos Trapalhões

Tribuna da Internet | No julgamento dos golpistas, Folha pede que se faça Justiça, sem haver vingança

Charge do Zé Dassilva (NSC Total)

Carlos Newton

Todos notam que se trata de uma trama complicada e surrealista, que se passa num dos países mais importantes do mundo e envolve um plano sinistro para envenenar o presidente eleito da República, Lula da Silva, e assassinar também o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, que então presidia o Tribunal Superior Eleitoral.

Os autores do roteiro não conheceram limites e se deixaram levar pela criatividade. Deram até um nome capa-e-espada à operação, ao denominá-la “Punhal Verde-Amarelo”, embora não se cogitasse o uso de arma branca, talvez apenas numa circunstância inesperada.

NA HORA ERRADA – Os luminares do Supremo e da Polícia Federal demonstraram que não têm um mínimo senso de oportunidade, pois decidiram utilizar esse script mambembe justamente quando o país recepcionava as maiores autoridades do mundo, nesta reunião do G20.

É como se tudo isso fosse de propósito para esculhambar de vez a imagem do Brasil, já desgastada pelo unabomber que não sabia fabricar explosivos e pela primeira-dama que gosta de falar inglês e exibir sua fina educação.

Só pode ser isso. Sem conseguir destruir o país, um dos maiores do mundo em extensão territorial, em número de habitantes e em potencial econômico, os inimigos da Pátria tentam levá-la ao ridículo perante o concerto das nações, para impedir seu desenvolvimento.

SENSO DE OPORTUNIDADE – O fato concreto é que os gênios do Supremo e da Polícia Federal bem poderiam ter adiado por uma semana essa Operação Trapalhões (parece que é o verdadeiro nome dela), para que Lula e sua consorte Janja da Silva pudessem transmitir ao resto do mundo uma imagem minimamente digna e respeitosa.

Mas não. Sem demonstrar o menor senso de ridículo, o ministro Alexandre de Moraes mete a caneta no Inquérito do Fim do Mundo e cria novos capítulos de uma novela política e militar que já cansou os espectadores.

Pensem nisso – se não existisse o futebol, o que seria do povo brasileiro? Mas a cada quatro anos tem uma Copa do Mundo e renova-se a esperança, como diz Milton Nascimento com seu eterno coração de estudante.

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P.S.A Copa é muito mais importante do que a eleição. (C.N.)

Golpe fracassado previa uma carnificina, mas faltou adesão da tropa

Quem é o general Mário Fernandes e como ele atuava no plano de golpe;  militar foi preso nesta terça | O Tempo

General Mário Fernandes era um dos líderes do golpe

Josias de Souza
do UOL

As novas descobertas da Polícia Federal comprovam que os planos do alto-comando do golpe não continham pontos de exclamação. Sob Bolsonaro, tramou-se o absurdo com uma doce naturalidade.

Adorno tétrico da trama, o assassinato de Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, em dezembro de 2022, forneceria o Apocalipse de que Bolsonaro precisava para virar a mesa da democracia.

RASTRO PEGAJOSO – A investigação da carnificina falhada levou a PF às ruas nesta terça-feira. Foram em cana cinco pessoas – quatro militares e um policial federal. Um dos presos, o general Mário Fernandes, deixou no Planalto um rastro pegajoso.

Fernandes era o número dois da Secretaria-Geral da Presidência. Participou como ministro interino da reunião em que Bolsonaro foi filmado rosnando para a democracia, em julho de 2022, antes do primeiro turno. Foi nesse encontro que o general Augusto Heleno disse que, “se tiver que virar a mesa é antes da eleição”, pois “não vai ter revisão do VAR”.

O general Mario Fernandes, agora preso, engrossou o mesmo coro vadio: “…É muito melhor assumir um pequeno risco de conturbar o país […], para que aconteça antes, do que assumir um risco muito maior de conturbação no ‘the day after’, né? Quando a fotografia lá for de quem a fraude determinar”.

A PF revela agora que o “day after” do general e seus comparsas incluía uma carnificina. Faltou adesão da tropa.

Mauro Cid depõe e diz nada saber sobre plano para matar Lula, Alckmin e Moraes

Mauro Cid chega à PF para prestar novo depoimento após investigadores  recuperarem dados apagados

Cid prestou depoimento e corre o risco de perder sua delação

Gabriela Prado e Jussara Soares
CNN, Brasília

Ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid negou à Polícia Federal (PF) que tivesse conhecimento sobre plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Cid é delator e foi intimado a prestar depoimento após a PF coletar dados apagados de equipamentos eletrônicos que mostraram esse planejamento.

O depoimento durou quase três horas. Terminou pouco depois das 18h. O militar deixou prédio pouco antes das 19h.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A situação do tenente-coronel Mauro Cid se complica, porque a Polícia Federal diz haver identificado o plano para matar o presidente Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, a partir de mensagens recuperadas do celular do próprio Mauro Cid, através do uso de um programa de contra-espionagem israelense. Com base nessas diligências, foi deflagrada a Operação Contragolpe. E Mauro Cid agora diz que não sabe de nada. Desse jeito, ele pode perder os benefícios da delação premiada. (C.N.)

Pazuello, que empregava o general, acha que ele será inocentado

Eduardo Pazuello - Notícias e tudo sobre | CNN Brasil

Amigo do general, Pazuello acredita na idoneidade dele

Paulo Cappelli e Augusto Tenório
Metrópoles

O deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), general da reserva, rompeu o silêncio após a prisão do general Mario Fernandes, que foi lotado em seu gabinete na Câmara dos Deputados e preso pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira por suspeita de planejar a morte de Lula.

“Tomei conhecimento do assunto hoje de manhã, pela imprensa, vendo o noticiário na televisão”, disse Pazuello à coluna.

NOTA DO DEPUTADO – Veja a nota de Pazuello, na íntegra: “O deputado federal General Pazuello esclarece que o General Mário Fernandes, mencionado na operação da Polícia Federal realizada na manhã desta terça-feira, trabalhou em seu gabinete como assessor de 28 de março de 2023 a 04 de março de 2024, quando foi identificado seu impedimento para exercer cargo público”, disse, acrescentando:

“Pazuello esclarece ainda que só tomou conhecimento da prisão do general Mário e dos demais oficiais por meio da imprensa na data de hoje. O deputado reafirma sua crença nas instituições do país e na idoneidade do General Mário Fernandes, na certeza de que logo tudo será esclarecido”.

CARGO NA CÂMARA – O general Mário Fernandes recebia um salário de R$ 15,6 mil no gabinete do deputado Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde de Jair Bolsonaro.

Ele foi nomeado em março de 2023 para um “cargo de natureza especial”.

A função, com código CNE 09, só pode ser ocupada por pessoas com nível superior completo. O valor corresponde ao segundo maior vencimento do tipo na Câmara.

DIZEM OS ALIADOS – Aliados do deputado sustentam que, se Pazuello soubesse de suspeita tão grave, não teria nomeado o militar no próprio gabinete. Até então, argumentam, o foco no general se resumiria a uma reunião ministerial investigada pela PF. E afirmam que Pazuello, que não é citado na operação de hoje, atuou para arrefecer os ânimos no meio militar após o pleito eleitoral.

Aliados de Pazuello também argumentaram que, se de fato houve um plano para matar Lula, ele provavelmente seria restrito ao conhecimento de pouquíssimas pessoas, apenas a quem executaria a ação.

Braga Netto era o chefe da trama para matar Lula, Alckmin e Moraes?

Salário dos generais no Brasil: quanto realmente acumulou o general Braga  Netto, ex-candidato a vice-presidente e ex-possível candidato a prefeito do  Rio - Revista Sociedade Militar

A Polícia Federal acusa Braga Netto de liderar o golpe

Pepita Ortega e Fausto Macedo
Estadão

A Polícia Federal atribui ao general Braga Netto, ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro, envolvimento direto com a ação de ‘kids pretos’ mobilizados para a Operação Punhal Verde e Amarelo – missão para matar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, em 2022.

]Ao pedir a abertura da Operação Contragolpe – que nesta terça, 19, levou à prisão de militares que planejaram o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes – a PF detalhou como oficiais efetivamente seguiram os passos do magistrado desafeto de bolsonaristas. Procurado, Braga Netto não respondeu a reportagem. O espaço está aberto.

DISSE A PF – A missão que empregou até viaturas oficiais da Força foi acertada em uma reunião na casa de Braga Netto, diz a PF. O grupo clandestino intitulou de Operação ‘Copa 2022′ o monitoramento do ministro do STF no dia 15 de dezembro daquele ano – a 16 dias da posse do então presidente eleito Lula.

De acordo com o inquérito da Operação Contragolpe, Braga Neto era peça-chave no plano de golpe de Estado – o general seria o coordenador-geral de um hipotético ‘Gabinete Institucional de Gestão da Crise’, caso a ruptura ocorresse.

Segundo a Polícia Federal, a reunião ocorreu no dia 12 de novembro – um mês antes da ‘Copa 2022′. No encontro, o “planejamento operacional para a atuação dos ‘kids pretos’ foi apresentado e aprovado”. A reunião contou com a participação do tenente-coronel Mauro Cesar Cid, o major Rafael de Oliveira e o tenente-coronel Ferreira Lima.

CODINOMES – Os militares mobilizados para o plano golpista têm especialização em Forças Especiais. A PF descobriu que, para ocultar suas verdadeiras identidades, eles assumiram codinomes para o rastreamento de Moraes – ‘Gana’, ‘Japão’, ‘Argentina’, ‘Brasil’, Áustria’ e ‘Alemanha’, países que participaram na Copa do Mundo daquele ano. Os oficiais discutiam as ações sobre o ministro do STF em um grupo batizado com o nome da Operação.

Pelo menos um veículo oficial vinculado ao Batalhão de Ações de Comandos foi empregado na Operação ‘Copa 2022’, como eles batizaram a jornada que visava, também, o envenenamento de Lula.

A Operação ‘Copa 2022′ foi lançada pelos militares investigados no dia em que o Supremo Tribunal Federal debatia a derrubada do orçamento secreto.

CONTRAGOLPE – As informações constam da Operação Contragolpe, deflagrada nesta terça, 19, que culminou na prisão do general reformado Mário Fernandes, de três ‘kids pretos’ – tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, major Rafael Martins de Oliveira e major de Infantaria Rodrigo Bezerra de Azevedo, que servia no Comando de Operações Especiais – e do policial federal Wladimir Matos Soares,

Os kids pretos são militares de alta performance em ações de grande impacto. Todos os presos na Operação Contragolpe são suspeitos de envolvimento com o plano de assassinato de Lula e de seu vice, Geraldo Alckmin, logo após as eleições de 2022.

O audacioso planejamento também envolvia uma eventual prisão e até a execução de Moraes.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O problema de Moraes é que ele não tem medo do ridículo. Uma história como essa parece ter sido criada por roteiristas verdadeiramente infantis. E não dá para acreditar em nada. (C.N.)

Lula e Alckmin eram chamados de “Jeca” e “Joca” pelos cruéis assassinos

Lula e Alckmin eram chamados de “Jeca” e “Joca” em plano golpista, que tinha como objetivo suas execuções

Joca diz a Jeca que está com a pernas tremendo de medo

Henrique Sampaio
Estadão

A Operação Contragolpe, que prendeu quatro militares e um policial federal na manhã desta terça-feira, revelou os codinomes que eram dados aos alvos no plano golpista, intitulado “Punhal Verde e Amarelo”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) eram tratados como “Jeca” e “Joca”. Em algum momento, um “Juca” também foi usado pelos criminosos. O codinome ainda não foi identificado, mas, para os investigadores, ele se refere ao atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que na época era senador eleito pelo Maranhão e futuro ministro da Justiça. “Juca” era referido pelo grupo como “eminência parda do 01 e das lideranças do futuro gov”.

“PROFESSORA” – Já o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes recebeu dos golpistas o codinome “Professora”.

Os investigados também possuíam codinomes para não serem identificados, baseados nos países que participaram na Copa do Mundo daquele ano. Em um grupo criado no aplicativo Signal, eles se referiam uns aos outros como Alemanha, Áustria, Brasil, Argentina, Japão e Gana, para discutir e detalhar os planos do golpe e assassinato dos alvos.

Em alguns casos, eles usavam mais de um codinome para a mesma pessoa. Rafael Martins de Oliveira, um dos ‘kids pretos’, usou o codinome “Diogo Bast” e “Japão”.

15 DE DEZEMBRO – O plano previa o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes no dia 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação do petista no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Os “kids pretos” são militares do Exército Brasileiro treinados em Operações Especiais, conhecidos por usar gorros pretos durante missões. Formados em instituições como o Centro de Instrução de Operações Especiais, em Niterói, e o Comando de Operações Especiais, em Goiânia, esses profissionais são especializados em guerra não convencional, contraterrorismo e ações em ambientes de alta complexidade.

A atuação do grupo é sigilosa, exigindo aprovação direta do Comando do Exército.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Infelizmente, a reportagem não deu detalhes como se daria a operação, quem se encarregaria de matar quem. Mas os roteiristas estão trabalhando sem parar e logo saberemos quem usaria o ritualístico  punhal verde e amarelo, quem empunharia a metralhadora, o lança-granada e o lança-rojão.  Por fim, é preciso saber: E depois dos assassinatos? Quem assumiria o poder? Zeca ou Zuca? (C.N.)