Na tentativa de salvar o amor, um poema bélico de Oswald de Andrade

Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral a bordo de um navio Foto: Crédito: Fundo Oswald de Andrade / Centro de Documentação Cultural Alexandre Eulálio

Oswald com Tarsila do Amaral, a primeira musa

Paulo Peres
Poemas & Canções

O advogado, escritor, ensaísta, dramaturgo e poeta paulista José Oswald de Souza Andrade (1890-1954) foi um dos principais articuladores do movimento modernista literário e da célebre Semana de Arte Moderna, marco divisório na história das artes brasileiras, realizada em São Paulo, em 1922.

A rebeldia de Oswald o levava a querer muito mais do que simplesmente revolucionar forma e conteúdo da criação artística. O que ele queria mesmo era uma revolução que transformasse a vida social dos brasileiros, suas instituições e costumes.

Quanto ao amor, Oswald era considerado um sortudo, pois casou com duas das mulheres mais cobiçadas da época. Primeiro, com a pintora Tarsila do Amaral, e depois com Patrícia Rehder Galvão, conhecida como Pagu,  escritora, poetisa, diretora, tradutora, desenhista, cartunista, jornalista e militante comunista. 

ALERTA
Oswald de Andrade

Lá vem o lança-chamas
Pega a garrafa de gasolina
Atira

Eles querem matar todo amor
Corromper o pólo
Estancar a sede que eu tenho doutro ser
Vem do flanco, de lado
Por cima, por trás

Atira
Atira
Resiste
Defende
De pé
De pé
De pé
O futuro será de toda a humanidade.

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