Lula sofre cirurgia de emergência, mas Alckmin ainda não assumiu

Ex-governador Geraldo Alckmin será investigado por caixa dois | Sindicato  dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região

Alckmin está preparado para assumir e cumprir a agenda

Do UOL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi submetido a uma cirurgia de emergência na madrugada desta terça-feira (10) para drenagem de uma hemorragia intracraniana após sentir dor de cabeça.

Lula, de 79 anos, foi examinado na unidade de Brasília do Hospital Sírio-Libanês, sendo posteriormente transferido para a unidade de São Paulo do complexo hospitalar, onde foi realizado o procedimento.

PASSA BEM – Segundo o boletim médico divulgado pelo hospital, a cirurgia aconteceu sem intercorrências, e o presidente passa bem. Ele segue sendo monitorado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital.

Ainda de acordo com o boletim, a hemorragia decorre do acidente doméstico sofrido por Lula no dia 19 de outubro, quando ele caiu no banheiro do Palácio do Alvorada.

A informação foi compartilhada no Instagram de Lula. A equipe médica dará mais informações sobre o estado de saúde do presidente na manhã desta terça.

AGENDA CANCELADA – Entre os compromissos de Lula programados para hoje estava a recepção oficial e uma reunião com o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, que realiza visita oficial ao Brasil.

Além disso, a agenda previa o encontro do presidente com os ministros da Casa Civil, Rui Costa, dos Transportes, Renan Filho, e da Saúde, Nísia Trindade.

“O procedimento cirúrgico foi realizado com sucesso, conforme boletim médico. Seguimos em oração e gratidão a Deus pela recuperação plena da saúde do nosso querido Presidente”, escreveu no X o Advogado-geral da União, Jorge Messias, acrescentando: O presidente @LulaOficial venceu a ditadura, venceu um câncer, venceu três eleições para presidente e ajudou a vencer a fome extrema que afetava milhões de brasileiros.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Toda hemorragia no cérebro é preocupante quando exige drenagem, através de cirurgia que perfura o osso do crânio. Como a hemorragia é na parte da nuca, é menos grave do que em outras áreas, se não provocar sequelas. O vice-presidente Alckmin já deveria ter assumido, mas não há notícias a respeito. A informação é de que vai cumprir parte da agenda. Vamos aguardar o novo boletim médico. (C.N.)

Militares são antipetistas e querem parar as investigações

Charge do Zé Dassilva: Enquanto isso, nos quartéis... - NSC Total

Charge do Zé Dassilva (NSC Total)

Carlos Newton

A política brasileira está cada vez mais esquisita e surrealista. Até agora não foi entendido o que realmente pretendiam os comandantes militares, quando foram incomodar o presidente Lula da Silva no Palácio da Alvorada, no último dia 30, um sábado.

A jornalista Eliane Cantanhêde, do Estadão, publicou que na reunião os chefes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, acompanhados pelo ministro da Defesa, José Múcio, pediram que Lula defendesse a anistia aos golpistas, uma informação importantíssima, com absoluta exclusividade e enorme repercussão.

E O MOTIVO? – A colunista do Estadão deu a notícia secamente, sem especular as razões que levaram os militares a tomar essa posição num fim de semana, fora da agenda presidencial. A informação teve forte reação na mídia e nas redes sociais, causando sobretudo estranheza, ninguém sabe por que os chefes militares estão agindo assim.

Cabe, portanto, uma tradução simultânea. E a explicação principal é de que as Forças Armadas querem mesmo é parar as investigações. Se prosseguirem, logo ficará claro que a quase totalidade dos oficiais da ativa e da reserva suportam Lula com enorme contrariedade.

Como se sabem, eles aceitaram a contragosto que o criador do PT tenha sido libertado por uma jogada do Supremo, que para tanto transformou o Brasil no único país da ONU (são 193) que não prende criminosos após condenação em tribunal.

E TEM MAIS – Os militares também jamais concordaram com a decisão do STF que anulou as condenações de Lula na Lava Jato, incluindo até a sentença proferida pela juíza Gabriela Hardt no caso do Sítio de Atibaia, que nada tinha a ver com erros atribuídos ao juiz Sérgio Moro na força-tarefa da operação. Ou sejam, foram decisões tomadas fora da lei pelos ministros.

Aliás, esse sentimento de repúdio a Lula sempre foi consenso entre os militares. Assim, se as investigações prosseguirem, essa situação logo virá a público e ficará claro que praticamente todos os oficiais das três Armas aceitavam o golpe, desde que houvesse algum indício de fraude nas urnas eletrônicas ou na apuração.

Como o governo Bolsonaro e o PL não conseguiram provar qualquer fraude, os oficiais superiores então caíram na real e os Altos-Comandos do Exército e da Aeronáutica refluíram para uma posição legalista, enquanto apenas a Marinha insistia na aventura.

VERSÃO IDEAL – Portanto, para as Forças Armadas, o ideal é que prevaleça a narrativa hoje em vigor, de que havia apenas alguns oficiais conspiradores, que foram em boa hora travados pela maioria legalista.

Mas no fundo todos sabem que essa versão é uma balela diante o apoio ostensivo das Forças Armadas aos acampamentos bolsonaristas, algo jamais visto e até considerado inimaginável.

Assim, se as investigações prosseguirem, se houver delações e se militares forem condenados por participar de uma trama que era objetivo comum, vai ser impossível esconder o sentimento antipetista dos militares. É justamente por isso que eles estão interessados na aprovação da anistia.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGAnalisando-se a situação sob esse ponto de vista, talvez seja até melhor aprovar logo a anistia e ir cuidar da vida. Afinal, a quem interessa essa discussão interminável sobre um golpe que ia ocorrer, mas nunca existiu… (C.N.)

O Brasil é ruim demais e o governo não sabe fazer contas

Governo paga horas extras de forma ERRADA! Entre com processo! : Sindserv  Santos

Charge do Bruno (Arquivo Google)

Marcelo Leite
Folha

Todos sabem que estudantes brasileiros vão muito mal em matemática nas provas do Pisa. Não é culpa deles, mas do ensino. Já congressistas, juízes, promotores, servidores de alto escalão, colunistas de economia e empresários ricos não têm desculpa para o desprezo que devotam à aritmética e à lógica.

A emergência climática, maior problema do mundo, não merecia ser objeto de enganação oficial nas metas para descarbonizar a atmosfera.

PROMESSA VÃ – O governo promete zerar até 2050 emissões nacionais de CO2 e outros gases do efeito estufa, mas trabalha para seguir poluindo o planeta.

Nossa maior fonte de carbono está na agropecuária, com três quartos do total de emissões. Não só desmatando biomas por corte raso (cerrado e amazônia acima de tudo), mas também com queimadas para pasto e metano da digestão do gado ruminante, num país com mais bois que gente.

Sim, o desmatamento caiu, mas só na floresta amazônica. No cerrado sobe, assim como as queimadas em ambos. Sim, o Pará sediará a COP30 em Belém, mas o governador Helder Barbalho (MDB) vê seu estado aumentar incêndios ao mesmo tempo em que apregoa venda de créditos duvidosos de carbono.

EMPULHAÇÃO – A conta não fecha. Empulhação similar encena a Petrobras com a conversa de mobilizar renda do petróleo para financiar a transição energética –isso, usar gasolina para apagar a fornalha do aquecimento global.

Só numa opinião pública avessa à coerência se aceita que um diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da estatal de energia fóssil –Mauricio Tolmasquim– defenda ser um dos exportadores remanescentes de combustíveis fósseis em 2050. Não era esse o prazo para zerar emissões?

Tudo somado e subtraído, a concentração de CO2 na atmosfera continuará a subir enquanto se queimar petróleo. Simples assim. Produtores e consumidores de fósseis não vivem em planetas separados, e as tecnologias para captura e armazenamento de carbono ainda são ficção economicamente inviável.

E AS AUTORIDADES? – Como entram nessa história mal contada os congressistas, juízes, promotores, servidores de alto escalão, colunistas de economia e empresários ricos do primeiro parágrafo?

Alguns são latifundiários e pelejam para reverter leis ambientais ou meter jabutis na legislação de energia, verdade. Por outro lado, tratam os números do ajuste fiscal como animais nas fazendas de seus avós, espancando-os sem dó.

Enchem a boca para ruminar cortes de gastos, desde que não na própria carne, só na dos beneficiários de programas sociais. Absurdo isentar do imposto de renda quem ganha até R$ 5.000, bem agora, e já se movimentam para tirar do cálculo compensatório a tributação para quem fatura mais de R$ 50 mil (eles próprios).

PENDURICALHOS – Impedir a farra das indenizações que catapultam seus vencimentos muito além do teto governamental? Nem pensar, reagem magistrados, promotores, procuradores e defensores públicos alérgicos à justiça distributiva.

Revogar o privilégio de 17 setores da economia (imprensa incluída) que tiveram desoneradas as folhas de pagamento? Fora de questão. Argumentam, sem corar, que haverá demissões, ao mesmo tempo em que deploram pressões inflacionárias do desemprego em queda recorde.

O Brasil é ruim demais. Com as contas, com a Terra e com sua gente.

Pai de Mauro Cid negou à PF ter vazado delação a Braga Netto

Mauro César Lourena Cid deixa a PF após depor sobre caso das joias |  Metrópoles

Ninguém sabe como  o general Lourena Cid ficou rico nos EUA

Aguirre Talento
do UOL

A Polícia Federal colheu na sexta-feira (6) um novo depoimento do general Mauro Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid, para interrogá-lo sobre suspeitas de vazamento do conteúdo da delação premiada de seu filho para o general Walter Braga Netto.

Mas o general Cid negou aos investigadores que tenha repassado informações da delação para Braga Netto ou outros militares.

PRESO E DELATOR – Mauro Cid foi ajudante de ordens de Jair Bolsonaro durante os quatro anos de Presidência e fechou um acordo de delação com a PF após ter sido preso.

A PF começou a desconfiar do vazamento após ter encontrado anotações na sala de um assessor de Braga Netto, na sede do PL, que pareciam ser respostas dadas por Cid a questionamentos a respeito do conteúdo dos seus depoimentos.

Além disso, em um diálogo interceptado, outro militar, o general Mario Fernandes, disse que os pais de Cid haviam telefonado para militares com o objetivo de falar sobre o conteúdo da delação.

PLANO DE GOLPE – As informações constam do relatório final da investigação sobre o plano de golpe, que aponta atuação do grupo de Braga Netto para obter informações da delação.

“O contexto do referido documento confirma que o grupo criminoso praticou atos concretos para ter acesso ao conteúdo do Acordo de colaboração firmado por Mauro Cesar Cid com a Polícia Federal”, escreveu a PF no documento.

O general Braga Netto foi indiciado como um dos articuladores da tentativa de golpe de Estado. O pai de Mauro Cid, o general Mauro Lourena Cid, foi alvo da investigação sobre a venda de joias no exterior, mas não chegou a ser investigado no caso do plano de golpe.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É constrangedor o nível em que estão as Forças Armadas. Há tenente-coronel que não aguenta prisão, chora e faz delação. Generais e coronéis golpistas, que não sabem se comportar com educação, falando palavrões sem parar. E há também generais como Lourena Cid, que ficou milionário nos Estados Unidos, sem que consiga comprovar como ganhou tanto dinheiro. É deprimente ver o nível de nossos militares, que jamais foram tão bem remunerados. (C.N.)

Flávio Dino já transformou o Supremo num comitê político do PT

Quem é Flávio Dino, indicado por Lula para o STF?

Dino gosta de fazer política de manhã, à tarde e à noite

Vicente Limongi Netto

Flavio Dino jogou no lixo a promessa que fez, de que não faria mais política, depois de agraciado pelo chefe Lula, com uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF). O fato é que Dino não faz outra coisa. Dorme e acorda metendo o bedelho em política.

 Votou pela condenação de Collor, porque o ex-presidente foi aliado de Bolsonaro, encrencou contra emendas parlamentares e, agora, rompeu com o governador do Maranhão e deputados da Assembleia Legislativa.

COMITÊ POLÍTICO – Lamentável que a Suprema Corte tenha se transformado em comitê político do PT. Alguns ministros votam com sede de vingança e sangue nos olhos. Atitude vergonhosa e, pelo jeito, sem chances de terminar tão cedo.

Nessa linha, o presidente eleito da OAB de São Paulo, a maior do país, Leonardo Sica, disse ao Estadão do dia 8 que os ministros do Supremo devem ter mandatos. Para Sica, “o Supremo, hoje, é um grande tribunal criminal de todas as autoridades do Brasil. Isso dá um poder desmedido”. 

EXEMPLO DO CRAQUE – O capitão Thiago Silva pagou promessa pela permanência do Fluminense na série A, andando ajoelhado, de um lado para outro do gramado, emocionou os torcedores. 

Nessa linha, governo e políticos falam pelos cotovelos. Mentem, descaradamente.

Se realmente cumprissem as promessas que fazem, o ano todo, da boca para fora, deveriam imitar Thiago Silva, andando, de joelhos, do Palácio do Planalto para a Esplanada dos Ministérios, encerrando uma marcante profissão de fé, no Congresso Nacional.

BAIXÍSSIMO NÍVEL – O Senado federal nunca esteve tão pessimamente representado. O baixo nível é medonho. Com o desprezível Davi Alcolumbre novamente presidente do Senado e do Congresso, é monumental o escárnio, ultrajante e vergonhoso. Seu plenário virou palco de demagogos engomados.

Senado presidido por Rodrigo Pacheco já era um escárnio, um castigo de Deus que o Legislativo não merece. Agora, fala-se que em 2026 quem será castigado é o povo mineiro, porque Lula, que se julga o maior sabidão da terra, semideus de meia pataca, pretende fazer Rodrigo Pacheco o governador de Minas Gerais. É o fim da picada. 

Brutalidade policial pode reduzir apoio popular a Tarcísio

Tô nem aí, diz Tarcísio após acusação na ONU sobre violência em SP

Tarcísio jamais poderia ter dito que “não estou nem aí”

Dora Kramer
Folha

De quantos casos “isolados” o governador Tarcísio de Freitas vai precisar para se render à evidência de que há uma crise na administração da segurança pública em São Paulo? Quantos abusos “pontuais” serão necessários para ele aceitar que a brutalidade por parte de agentes do Estado é inaceitável?

Talvez essa tomada de consciência ocorra quando, e se, a sociedade perceber que qualquer um do povo pode ser vítima da violência desmedida de policiais pagos para protegê-la, e disso decorra uma queda na avaliação positiva de seu governo.

LINHA DURA – O cálculo por ora parece se basear na preferência da maioria pela linha dura, mesmo ao preço de exorbitâncias.

Por mais distorcido que seja, esse tipo de visão pode até valer para o embate com criminosos, mas pode mudar à medida que se acumulem episódios de agressões injustificadas e a população se sinta ameaçada por elas.

Um homem atirado de uma ponte feito saco de lixo, outro fuzilado pelas costas, um estudante desarmado morto à queima-roupa, mata-leões a torto e a direito ou a presença intimidatória de tropas no enterro de uma criança de quatro anos abatida numa operação não são cenas que se coadunem com a dita polícia “mais bem treinada do país”.

EFIICIÊNCIA – O governador alude aos “números”, segundo ele indicadores de eficiência. Mas e as pessoas que porventura manifestem temor de ficar à mercê dos abusos? Diria a elas que não está “nem aí”, as mandaria ao “raio que o parta”, como fez em relação a críticas de organizações defensoras dos direitos humanos?

Ao agente da lei não é facultado perder a cabeça em situação alguma. A alegação de que ações individuais não podem desabonar a corporação tampouco justifica nem ameniza a situação. A correção de procedimentos é dever do conjunto.

Um militar afastado da Rota por conduta excessiva no comando da Secretaria da Segurança Pública não passa aos comandados exatamente mensagem de contenção. E ainda desqualifica o governador como atrativo político para os moderados. No lugar de marcado pelo combate ao crime, Tarcísio pode sair manchado pelo estímulo à força bruta.

Governo fará nova tentativa para aprovar jogos de azar em 2025

Mas, afinal, os cassinos físicos vão voltar ao Brasil? | Brasil 247

Cassinos abrem empregos, atraem turistas e pagam impostos

Gustavo Uribe
CNN Brasil

Após o recesso parlamentar, no ano que vem o governo federal fará uma nova tentativa para aprovar no Congresso Nacional a proposta que legaliza os jogos de azar no país.

A avaliação é de que medida é importante para arrecadação, mas que jogos online atrapalharam tramitação. A expectativa é que o governo consiga uma arrecadação anual de R$ 22 bilhões com a legalização

A iniciativa tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da maior parte da Esplanada dos Ministérios.

APROVAÇÃO – A proposta já foi aprovada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e aguarda ser pautada no plenário do Senado Federal.

A polêmica dos jogos online com as apostas futebolísticas pelo celular, no entanto, inviabilizou a votação neste ano, principalmente sobre o vício em beneficiários do Bolsa Família e de outros programas sociais.

Mesmo assim, a ordem no Palácio do Planalto é fazer uma nova tentativa no primeiro semestre de 2025. Recentemente, em evento em São Paulo, o ministro do Esporte, André Fufuca, disse que não concorda que os cassinos online tenham sido liberados antes dos cassinos físicos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Como diria Ataulfo Alvez, o cinismo dessa gente é uma arte. Para tirar dinheiro do pobre, eles aprovaram com a maior facilidade as apostas online. Para aprovar os cassinos e bingos, que dão emprego, atraem turistas e pagam elevados impostos, é a maior dificuldade aprovar. Deveriam ter aproveitado o pacote do corte de gastos, mas faltam inteligência e perspicácia a essa gente. (C.N.)

Pacote é um quebra-galho fiscal, porque não reduz de fato os gastos

Como se livrar definitivamente das dívidas | Efetividade Mercado de  trabalho, administração, finanças e marketing

Charge do Lane (Arquivo Google)

Carlos Alberto Sardenberg
O Globo

O comentário mais benevolente sobre o pacote de corte de gastos diz o seguinte: está na direção correta, mas é insuficiente. O programa de ajuste é insuficiente porque não se trata de redução efetiva de gastos. Explicando: não é que o governo vá gastar no ano que vem menos do que gasta agora. Gastará mais. Onde o ajuste, então? No seguinte: o governo gastará menos do que gastaria se não tomasse as medidas de contenção.

Considerem a regra proposta para o reajuste do salário mínimo: mantém o ganho real, acima da inflação, porém menor que a regra atual (correção pela inflação, mais a expansão do PIB). Aliás, há aqui uma maldade: o salário mínimo do ano que vem, aprovado o pacote, será menor que o previsto atualmente.

DISTRIBUIR RENDA – Promover aumento real para o salário mínimo é uma política de distribuição de renda. Ocorre que, por decisão do governo Lula, o mínimo é indexador do piso das aposentadorias pagas pelo INSS. É

um impacto importante na despesa previdenciária, de longe a maior no Orçamento federal. Dos 39 milhões de beneficiários do INSS, cerca de 26 milhões recebem o mínimo.

O gasto com aposentadorias cresce naturalmente todo ano. Mais pessoas se aposentam, dado o envelhecimento da população. O valor das aposentadorias deve ser protegido. Pode-se fazer isso corrigindo pela inflação. É assim que funcionam os sistemas previdenciários do mesmo modelo do brasileiro.

CRESCIMENTO REAL – Portanto, mesmo sem o reajuste real do mínimo, a despesa com Previdência teria crescimento real apenas pelo aumento do número de beneficiários.

Acrescentando aí o ganho real do mínimo, pago a 66% dos aposentados, a despesa tem um crescimento acelerado.

Por isso, uma das propostas mais duras era justamente eliminar essa indexação entre o salário mínimo e o piso do INSS. Como Lula rejeitou de pronto essa ideia, encontrou-se um quebra-galho: o mínimo e, portanto, o piso previdenciário terão aumento real, mas um pouquinho menor.

ACIMA DA INFLAÇÃO – Temos aqui um belo exemplo gerado pela tortuosa construção do pacote. Era preciso conter o crescimento explosivo da despesa previdenciária; porém, como Lula fazia questão de manter a indexação, optou-se por um ganho menor do salário mínimo dos trabalhadores na ativa.

Tem uma maldade, e a despesa previdenciária segue crescendo acima da inflação e da receita. Trata-se de despesa obrigatória, cuja expansão restringe os gastos discricionários, aqueles com investimentos e custeio da máquina governamental.

Esse era o problema real do arcabouço fiscal: as despesas obrigatórias (incluindo salários do funcionalismo, benefícios sociais, educação e saúde), que já consumiam pouco mais de 90% do Orçamento, apresentavam expansão forte, acima do crescimento da receita e acima da inflação.

DÍVIDA A JATO –  Mantido esse ritmo, o futuro apontava para duas consequências desastrosas: o governo ficaria quase sem dinheiro para investir e tocar a máquina; e a dívida pública explodiria.

Quando começou o governo Lula, a dívida pública representava 71,7% do PIB, já elevada para um país emergente. Hoje, com os dados até outubro, chegou a 78,6%, algo como R$ 9 trilhões, segundo dados do Banco Central.

Subiu pelo mais óbvio motivo: o governo gasta mais do que arrecada. Precisa tomar dinheiro emprestado para fechar as contas.

JUROS E INFLAÇÃO – Mesmo com o pacote, o gasto público continuará crescendo mais que as receitas, mas em ritmo menor. Com isso, dá uma sobrevida ao arcabouço, mas Haddad certamente terá de voltar às planilhas, em condições até mais difíceis.

Dívida alta indica que o governo gastará cada vez mais com os juros da dívida. Já paga mais caro para colocar no mercado os títulos do Tesouro. O dólar caro é sinal dessa “incerteza fiscal”. Dólar alto dá inflação.

O presidente do Banco Central disse várias vezes que só havia um jeito de os juros caírem: com um choque fiscal, a sinalização de cortes efetivos. Saiu um quebra-galho. O BC vai puxar os juros. Eis o ambiente: inflação em alta, juros para cima, dólar caro, tudo atrapalhando o crescimento.

Segurem a onda, vocês ainda não viram nada sobre a Síria…

La caída de Assad en Siria, un golpe para el Eje de resistencia de Irán

É preciso evitar que a Síria seja dominada pelos radicais

Thomas Friedman
NYT/Estadão]

Nas últimas semanas, tenho argumentado que Israel infligiu ao Irã e à sua rede de resistência o equivalente a uma derrota no nível da Guerra dos Seis Dias, e que isso teria grandes consequências. Bem, ironia das ironias, a família Assad na Síria assumiu o poder em 1971, em parte por causa da derrota devastadora da Síria na guerra de 1967. O que vai, volta.

Mas segurem seus chapéus; vocês ainda não viram nada.

A declaração mais engraçada de qualquer líder mundial até agora foi feita pelo presidente eleito Donald Trump.

DISSE TRUMP – Na mídia social, Trump fez a seguinte publicação: “A Síria está uma bagunça, mas não é nossa amiga, e os Estados Unidos não devem ter nada a ver com isso. Essa luta não é nossa. Deixem que ela se desenrole. Não se envolvam!”.

Atenção, Sr. Trump: a Síria é a pedra fundamental de todo o Oriente Médio. Ela acabou de desmoronar como uma ponte que explodiu, criando novos e vastos perigos e oportunidades que todos na região aproveitarão e reagirão.

Ficar fora disso não está no cardápio, especialmente quando temos várias centenas de soldados dos EUA estacionados no leste da Síria. Precisamos descobrir nossos interesses e usar os eventos na Síria para impulsioná-los, porque todos os outros estarão fazendo exatamente isso.

E O IRÃ? – O maior interesse dos EUA é também uma questão óbvia. É que essa revolta na Síria, a longo prazo, desencadeie uma revolta pró-democracia no Irã.

No curto prazo, isso certamente desencadeará uma luta pelo poder entre os moderados de lá – o presidente Masoud Pezeshkian e seu vice-presidente, o ex-ministro das Relações Exteriores Javad Zarif – e os linha-dura da Guarda Revolucionária. Precisamos moldar essa luta.

Os acontecimentos na Síria, além da derrota militar do Irã para Israel, deixaram Teerã nua. Isso significa que os líderes do Irã agora terão que escolher – rapidamente – entre correr para uma bomba nuclear e salvar seu regime ou se livrar da bomba em um acordo com Trump, se ele tirar a mudança de regime da mesa. É por isso, Sr. Trump, para colocar em seu tipo de letra: não podemos ter nada a ver com isso.

MAIOR INCÓGNITA – Quem são os rebeldes que assumiram o controle da Síria e o que eles realmente querem? Uma democracia pluralista ou um Estado islâmico?

A história nos diz que, nesses movimentos, os islâmicos linha-dura geralmente vencem. Mas estou observando e esperando que não seja assim.

Minha maior preocupação está expressa em uma única manchete, do Haaretz, em Israel: “A Síria pós-Assad corre o risco de ser comandada por milícias fora de controle”. Estamos em um momento da história do Oriente Médio em que há muitos países que eu descreveria como “tarde demais para o imperialismo, mas eles fracassaram no autogoverno”.

FRACASSOS – Estou falando da Líbia, do Iêmen, do Líbano, da Síria, do Iraque, da Somália e do Sudão. Ou seja, nenhuma potência estrangeira vai entrar e estabilizá-los, mas eles não conseguiram administrar seu próprio pluralismo e forjar contratos sociais para criar estabilidade e crescimento.

Nunca estivemos aqui antes, na era pós-2ª Guerra – um momento em que tantos países caíram nesse estado de natureza hobbesiano, mas em um mundo muito mais conectado.

É por isso que, depois de passar a última semana em Pequim e Xangai, eu procurei várias vezes esclarecer meus interlocutores chineses:

SOMOS AMIGOS – “Vocês acham que somos inimigos. Vocês estão errados. EUA e China têm um inimigo comum: a desordem. A forma como colaboramos para diminuir o Mundo da Desordem e fazer crescer o Mundo da Ordem é o que a história julgará a nós dois”. (Não tenho certeza se os chineses entenderam, mas vão entender).

E o melhor aforismo russo para resumir o desafio que as potências regionais e globais enfrentam agora para consertar a Síria: “É mais fácil transformar um aquário em uma sopa de peixe do que transformar uma sopa de peixe em um aquário.”

O emocionante poema de despedida que o genial Paulo Leminski nos legou

Nesta vida, pode-se aprender três... Paulo Leminski - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

O crítico literário, tradutor, professor, escritor e poeta paranaense Paulo Leminski Filho (1944-1989) deixou um emocionante poema de despedida, bem no seu estilo, livre e inovador.

ADEUS
Paulo Leminski 

Adeus, coisas que nunca tive,
dívidas externas, vaidades terrenas,
lupas de detetive, adeus.
Adeus, plenitudes inesperadas,
sustos, ímpetos e espetáculos, adeus.
Adeus, que lá se vão meus ais.
Um dia, quem sabe, sejam seus,
como um dia foram dos meus pais.

Adeus, mamãe, adeus, papai, adeus,
adeus, meus filhos, quem sabe um dia
todos os filhos serão meus.
Adeus, mundo cruel, fábula de papel,
sopro de vento, torre de babel,
adeus, coisas ao léu, adeus.

Comunicação do governo precisa apresentar os resultados já alcançados

Governo tem apresentado bons resultados que são divulgados

Pedro do Coutto

O presidente Lula da Silva decidiu reformular o sistema de comunicação de seu governo que não está apresentando os resultados esperados , deixando passar em branco programadas da mais alta importância e cuja divulgação acrescentaria pontos importantes para a sua administração e para a campanha de 2026. Lula será candidato à reeleição, é claro, até porque não existe outro nome capaz de reunir tantas correntes eleitorais.

É verdade, entretanto, que a atuação do deputado Paulo Pimenta à frente da Comunicação vem deixando a desejar porque não consegue reunir as ações mais importantes do governo, e a partir daí leva ao esquecimento fatores de mobilização da sociedade. O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome,Wellington Dias, que rege a distribuição do Bolsa Família, não fornece os resultados que seriam esperados para uma pasta tão importante e que vai ao encontro de milhões de famílias.

ACOMPANHAMENTO – Bastaria realizar um acompanhamento das atividades para que a população brasileira sentisse a importância do setor, e que é assinalada pela evolução social que acaba de ser divulgada pelo IBGE: cresceu a renda, o consumo e o nível de emprego. O governo, logo, avançou. Porém, o progresso só foi divulgado pelo Instituto.

A presença do governo nas redes sociais constitui uma lacuna que precisa ser preenchida, pois com o passar do tempo perde-se oportunidades de fazer chegar à opinião pública o que está sendo realizado e de que forma os projetos têm sido concretizados.

Há ministérios que não estão funcionando adequadamente e os seus titulares não se motivam, fazendo com que as divulgações necessárias não sejam feitas de forma correta e efetiva. A taxa de investimentos públicos subiu acentuadamente, mas a propagação das ações não acompanhou essa evolução com o que seria paralelamente o avanço dos investimentos públicos.

O presidente Lula tem todas as condições para divulgar o seu governo, e realizações nele contidas. Não faltam resultados concretos, basta que a sua comunicação seja também efetiva.

No relatório do golpe, delegado da PF denegriu a honra de dois generais

Bolsonaristas desfecharam “uma onda de ataques” contra delegado da PF que investigou seus crimes

Deputado Van Hattem exibiu a foto do delegado Fábio Shor

Carlos Newton

O exercício da profissão de jornalista de política, para chegar a bom termo, não é nada fácil e exige uma dedicação absurda, porque além de correr incessantemente atrás da notícia, os repórteres precisam estar de olho vivo para evitar serem usados, através da plantação de notícias manipuladas por seus informantes.

O melhor dia para explorar a boa fé dos jornalistas é sexta-feira, porque aos sábados e domingos as redações funcionam em sistema de plantão. Assim, em toda sexta-feira as redações varam a noite fazendo o que chamamos de “pescoção”, adiantando a preparação de notas e matérias a serem publicadas sábado, domingo e segunda-feira de manhã.

MÍNIMO DE VERACIDADE – Durante o fim de semana a situação também continua favorável à plantação de notícias, porque as redações estão vazias e os plantonistas aceitam qualquer informação que tenha um mínimo de possível veracidade.

Vamos dar um exemplo de “notícia dirigida”. No momento atual, a Polícia Federal abriu uma grave crise com o Congresso ao indiciar dois deputadores – e Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Cabo Gilberto Silva (PL-PB).

A PF alega que eles cometeram crimes de calúnia e difamação ao discursar contra o delegado Fábio Alvarez Shor, pelos erros cometidos em inquéritos que miram o ex-presidente Jair Bolsonaro, além de políticos, militares e ativistas da direita.

MANIPULAÇÃO – Para limpar a barra do delegado Fábio Shor, a PF divulgou a notícia de que houve troca na Diretoria de Inteligência, acrescentando a falsa informação de que esse órgão “estratégico” é que “toca inquéritos importantes, como as diferentes investigações que envolvem o bolsonarismo no STF”.

A informação é absolutamente falsa. A Diretoria de Inteligência não opera nos inquéritos do bolsonarismo. Pelo contrário, todas as informações são conduzidas pela força-tarefa cedida pela PF ao ministro Alexandre de Moraes.

Essa equipe é chefiada justamente pelo delegado Fábio Shor, aquele que não erra nunca e acaba de manchar a honra de dois respeitados generais – Valério Stumpf, ex-Estado-Maior, e Estevam Theophilo, ex-Comando de Operações Terrestres.

SUPOSTAS INFORMAÇÕES – O badalado relatório oficial da PF, escrito por Fábio Shor, publica supostas informações de um militar que sequer foi identificado (aparece como “Riva”), dizendo que a Marinha tinha “tanques no arsenal, prontos” e que o general Stumpf seria informante de Moraes no Exército.

Exibindo esse método investigativo altamente irresponsável –, de afirmar sem provar –, o delegado Shor também publicou no relatório que o general Estevam Theophilo, do Alto-Comando, aceitou “apoiar” o golpe.

É mais uma informação leviana, sem a menor prova ou sustentação, porém acabou divulgada com estardalhaço na grande imprensa e no Jornal Nacional, para depois ganhar as redes sociais.

DENEGRIU OS GENERAIS – Como se vê, somente nesta parte do relatório, o delegado Fábio Shor conseguiu denegrir a honra de dois generais de quatro estrelas.

Mas ele é intocável e não pode ser criticado nem mesmo por deputados federais, no exercício do mandato e falando da tribuna da Câmara…

O pior é que diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, ao invés de apurar os erros do delegado Shor, age como um déspota e resolveu indiciou os dois deputados federais, criando um grave problema para Lula, para o Congresso e para a própria Polícia Federal.

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P.S.
Em tradução simultânea, o infalível e inerrável delegado federal Fábio Shor pode fazer o que bem entender com a imagem e dignidade dos outros, mas sua honra pessoal jamais poderá ser atacada. Ele está acima da lei e da ordem, é o que parece. (C.N.) 

Relação de Lula e militares volta à estaca zero, avaliam governistas

Governo Lula 3 navega em águas turbulentas na relação com as | Opinião

O clima entre Lula e militares é de desconfiança mútua

Bela Megale
O Globo

Integrantes do governo avaliam que a relação entre Lula e os militares voltou a retroceder. Alguns ministros chegam a dizer que revivem hoje um ambiente similar ao dos ataques golpistas de 8 de janeiro, quando o clima entre o governo e a caserna azedou fortemente.

Tanto para auxiliares de Lula quanto para membros da cúpula militar, a inclusão das Forças Armadas no pacote de corte de gastos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é o principal foco de tensão.

RETALIAÇÃO – Boa parte dos militares considera que a medida seria uma espécie de retaliação devido às revelações da Polícia Federal sobre o envolvimento de fardados no plano de golpe de Estado, que previa até o assassinato de Lula, Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Essa hipótese é fortemente rechaçada por integrantes da equipe econômica do governo, que apontam que, assim como em outras áreas, a aposentadoria dos militares precisa passar por reajustes.

A medida que afeta as Forças ocorre por meio do estabelecimento de uma idade mínima de 55 anos para que possam ir para a reserva, com um período de transição até 2032.

VÍDEO DA MARINHA – A mudança na previdência gerou reações, como um vídeo feito pela Marinha questionando “privilégios” e com mensagem para Haddad, conforme informou a coluna.

O presidente Lula soube do material e não gostou do que viu.

Mas a fervura na relação também tem outros fatores. Desde que a PF prendeu quatro militares, em 19 de novembro, envolvidos num plano de assassinar o presidente, o caldo, de fato, voltou a entornar.

EXONERAÇÃO – Outro ponto foi o episódio com o coronel da reserva Anderson Freire Barboza, diretor de um curso na Escola Superior de Guerra (ESG).

Ele disse que as eleições de 2022 “foram roubadas sob a liderança de Alexandre de Moraes” e chamou Lula de “ladrão”, num grupo de WhatsApp com cerca de cem pessoas. Pouco depois, foi exonerado pelo Ministério da Defesa.

Por fim, veio o indiciamento feito pela PF de 25 militares, sendo sete generais, colocado Jair Bolsonaro como peça central no plano de ruptura institucional.

Releia texto de Helio Fernandes sobre os coronéis da ditadura militar de 64

Morre o jornalista Helio Fernandes, aos 100 anos - Janela Publicitária

Helio Fernandes foi preso várias vezes na ditadura

Carlos Newton

Os brasileiros que insistem em acompanhar a Tribuna da Internet sabem que há alguns anos sofremos um brutal ataque de hackers, que atingiu nossos arquivos, destruindo importantes textos de Helio Fernandes, Carlos Chagas, Sebastião Nery e outros jornalistas que não estão mais entre nós.

Mas sobraram alguns artigos que o comentarista José Guilherme Schossland, ex-vereador catarinense, havia preservado. O texto a seguir é um deles, que vale a pena ler de novo.

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CORONÉIS FORAM APENAS COADJUVANTES
E AGORA SÃO OS “PAPAGAIOS DA TORTURA”.

Helio Fernandes

Falavam muito em “linha dura”, mas isso era forma de simplificar. “Linha dura” era composta por aqueles que logo queriam torturar e matar. Os outros, eram os que acreditavam em diálogo, todos, milhares, iriam sendo “passados para a reserva, como traidores da revolução”. Que iria sendo identificada com sua própria fisionomia de golpe.

Uma cena quando eu estava preso no DOI-Codi. Depois de um tempo de silêncio, o general Fiuza de Castro (o filho, o filho, o pai era ótima figura, a genética não exerceu o seu poder) falou para um coronel: “Onde está o carro que vai levar o jornalista?”. Uma quase revelação, eu iria para algum lugar, poderia ser bom ou ruim. O carro chegou, me levaram até ele, Fiuza disse para o coronel: “Vá com ele, não quero que desapareça pelo caminho e nos acusem e culpem”.

Parecia um destino razoável, mas fiquei ainda sem saber. No carro o coronel (de uma grande família de militares de carreira) me disse: “Vamos para o Hospital Central do Exército”. Mas terminou com uma declaração surpreendente: ”Ao senhor não vai acontecer nada”. Naturalmente com outros acontecia.

Fiquei lá uma semana, a única satisfação era a conversa com o médico. Sobrinho de Manoel Bandeira, contava histórias admiráveis dele. Uma semana depois fui libertado. Na portaria do hospital, em Bonsucesso, me entregaram mala com roupas. Provavelmente minha família sabia, não me falaram nada. Peguei um taxi, logo estava em casa. 

CASO DE HERZOG – Preso na TV-Cultura, não era para ser morto. Mas seus prisioneiros obedeciam ordens do poderoso general Eduardo D’Avila Mello, comandante do II Exército. Já fora advertido pelo general Geisel, “não quero violência contra ninguém”.

Quatro Estrelas, comandante do II Exército (que englobava São Paulo), suas ordens foram as mais específicas e minuciosas possíveis.

Acreditava que nada iria lhe acontecer. Mas aconteceu.

“VOU SOZINHO” -Quando soube da morte (assassinato) do jornalista, Ernesto Geisel mandou preparar o avião, “vou para São Paulo”. Muitos queriam ir com ele, foi duro e definitivo: “Vou sozinho”. Chegou em São Paulo mandou chamar o general Ednárdo, disse imediatamente: “O senhor está demitido, vai chegar do Rio o novo comandante do II Exército”.

O general Ednárdo não acreditou, nunca um general comandante do Exército foi demitido dessa maneira. Ficou parado, perplexo, Geisel fulminou:

“Pode se retirar, o senhor não tem mais nada a fazer aqui”. 

CORDEIRO DE FARIAS – Na minha casa, só o general Cordeiro de Farias e o grande criminalista Oscar Pedroso Horta, ministro da Justiça de Jânio, e talvez a única pessoa a saber da “renúncia”. Cordeiro contou o seguinte. Foi interventor no Rio Grande do Sul, e depois governador de Pernambuco, eleito pelo voto direto. Fez muitos amigos, de vários setores.

Um dia recebeu telefonema do Recife. Um amigo advogado, contava que seu filho de 21 anos estava preso no DOI-Codi do Rio de Janeiro, apavorado que fosse torturado. Cordeiro Ligou logo para o ministro Orlando Geisel, pediu providências.

AFIRMOU O MINISTRO – “Ele me disse, vá lá na Barão de Mesquita, mostre a identidade de general, chame o coronel, (foi dizendo os nomes) diga que fala em meu nome, que em mandei soltar logo o estudante”.

Cordeiro acrescentou: “Fui, não me deixaram nem passar da portaria, telefonei de volta para o ministro Geisel: Você não manda nada, não pude nem entrar, nem procurar o coronel da tua confiança”. O general-Ministro perguntou onde eu estava, mandou esperar. Chegou fardado, foi demitindo todos que apareciam. O coronel encontrou o menino que procurávamos, conseguiu retirá-lo.

E Cordeiro de Farias, ainda emocionado: “Não adiantava mais nada, ele já fora torturado”. O coronel explicou que procuravam informações. E Pedroso Horta, revoltado: “Que informações poderiam obter de um estudante de 21 anos?”. 

PRESOS DO PASQUIM – Quero terminar com este episódio que mostra a diferença do Exército dos generais ambiciosos e torturadores e dos oficiais que repudiavam o golpe, quase todos perseguidos e expulsos.

Os jornalistas do “Pasquim” ficaram num Batalhão de Paraquedistas. 60 dias de prisão. Mas o comandante, duas ou três vezes por semana, “pernoitava” no quartel, jantava com alguns. Que diferença.

Por hoje acho o suficiente. Fui preso outras vezes, cassado, sequestrado, desterrado, proibido de escrever, e mais e mais. Os fatos que estão aqui, tiveram o repórter como personagem, observador e participante. 

Elon Musk quer servidores federais americanos de volta à repartição

Brasil depende mais de Musk do que bilionário de negócios no país, dizem  especialistas

Musk avisa que a Covid acabou e todos precisam trabalhar

Joe Miller
Financial Times/Folha

O presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, disse que apoiará os planos de Elon Musk para forçar funcionários federais dos EUA a voltarem ao escritório assim que Donald Trump retornar à Casa Branca.

Falando com repórteres antes de uma reunião com Musk, que vai chefiar o Departamento de Eficiência Governamental, foi encarregado por Trump de erradicar a ineficiência governamental, Johnson citou um relatório que, segundo ele, mostrava que apenas cerca de 1% dos funcionários públicos estavam realmente trabalhando em seus escritórios, sem contar seguranças federais e pessoal de manutenção.

DIZ A SENADORA – O relatório, divulgado quinta-feira (5) pela senadora republicana de Iowa, Joni Ernst, afirma que “burocratas foram encontrados em banheiras de hidromassagem, no campo de golfe, gerindo seus próprios negócios e até mesmo sendo pegos cometendo crimes durante o horário pago pelos contribuintes”.

O relatório de Ernst acrescentou que apenas 6% da força de trabalho federal estava no escritório em tempo integral e que “nenhuma sede de uma grande agência em Washington está sequer metade cheia”, com a ocupação média sendo de apenas 12%.

“Isso é absurdo e não é algo que o povo americano aceitará”, disse Mike Johnson sobre as conclusões do relatório, acrescentando que haverá uma demanda “da nova administração e de todos nós no Congresso para que os servidores federais retornem às suas mesas”.

DEMISSÕES VOLUNTÁRIAS – Musk e Vivek Ramaswamy, que Trump pediu para co-gerir o chamado Departamento de Eficiência Governamental, escreveram em um artigo no Wall Street Journal no mês passado que acreditavam que os funcionários federais deveriam ser forçados a voltar ao escritório cinco dias por semana.

Eles previram que isso “resultaria em uma onda de demissões voluntárias que acolheremos”, acrescentando: “Se os funcionários federais não querem aparecer, os contribuintes americanos não deveriam pagá-los pelo privilégio da era Covid-19 de ficar em casa”.

Musk prometeu encontrar economias de US$ 2 trilhões dentro do governo federal, enquanto Ramaswamy disse que gostaria de demitir 75% da força de trabalho federal. Mas nenhum dos dois apresentou planos detalhados de como esses objetivos serão alcançados.

EMPRESAS, TAMBÉM – Os pedidos para que os funcionários retornem ao escritório em tempo integral têm aumentado nos últimos meses.

Em setembro, a Amazon disse a seus funcionários que não poderiam mais trabalhar de casa a partir do início do próximo ano, enquanto a Dell e a PwC emitiram comunicados semelhantes para alguns funcionários.

A administração Biden também procurou reprimir os funcionários do governo que trabalham de casa, emitindo orientações no ano passado para que as agências “aumentassem substancialmente o trabalho presencial significativo nos escritórios federais, particularmente nas sedes e equivalentes”. Não adiantou nada.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
No Brasil a vagabundagem também reina. Poucos são os funcionários nos órgãos públicos dos Três Poderes que realmente trabalham. No Judiciário, há anos nenhum magistrado comparece às sextas-feiras, os tribunais ficam às moscas. Musk está acertando antes de iniciar os trabalhos. (C.N.)

Braga Netto nega envolvimento em plano para matar Lula etc.

Braga Netto

No relatório, Braga Netto virou o líder da conspiração

Weslley Galzo
Estadão

A defesa do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa do governo Jair Bolsonaro (PL), afirmou em comunicado na última sexta-feira, 6, que ele “não tomou conhecimento de documento que tratou de suposto golpe e muito menos do planejamento de assassinato de alguém’.

O militar foi indiciado pela Polícia Federal (PF) no inquérito em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) que apura uma tentativa de golpe ocorrida entre outubro de 2022 e janeiro de 2023, que previa, entre outras medidas, o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do seu vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do STF Alexandre de Moraes.

CID DENUNCIOU – A PF atribui ao general os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Somadas, as penas máximas previstas para esses delitos chegam a 28 anos de prisão.

Conforme revelado pelo site ICL Notícias, o tenente-coronel Mauro Cid, que foi assistente de ordens de Bolsonaro, afirmou em depoimento à PF que Braga Netto entregou dinheiro vivo para financiar o plano golpista “Punhal Verde e Amarelo” de assassinato de autoridades a ser executado pelos Kids Pretos, um agrupamento de elite das Forças Armadas do Brasil.

DEFESA NEGA – Em resposta na última sexta-feira, dia 6, os advogados de Braga Netto afirmaram que o cliente “não coordenou e não aprovou plano qualquer e nem forneceu recursos”.

Mas Braga Netto é apontado pela PF como figura central da tentativa de golpe. Segundo o relatório do inquérito, as chamadas “medidas coercitivas” previstas no plano Punhal Verde e Amarelo, com o planejamento operacional para ações de Forças Especiais, foi feito para ser apresentado ao general.

“Os elementos probatórios obtidos ao longo da investigação evidenciam a sua participação concreta nos atos relacionados à tentativa de golpe de Estado e da abolição do estado democrático de direito”, diz a PF.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Braga Netto tem de torcer muito pela anistia. Se bobear, pegará pena maior do que a do mito. Mas os militares já pediram a anistia, e o magnânimo Lula irá atendê-los. (C.N.)

Paulo Nogueira Batista lança livro sobre o romantismo: “Estilhaços”

JPaulo Nogueira Batista Jr lança hoje em São Paulo Estilhaços: ''A minha  obra mais pessoal''; vídeos - Viomundoosé Carlos Werneck

Será lançado pela Editora Contracorrente, nesta terça-feira (dia 10), “Estilhaços”, o mais recente livro do economista Paulo Nogueira Batista Jr., que já tem sete livros publicados, que tratam primordialmente de temas da área de economia internacional e geopolítica, além de inúmeros ensaios, crônicas e artigos. Dois dos seus livros, “A economia como ela é” e “O Brasil não cabe no quintal de ninguém” foram finalistas do Prêmio Jabuti.

Economista por formação e atuação, ele sempre teve inclinação e apego também por filosofia, literatura e cinema. Essa temática, embora já presente em seus livros e escritos anteriores, constitui neste livro “Estilhaços”, pela primeira vez, o aspecto central.

ROMANTISMO -Segundo o autor, a obra significa “uma longa digressão sobre o romantismo”. Em forma de aforismos, que permeiam a literatura e a filosofia, ela pode ser lida aos pedaços, há partes estanques; as memórias se misturam com a arte, os contos com as
lembranças, aleatoriamente, sem perda de sua essência.

“Mistura-se a vivência com a imaginação”, explica Paulo Nogueira Batista.

Portanto, trata-se de um mergulho na subjetividade de um grande brasileiro, que insiste em transmitir a importância da cooperação, da solidariedade e da tolerância em um mundo cada vez mais ameaçado por confrontos armados, pandemias, crise climática e pobreza”. Pela brilhante trajetória de vida do autor a obra merece a leitura.

Piada do Ano! Corrupção é tratada com a seriedade necessária

Gilmar Mendes - ÉPOCA | Tudo sobre

Gilmar Mendes está de bom humor e não resistiu à piada

Rayssa Motta
Estadão

O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), afirma que os escândalos recentes de venda de decisões judiciais envolvendo juízes e desembargadores de pelo menos sete Estados e até servidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ) afetam a imagem do Poder Judiciário, mas estão sendo investigados com o rigor necessário.

Gilmar também defendeu o debate em torno da PEC da Segurança Pública, proposta mais ambiciosa do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a área, capitaneada por Lewandowski.

É PRECISO MUDAR – “Já na presidência do CNJ, entre 2009 e 2010, eu defendia a ideia de fortalecimento desse chamado SUSP (Sistema Único da Segurança Pública). É claro que o tema envolve delicadezas de competências dos Estados, mas a gente está vendo que ao longo dos anos o sistema como está revela-se insuficiente. É preciso que esse diálogo se aprofunde entre a União, Estados e municípios”, defendeu o decano.

Questionado sobre os casos recentes de violência policial em São Paulo, Gilmar Mendes afirmou que “a polícia precisa ser firme, mas respeitosa dos direitos humanos”.

SEM CRÍTUCAS – O ministro do STF também evitou criticar o governador Tarcísio de Freitas, eu era contra o uso de câmaras pelos PMs, mas agora mudou de ideia e está convencido da necessidade

“Ele (Tarcísio) é um intelectual, uma figura muito racional. Governar é um pouco fazer experiências. Ele está respondendo a modelos de políticas públicas, fazendo experiências e eventuais revisões. É natural que seja muito complexa administrar a segurança pública no Estado de São Paulo, o maior Estado, a maior população, a economia mais complexa. É natural que os desafios em São Paulo também sejam maiores”, assinalou o ministro do Supremo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Gilmar Mendes tem senso de humor acurado e gosta de fazer piadas. Dizer que a corrupção está sendo tratada com a seriedade necessário é realmente uma grande piada. (C.N.)

“Quem seria o ditador?”, indaga Flávio Bolsonaro sobre o golpe

Em entrevista, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirma que só será candidato à Prefeitura do Rio sem 2024 se tiver a bênção do pai

Flávio Bolsonaro pergunta quem seria o novo ditador

Thais Bilenky
do UOL

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou ao UOL que o plano de golpe de Estado revelado pela Polícia Federal era “um crime impossível”.

“Quem ia ser o ditador do Brasil? Qual ia ser a função de cada um? Iam negociar com quem? Tinham braço armado, tinham forças armadas, tinham forças auxiliares ao seu lado? Não tinha nada”, disse Flávio à coluna.

SEM SENTIDO – Para o parlamentar, a tese de “golpe dentro do golpe” não faz sentido. Nada do que foi revelado pela PF faz sentido para ele.

Em quase 900 páginas de relatório, a Polícia Federal juntou provas da trama golpista. Foram descobertos documentos com planos de golpe e de assassinato de autoridades, alguns dos quais foram inclusive impressos.

Um documento previa a instalação de um Gabinete Institucional de Gestão de Crise após a consumação do golpe, que seria comandado pelos generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto.

DENTRO DO GOLPE – Investigadores chegaram a cogitar um golpe dentro do golpe que poderia tirar a autoridade de Jair Bolsonaro para assumir no lugar dele um general, a patente mais alta da carreira do Exército.

Braga Netto soltou uma nota em que não nega ter ajudado a planejar o golpe, mas rechaça a “tese fantasiosa e absurda” do “golpe dentro do golpe”.

Em entrevista nesta quarta-feira (4), o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, comentou a trama golpista. Sem citar o nome de Braga Netto, afirmou que “um disse lá ‘golpe a gente ia dar, mas golpe dentro do golpe não'”.

CRIME IMPOSSÍVEL – Flavio Bolsonaro disse que tudo é “uma maluquice sem tamanho, sem pé nem cabeça”, porque significa um crime impossível.

“Quem ia ser o ditador do Brasil? Qual ia ser a função de cada um? Iam negociar com quem? Tinham braço armado, tinham forças armadas, tinham forças auxiliares ao seu lado? Não tinham nada”, disse Flávio à coluna.

“É uma viagem de alguém que usou droga pesada. Simplesmente é inexequível aquilo que foi cogitado. Se foi cogitado, é inexequível”, concluiu o senador.

Anistia será um incentivo à quebra da disciplina e da hierarquia

Os 41 anos da Lei de Anistia - Tribuna da Imprensa Livre

Charge do Humberto (Folha de Pernambuco)

Roberto Nascimento

Os ventos apontam no sentido do arquivamento das denúncias de tentativa de golpe e quebra da hierarquia e disciplina. Muitas pessoas, com as quais converso, dizem que ninguém será punido no âmbito da caserna.

Anistia é um prêmio para quem planejou até assassinatos em série. Seria dar um recado para a sociedade, confirmando que o crime compensa no Brasil, quando é cometido por políticos, militares, autoridades, empresários e juízes.

IMPUNIDADE – É uma vergonha que militares indisciplinados ou corruptos sejam considerados mortos e suas mulheres continuem recebendo seus soldos e gratificações.

Da mesma forma, os juízes, quando são punidos pelo Conselho Nacional de Justiça, por venda de sentenças e outros crimes, a punição delas é apenas a aposentadoria compulsória, uma realidade nauseante.

As elites militares querem anistia para generais e oficiais envolvidos no golpe de Estado. É muita ousadia. Mas está quase certo que Lula vá ceder aos apelos, beneficiando até mesmo Jair Bolsonaro, golpista desde capitão, e todos os demais.

PRIVILÉGIOS ILEGAIS – As Forças Armadas não podem reivindicar esses privilégios ilegais. Precisam dar o exemplo à nação, mas relutam em fazê-lo.

Esse pedido de anistia aos golpistas, feito pelos atuais comandantes militares diretamente a Lula, em reunião sábado passado no Alvorada, furo de reportagem de Eliane Cantanhêde no Estadão, tudo isso comprova que militares não gostam de cortar na carne, de punir seus fardados, mesmo aqueles que se reuniram para assassinar pessoas e tomar o poder pela força.

Enfim, anistiar é um passaporte para nova tentativa de golpe, por representar um incentivo à quebra da disciplina e da hierarquia, desmoralizando as Forças Armadas.