Bruno Boghossian
Folha
O estrategista James Carville, ligado ao Partido Democrata, estava errado. Dias antes da eleição de 2024, ele publicou no New York Times a previsão de uma vitória de Kamala Harris. Agora, ele voltou para reconhecer a falha e discutir suas razões.
O erro de Carville teve um aspecto particular. Ao fazer a previsão, o estrategista ignorou a máxima que ele mesmo cunhou, em 1992, ao estabelecer que o fator determinante de qualquer eleição “é a economia, estúpido”.
EFEITO 2024 – A derrota de 2024 levou o Partido Democrata à constatação de que sua plataforma econômica não convence mais o eleitorado e empurrou classes trabalhadoras para Trump.
Carville sugere uma alternativa que representa um mergulho profundo (para padrões americanos) no que descreve como um programa populista.
O argumento central é que a esquerda precisa enfrentar a direita na arena econômica recorrendo a uma frustração parecida com aquela que foi instrumentalizada por Trump e obrigando os republicanos a recuarem aos pontos impopulares de sua agenda.
FALSAS BANDEIRAS – Para isso, o establishment de esquerda deveria assumir bandeiras consideradas extravagantes, como o aumento do salário mínimo de US$ 7,25 para US$ 15 por hora, forçando a direita a se opor à ideia.
Assim, os republicanos ficariam com o peso de defender o corte de impostos para os mais ricos e o aumento do custo da saúde para os mais pobres.
O termo populismo aparece na definição de Carville sem a carga pejorativa das últimas décadas. A palavra se refere principalmente à oposição entre povo e elites que, no ciclo político atual, também vem sendo explorada por líderes de direita pelo mundo.
CASO DO PT -No caso da esquerda americana, a ideia de uma guinada populista remete à bifurcação que os democratas enfrentaram em 2016, quando seguiram o establishment atrás de Hillary Clinton em vez de abraçar Bernie Sanders, que tinha uma plataforma digna daquele adjetivo.
O caminho aparece, com suas nuances, diante de uma esquerda brasileira que procura se reconectar às classes trabalhadoras.
Não à toa, o tópico mais citado como trunfo nesses setores é a proposta de redução expressiva da jornada de trabalho.
Se depender de medidas positivas para reeleição da usurpaçáo, Lula não conseguirá alcançar os 17% da última “avançada”!
Mais um jornalista que quer ensinar a esquerda a ser esquerda.
Começa a meter a ripa na cacunda do cara da direita que estiver mais famoso para depois ensinar com deve ser a esquerda.
Quando a esquerda estiver indo pro brejo eles sugerem investir no populacho e despejar grana na mídia freguesa.
E assim as narrativas se sucedem.
A beatificação do Loola foi para fugir do abraço de afogado.
Fui olhar o Face agora e achei.
O Globo.
O Globo de 17 de abril de 1964, na capa. Brizola tinha alista dos que seriam mortos se a esquerda vencesse.
Com a palavra os defensores do golpe Viúva Porcina.
Minha mãe a viúva Sílvia de Carvalho Schossland fez parte daquele rol de perseguidos e futuros eliminados.
A esquerda, pelo menos a brasileira, sempre foi populista e demagógica. Pior ainda, mentirosa.