Bolsonaro diz que sem ele a eleição no Brasil será igual à da Venezuela

“Eu não vou fugir do Brasil”, diz Jair Bolsonaro à CNNDeu na CNN

Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (23), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que não vai fugir do país e afirmou que pretende retornar à Presidência por ter “paixão pelo Brasil” e afirmou que, caso não seja candidato, a eleição será “parecida com a da Venezuela”.

Apesar de inelegível, Bolsonaro não descarta concorrer à Presidência em 2026. “Sem a minha presença, é uma eleição parecida com a da Venezuela, onde a María Corina [Machado] e o [Henrique] Capriles foram tornados inelegíveis por 15 anos. Qual é a acusação? Atos antidemocráticos. Quais foram os atos antidemocráticos? Ocupar um carro de som e criticar o Maduro”, disse.

E A FAMÍLIA? – Bolsonaro comentou sobre os filhos e a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, disputarem as eleições de 2026.

Para Bolsonaro, os filhos, que parecem agradar o eleitorado da direita, são maduros e “boas opções”. Ele destacou que Eduardo Bolsonaro “tem um vasto conhecimento de mundo”.

Sobre a ex-primeira-dama, Jair Bolsonaro diz que a ida dela à posse de Trump trará uma “popularidade enorme”. “Vi na pesquisa do Paraná Pesquisas que ela está na margem de erro do Lula. Esse evento lá fora vai dar uma popularidade enorme para ela. Não tenho problemas, seria também um bom nome com chances de chegar. Obviamente, ela me colocando como ministro da Casa Civil, pode ser”, afirmou Bolsonaro.

ANISTIA – O ex-presidente está inelegível até 2030 e depende de uma anistia. Em 2023, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou o ex-chefe do Executivo inelegível por oito anos.

Na ocasião, a Corte Eleitoral entendeu que Jair Bolsonaro havia cometido abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação ao fazer uma reunião com embaixadores, em julho de 2022, e atacar, sem provas, o sistema eleitoral.

Posteriormente, o ex-mandatário foi novamente condenado à inelegibilidade pelo TSE. Desta vez, por abuso de poder político e econômico durante as cerimônias do Bicentenário da Independência, em 7 de setembro de 2022, em meio à campanha eleitoral.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGPara ser candidato, Bolsonaro depende da aprovação da anistia pelo Congresso. É até provável que isso aconteça e assim haverá nova disputa entre Lula e Bolsonaro, para transformar logo o Brasil numa imensa Argentina. (C.N.)

Críticas merecidas a Trump marcaram uma semana de maus prognósticos

Luciana Genro - A bispa de Washington disse que não irá pedir desculpas para Trump. Mas você sabe por que ele está exigindo que ela se desculpe? Porque ela pediu MISERICÓRDIA para

Roberto Nascimento

Constrangimento total da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro e do filho 03, Eduardo Bolsonaro, literalmente ignorados pelo cerimonial da posse de Donald Trump. O mais revoltante é saber quem pagou as viagens para o séquito bolsonarista ser humilhado em Washington.

Foi o PL que pagou a viagem da madame Bolsonaro e do seu cabeleireiro, porque os partidos estão milionários, distribuindo benesses aos seus integrantes com dinheiro público do Fundo Partidário, o que significa improbidade.

E OS DEPUTADOS? – No caso de Eduardo Bolsonaro, a Câmara dos Deputados pagou tudo. Na verdade, foram autorizadas as viagens e estadia em hotéis de luxo para 13 parlamentares, e os demais dizem que vão assumir, o que significa descontá-los nas verbas mensais que recebem.

O fato é que o Legislativo torra dinheiro público, financiando viagens de deputados, que só pensam em dinheiro. Comportam-se como os integrantes do Judiciário, que vivem por conta de penduricalhos salariais, que os transformaram nos magistrados mais bem pagos do mundo.

Cabe ao presidente do Supremo e do Conselho Nacional de Justiça dar um basta nessas benesses injustificáveis, mas o ministro Luís Roberto Barroso acha que esses privilégios estão rigorosamente dentro da lei.

CRÍTICAS A TRUMP – A direita brasileira está indócil e incomodada com as merecidas críticas ao presidente Donald Trump e seus decretos dos primeiros dias, especialmente os que ameaçam os imigrantes de deportação sumária.

Trump não demonstra misericórdia a ninguém. Ficou incomodado com o pedido da bispa anglicana para os gays, imigrantes e as crianças. Apoplético, chamou-a de “esquerdista” e exigiu pedido público de desculpas, mas as palavras da líder religiosa jamais serão esquecidas:

“As pessoas que colhem em nossas plantações, que limpam nossos prédios, […] que lavam a louça depois que nos alimentamos em restaurantes e que trabalham nos turnos noturnos em hospitais – elas podem não ser cidadãs ou ter a documentação adequada, mas a grande maioria dos imigrantes não é criminosa”, disse a bispa ao aturtido Trump.

“Não entra ninguém” na fronteira, já em crise política e humanitária

Na fronteira sul, tropas dos EUA se preparam para deportação em massa de  imigrantes - Hora do Povo

Avistados pelo helicóptero, migrantes em cima do muro

Jamil Chade
do UOL

Carlos não sabe mais se algum dia entrará nos EUA. Ele saiu da Guatemala, há oito meses, e sabia que precisava desembarcar na fronteira entre o México e os EUA antes da posse do governo de Donald Trump se quisesse ter alguma chance de cruzar o Rio Grande. “Não deu tempo”, lamentou.

Carlos conseguiu chegar à cidade fronteiriça de Piedras Negras, no México, na semana passada. Mas não reuniu o dinheiro necessário para pagar os grupos controlados pelo crime organizado que, de forma clandestina, buscam caminhos perigosos entre os dois países para conduzir esses imigrantes.

MAIS MILITARES – Agora, ele assiste em silêncio à movimentação de militares ao outro lado do rio, na cidade americana de Eagle Pass. Instantes antes, Trump havia anunciado que uma das fronteiras mais militarizadas do mundo ganhará novas tropas. Além dos 2.500 homens já espalhados pelo local, outros 1.500 chegarão nos próximos dias. As ordens também determinaram que a fronteira sul seja “fechada”.

Trump, de fato, havia prometido em sua campanha eleitoral que esse era seu plano. Não houve, portanto, estelionato eleitoral.

MOSTRA DE FORÇA – Assim, antes mesmo de terminar sua primeira semana no poder, a fronteira foi instrumentalizada para que Trump pudesse mostrar força.

A partir de agora, refugiados terão mais dificuldades para fazer sua solicitação de asilo nos EUA, num gesto que preocupa até mesmo grupos civis americanos diante do que pode ser uma violação dos compromissos internacionais dos EUA. Na quarta-feira, centenas de refugiados que estavam prestes a embarcar em voos autorizados pelo governo americano foram informados que suas viagens estavam canceladas.

Os poucos metros entre o México e os EUA, para aqueles que estão tão perto, parecem ter ficado mais distantes. Carlos, numa bicicleta emprestada, mostrou o albergue onde foi acolhido, numa igreja do lado mexicano. Ali, o sentimento era de desânimo. “Não estão deixando ninguém mais passar. Não entra mais ninguém”, contou um salvadorenho, que pediu para não ter seu nome divulgado.

SEM AGENDAMENTOS – Um golpe duro para muitos estrangeiros foi o anúncio da anulação de seus agendamentos previstos com agentes americanos de imigração, já na própria segunda-feira.

Por meio de um aplicativo criado pelo governo de Joe Biden, esses imigrantes podiam pedir uma audiência para expor suas respectivas situações e, eventualmente, conseguir um visto ou um status de refugiado. Agora, eles não têm sequer com quem falar e o aplicativo saiu do ar.

Num esforço para mostrar lealdade a Trump, o governador do Texas, Greg Abbott, também já iniciou as obras para reforçar a fronteiras e colocar boias no meio do rio, na esperança de dificultar ainda mais a passagem dos estrangeiros. Ele conseguiu a aprovação de um orçamento de US$ 1,5 bilhão para ampliar ainda mais as barreiras.

VIOLAÇÃO DAS REGRAS – Oni K. Blair, diretor executivo da entidade de direitos cívicos ACLU do Texas, acusou o governador e seus aliados de agirem em violação às regras do próprio estado.

Segundo ele, a lei federal de imigração alimenta o assédio e dá às autoridades estaduais a capacidade inconstitucional de deportar pessoas sem o devido processo legal, independentemente de serem elegíveis para buscar asilo ou outras proteções humanitárias.

Um agente da aduana mexicana confirmou ao UOL que o fechamento já é a realidade desde o começo desta semana, e que o rigor passou a ser ainda maior por parte dos policiais americanos.

O amor imperfeito do poeta Cassiano Ricardo beirava a perfeição

130 anos de nascimento de Cassiano Ricardo - SuperBairro

Cassiano era membro da Academia

Paulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista, ensaísta e poeta paulista Cassiano Ricardo (1895-1974) diz no poema “Amor Imperfeito” que a graça do amor está na sua imperfeição, porque a existência do perfeito sempre acarreta o defeito de ser triste.

AMOR IMPERFEITO
Cassiano Ricardo

A perfeição
é um momento,
por demais claro.
Como repeti-la,
sem enfaro?

A perfeição,
se possuída
a todo instante
se faz rainha
suicida.

Quem já mediu
o perfeito,
rosa de prata,
mas em sua
medida exata?

Nada existe
sem o defeito
que lhe dá graça.
Só amo a graça
do imperfeito.

O perfeito
quando existe
tem o defeito
de ser triste.
(Lácrima Cristi)

Lula ignorou filha de Rubens Paiva antes do sucesso de ‘Ainda Estou Aqui’

Vera Paiva (à esq., de preto), tentou ser recebida pelo presidente Lula no Planalto em agosto de 2023

Vera Paiva (à esq.,), tentou ser recebida por Lula em 2023

Thais Bilenky
do UOL

A luta das famílias de desaparecidos na ditadura militar entrou em nova fase com o sucesso do filme “Ainda Estou Aqui”. O apelo de suas causas no passado e agora pode ser medido pela forma como o presidente Lula tratou a família do ex-deputado Rubens Paiva, retratada no longa de Walter Salles, triplamente indicado ao Oscar.

Em 30 agosto de 2023, no Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados, uma comitiva de familiares que nunca arrefeceu na luta por informações de seus entes foi até Brasília. Bateram na porta do Palácio do Planalto.

INDIGNAÇÃO SOCIAL – Queriam ser recebidos pelo presidente Lula no primeiro ano de seu terceiro mandato. As invasões de 8 de janeiro tinham ocorrido poucos meses antes. A indignação social com a atuação política de militares estava alta.

Vera Paiva, filha de Rubens Paiva, estava lá, na Praça dos Três Poderes, no térreo do Palácio do Planalto, com outros militantes. Veroca para os íntimos, ela foi para Londres no auge da perseguição, passagem retratada no longa de Walter Salles.

Mas o governo tentava acomodar o conflito para tocar a gestão adiante. Lula não os recebeu. Um ano e meio depois, a conjuntura mudou.

OPORTUNISMO – Dois dias depois da vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro, o governo criou no dia 9 de janeiro de 2025 o Prêmio Eunice Paiva, para homenagear brasileiros que lutam pela democracia. Chico e Juca Paiva, filhos de Vera, netos de Eunice e Rubens Paiva, foram representar a família no palácio.

Na presença de vários ministros, do vice Geraldo Alckmin e da primeira-dama Janja, o presidente assinou o decreto para instituir a comenda. Abraçou e conversou com os netos Paiva, registrou tudo e publicou nas redes sociais.

Em seu discurso, o presidente fez alusão ao título do livro “Ainda estou aqui”, que inspirou o filme homônimo, escrito por Marcelo Rubens Paiva, irmão de Vera.

DISSE LULA – “Hoje estamos aqui para garantir que ninguém seja morto ou desaparecido em razão da causa que defende”, declarou Lula.

“Estamos aqui em nome daquelas e daqueles que não podem mais estar. Estamos aqui em nome de todas as Marias, Clarices e Eunices.”

Detalhe: a agenda de Lula em 30 de agosto de 2023 foi toda no Planalto, cinco reuniões, das 9h às 17h. O palácio foi procurado, e a reportagem será atualizada caso haja um comentário da Presidência.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Nada de novo no front ocidental. O oportunismo sempre foi uma das características políticas de Lula da Silva, digamos assim, porque seus defeitos são muito mais graves. (C.N.)

Governo de Lula enfim entra em alerta com inflação de alimentos

Lula deu um puxão de orelha nos ministros

Pedro do Coutto

O presidente Lula da Silva está efetivamente preocupado com a inflação causada principalmente pela elevação dos preços dos alimentos. A percepção no Planalto é que o aumento da inflação tem corroído a popularidade do governo. Em 2024, a inflação estourou o teto da meta e fechou o ano a 4,83% — o limite era 4,5%.

O preço dos alimentos puxou o indicador e foi o que mais subiu no período.A inflação de alimentos e bebidas ficou em 7,69%, bem acima do que ocorreu no ano anterior, quando o grupo subiu 1,11%. Além disso, o subgrupo Alimentação no domicílio avançou 8,23% no ano, com o aumento no preço da carne como destaque.

PUXÃO DE ORELHA – Os dados são referentes ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado neste mês de janeiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Durante a reunião ministerial desta segunda-feira, na Granja do Torto, Lula deu um puxão de orelha nos ministros, cobrando medidas para o enfrentamento do aumento de preços dos alimentos.

A questão gerou um debate sobre os fatores que contribuem com esse resultado, como o preço do dólar e o impacto dos eventos climáticos extremos ao longo do ano. A preocupação do governo está voltada para os reflexos na área política, sobretudo nas eleições presidenciais de 2026. A evolução dos preços de artigos essenciais afeta diretamente a imagem do governo.

Lula quer discutir políticas públicas concretas que possam mitigar a alta do preço dos alimentos, embora haja uma preocupação no governo de que a inflação demoraria a arrefecer. A avaliação do Planalto é que, se os valores não diminuírem logo, o governo precisa pelo menos deixar claro à população que busca resolver o problema. Lula deve passar a tratar do assunto com frequência nas suas falas públicas.  

Lula entrou numa rota fiscal insustentável e vai atrair crise política

Tribuna da Internet | Lula 3 está malogrando porque ele não sabe decifrar  seu dilema institucional

Charge do Baggi (Jornal de Brasília)

William Waack
Estadão

Desde sempre historiadores tentaram resumir em poucas palavras o fenômeno de decisões políticas (e/ou militares) que levaram a grandes desastres, embora claramente previsíveis. Duas obras de enorme sucesso foram “A Marcha da Insensatez”, de Barbara Tuchman (de Tróia ao Vietnã), e “Os Sonâmbulos”, de Christopher Clark (como a Europa “tropeçou” para dentro da Primeira Guerra Mundial).

Não há nada de sonâmbulo na marcha de Lula 3 no caminho da insensatez fiscal, que arrisca provocar uma crise política justamente quando seria menos desejável – isto é, num cenário eleitoral. Ao contrário, o presidente não transmite em privado ou em público qualquer sinal de que entenda a questão fiscal como insustentável.

FALSAS AVALIAÇÕES – A principal assessoria econômica do Ministério da Fazenda produz avaliações do seguinte teor: “nós estamos no caminho certo da consolidação, uma consolidação fiscal feita com baixíssimo desemprego, crescimento econômico, distribuição de renda e combate à pobreza. Sempre foi nosso objetivo: conduzir uma política econômica capaz de consolidar as contas públicas ao mesmo tempo que promove o crescimento e a distribuição de renda”.

É prosseguindo nessa trilha que o governo bateu um recorde histórico na terça feira, quando passou a pagar IPCA + 7,94% para remunerar papéis de dívida de curto prazo.

Com números dessa ordem, não espanta que agentes de mercado (sim, esses vilões) considerem que a atual situação política impeça Lula de adotar medidas capazes sequer de estabilizar a dívida pública, quanto mais reverter sua trajetória de crescimento.

MOMENTO POLÍTICO – Por “situação política” leia-se a cabeça de Lula e o que faz do “Zeitgeist” (espírito de uma época) ou “vibe” ou como se queira chamar o momento político e sua direção.

A combinação de descrédito quanto às políticas do governo e o enorme tsunami representado por Trump (do comércio à geopolítica, passando pela guerra cultural) são componentes bastante visíveis de uma realidade política extraordinariamente difícil e desafiadora para qualquer governante.

Realidade tornada ainda mais grave quando tudo é visto sob a perspectiva do marketing, uma ferramenta política capaz de produzir resultados apenas localizados, e da qual agora tudo se espera.

MAIS DO MESMO – Nesse sentido, Lula piorou a tarefa de seu novo chefe de propaganda política, Sidônio Palmeira.

O que tem a oferecer é mais do mesmo (gasto é vida) e promessas pontuais de “intervenção” para mitigar inflação de preços de alimentos, e seu devastador efeito na popularidade de qualquer governo.

Miopia também é uma boa palavra para se descrever como um dirigente político fabrica uma crise para si mesmo. É o que Lula está fazendo agora.

Trump quis imitar o Brasil e “reinterpretar” as leis, mas se deu mal

O juiz perguntou onde estavam os advogados de Trump

Carlos Newton

Quase sempre é a filial que precisa acompanhar as práticas e regras da matriz. Quando ocorre o contrário e a sede decide seguir normas da sucursal, é prejuízo na certa, sem falar na desmoralização. Exatamente o que está acontecendo com o destrambelhado presidente Donald Trump, que decidiu adotar na matriz USA uma suposta inovação da filial Brazil, e agora está dando tudo errado.

Certamente Trump ficou impressionado quando seu amigo Elon Musk lhe contou que do lado debaixo do Equador existe um país onde o governo e o Supremo não cumprem as leis e as reinterpretam de acordo com a ocasião.

REALIDADE BRASILEIRA – No surrealismo da política brasileira, as reinterpretações das leis realmente são as grandes novidades. Foi assim que o condenado Lula da Silva foi solto, em 2019, quando o Supremo reviu suas normas e proibiu prisão antes de julgamento em última instância, uma monstruosidade que não existe em nenhum dos demais países da ONU.

Em seguida, reinterpretou a regra universal de competência territorial, para anular as condenações de Lula e dos demais políticos e empresários corruptos.

Depois, em nova reinterpretação, o STF ficou com pena e decidiu devolver aos criminosos os recursos públicos que tinham desviado.

TRUMP ESCORREGOU – Impressionado com o sucesso dessa estratégia na filial Brazil, o presidente Trump resolveu adotá-la na matriz USA. Mas foi o pior erro que já cometeu em sua agitadíssima vida empresarial, artística e política.

Sua reinterpretação da emenda 14 tornou-se Piada do Ano. Durou apenas quatro dias. Nesta quinta-feira, o juiz federal John C. Coughenour, de Seattle, tomou a decisão de suspender o decreto que pretendia acabar com o direito à cidadania americana de filhos de imigrantes nascidos nos Estados Unidos.

O pior é a gozação. Durante a audiência, o juiz disse que nunca tinha visto tamanha bobagem. Ele ainda questionou onde estavam os advogados da Casa Branca na hora em que o presidente assinou a ordem, ressaltando não entender como um agente do direito poderia considerar o ato como legal.

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P.S.
Trump é um ator fazendo papel de presidente. O problema é que ele não segue o script do roteirista e o resultado é sempre caótico. Do jeito que está tentando governar, Trump é uma ameaça aos Estados Unidos e ao mundo. (C.N.)

Supremo e Conselho de Justiça agem como cúmplices dos penduricalhos

Tribuna da Internet | Juízes ganham mais R$ 12,4 mil extras com novo  penduricalho

Charge do Spacca (Arquivo Google)

Vicente Limongi Netto

Quando as vestais grávidas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), órgãos presididos pelo mesmo ministro, Luís Roberto Barroso, deixarão de fazer cara de paisagem e de omissão, para os escândalos de magistrados de diversos estados, ganhando salários exorbitantes?

Penduricalhos para desembargadores, procuradores, juízes, conselheiros, defensores públicos, são benesses que afrontam o bom senso e humilham o cidadão que ganha misérias, quando ganha.

Com filhos sem escolas, muitos sem nada para comer em casa. Colossal absurdo cometido por figurões que deveriam dar exemplo de correção e respeito.

UNIÃO FAZ A FORÇA – O presidente da OAB-DF, Paulo Maurício Braz Siqueira, vai participar, como convidado especial da primeira reunião de 2025, da Diretoria da Fecomércio-DF, marcada para a próxima segunda-feira.

A intenção do presidente da entidade, José Aparecido Freire, é fortalecer vínculos com os segmentos operosos de Brasília.

BARRADOS NO BAILE – Nem apelando para a inteligência artificial, a turba ignara e destrambelhada de penetras bolsonarista conseguiu participar das agendas de posse de Donald Trump. Vexame completo.

Alguns sentaram no meio-fio da sarjeta e choraram. Ganharam alguns trocados dos passantes. 

Israel suspendeu a guerra em Gaza, mas continua a fazer ataques na Cisjordânia

Israelenses aguardam em praça de Tel Aviv a liberação de reféns pelo Hamas

Famílias dos reféns aguardam que eles sejam libertados

Wálter Maierovitch
do UOL

Assim como na Argentina, onde na praça de Maio reuniam-se as resistentes mães da associação das vítimas desaparecidas pela brutal e assassina ditadura militar, os familiares dos reféns israelitas do terrorismo de 7 de outubro de 2023 reúnem-se, uma vez por semana, na chamada praça dos Reféns, em Tel Aviv.

Depois da euforia de domingo passado, com a libertação das três primeiras reféns das 33 previstas para a primeira fase da trégua provisória entre Hamas e Israel, uma tempestade de dúvidas e temores trovejou e toma conta da praça dos Reféns.

NA CISJORDÂNIA – Nesta terça-feira, dia 21, numa operação antiterrorismo chamada Muro de Ferro, executada pelas forças de Israel (IDF) e o Mossad, a agência de espionagem externa do Estado da estrela de David, a cidade de Jenin, na Cisjordânia, foi palco de sete mortes de palestinos suspeitos, com 25 feridos.

De imediato, o Hamas emitiu nota exortando os palestinos de Gaza a uma reação armada, no contexto do que foi chamado de resistência palestina.

Os familiares dos atuais 95 reféns do Hamas começaram a temer pelas futuras libertações, a próxima estabelecida para o sábado (25). E lembraram do alerta do premiê Benjamin Netanyahu: “A trégua é temporária”.

JENIN E RAMALLAH – A operação Muro de Ferro ocorreu na Cisjordânia, que se encontra sob governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP). Jenin é uma cidade agrícola e a terceira em importância na Cisjordânia não ocupada.

Nos acordos de Oslo, a Cisjordânia, dividida em três partes, ficou com uma parte sob o governo da ANP, tendo à frente o velho Mahmoud Abbas, dado como corrupto e que não convoca eleições.

As duas outras partes estão ocupadas por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Nelas, junto com Jerusalém oriental, Israel abusivamente realiza assentamentos e pratica o apartheid contra os palestinos.

CASA DE PRAIA – O Hamas, desde a retirada das tropas de ocupação de Israel em 2005, governa a faixa geográfica de Gaza, cuja capital é Ramallah.

Nas eleições de 2006 em Gaza, o Hamas venceu o Fatah de Mahmoud Abbas, que nunca mais pisou lá —sua casa de praia permanece fechada.

Com efeito, a trégua provisória de 42 dias, com a entrega de reféns pelo Hamas e a libertação de cerca de mil palestinos presos em Israel, é válida para Gaza. Portanto, o cessar-fogo nada tem a ver com a Cisjordânia.

GUERRA ETERNA – A manifestação do Hamas em face das mortes em Jenin teve como chave de leitura, em especial na praça dos Reféns, a certeza de que a organização está combativa, com os mesmos propósitos e disposta a continuar a guerra, envolvendo os palestinos da Cisjordânia e o rompimento com a ANP.

As temerosas famílias dos reféns recordam as rápidas mudanças que sempre ocorrem nos cenários médio-orientais e se desesperam. Por exemplo, lembram da surpreendente Primeira Intifada (1987) em Gaza, contra a ocupação por Israel, com reação pesada do então premiê Ariel Sharon.

Para muitos, Bibi Netanyahu, com o presidente americano Donald Trump na retaguarda, continua imprevisível e, nas suas palavras, a “trégua é provisória”.

SEM SOLUÇÃO? – Em Israel, até as pedras sabem que o nó górdio da trégua não foi desatado. Ou seja, não há consenso sobre quem vai governar Gaza. Israel não aceita o Hamas e só concorda com o governo pela ANP se ela for renovada.

O Hamas não vai aceitar ficar de fora, apesar de estar fragilizado no momento, fragilizado e de manter em Gaza uma liderança de fato que recai em Mohammed Sinwar.

Mohammad Sinwar, de 50 anos, é irmão de Yahya Sinwar, morto em 6 de outubro de 2024. Ele era o único chefe militar territorial e foi o estrategista do terror do 7 de outubro. Pelas notícias vindas de Doha, capital do Qatar e sede das negociações da trégua, tudo passou pela aprovação de Mohammed Sinwar, dado como bem escondido em Khan Younis, onde nasceu.

UMA AGRAVANTE – Mohammed Sinwar tem, pelo que foi levantado pelas agências de inteligência, perfil explosivo, capaz de matar por impulso, sem pestanejar.

Mohammed participou do sequestro do soldado Gilad Shalit, que passou cinco anos em cativeiro em Gaza. Foi trocado por 1.700 prisioneiros palestinos, dentre eles, Yahya Sinwar.

À luz do direito internacional, em terra palestina o governo deve ser palestino, com os seus representantes eleitos democraticamente. O medo das famílias da praça dos Reféns não é sem causa, não é um temor gratuito.

Justiça suspende decreto que restringe cidadania por nascimento nos EUA

Senior United States District Judge for Western District of Washington to visit Armenia - ARMENPRESS Armenian News Agency

Juiz disse que nunca tive visto um decreto tão ilegal

Julia Chaib
Folha

Um juiz federal suspendeu temporariamente uma das ordens assinadas por Donald Trump logo após sua posse, na segunda-feira (20), que acaba com o direito à cidadania americana de filhos de imigrantes nascidos nos Estados Unidos.

O magistrado John C. Coughenour, de Seattle, tomou a decisão após os estados de Arizona, Illinois, Oregon e Washington questionarem o ato de Trump, argumentando que ele fere a Constituição e a jurisprudência da Suprema Corte do país.

INCONSTITUCIONAL – Durante a audiência, o juiz ressaltou a decisão de Trump é “flagrantemente inconstitucional”. Ele ainda questionou onde estavam os advogados na hora em que o presidente assinou a ordem, ressaltando não entender como um agente do direito poderia considerar o ato como legal.

“Estou na banca por mais de quatro décadas. Não me lembro de outro caso em que a questão apresentada fosse tão clara”, afirmou Coughenour.

A ordem de Trump começaria valer em 30 dias e direciona as agências federais a não emitirem documentos de cidadania para tais crianças.

CRIANÇAS APÁTRIDAS – Isso contraria a garantia, enraizada no direito comum e consagrada na Constituição americana há mais de 150 anos, de que qualquer pessoa nascida nos Estados Unidos é automaticamente cidadã americana.

Os advogados dos estados que questionaram a ordem de Trump afirmaram que, caso seja aplicado, o ato negaria direitos e benefícios a mais de 150 mil crianças nascidas por ano e poderia deixar algumas delas “apátridas”, segundo relatou o jornal The New York Times.

A defesa do governo federal, por sua vez, solicitou ao tribunal mais tempo para apresentarem argumentos a favor da ordem executiva, já que ela só entraria em vigor daqui a um mês. No decreto, Trump afirmou que daria nova interpretação à 14ª emenda da Constituição, alegando que ela “nunca foi interpretada para estender a cidadania universalmente a todos os nascidos nos Estados Unidos.”

OUTROS QUESTIONAMENTOS – O juiz federal que suspendeu a decisão de Trump foi nomeado pelo ex-presidente Ronald Reagan. Há questionamentos à ordem em tribunais de outros 17 estados do país.

“Negar cidadania a crianças nascidas nos EUA não apenas é inconstitucional, é também é um inconsequente e cruel repúdio dos valores americanos. A cidadania por nascimento é parte do que faz dos EUA uma nação forte e dinâmica”, afirma o diretor-executivo da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU), Anthony Romero, que entrou com ações contra ordem executiva junto com os estados.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Não era preciso ser nenhum jurista para perceber que o decreto de Trump era absolutamente inconstitucional. Tem de ser muito ignorante para assinar uma bobagem dessa natureza. (C.N.)

Piada do Ano! Senador norte-americano propõe lei para proibir masturbação

In Mississippi, most voters will have no choice about who represents them  in the Legislature - Newsday

Senador Blackmon esqueceu de proibir os vibradores

Gabriel Barnabé
Folha

O senador estadual do Mississippi Bradford Blackmon apresentou na última segunda-feira (20) um projeto de lei para proibir atividades sexuais a homens que não tivessem a “intenção de fertilizar um embrião”. De acordo com o texto, masturbação e sexo sem o objetivo de fertilização seriam considerados atos ilegais.

O projeto de lei intitulado “Lei da Contracepção Começa na Ereção” é, contudo, um tanto quanto irônico. Segundo o senador, trata-se de uma resposta à “vasta maioria dos projetos de lei relacionados à contracepção e/ou aborto que foca o papel da mulher”. Ele ressaltou que os homens “são cinquenta por cento da equação”.

MULTA POR EJACULAR – Ainda de acordo com o texto proposto, os homens que descumprissem a lei estariam sujeitos a multas de US$ 1.000 (R$ 5,9 mil) para uma primeira infração, US$ 5.000 (R$ 29,5 mil) para uma segunda e US$ 10.000 (R$ 59 mil) para outras subsequentes.

Blackmon, que está em seu primeiro mandato, é do Partido Democrata. No Mississipi, a Assembleia Legislativa é liderada pelo Partido Republicano, o que torna pouco provável a aprovação do texto. Caso a proposta seja aceita, o governador Tate Reeves, também republicano, ainda precisaria sancioná-la.

Em uma eventual aprovação do projeto de lei, os homens estariam impedidos de fazer atos sexuais sem a intenção de fertilizar a partir de julho deste ano. O homossexualismo, é claro, também estaria proibido.

HÁ EXCEÇÕES – O projeto ainda prevê exceções para casos de doação de esperma e uso de contraceptivos para evitar a fertilização. O senador afirmou que o texto “traz o papel do homem para a conversa”. “As pessoas podem se levantar em armas e chamar isso de absurdo, mas não posso dizer que isso me incomoda”, escreveu.

Segundo o KFF —grupo sem fins lucrativos que pesquisa políticas de saúde—, 12 estados dos EUA, incluindo o Mississipi, têm restrições totais ou quase totais em relação ao aborto. Outros seis proíbem o procedimento em períodos específicos da gestação.

Somente em 2024, pelo menos oito estados americanos aprovaram ou propuseram projetos de lei que restringem o acesso das mulheres a métodos contraceptivos, segundo dados do Instituto Guttmacher, um grupo de pesquisa sobre o acesso ao aborto.

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NOTA DE REDAÇÃO DO BLOG
É mais um político em busca de fama e que não tem medo do ridículo, como tantos outros, elegíveis ou não. Ele esqueceu a masturbação feminino e os vários tipos de vibradores, que devem ser um fetiche para o  ilustre parlamentar.  (C.N.)

Trump não é responsável pelas crises do Brasil, mas virou moda ser contra ele

DONALD TRUMP Eleito POTUS: Hora de FUGIR do Ibovespa e Comprar DÓLAR? Onde  Investir

Charge reproduzida do Arquivo Google

J.R. Guzzo
Estadão

Sempre é bom tomar cuidado, quando se fala hoje em dia de Donald Trump e de outros indivíduos que pensam mais ou menos como ele – sobretudo se vêm adquirindo o péssimo hábito de ganhar eleições livres. O ministro Alexandre de Moraes, o Advogado-Geral da União e o PGR, no mínimo, vão estar de gravador ligado para verificar, com o auxílio das agências de checagem, se você ficou dentro dos paradigmas exigidos hoje para ser considerado um homem justo e temente às instituições democráticas.

É obrigatório, sempre, dizer que eles são a pior ameaça que a humanidade já enfrentou em toda a sua passagem pela Terra.

SEM PERGUNTAS – Não pense, mais do que tudo, em fazer perguntas. Se Trump ganhou as eleições americanas, e se as eleições americanas não têm nada a ver com a fraude que são eleições na Venezuela, por exemplo, não se poderia pensar, só pensar, que a maioria da população quis que ele fosse presidente?

Daria para explicar como o cumprimento da vontade dos eleitores poderia ser uma coisa ruim? Por que eleições limpas, nos Estados Unidos e outros países do mundo livre, são descritas hoje como uma “ameaça” à democracia?

Nada disso está sujeito a debate. Trump, e quaisquer políticos de direita, sem exceção – atualmente, todos aqueles que não concordam com o pensamento proposto ou imposto pela esquerda – têm de ser chamados de “fascistas”, “nazistas” ou “neo” uma coisa ou outra.

EXTREMA ESQUERDA – Foi extinta do atual léxico democrático, à la STF-AGU-PGR e etc., a noção de direita política. Só existe a “extrema direita”. Trump é de extrema direita. Javier Milei é de extrema direita. Giorgia Meloni é de extrema direita. Viktor Orban é de extrema direita.

Em compensação, não existe, nem a pau, a extrema esquerda. Nos casos de ditaduras absolutas que se descrevem como “socialistas” ou algo assim, o máximo que o pensamento único admite é “regimes autoritários”.

Todos os governos que têm como sua prioridade máxima o “enfrentamento da direita”, tipo o do Brasil de hoje, são chamados automaticamente de “democráticos”, a começar por eles mesmos.

MUNDO EM PERIGO – É um ponto inegociável de sua doutrina avisar o tempo todo que o mundo está em perigo de morte porque a “extrema direita” neofascista ou neonazista pode ganhar eleições, como nos Estados Unidos.

Mas se a “extrema direita” ganhou e pode ganhar eleições livres – sem a “Suprema Corte” da Venezuela que, a horas tantas, anuncia: “Nós ganhamos” –, qual poderia ser o problema para a democracia? Democracia não é isso mesmo?

Quem ganha as eleições, desde que as eleições sejam honestas, vai para o governo. Quem perde vai para a oposição. Deveria ser assim, mas nada disso está valendo mais. No regime Lula-STF-PGR-AGU-PT-Psol-PF-MP-etc. o sujeito precisa de uma certidão negativa de “fascismo” para ter direitos políticos.

RELIGIÃO OFICIAL – Virou a religião oficial do Estado brasileiro, como o islamismo no Irã, e por conta dos seus mandamentos é compulsório ser “contra o Trump” para não entrar na lista negra do ministro Moraes, das classes culturais e da maior parte da mídia.

Não faz nexo, porque “o Trump” não é responsável por rigorosamente nenhum problema do Brasil – nem ele e nem as big techs, promovidas pelo regime Lula-STF ao pódio dos principais inimigos do País e do gênero humano. Mas é assim.

Donald Trump não tem absolutamente nada a ver, por exemplo, com os 35.000 assassinatos que o Brasil registrou em 2024 – um escândalo que faz o País um dos mais violentos do mundo, e atesta que o Estado brasileiro não tem competência sequer para garantir a vida de seus cidadãos.

MAZELAS DEMAIS – Qual é a sua culpa pelo fato de o Brasil ser um dos maiores campeões mundiais nos testes de semianalfabetismo – se não foi ele e nem Elon Musk, ou Mark Zuckerberg, que governaram o País durante 16 dos últimos 22 anos, e sim o PT? É “o Trump” que destrói a Amazônia?

A lista vai por aí afora. Pegue um problema qualquer do Brasil, qualquer um – se existe alguma coisa da qual você pode ter certeza integral é que nenhum deles foi causado por Trump, ou pelos Estados Unidos, ou pelos “bilionários” das redes sociais.

É tudo produto nacional, legítimo, e olhando para quem governou o País de 2003 para cá, dá para você ter uma boa ideia de onde vem o prejuízo.

Musk contesta empreendimento de US$ 100 bilhões lançado por Trump

Elon Musk (X, Tesla e SpaceX) e Sam Altman (OpenAI) se desentendem sobre aporte de US$ 100 bi em IA anunciado por Trump

Musk diz que Altman não tem recursos para investir

Deu na Bloomberg
O Globo

Em sua primeira divergência, o empresário Elon Musk questionou abertamente se as empresas que participaram do anúncio do presidente Donald Trump, prometendo centenas de bilhões de dólares em infraestrutura de inteligência artificial, seriam capazes de cumprir suas promessas.

Expondo uma brecha interna inicial dentro da Casa Branca, Musk escreveu em sua plataforma de mídia social, X, poucas horas após o anúncio: “Eles na verdade não têm o dinheiro”. E acrescentou: “O SoftBank tem bem menos de US$ 10 bilhões garantidos. Eu sei disso por fontes confiáveis.”

O EMPREENDIMENTO – Trump foi acompanhado por Masayoshi Son, do SoftBank Group, Sam Altman, da OpenAI, e Larry Ellison, da Oracle, na Casa Branca para anunciar o empreendimento, apelidado de Stargate, que, segundo eles, alocaria imediatamente US$ 100 bilhões com o objetivo de eventualmente gastar US$ 500 bilhões na construção de data centers e centros físicos.

“Isso, para mim, é algo muito grande”, disse Trump. “Acho que será algo muito especial.”

Altman usou o X para contestar a afirmação de Musk nesta quarta-feira, chamando-a de “errada” e sugerindo que Musk estava irritado porque o acordo poderia rivalizar com os próprios esforços de inteligência artificial do bilionário.

PROMESSAS VÃS – A briga pública ressaltou algumas das tensões que podem dominar o segundo mandato de Trump e ecoar os problemas que ele enfrentou durante seu último período na Casa Branca.

A inclinação do presidente para se retratar como um negociador resultou em promessas repetidas do setor privado para investir nos EUA, que nunca se materializaram ou representaram compromissos já existentes que executivos reapresentaram para agradar o presidente.

Algumas dessas promessas, como os planos abandonados para um enorme campus de fabricação da Foxconn em Wisconsin, que Trump apelidou de “Oitava Maravilha do Mundo”, tornaram-se munição para os democratas durante a campanha.

CETICISMO IMEDIATO – O anúncio do Stargate gerou ceticismo imediato sobre se ele se concretizaria ou representaria novos investimentos por parte das empresas.

Son já havia anunciado planos para um investimento de US$ 100 bilhões em IA nos EUA durante um evento com Trump em dezembro, na propriedade Mar-a-Lago do presidente, e espera-se que o Stargate utilize parte desse montante.

O SoftBank também enfrentou perguntas imediatas sobre de onde a empresa obteria o capital para financiar sua iniciativa.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– O governo de Donald Trump começa mal. Ao invés de apresentar soluções, ele está criando uma série enorme de problemas, cada um mais cabeludo do que o outro, a ponto de seu amigo e parceiro Elon Musk protestar publicamente. A Casa Branca passou a funcionar exatamente como a Casa Verde de Machado de Assis, um hospício administrado por um doido que internava todo mundo. Até quando isso vai durar? Ninguém sabe. (C.N.)

As eternas ilusões da vida, na visão poética de Francisco Otaviano

Francisco Otaviano amava a poesia

Paulo Peres
Poemas & Canções

O advogado, jornalista, político, diplomata e poeta carioca Francisco Otaviano de Almeida Rosa (1825-1889) em poucas palavras conseguiu transmitir a essência das “Ilusões da Vida”, um poema no qual Otaviano faz um convite à reflexão sobre a importância de ter uma vida atuante e participativa nos bons e maus momentos.

ILUSÕES DA VIDA
Francisco Otaviano

Quem passou pela vida em branca nuvem,
E em plácido repouso adormeceu;
Quem não sentiu o frio da desgraça,
Quem passou pela vida e não sofreu,
Foi espectro de homem, não foi homem,
Só passou pela vida, não viveu.

Desprezo de Trump ao Brasil deixa esquerda indignada e direita, perplexa

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Charge do Thiago Lucas (Jornal do Commercio)

Igor Gielow
(Folha)

Pouco antes de assumir em 1990 com um plano econômico que devastou o país, Fernando Collor de Mello dizia que queria ver “a direita indignada e a esquerda, perplexa”, dando três meses para o impacto de suas ações.

Ao gosto da velocidade de 2025, Donald Trump precisou de apenas poucas horas entre sua posse e a primeira fala sobre o Brasil para inverter a equação, deixando a esquerda encarnada no petismo federal indignada e a direita, que vive principalmente em Jair Bolsonaro e seus acólitos, perplexa.

EXCLUSÃO CLARA – O desprezo com que tratou a pergunta sobre o Brasil da repórter Raquel Krähenbühl, da Globo, foi eloquente do real papel dedicado ao país em seu enorme inventário de prioridades. “Eles [os brasileiros] precisam muito mais de nós do que nós precisamos deles. Na verdade, não precisamos deles, e o mundo todo precisa de nós”, disse.

Trump falava a verdade, ainda que sua arrogância sugira uma insegurança imperialista, de chutar os mais fracos enquanto mede palavras para tratar da China. O Panamá que o diga.

Ao menos o americano ainda não resolveu que a Amazônia pode ter o mesmo destino do canal que ele pretende retomar, falando com desassombro em um discurso de posse. Noves fora a bravata, o risco para os panamenhos é real, calcado na história americana.

MAL NA FOTO – No Brasil, ninguém fica pior na foto do que Bolsonaro e os seus. Ao ex-presidente, restou a vergonha do chororô no aeroporto enquanto a mulher partia para um evento para o qual não fora convidada.

A genuflexão ante aquele que chama de “meu ídolo” precede seu mandato, e o incrível pareamento de fatos na ascensão em queda dos dois populistas, com a sequência eleição meteórica-governo caudaloso-golpismo-derrota fazendo os bolsonaristas suspirarem por um epílogo tropical análogo ao americano, com a volta ao poder.

Contra isso conspira a realidade de que Bolsonaro está muito mais enrolado com a Justiça, inclusive com inelegibilidade até 2030. Achar que Trump irá pressionar Lula (PT), Alexandre de Moraes (STF) ou o papa a perdoá-lo é um exercício de imaginação.

VÍDEO ANTIGO – Ainda assim, como a caravana dos Bolsonaro até um baile em Washington mostrou, o que vale é o corte para a rede. Neste sentido, Pablo Marçal fingiu ser mais rápido: enquanto Eduardo fazia uma chamada de vídeo com o pai, o influenciador publicou ter encontrado Trump no mesmo evento. Na verdade, era um vídeo antigo, adicionando ao ridículo.

Importância política disso é zero, mas funciona para incautos. Outro que passou vergonha foi Tarcísio de Freitas (Republicanos), que ainda trata Bolsonaro como chefe no discurso — a realidade de como se afastar sem perder o eleitorado do ex-presidente é mais complexa.

O governador paulista colocou o bonezinho vermelho do Maga, símbolo do trumpismo, e repetiu o bordão bolsonarista “Grande dia!” em rede social. Poucas horas depois, o homem que tem pretensão de ocupar o Palácio do Planalto viu Trump tratar o Brasil como um sub-Panamá, já que nem canal vital temos.

Trump, o homem tempestade, promove inquietação e perplexidade

Bannon pedirá sanções contra o Brasil por perseguições a Bolsonaro

Um homem com cabelo longo e grisalho, vestindo uma jaqueta verde, está em uma conversa. Ele parece estar gesticulando com as mãos enquanto fala. O fundo é desfocado, com algumas pessoas visíveis ao redor.

Bannon perdeu o espaço que tinha na política americana

Julia Chaib
Folha

Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump e um dos principais expoentes da extrema direita, afirmou no domingo (19) à Folha que pedirá ao próximo secretário de Estado, Marco Rubio, que tome atitudes contra o Brasil devido à ausência de Jair Bolsonaro (PL) na posse do republicano.

Bannon organizou um evento no final de semana para representantes da direita no mundo e tinha Bolsonaro como convidado especial. No lugar do ex-presidente, compareceram deputados brasileiros, entre eles Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

EM NOME DO MAGA – Bannon defende a volta do ex-presidente ao poder e chama o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de corrupto.

“Eu não falo pelo presidente Trump, mas as pessoas do movimento Maga [sigla em inglês para o principal slogan de Trump “faça a América grandiosa novamente”] amam Bolsonaro. A nossa recomendação é que deve haver sanções severas ao Brasil e particularmente a esse juiz [Moraes] para não ter nenhum acesso aos Estados Unidos”, disse. “Eu vou conversar com o senador Marco Rubio, sou muito próximo dele, e dizer: precisamos tomar uma atitude sobre isso”, afirmou.

Bannon era um dos principais aliados de Trump. Ele ficou preso por quatro meses, de julho a outubro do ano passado, cumprindo pena após se recusar a entregar documentos e testemunhar perante um comitê da Câmara que investigava a invasão do Capitólio por apoiadores de Trump, no dia 6 de janeiro de 2021.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– Steve Bannon não manda mais em nada, é carta fora do baralho, um zero à esquerda. Quem manda é Trump, que não sabe nada sobre o Brasil e nem se interessa em saber. O problema de Moraes é muito mais grave, porque envolve Trump, Musk, Zuckerberg e o Congresso americano. Na roleta da política internacional, Bannon hoje é fichinha. (C.N.)

Um devasso e sonegador como Trump jamais deveria entrar num templo religioso

Vladimir Putin e Xi Jinping conversam por videoconferência; Putin diz que  espera visita de Xi em 2023 | Mundo | G1

Putin e Jinping analisaram as posturas insanas de Trump

Carlos Newton

Um homem devasso, mentiroso, sonegador e adúltero como Donald Trump jamais deveria  participar de qualquer cerimônia religiosa, a não ser que estivesse realmente decidido a pedir perdão por seus pecados. Para ele, somente o fato de entrar num templo já é algo insuportável e  seu constrangimento fica claríssimo, como ocorreu nesta terça-feira, dia 21, quando compareceu à Catedral Nacional de Washington.

Para surpresa do novo/velho presidente, que estava acompanhado com vice J.D. Vance, com suas esposas. a bispa anglicana Mariann Edgar Budde, criticou duramente a perseguição de Trump aos migrantes e aos membros das comunidades LGBTQIA+.

A FORÇA DA FÉ – Durante o sermão, a bispa anglicana da capital, conhecida defensora dos direitos humanos, pediu ao presidente que não ameace pessoas LGBTQIA+ e migrantes.

“Peço que tenha misericórdia das pessoas em nosso país que estão assustadas. Há crianças, gays, lésbicas, transgêneros, famílias democratas, republicanas, independentes – algumas que temem por suas vidas”, disse, acentuando que essas pessoas não podem ser tratadas como criminosas.

Mas como uma mulher tão idosa e tão frágil pode ter a coragem de enfrentar o homem mais poderoso da Terra? E Trump não tinha o que dizer. Foi calado pela força da fé, não conseguiu responder.

TRUMP REAGE – Humilhado ao vivo e a cores pela bispa anglicana, Trump voltou revoltado à Casa Branca para cumprir o restante da agenda do dia.

Na quarta-feira de manhã, depois de uma noite mal dormida, resolveu desabafar em sua rede Truth Social e mostrou que não tem medo do ridículo:

“A chamada bispa que falou na terça-feira no Serviço Nacional de Oração é uma esquerdista radical que odeia Trump”, escreveu o presidente em sua rede Truth Social. “Teve um tom desagradável, não foi convincente nem inteligente (…) Ela e sua igreja devem um pedido de desculpas ao público!”, acrescentou.

FESTIVAL DE INSANIDADES – Esse início de gestão de Trump mostra que ele não está nada bem. Sua volta ao poder vem prejudicando claramente seu equilíbrio mental, com reflexos muito negativos no plano governamental.

Nesta quarta-feira, entre outras trapalhadas, o presidente voltou a ameaçar o líder russo Vladimir Putin, dando prazo de 100 dias para ele terminar a “guerra ridícula” contra a Ucrânia.

Ou seja, Trump comporta-se como o dono do mundo, tentando até dar ordens aos governantes de outros países. Desse jeito, quando chamarem a ambulância do Hospital Psiquiátrico, pode ser tarde demais.

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P.S.Na terça-feira, Putin já percebera que Trump está fora dos eixos e tomou uma precaução, fazendo uma longa videoconferência com o presidente chinês Xi Jinping, para analisar as insanidades de Trump e reforçar a aliança entre as duas potências. (C.N.)

Entre EUA e China, o Brasil precisa optar pelos dois e sair lucrando

Lula cumprimenta Trump por posse e diz que Brasil e EUA têm trajetória de  cooperação

Lula precisa deixar o Itamaraty dirigir a política externa

Eliane Cantanhêde
Estadão

Quem assumiu a presidência dos Estados Unidos nesta segunda-feira, 20, não foi uma pessoa, um líder, Donald Trump, mas um projeto de poder internacional em aliança com os líderes emergentes da direita em todos os continentes, massificado mundo afora pelas principais plataformas da internet e com o uso de aumento de tarifas como chantagem para reduzir a resistência e aumentar a adesão.

Essa é a percepção de quem acompanha de perto a política externa e tem foco na ainda maior potência política, econômica e bélica. Aliás, é justamente pelo temor, ou constatação, de que esse poder não dura para sempre e está cada vez ameaçado, sobretudo pela China, que Donald Trump traçou sua estratégia na geopolítica internacional. Sua ação pode ser vista tanto como ataque quanto como defesa.

FORA DOS NÚMEROS – Apesar das críticas, da impopularidade e da derrota dos democratas, Joe Biden deixa a presidência com um crescimento maior do que o previsto, a inflação dentro da meta e o menor desemprego em décadas, enquanto a China, apesar de manter altos índices de desenvolvimento, surpreendeu para menos. Mas isso são detalhes. A guerra não está nos números.

Trump volta à presidência com uma força inquestionável, montando um gabinete duro e leal, enfrentando adversários sem líderes e com aliados que dominam as principais armas nas guerras modernas: Elon Musk, do X, e Mark Zuckerberg, da Meta, dona de Facebook, Instagram e WhatsApp, e procura-se um comprador para o TikTok.

E ele ao chocar o mundo com suas ameaças de dominação, através da anexação do Canal do Panamá, da Groenlândia e do Canadá inteiro. Parece loucura? Pois é tática.

BARRADOS NO BAILE – E nós diante de tudo isso? Basta ver quem foi para a posse. Apesar de posses de presidentes nos EUA serem historicamente um evento para dentro do país, não para fora, com ex-presidentes, autoridades e astros americanos, Trump convidou líderes da direita e o presidente da Argentina, Javier Milei, já carimbado como seu principal aliado, talvez não só na América do Sul, mas em toda a América Latina.

Para o Brasil, o convite não foi para o presidente, mas para o ex-presidente. Alexandre de Moraes questionou o convite meio mambembe, depois pediu a posição da PGR, negou entregar o passaporte para Jair Bolsonaro ir à posse e recusou o recurso da defesa.

Bolsonaro ficou choramingando no aeroporto, enquanto Michelle embarcou para representá-lo. Não custa lembrar que, inelegível, ele tem ciúme, medo e às vezes raiva de qualquer um, ou uma, que possa substituí-lo ou disputar com ele nas pesquisas.

CAIR NA REAL – Depois da festa e do gelo do inverno rigoroso, vem a realidade. A expectativa é que, apesar da distância evidente entre Trump e LULA, nada mude nos programas de cooperação e no comércio, por exemplo. A diplomacia e os setores privados se movem.

Desde a eleição, Lula só cumprimentou Trump pelo X. E, além de estar na presidência dos Brics neste ano, já sinaliza que fará nova viagem a Pequim em maio. Os Brics são percebidos com desconfiança pelos EUA, por se oporem ao dólar como moeda internacional e por alavancarem o protagonismo da China.

Lula mal disfarça que tem lado, mas o Brasil está numa típica “escolha de Sofia” e, quanto menos se meter na disputa de gigantes, melhor para os interesses brasileiros.