Amar a morte como quem ama a vida, recomendava Mário de Andrade

Retrato de Mário de Andrade, por Lasar Segall

Paulo Peres
Poemas & Canções

O romancista, musicólogo, historiador, crítico de arte, fotógrafo e poeta paulista Mário Raul de Moraes Andrade (1893-1945) confessa, no poema “Quarenta Anos”, que pretende amar a morte com o semelhante engano que amou a vida.

QUARENTA ANOS
Mário de Andrade

A vida é para mim, está se vendo, 
Uma felicidade sem repouso;
Eu nem sei mais se gozo, pois que o gozo
Só pode ser medido em se sofrendo.

Bem sei que tudo é engano, mas sabendo
Disso, persisto em me enganar… Eu ouso
Dizer que a vida foi o bem precioso
Que eu adorei. Foi meu pecado… Horrendo

Seria agora que a velhice avança,
Que me sinto completo e além da sorte,
Me agarrar a esta vida fementida.

Vou fazer do meu fim minha esperança,
Oh sono, vem!…Que eu quero amar a morte
Com o mesmo engano com que amei a vida.

Delfim Netto, eventual conselheiro de Lula, morreu em agosto e faz falta

Lula seguia os conselhos de Delfim e não tem mais guru

Elio Gaspari
O Globo

Diante da carestia dos alimentos, Delfim poderia mostrar a Lula como é possível fabricar quedas artificiais ou momentâneas de preços. Poderia, sobretudo, mostrar que algumas medidas servem para nada.

Confrontados com a carestia, presidentes e hierarcas passam por duas fases. Na primeira, culpam o povo que compra gêneros caros (Lula já queimou essa etapa). Na segunda, acreditam em medidas pontuais (Lula entrou nesse estágio).

SOLUÇÕES MÁGICAS – Delfim alertaria o presidente contra os colaboradores que oferecem soluções mágicas. Nesse ramo, ele superou o grande Houdini, mas não acreditava nos próprios truques. Ele conhecia as limitações do poder de Brasília e por isso tornou-se um valioso conselheiro longe dela.

Na quinta-feira, o vice-presidente Geraldo Alckmin reuniu hierarcas para anunciar medidas de combate à carestia. Repetiu-se o cenário do anúncio do pacote de contenção de gastos, anunciado por Haddad. Estava todo mundo lá, menos Lula. Como disse um sábio à época, se fosse para dar certo, Lula faria o anúncio.

Lula não dispõe mais dos conselhos de Delfim e está diante de um processo de fritura de Fernando Haddad, seu ministro da Fazenda. Trata-se de uma fritura especial. Há quem traga o óleo e também a frigideira, mas falta o sujeito que controla o fogão e ele é o presidente da República.

EXEMPLO DE PALOCCI – Lula não fritou Antonio Palocci no seu primeiro mandato, apesar dos sinais emitidos por Dilma Rousseff, chefe de sua Casa Civil (hoje, quem está na cadeira é Rui Costa, com sua malquerença em relação a Haddad).

Como ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento, Delfim mandou na economia até 1985. Deixou o governo com a inflação em 224% enquanto cantava-se “o povo está a fim da cabeça do Delfim” (ele tinha na sua sala um Delfim sem cabeça emoldurado).

Depois que ele foi embora, fritaram-se nove ministros da Fazenda, até que Itamar Franco colocou Fernando Henrique Cardoso na cadeira. Ambos sabiam o que fazer, a inflação foi derrubada e o Brasil voltou a ter uma moeda, o real. Fritar ministros era fácil. Difícil era decidir o que fazer.

Graças ao Banco Central, a inflação está contida, mas a carestia está solta e o governo, sem saber o que fazer, mostra que sabe organizar eventos. No de quinta-feira, o som das perguntas falhava.

Redução de imposto para alimentos ainda não chegou às mesas dos brasileiros

Preços são também afetados pela especulação que se reflete no consumo

Pedro do Coutto

Os cortes dos tributos anunciados pelo governo ainda não chegaram às mesas dos brasileiros. É importante acentuar que medidas que ficam no papel não têm nada a ver com os preços da realidade. O café, a carne, o açúcar, o feijão, o arroz formam uma dieta praticamente obrigatória das pessoas que trabalham e que têm que se alimentar diariamente. Inclusive, a alimentação é um item insubstituível na disposição de todos nós.

A proposta da União, divulgada no início do mês, pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, incide sobre nove alimentos que compõem boa parte da cesta básica do brasileiro.

INSENÇÃO – O problema é que a maioria dos produtos anunciados com imposto zerado são provenientes de países vizinhos do Mercado Comum do Sul (Mercosul) — formado por Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina —, já beneficiados com a isenção na tributação.

Surpreende colocar a carne, um item de aquisição, no mercado externo, quando o Brasil é um grande exportador para os cenários internacionais. O mesmo se dá com o café. A confusão se estabelece entre a importação e a exportação, entre o consumo interno e externo.

SEM SENTIDO – Não se pode ficar pensando no que deve vir a acontecer nos mercados internacionais. O Brasil é um dos maiores do mundo em matéria de alimentos. Não faz sentido que ele se transforme de exportador em importador. É uma pergunta que fica no ar e para qual não se encontra resposta lógica,

Os preços são também afetados pela especulação que se reflete no dia a dia de todos e no consumo. O problema é que os gestos não acompanham as palavras. Na hora H do consumo é que são elas.

Vejamos mais uma etapa de quando os preços efetivamente baixarão. É uma luta complexa entre os preços do mercado, pois há a oferta e a procura, mas por cima de tudo existem os interesses particulares. Quando se busca lucro, o esquema se torna fatal. Pode ficar na lembrança tudo o que tem ocorrido até agora. É difícil enfrentar uma equação tão complexa que movimenta o mercado.

Bolsonaro tem de escolher um candidato substituto que não o traia

Bolsonaro chora após ser impedido de ir à posse de Trump

Bolsonaro sabe que não terá chances no julgamento do STF

Diogo Schelp
Estadão

Jair Bolsonaro disse que só morto indica outro candidato para disputar a Presidência em 2026. Ele já errou outras vezes em previsões em que atrelou sua morte ao seu futuro político. Em 2021, em um dos muitos momentos em que flertou com a recusa em deixar o cargo, disse que só encerraria o mandato preso, morto ou com vitória.

Não foi preso, não morreu e tampouco foi vitorioso. Optou pelo aeroporto às vésperas da posse de Lula, depois de meses conspirando nos bastidores para precipitar algum tipo de ruptura institucional.

NA PORTA DA PRISÃO – Em 2026, só será diferente em um ponto: é provável que até lá Bolsonaro esteja, de fato, preso. Na melhor das hipóteses, para ele, continuará eleitoralmente morto como está agora, ou seja, inelegível.

Ninguém duvida que acabará indicando um candidato para concorrer à Presidência em seu lugar. A questão é quando fazê-lo. Agora ou na última hora?

Um dos problemas de Bolsonaro é sua incompetência para tomar a melhor decisão no momento certo quando as variáveis são muito complexas. A sua gestão desastrosa da pandemia é a prova disso.

PROBLEMA COMPLEXO – Saber o momento certo de parar de insistir no próprio nome como candidato da direita populista é complexo porque nenhuma das opções é muito boa para Bolsonaro.

Se jogar a tolha agora, ele perde a aura de único líder legítimo do seu nicho eleitoral e, com ela, a possibilidade de elevar o custo político de uma eventual condenação por tentativa de golpe de Estado, entre outros crimes que estão sendo analisados pelo STF. Um líder populista nunca pode deixar de alimentar a ideia de que é insubstituível.

Se, por outro lado, Bolsonaro deixar para a última hora a escolha de um sucessor, acabará criando dois problemas. O primeiro é que haverá menos tempo para trabalhar o nome de sua preferência junto ao eleitorado. O segundo é que isso estimula a fragmentação da direita em diversos pré-candidatos, alguns dos quais já estão querendo demonstrar que não precisam da bênção do ex-presidente.

MENORES CHANCES – Nos dois casos, o efeito é diminuir as chances de vitória de um candidato endossado por Bolsonaro. A popularidade do atual governo está derretendo, mas Lula ainda é a opção mais viável para a esquerda em 2026. E ainda não surgiu um nome moderado forte o suficiente para livrar o País dos extremos políticos.

Há um terceiro cálculo a ser feito, caso Bolsonaro reconheça, pelo menos para si mesmo, que não irá recuperar sua elegibilidade e que há uma grande chance de que venha a ser preso.

A sua melhor opção, nesse cenário, é que o candidato vitorioso na eleição de 2026 seja alguém que aceite lhe conceder a graça presidencial assim que tomar posse, ou seja, que decrete a extinção de eventuais punições que tenham sido impostas a ele.

CUMPRIR PENA – Mas isso significaria admitir a hipótese de passar pelo menos alguns meses na cadeia e exigiria uma confiança muito grande no sucessor escolhido.

Alguém minimamente racional ficaria tentado a pensar que pode ser melhor deixar o mentor na cadeia do que solto, exigindo cargo no governo, fazendo articulações políticas e tomando decisões pelas costas do pupilo. Rei morto, rei posto. Uma alternativa familiar (a esposa Michelle ou o filho Eduardo, por exemplo) parece mais segura, mas um ou uma Bolsonaro do B teria menos chances contra Lula – e daí Bolsonaro continuaria preso.

Além de afirmar que só morto nomearia um candidato alternativo, Bolsonaro também diz que, se existisse um “motivo justo” para ele estar inelegível, “arrumaria uma maneira de fugir”. Entre a cadeia e o perdão, o aeroporto (após um pedido de asilo em alguma embaixada) parece uma opção cada vez mais factível para o ex-presidente.

Contratos de corrupção fechados com a OEI têm as digitais de Janja

Jabonero ficou íntimo da sua “coordenadora” no Brasil

Carlos Newton

Desde a libertação de Lula da Silva em 2019, quando apresentou publicamente a namorada Rosângela da Silva, a Janja, os operadores do esquema de corrupção da ONG Organização dos Países Ibero-Americanos se interessaram em se aproximar dela, para facilitar o fechamento de contratos lesivos com o governo federal.

Não foi difícil estabelecer esse relacionamento, ainda em 2022, durante a chamada transição, porque os espanhóis da OEI recorreram ao influente petista Leonardo Barchini, servidor de carreira do Ministério da Educação, que eles conheciam desde contrato anterior com o MEC, celebrado no governo Michel Temer.

SOB NOVA DIREÇÃO – Na transição, Barchini foi confirmado como secretário-executivo adjunto do MEC, o número 3 na hierarquia do ministério, mas nem chegou a esquentar a cadeira, como se dizia antigamente. Em janeiro de 2023, poucos dias após tomar posse, ele pediu licença ao MEC para assumir como diretor da ONG Organização dos Países Ibero-Americanos.

Com a maior facilidade, o novo diretor petista da OEI trabalhou para se aproximar simultaneamente da primeira-dama Janja Lula da Silva e da ministra da Cultura, Margareth Menezes, que são amigas. Daí para a frente, tudo ficou mais fácil.

Em abril de 2023, ainda no início da gestão do marido, a primeira-dama aceitou em Madri um convite da OEI e se tornou “coordenadora” da ONG no Brasil, conforme ela mesma anunciou nas redes sociais.

APOIO DE JANJA – O secretário-geral da ONG, Mariano Jabonero, praticamente abandonou Madri e passou a viver em Brasília, onde era solenemente recebido pelas autoridades da República, devido ao apoio ostensivo de Janja da Silva.

Ao mesmo tempo, Leonardo Barchini ia espalhando propostas pelos ministérios e órgãos federais, para a assinatura de milionários contratos de “contribuições voluntárias”, sem licitação ou fiscalização, que a OEI assinava, a pretexto de haver “cooperação entre as partes visando a preparação, organização e realização”, de eventos culturais, científicos, administrativos etc.

Em tradução simultânea, a ONU ganha milhões, milhões e mais milhões se oferecendo para ajudar o governo a fazer justamente aquilo que é obrigação estrita dele.

RECONSTRUINDO O BRASIL – Na sua ingenuidade grotesca, sempre se intrometendo em assuntos de governo e influindo diretamente neles, a primeira-dama Janja Lula da Silva adorava (e adora) divulgar suas supostas realizações.

Assim, em 1º de novembro de 2023, recebeu no Planalto o diretor do OEI Leonardo Barchini, para conversar sobre o planejamento da Rede de Inclusão e Combate à Desigualdade no país.

“Debatemos ideias para trabalhar transversalmente as questões de gênero e conexões com as iniciativas que já venho desenvolvendo”, disse a primeira-dama em seu perfil no X (ex-Twitter). E completou: “Assim como este, os próximos anos serão de muito trabalho pela reconstrução do Brasil”.

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P.S.
Reconstrução ou destruição do Brasil? Como já está mais do que provado, Janja da Silva não sabe ser primeira-dama e leva o governo a cometer erros gravíssimos. Quando começou a namorar com ela na prisão de Curitiba, sob os auspícios do compreensivo carcereiro da Polícia Federal, certamente Lula da Silva jamais poderia imaginar os problemas que sua nova companheira causaria a ele e ao país. Para os interesses da nação, teria sido melhor se Lula continuasse com a segunda-dama Rosemary Noronha, que também gostava de viajar ao exterior, porém era mais discreta e dava menos prejuízos ao Brasil com o cartão corporativo. (C.N.)

Washington Post teria se tornado o jornal oficial de Donald Trump?

Fake editions of The Washington Post handed out at multiple locations in D.C.

Jeff Bezos, dono do jornal, abandona a imparcialidade

Juliano Spyer
Folha

A noção de que “um bom jornal é uma nação conversando consigo mesma” deixou de ser verdade para The Washington Post. Desde a semana passada, a publicação aceita apenas artigos opinativos que defendam as liberdades individuais e econômicas. Teria se tornado, como dizem os críticos, o veículo de notícias oficial do trumpismo?

“A sociedade não precisa de jornais, o que precisamos é de jornalismo”, escreveu em 2008 Clay Shirky, professor e pesquisador da Universidade de Nova York. Para ele, o desafio era deixar de pensar em salvar jornais como modelo de negócio para, em vez disso, salvar a sociedade. Isso traria a motivação para reimaginar o jornalismo a partir de outros modelos.

CONTESTAÇÃO – O jornalista e pesquisador russo Andrey Mir, ligado à Universidade de York, no Canadá, aprofunda essa análise. Em seu livro mais famoso, “Post-Journalism and the Death of Newspapers” (Pós-Jornalismo e a Morte dos Jornais), ele argumenta que o trumpismo evoluiu a partir do mesmo contexto que produziu movimentos de contestação como a Primavera Árabe e o Occupy Wall Street.

Mir sustenta que não há uma intenção maliciosa ou uma conspiração por trás da polarização política. O modelo de negócio de veículos tradicionais como o Washington Post dependia da fabricação de consensos para agregar leitores com visões de mundo diferentes.

Mais leitores significavam mais receita publicitária. Mas a horizontalização do acesso à mídia tornou esse modelo obsoleto.

ESTÃO DISPONÍVEIS – Por que pagar por notícias se elas não estão mais limitadas à materialidade do papel, do rádio ou da TV e podem ser copiadas, coladas e redistribuídas infinitamente online? E como competir pela atenção do público com youtubers que entregam seu conteúdo gratuitamente nas redes sociais?

Jeff Bezos, bilionário dono do Washington Post, justifica a mudança na política editorial do jornal com base nessa mesma lógica da abundância de conteúdo. Em nota publicada no X, ele afirmou que, no passado, os jornais ofereciam aos leitores “uma seção de opiniões de base ampla que buscava cobrir todas as visões. Hoje, a internet faz esse trabalho”.

A teorização de Mir explica a trajetória recente dos jornais — não apenas do Washington Post — de substituir a fabricação de consensos pela escolha de um dos lados do debate político polarizado. Em um cenário em que todos têm acesso à mídia, é o dissenso, e não mais o consenso, que impulsiona a mensagem.

VAQUINHAS ONLINE – Essa mudança, segundo Mir, força o jornalismo a se transformar em “propaganda financiada por vaquinhas online”. O apelo para financiar o serviço passa a ser “defender a democracia” ou “combater o comunismo”.

“Os membros pagantes não pagam para receber as notícias (eles já as conhecem)”, escreve Mir. “Eles pagam para que as notícias sejam distribuídas para outros.”

A polarização não é um efeito colateral, mas uma condição para o sucesso desses negócios. Pessoas mais ansiosas tendem a apoiar mais seu veículo preferido. A perspectiva que Mir apresenta sugere que publicações como o New York Times, que criticaram a decisão de Bezos, estão mais próximas do Washington Post do que admitem.

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGEsse “alinhamento” do jornal a uma determinada corrente de opinião representa a morte do jornalismo e um gravíssimo retrocesso social. Significa abandonar a busca do que é certo e conveniente. A humanidade não merece isso, sinceramente.  (C.N.)

A participação do governo Lula no PIB parece um gol feito com a mão…

PIB é tema das charges desta sexta-feira; confira - Fonte 83

Charge do Quinho (Charge Online)

Mario Sabino
Metrópoles

O PIB do Brasil cresceu 3,4%, o melhor resultado desde o 2021 da imediata pós-pandemia, quando a alta foi de 4,8%, divulgou o IBGE, aquele instituto em vertigem desde que o diligente petista Marcio Pochman assumiu a presidência.

Viva, salve, ainda estamos aqui etc. Mas cresceu e desacelerou no quarto trimestre, com a queda no consumo das famílias, apontando para um 2025 mais difícil. Essa é a versão bem-comportada do noticiário econômico.

REPELENTE DE LEITOR – Parêntese. No jornalismo, sinal de porcentagem funciona como repelente de leitor, mas não há o que fazer: de vez em quando, nós nos vemos obrigados a abordar assuntos matemáticos. Fecha parêntese. Persista, por favor.

Depois da leitura da notícia, fui espiar a imprensa americana — e eis que há uma notícia sobre Produto Interno Bruto por lá. Donald Trump quer mudar a forma de calcular o PIB e o crescimento econômico.

O secretário de Comércio do governo americano, Howard Lutnick, disse à Fox News que, “historicamente, os governos têm brincado com o PIB. Eles contam as despesas governamentais como parte do PIB. Vamos então, separar as duas partes (o que é governo e o que é mercado) e tornar isso transparente”.

FALSO CRESCIMENTO – “Se o governo compra um tanque, isso é PIB”, afirmou Lutnick. “Mas pagar mil pessoas para pensar em comprar um tanque não é PIB. Isso é ineficiência, dinheiro desperdiçado.”

A transparência não é o maior interesse de Donald Trump. Com as demissões de dezenas de milhares de funcionários e demais cortes nos gastos do governo que ele está promovendo por meio do Departamento de Elon Musk, o crescimento do PIB dos Estados Unidos pode sofrer desaceleração.

Donald Trump quer, assim, atenuar o eventual efeito negativo da comparação com o PIB sob Joe Biden, mostrando que o crescimento da economia do país na administração do antecessor se deveu, em boa parte, ao empurrão proporcionado pela expansão das despesas governamentais.

CONFIRA A REALIDADE – Feita a observação, volte-se aos números. Nos Estados Unidos, em 2023, a participação dos gastos do governo no PIB foi de 36%, segundo o Fundo Monetário Internacional; no Brasil, foi de 45%, e essa porcentagem deve estar agora em 47%, por aí, por causa da aposta no Bolsa Família, do aumento das despesas assistenciais e previdenciárias e do salário mínimo acima da inflação.

Aonde quero chegar? Já cheguei: na versão mal-comportada do noticiário econômico, a participação do governo Lula no PIB parece gol de mão, e nossa economia não é handebol.

Dúvida cruel! Onde há mais democracia hoje: nos EUA ou no Brasil?

Presidente norte-americano Donald Trump em sessão no Congresso dos Estados Unidos

Trump não ameaça em nada a democracia americana

J.R. Guzzo
Estadão

É curioso, na excitação nervosa que ferve nas classes civilizadas quando mencionam os nomes “Donald” e “Trump” na mesma frase, observar a condição indispensável que exigem para começar qualquer conversa a respeito: é proibido pensar. Você aceita, logo de cara, que Trump é a maior calamidade que o gênero humano já conheceu?

 Então podemos começar o debate. Você acha mais correto examinar primeiro os fatos, e fazer um raciocínio lógico sobre as ações concretas do novo presidente americano até agora, e só depois dar o seu julgamento? Aí não tem debate.

NA IGREJA ANTIGA – É como na Igreja de outras eras. Ou o sujeito é católico, acredita nos santíssimos sacramentos e obedece ao que diz o padre, ou não. Se proceder de acordo com essas condições contratuais, pode aspirar à salvação. Tem sido assim com Trump. É proibido fazer perguntas objetivas no assunto, como era proibido perguntar sobre o funcionamento objetivo da Santíssima Trindade. É questão de fé e de doutrina; não mexa com essas coisas.

Se fosse possível lidar com a “questão Trump” de maneira racional, seria interessante, por exemplo, começar perguntando o seguinte: como, e por que, um país que tem Alexandre de Moraes pode estar preocupado com as ameaças que, segundo o pensamento oficial, Trump estaria trazendo à democracia nos Estados Unidos e no mundo?

O governo, a esquerda e nossas classes culturais se dizem apavoradas com Trump. Tudo bem, mas onde há mais democracia nesse preciso momento – nos Estados Unidos ou no Brasil?

ATOS DE TRUMP – O presidente americano tem falado sobre aumento nas taxas de importação – mais falado do que feito, aliás. É intolerável, dizem nossos pensadores. Mas não é permitido perguntar como seria, em cima de fatos e números da vida real, essa anunciada destruição da economia global.

Trump quer cortar 20% dos gastos do governo com a eliminação de despesas inúteis e fraudulentas. E se o Brasil fizesse a mesma coisa? Seria bom ou ruim?

Mais: alguém acredita que os desperdícios e ladroagens do governo brasileiro sejam de apenas 20% do orçamento público? E os imigrantes ilegais – por acaso o Brasil aceita imigração ilegal?

SINUCA DE BICO – Na questão da Ucrânia, uma das que mais enfureceu os comunicadores do time civilizado até agora, formou-se uma sinuca de bico. O presidente da Ucrânia é descrito com um herói por defender os interesses da Ucrânia.

Por que o presidente americano não pode defender os interesses americanos? Ele acha que a população do seu país não vai ganhar nada se continuar jogando centenas de bilhões de dólares numa guerra que não pode ser vencida.

O Brasil aceitaria isso? Não. Mas pensar, em relação a Trump, não é uma opção.

Ao atacar o agronegócio, Lula consegue desautorizar Haddad, Alckmin e Fávaro

Lula em discurso em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Campo do Meio (MG)

A cada discurso, Lula prejudica o governo e seus ministros

Eliane Cantanhêde
Estadão

Ao ameaçar o agronegócio com “medidas drásticas”, caso os preços dos alimentos não caiam, o presidente Lula não apenas deu uma de Donald Trump como desautorizou o seu vice, Geraldo Alckmin, e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que se esfalfaram para dar garantias para a sociedade, produtores, distribuidores, atacadistas e redes de supermercados de que não haveria “soluções heterodoxas”. Todo o esforço foi jogado no lixo.

Neste momento tenso no Brasil e no mundo, Lula subiu no palanque justamente num evento do MST e no dia do anúncio de um PIB animador para, mais uma vez, matar a boa repercussão do PIB e conquistar manchetes amargas por toda parte, reforçando a percepção de que insiste em repetir os erros de Dilma Rousseff e descambar perigosamente para uma esquerda sem rumo.

MÉDIDAS DRÁSTICAS – Acenar com “medidas drásticas” é desmentir Alckmin e Fávaro, que vinham negando categoricamente taxação, que remete ao desastre do Pix e às loucuras de Trump; controle de preços, que traz de volta o fantasma dos “fiscais de Sarney”; e cotas de importação, que os produtores não querem nem ouvir falar. E onde fica Fernando Haddad, que tem muito a ver com o comemorado crescimento de 3,4% em 2024?

Lula tem razão ao reclamar dos preços de café, ovo, milho…, como qualquer um faz, mas dizer que “não quer brigar com ninguém” é coisa de quem está exatamente buscando briga. E logo com quem?

Ora, com o agronegócio, que historicamente já tem um pé atrás com ele e o PT, sofreu bastante com seca, cheias, fatores externos e disparada do dólar em 2024 e, depois de ser a “pièce de résistance” nas duas recessões de Dilma e na pandemia, recuou 3,2% no PIB de 2024. Desta vez, o bom desempenho da economia foi graças à indústria e a serviços.

ARMAS LIMITADAS – É verdade que o governo tem instrumentos limitados para conter a inflação da mesa do brasileiro, mas zerar o imposto de importação de café, carnes e açúcar, por exemplo, não deve mudar nada, só atrai dúvidas de especialistas quanto à eficácia e mais animosidade entre produtores, preocupados com a competição.

O Brasil é grande exportador e o impacto de corte de impostos em importações modestas tende a ser pequeno, mas serve para alimentar as críticas do agro.

E, assim como no debate sobre o pacote da segurança de Ricardo Lewandowski, os governadores de oposição também jogaram na fogueira da polarização a proposta de Alckmin de zerar o ICMS (imposto estadual) de alimentos. O que está na mesa não é a comida do povo e nem mesmo as alegadas dificuldades econômicas dos Estados, é principalmente a disputa eleitoral e as ambições de 2026.

BATER DE FRENTE – Para reforçar a imagem de esquerda, Lula não se satisfaz em potencializar as recentes medidas populares, como a própria proposta para alimentos, impedir o aumento de 6% na conta de luz no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, liberar o FGTS de quem tinha optado pelo saque-aniversário e a isenção do IR para renda até R$ 5 mil. Ele precisa também bater de frente com o agro, o mercado, a “turma de cima”. O que lucra com isso?

Nesta segunda-feira, Gleisi Hoffmann volta ao Planalto, agora na Articulação Política, e Alexandre Padilha, ao Ministério da Saúde. Ela foi chefe da Casa Civil e ele ocupou o mesmo cargo no governo Dilma, de onde conduziu o “Mais Médicos”, que a categoria rejeitou e retaliou depois ao apoiar maciçamente Jair Bolsonaro em 2022 – depois de todas as suas manifestações e decisões macabras na pandemia.

Lula despachou Dilma para o banco dos Brics para mantê-la bem longe, mas Dilma nunca esteve tão próxima.

Comparado com novos 007s, Connery se veria como um Bond “shakespeariano”

Um dia para ver o James Bond de Sean Connery - Blog de Hollywood

Sean Connery tentou fugir do personagem, mas não conseguiu

Ruy Castro
Folha

Um romance policial de 1967, “A Dandy in Aspic”, de Derek Marlowe, conta a história de um espião inglês encarregado de matar um colega de serviço secreto suspeito de estar a soldo do inimigo. Até aí, é uma trama comum da ficção de espionagem. O problema é que o agente de que se suspeita é ele próprio, disfarçado, fazendo-se passar por um operador a serviço de uma potência estrangeira. E tão bem que nem seus superiores sabiam. É como se Sean Connery tivesse de matar James Bond.

Pois não é que, na vida real, isso aconteceu? Connery, revelado como Bond em “O Satânico Dr. No” (1962) e consagrado nos filmes seguintes (“Moscou Contra 007”, 1963; “007 contra Goldinger”, 1964; e “007 Contra a Chantagem Atômica”, 1965), não queria tornar-se sinônimo do personagem. Em sua cabeça, ele é que consagrara Bond, não o contrário. O problema é que não era ninguém antes de “Dr. No” e só foi escolhido porque a mulher de Harry Saltzman, coprodutor da série, admirou-o sem camisa num filme e cabalou por ele com o marido. Saltzman aceitou: Sean era barato, e ninguém sabia que James Bond seria uma mina de ouro.

TENTOU FUGIR – Connery tentou fugir de Bond, mas em vão. Teve de voltar a ele em “Com 007 Só Se Vive Duas Vezes” (1967),  e”007 Os Diamantes São Eternos” (1971), porque seus filmes fora da série, alguns bons, não tinham a bilheteria dos 007s.

Uma biografia, “The Measure of a Man”, de Christopher Bray, revela um Connery não tão admirável: inseguro, invejoso (não suportava que Clint Eastwood cobrasse mais do que ele para trabalhar) e violento (agrediu sua primeira mulher, Diane Cilento, respeitada atriz shakespeariana).

Connery, que morreu em 2020 aos 90 anos, nunca foi superado como Bond, mas também não o superou. Porém tudo isso promete mudar porque, com a venda de seus direitos para a Amazon, 007, já há muito corrompido pelos efeitos especiais, agora é que não será mais o mesmo.

Comparado com os 007s que vêm por aí, Sean Connery se veria como um James Bond quase shakespeariano.

Conclave do Vaticano é o próximo grande objetivo político de Trump

Quem é J.D. Vance, novo vice-presidente dos EUA

Trump e Vance querem incluir também na política da Igreja

Jamil Chade
do UOL

Permeado por católicos ultraconservadores e tradicionalistas, o governo de Donald Trump colocou o conclave como seu próximo grande objetivo político. Com a participação da diplomacia americana, de deputados da base mais conservadora e uma rede de entidades religiosos, a Casa Branca tenta influenciar a direção que pode tomar a escolha do novo papa, caso Francisco tenha de renunciar ou não sobreviva a seus problemas de saúde.

Fontes em Washington confirmaram ao UOL que os trabalhos já começaram. Ainda em dezembro, Trump anunciou a escolha de Brian Burch como o embaixador dos EUA na Santa Sé. No Vaticano, o gesto foi considerado como uma declaração de guerra contra o papa Francisco e sua linha de atuação.

ACUSAÇÕES AO PAPA – Nos últimos anos, Burch acusou o papa de populismo, e de “criar confusão” ao permitir que padres abençoem casais do mesmo sexo e de flexibilizar na doutrina. Ele ainda tem sido um crítico da decisão de Francisco de destituir líderes católicos conservadores de seus cargos, entre eles o arcebispo Carlo Maria Vigano, excomungado.

Um sentimento de indignação ainda tomou conta dos mais radicais quando o papa afastou o bispo Joseph Strickland de sua diocese no Texas ou quando houve a retirada de benefícios do cardeal Raymond Burke.

Mas é nos bastidores que sua atuação é mais esperada neste momento. O cálculo do governo americano é de que, mesmo que o pontífice não morra no curto prazo, os próximos quatro anos serão decisivos para influenciar a escolha do novo papa. Trump terminará seu mandato com um papa que, se vivo, terá 92 anos.

DIVULGAR NOMES – Preparar o conclave, portanto, se transformou em um objetivo político da Casa Branca. Ainda que o voto seja exclusividade de cardeais e que muitos deles tenham sido nomeados por Francisco, a percepção é de que se pode criar um “clima” de pressão e, desde já, articular nomes que poderiam se apresentar como alternativas a uma continuação da gestão de Francisco.

Do lado político, reconquistar o Vaticano seria estratégico para permitir que a agenda ultraconservadora americana ganhe a benção e a chancela diplomática da Santa Sé para ser difundida pelo mundo.

Ao anunciar seu embaixador em Roma, Trump escancarou a relação entre a política, a fé e sua escolha. “Brian é um católico devoto, pai de nove filhos e presidente da CatholicVote. Ele recebeu inúmeros prêmios e demonstrou uma liderança excepcional, ajudando a construir um dos maiores grupos católicos de defesa de direitos do país”, anunciou o republicano.

OPTARAM POR TRUMP – O presidente lembrou que Burch “me representou bem durante a última eleição, tendo obtido mais votos católicos do que qualquer outro candidato presidencial na história”. Os dados de fato confirmaram que os católicos optaram por Trump por uma margem de 20 pontos e foram decisivos nos estados decisivos no Cinturão da Ferrugem e no Sudoeste.

Burch sinalizou que sua missão no Vaticano iria muito além de representar Trump e, em sua declaração pública, omitiu qualquer referência ao papa. “Estou comprometido em trabalhar com líderes dentro do Vaticano e com a nova administração para promover a dignidade de todas as pessoas e o bem comum”, disse.

Nos bastidores, sua entidade CatholicVote tem sido fundamental para solidificar a aliança entre as alas mais conservadoras dos EUA e os republicanos. Desde 2009, o grupo fez doações de US$ 2 milhões para as campanhas de mais de 40 deputados do partido de Trump.

COM BANNON – Ele se aliou, em 2018, a Steve Bannon para rastrear dados de localização de celulares para enviar mensagens a pessoas que estavam nas igrejas para que fossem votar. A CatholicVote também foi usada para mobilizar o voto católico em 2024.

Nos corredores do Congresso e nos governos estaduais, a entidade é uma organização de lobby que luta contra o direito ao aborto, contra o movimento LGBT e apoia o fechamento de fronteiras.

Sua entidade ainda abriu processos judiciais contra bispos, contra o governo de Joe Biden e até contra aliados do papa. Em 2023, a CatholicVote arrecadou cerca de US$ 500 mil para tentar alterar a Constituição do Kansas para que o direito ao aborto fosse removido. O processo fracassou.

UMA DAS PEÇAS – Fontes em Washington explicaram ao UOL que Burch é apenas uma das peças da engrenagem, ainda que crítica. Dentro do governo, os católicos mais tradicionais contam com representantes de peso, entre eles Tom Homam, o “czar das fronteiras”, Karoline Leavitt, a porta-voz da Casa Branca, e JD Vance, o vice-presidente.

Também são católicos Linda McMahon, secretária de Educação, Elise Stefanik, embaixadora para a ONU e que afirmou que Israel tem “direito bíblico” sobre as terras palestinas. A lista ainda inclui Marco Rubio (Departamento de Estado), Sean Duffy (Transporte), o diretor da CIA, John Ratcliffe, e Robert F. Kennedy Jr., na Saúde.

Ao mesmo tempo, a Casa Branca cortou o financiamento de entidades ligadas ao papa Francisco, como a Catholic Relief Service.

O PAPA REAGE – Vaticano respondeu, mudando de última hora a escolha do arcebispo de Washington DC e colocando o cardeal Roberto McElroy no cargo. O religioso tem sido um dos principais críticos da política de Trump. Se não bastasse, Francisco enviou uma carta aos bispos americanos, atacando medidas de deportação do novo presidente.

A reação da Casa Branca foi imediata. Homam sugeriu que o papa se ocupasse de sua própria instituição, enquanto JD Vance disse que o argentino “precisa se olhar no espelho”.

No último dia 28, num encontro com católicos, coube justamente ao vice-presidente liderar uma oração pela saúde do papa. Mas ele concluiu sua fala indicando as discordâncias entre o papa e seu governo.

Rumble “ignora” a ordem de Moraes e mantém Allan dos Santos no ar

Para se manter, Allan dirige Uber nos Estados Unidos

Andreza Matais
do UOL

Duas semanas depois da ordem do STF (Supremo Tribunal Federal), a plataforma de compartilhamento de vídeos Rumble continua sem cumprir as determinações para voltar a operar no Brasil.

O ministro Alexandre de Moraes ordenou às operadoras de internet, em 21 de fevereiro, que bloqueassem o acesso à rede social enquanto não nomeassem um representante legal no Brasil e suspendessem a conta do blogueiro bolsonaristas Allan dos Santos, que está foragido nos Estados Unidos.

CONSPIRADOR – Santos é acusado de conspirar contra o regime democrático para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder a despeito da derrota eleitoral. Ele teve a prisão decretada em 2021 por obstrução de Justiça, ameaça e crimes contra a honra. Desde então, está foragido e segue atuando por meio da Rumble, rede utilizada principalmente pela extrema direita e conservadores por não ter filtros.

O ministro também determinou pagamento de multa de R$ 50 mil por dia até que a plataforma regularize sua atuação. O valor cobrado da Rumble já chega a cerca de R$ 800 mil.

“Determino a suspensão imediata, completa e integral, do funcionamento do ‘Rumble INC.’ em território nacional, até que todas as ordens judiciais proferidas nos presentes autos — inclusive com o pagamento das multas — sejam cumpridas e seja indicada, em juízo, a pessoa física ou jurídica representante em território nacional”, disse Moraes na decisão.

OUTRA BRIGA – Como antecipado pela coluna, a ordem de bloqueio foi acatada até mesmo pela Starlink, de Elon Musk. O empresário trava um embate público com Moraes ao lado de Donald Trump, presidente dos EUA. Trump acusa o ministro brasileiro de censurar empresas norte-americanas. A Rumble também assina a ação.

O gabinete de Moraes entende que a ordem para retirar os posts de Allan dos Santos foi cumprida quando a plataforma foi retirada do ar por sua decisão. A rede segue, contudo, bloqueada por ignorar a determinação de Moraes para nomear representante no Brasil.

No ano passado, a Starlink foi ameaçada por Moraes de ter suas atividades suspensas e de ser multada, caso não bloqueasse o acesso ao X, também de Musk. Desta vez, a aceitação imediata tem, contudo, outra razão. A Starlink tenta aumentar sua área de atuação no Brasil e precisa da aprovação do órgão regulador.

MAIS SATÉLITES – Inicialmente, a empresa recebeu autorização para utilizar 4.408 satélites no Brasil até 2027. O pedido para expansão (7.500 satélites) e para utilizar equipamentos de segunda geração já teve aval da área técnica da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), mas o relator tem segurado o processo.

Representantes da empresa de Musk têm feito um périplo em Brasília para a agência votar a demanda. Estiveram com os presidentes da Câmara e do Senado. O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) chegou a procurar a Anatel para se inteirar sobre o assunto.

Há uma expectativa sobre se o relator Alexandre Freire levará nesta semana o tema à pauta no plenário da Anatel.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– Ninguém acessa Rumble no Brasil, porque ele não existe aqui. Os brasileiros acessam é o Rumble canadense,  facilmente captável aqui. Mas parece difícil que Moraes entenda isso. Ele ainda pensa (?) que existe Rumble no Brasil. É quixotesco, no sentido de ridículo. (C.N.)

A genial disparada política de Geraldo Vandré e Théo de Barros

Veja fotos de Geraldo Vandré, aos 88 anos - 10/06/2023 - Ilustrada - Fotografia - Folha de S.Paulo

Em setembro, Vandré vai completar 9o anos

Paulo Peres
Poemas & Canções

O advogado, cantor e compositor paraibano Geraldo Pedroso de Araújo Dias, mais conhecido como Geraldo Vandré, e seu parceiro Théo de Barros, na letra de “Disparada”, fazem uma crítica à ditadura vivida na época e, consequentemente, apresenta uma comparação entre a exploração das classes sociais pobres pelas mais ricas e a condução das boiadas pelos boiadeiros, entre a maneira de se lidar com gado e se lidar com gente. 

Em 1966, a música “Disparada”, defendida por Jair Rodrigues, participou do II Festival de Música Popular Brasileira (TV Record), dividindo o primeiro lugar com “A Banda” de Chico Buarque, defendida por Nara Leão. Nesse mesmo ano, a música foi gravada pelo próprio Jair Rodrigues no LP “O Sorriso de Jair”, pela Philips.

DISPARADA
Théo de Barros e Geraldo Vandré

Prepare o seu coração
Pras coisas
Que eu vou contar
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
E posso não lhe agradar…

Aprendi a dizer não
Ver a morte sem chorar
E a morte, o destino, tudo
A morte e o destino, tudo
Estava fora do lugar
Eu vivo pra consertar…

Na boiada já fui boi
Mas um dia me montei
Não por um motivo meu
Ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse
Porém por necessidade
Do dono de uma boiada
Cujo vaqueiro morreu…

Boiadeiro muito tempo
Laço firme e braço forte
Muito gado, muita gente
Pela vida segurei
Seguia como num sonho
E boiadeiro era um rei…

Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E nos sonhos
Que fui sonhando
As visões se clareando
As visões se clareando
Até que um dia acordei…

Então não pude seguir
Valente em lugar tenente
E dono de gado e gente
Porque gado a gente marca
Tange, ferra, engorda e mata,
Mas com gente é diferente…

Se você não concordar
Não posso me desculpar
Não canto pra enganar
Vou pegar minha viola
Vou deixar você de lado
Vou cantar noutro lugar

Na boiada já fui boi
Boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém
Que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse
Por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu
Querer ir mais longe
Do que eu…

Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E já que um dia montei
Agora sou cavaleiro
Laço firme e braço forte
Num reino que não tem rei

Para não cumprir cadeia, Bolsonaro pedirá asilo em alguma embaixada

Bolsonaro foi escanteado e logo será esquecido, diz Ricardo Kotscho

Envelhecido, Bolsonaro aguarda seu julgamento no STF

Elio Gaspari
O Globo

Alguns militares presos por conta do golpismo de 2022/23 acreditavam que seriam libertados depois da denúncia da Procuradoria-Geral. Ela veio, e nada. Quanto a Jair Bolsonaro, se for condenado, o ex-presidente não pagará um só dia de cadeia. Irá para uma embaixada e pedirá asilo diplomático.

Em fevereiro de 2024, ele já dormiu uma noite na embaixada da Hungria, mas não pediu asilo. Se pedisse, corria o risco de ficar lá por algum tempo, até que o governo brasileiro lhe concedesse um generoso salvo-conduto, pois a Hungria (como os Estados Unidos) não é signatária da Convenção de Havana de 1928, que regula o asilo diplomático.

Se resolver ir para a embaixada da Argentina, a concessão do asilo é certa e o salvo-conduto não deverá demorar. O asilo diplomático é uma especiaria latino-americana e pode ser concedido ao cidadão que entra numa embaixada de país signatário da convenção e se declara perseguido político.

PRESSÃO SOBRE TARCÍSIO – Pelo andar da carruagem, o PP do senador Ciro Nogueira se afastará de Lula e terá candidato a presidente em 2026. Nogueira não esconde sua preferência pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

Mas Tarcísio insiste em dizer que pretende disputar a reeleição. Aliados como Nogueira acreditam, mas estão certos de que ele não resistiria num cenário em que teria uma forte base de apoio, bafejada por pesquisas a seu favor e adversas para o governo.

Bolsonaro deveria ‘provar a inocência’ em vez de pedir anistia, diz Lula

Primeira Turma do STF tentará fechar os julgamentos até o final do ano

Charge reproduzida do Arquivo Google

Merval Pereira
O Globo

Qualquer defesa tem que tentar salvar seu cliente. No entanto, em relação a provas e evidências, a denúncia da Procuradoria-Geral da República está clara e será aceita, considerando que houve tentativa de golpe não apenas planejamento de golpe, que não constitui crime.

Os advogados terão que se virar no julgamento, mas não conseguirão barrar logo de cara o processo, anulando delações premiadas, como querem as defesas dos generais Augusto Heleno e Braga Netto. Suas argumentações não terão nenhum efeito.

PROCESSOS LENTOS – É uma ação judicial, com 34 réus e julgamentos individualizados, que leva muito tempo. Lembrem que o julgamento do mensalão durou quatro meses, depois de anos de debate. Mas na Primeira Turma do STF pode ser mais rápido.

Acredito que conseguirão terminar até o final do ano, para não entrar em período eleitoral. Mas a luta da defesa vai ser prorrogar o máximo possível, para Bolsonaro tentar sair elegível; e discutir a inelegibilidade apenas no TSE e não como condenado na justiça.

Tenho a impressão que o ânimo do STF é julgar e condenar até o final do ano. Vamos aguardar.

Esquema para corrupção na COP30 exibe a “criatividade” do governo Lula

Tribuna da Internet | Sociedade brasileira está aprisionada à corrupção do caráter, uma forte pandemia

Charge do Tacho (Jornal NH)

Carlos Newton

Desde o mensalão, a corrupção no Brasil passou a ter maior sofisticação e os petistas demonstraram invulgar criatividade. Depois do fracasso do mensalão, os líderes do lulopetismo passaram a buscar outras formas de arrecadação ilegal, a pretexto de garantir que o partido tivesse capacidade financeira para vencer as eleições seguintes e permanecer hegemônico.

Um dos esquemas mais bem estruturados nesse sentido foi o “Mais Médicos”, um programa lançado em 8 de julho de 2013 pelo governo Dilma Rousseff, cujo objetivo era suprir a carência de médicos nos municípios do interior e nas periferias das grandes cidades do Brasil.

COMPLEXO DE VIRA-LATA – O programa levou mais de 18 mil médicos (a grande maioria, cubanos) para as áreas onde faltavam profissionais de saúde. O grande golpe foi montar o esquema através de um acordo internacional, porque dispensa licitação e não sofre fiscalização financeira.

Assim, o “Mais Médicos” passou a ser gerido por uma desconhecida Organização Pan-Americana de Saúde, que retinha a parte que cabia ao PT nesse latifúndio, e não houve maiores críticas devido ao complexo de vira-lata do brasileiro, que aceita como válido tudo o que vem do exterior.

Diante da impunidade, na mesma época os petistas começaram a repetir o golpe nos mesmos moldes, através da também desconhecida Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), uma ONG que até hoje está servindo de fachada para desviar vultosos recursos federais.

NO MESMO ESQUEMA – No governo Dilma, a OEI começou a operar no Brasil e fechou dois contratos seguidos, sem licitação, O primeiro, em 6 fevereiro de 2014, de R$ 9 milhões, e depois, em 9 de abril de 2014, outro contrato do mesmo valor, totalizando R$ 18 milhões, nada mal.

Naquela época, com surgimento da Lava Jato, os espanhóis da OEI ficaram temerosos, interromperam as nebulosas transações e só voltaram à ação no governo Michel Temer, quando perceberam que no Brasil o ideal é fechar contratos sempre na época de Natal, quando não há fiscalização.

Assim, em 26 de dezembro de 2018, final do governo Temer, conseguiram faturar R$ 22 milhões no Ministério da Cultura, um presente ofertado pelo então ministro Sérgio Sá Leitão.  Dois anos depois, no governo Bolsonaro, sempre no Natal, a OEI conseguiu levar R$ 10 milhões do MEC, em 22 de dezembro de 2020, na gestão do pastor evangélico Milton Ribeiro, outro ex-ministro corrupto que continua impune.

IMPUNIDADE TOTAL – Não houve denúncias nem investigações. Assim, cientes da impunidade, os espanhóis voltaram à ação no início do terceiro governo Lula (janeiro de 2023), quando o petista Leonardo Barchini deixou a função de secretário-executivo adjunto do MEC para ser representante da ONG no Brasil.

Barchini ficou dirigindo a OEI até 31 de julho de 2024, quando voltou ao MEC promovido a secretário-executivo, cargo que equivale a vice-ministro.

No período que ficou na ONG, deixou acertados seis contratos milionários com o governo. Foram R$ 35 milhões com o MEC; R$ 10 milhões com a Secretaria de Micro e Pequena Empresas; R$ 8,1 milhões com a Presidência da República; R$ 478,3 milhões com a Casa Civil, através da Secretaria Extraordinária da Cop30; R$ 15 milhões com a Secretaria de Micro e Pequena Empresas; e R$ 15,7 milhões com a Secop (Receita Federal).

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P.S.
Nessa roubalheira desenfreada, o governo de Lula alega que jamais houve necessidade de licitação, por ser acordo internacional. Mas não é bem assim. A Lei de Licitações (nº 14133) diz que a licitação será dispensada “quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para a Administração (artigo 5º, item IV). Além disso, o contrato tem de ser com outro país ou entidade internacional, mas a Organização dos Estados Ibero-Americanos é apenas uma ONG. O assunto é importantíssimo e depois a gente volta a ele, para dizer quem autorizou essa bagaça no Palácio do Planalto. (C.N.)

Ferocidade primitiva de Trump expõe diversas vulnerabilidades brasileiras

Trump toma posse na presidência: quais os contrapesos para poder 'absoluto' do republicano em seu 2° mandato - BBC News Brasil

Brasil não tem estratégia para enfrentar a ira de Trump

William Waack
Estadão

Donald Trump ouviu as preces, vindas também do Brasil, e está empenhado em destruir a pax americana (“pax” nesse contexto significa “ordem”). Azar nosso, pois ironicamente o mundo que está indo embora servia melhor a uma potência média e vulnerável como o Brasil se comparado à situação que está se desenhando rapidamente.

O problema que se apresenta já não é mais manter a necessária equidistância entre China e Estados Unidos, sendo bastante conhecida nossa dependência de mercados na Ásia e de insumos vindos de países ocidentais.

LIÇÃO DE TRUMP – Uma das lições centrais deixadas por Trump no tratamento da questão da Ucrânia é a de que ele considera que as potências “menores” não têm opções – só as que ele determina.

Assim é a ordem dos “fortões” e a implícita divisão tripartite do planeta, com seus ecos distantes de Yalta. Não está muito claro ainda o que Trump designou para “seu” pedaço do bolo, que parece ser o hemisfério das Américas (a Europa e Eurasia é problema de Putin e a Ásia de Xi Jinping). Mas está claro que não há “caminhos próprios” para os menores. Não importa quais sejam.

Isso pode parecer primitivo ao extremo, mas Trump é primitivo ao extremo — o que inclui sua falta de compreensão para o fato de que superpotências são fortonas pois presidem um sistema de alianças, com um mínimo de reciprocidade em várias instâncias e o reconhecimento de algum grau de interdependência.

PREÇO ALTÍSSIMO – É bastante provável que “America First” acabe pagando um preço altíssimo por conta de tamanha ignorância, mas isto está um pouco adiante ainda.

Por motivos comerciais e ideológicos, o Brasil aumentou como alvo aos olhos de Washington. E se uma guerra comercial entre os Estados Unidos e a China eventualmente abre oportunidade de curto prazo para exportações do agro brasileiro, a evolução da situação geopolítica, tal como a verificamos agora, tende a fechar oportunidades para o Brasil.

Esse resultado não se deve apenas a Trump. Está associado em larga medida ao fato de que, em termos de política externa, nos últimos anos a vida foi nos levando.

SEM ESTRATÉGIA – O Brasil foi sendo levado sem que tivesse desenvolvido qualquer coisa remotamente parecida a uma “estratégia”, ou sequer um debate abrangente sobre o que o País quer ser e qual seu lugar no mundo.

Durante décadas fizemos a opção preferencial de olhar para nosso umbigo.

O que Trump está expondo brutalmente é o fato de que somos altamente vulneráveis ao que outros pretendem decidir sobre nossos destinos. E é limitada nossa capacidade de reação ao que possamos considerar inaceitável ou indigno. Ou contrário aos nossos interesses. Quais, mesmo?

Não basta a promessa de reparar os danos causados pela extrema direita

Lula chega à metade do mandato com 28% das promessas concluídas #charge  #cartum #cartoon #humor #política #humorpolitico #desenho #art #caricatura  #caricature #jornal #opovo #jornalismo #illustration #ilustração  #editorialcartoon #politicalart ...

Charge do Clayton (O Povo/CE)

Maria Hermínia Tavares
Folha

Ao se despedir da vida pública em 2024, o octagenário Ricardo Lagos, político socialista que presidiu o Chile entre 2000 e 2006, conclamou seus conterrâneos a perseguir novos sonhos. Àquela altura, já se desfizera a Concertação de Partidos pela Democracia, frente que liderara a consolidação do sistema representativo, depois de 17 anos de ditadura, e alçara Lagos ao La Moneda.

Da mesma forma, seu PPD (Partido pela Democracia), que desempenhara papel essencial na transição, caminhava para a irrelevância.

NOVAS DEMANDAS – Mais de uma vez, com certo fatalismo, ele explicou a mudança política que o atingia —e aos seus companheiros— como o resultado natural da vida política democrática: conquistas sociais geravam novas demandas —”novos sonhos”, dizia— que as lideranças estabelecidas, por progressistas que fossem, nem sempre conseguiam discernir ou encarnar.

A observação de Lagos ajuda a enquadrar os problemas atuais do PT e do seu governo. Na festa dos 45 anos do partido do presidente Lula, as comemorações do passado prevaleceram sobre as propostas para o futuro.

Só mais do mesmo no recente rearranjo ministerial, na página PT – Partido dos Trabalhadores no Youtube, e nas postagens no perfil Lulaoficial, que registra a agenda do presidente no Instagram, agora sob a administração do ministro Sidônio Palmeira.

ATÉ OS INTELECTUAIS – Também os intelectuais do partido, outrora importantes no debate público, parecem recolhidos ao conforto de suas bolhas, onde o entrechoque de ideias — de onde nasce o novo — é mercadoria e escassa.

Despertados pelo choque das pesquisas que captam os humores dos brasileiros, o chefe de governo e os líderes de sua legenda enfim reconheceram que a sociedade mudou e que é preciso dar respostas inovadoras a suas demandas.

Não basta que as forças ora no poder cumpram o compromisso de reparar os danos infligidos ao país durante a destrutiva passagem da extrema direita pelo Planalto.

NAU SEM RUMO – Até agora, porém, as propostas, além de raras, parecem insuficientes para dar rumo claro ao governo. Tudo indica que a sua principal aposta é conquistar os cidadãos-eleitores pelo bolso, com benefícios econômicos — cuja viabilidade fiscal falta comprovar —, como a expansão do crédito consignado aos trabalhadores do setor privado e a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5.000.

Se acompanhada de medidas que redistribuam de forma mais justa os tributos sobre os ganhos, a segunda medida representaria inegável avanço.

OUTROS DESAFIOS – Mas ficam de fora outros desafios igualmente importantes para dar feição política definida ao compromisso dos progressistas com a equidade, neste novo século.

Enfrentá-los requer lidar com a questão —nada trivial— da eficiência do Estado no provimento de saúde, educação e segurança para os cidadãos; em encontrar regras que protejam os que trabalham, levando em conta a diversidade das situações de emprego; e, por último, mas não menos importante, mostrar como a garantia das franquias básicas —a começar da liberdade de expressão— e o respeito às regras da democracia condicionam tudo mais.

Se a esquerda só tiver um belo passado pela frente, em lugar de sonhos, o país mais uma vez viverá o pesadelo da volta ao governo da direita tacanha e primitiva.

Ciro Nogueira diz que pressão para PP deixar o governo aumenta no partido

Ciro Nogueira defende que André Fufuca deixe o cargo de ministro no governo Lula

Nogueira pede que Fufuca deixe logo o cargo de ministro

Geovani Bucci
(Broadcast)

Durante entrevista à GloboNews nesta quinta-feira, 6, o presidente nacional do Progressistas e senador pelo Piauí, Ciro Nogueira, afirmou que “pressão” dentro do partido está aumentando para que o ministro do Esporte, André Fufuca, deixe o governo federal. “Para mim, Fufuca não deveria nem ter aceitado o ministério. Não quero mais postergar essa decisão”, declarou.

Nogueira ressalta que não há compatibilidade entre o seu partido e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo ele, foi feito um convite pessoal do petista para o deputado federal, de modo que não houve uma aderência ao governo federal.

CASO DE BOULOS – O senador também critica a possibilidade do deputado federal mais votado de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), entrar no governo, o que sinalizaria que o presidente estaria caminhando para o “extremo”.

“Não digo nem para deixar o governo, porque nós nunca entramos. […] Ultimamente, tem criado certo constrangimento essa situação. Existe pressão da bancada para tomar essa decisão”, continuou o senador. “Vou conversar sobre isso com algumas lideranças, como o deputado Arthur Lira.”

Embora Fufuca faça parte do governo federal, Nogueira é aliado ferrenho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele foi ministro da Casa Civil durante a gestão do capitão reformado, momento que desembarcou do petismo e alinhou-se ao bolsonarismo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Só no Brasil, mesmo”! O partido tem um ministro, mas não apoia o governo Lula. Quem pode entender uma maluquice dessas. (C.N.)