Fim da Lava Jato comprova que a corrupção realmente vale a pena no Brasil

Tribuna da Internet | Empreiteiras da Lava Jato desviaram R$ 24 bilhões da  Petrobras, diz TCU

Charge do Casso (Arquivo Google)

Merval Pereira
O Globo

O fato de o governo Lula 3 ser o que mais apelou ao Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2003 para tentar reverter medidas que são de seu interesse direto, como revelou o jornal O Estado de S.Paulo, acrescenta mais um problema para a conturbada atuação do STF nos anos recentes.

Com o fortalecimento do Legislativo diante do Executivo, por ter maioria formada por uma oposição variada ao governo petista, e, especialmente, por ter garantido quinhão substancial no orçamento da União por meio das emendas impositivas, o Supremo tornou-se a saída para o governo e, em consequência, importante peça política na disputa entre os Poderes da República.

UTILIZAÇÃO POLÍTICA – A politização do Supremo foi, assim, inevitável, como também a acusação da oposição bolsonarista de que ele serve ao Executivo. A mesma acusação, aliás, feita pelos petistas quando Lula foi preso depois de ter sido condenado em segunda instância, como previa decisão do STF.

Se poderia dizer que, acusado pelos dois lados, o Supremo demonstra independência na polarização. Mas a mudança de posição de diversos ministros da Corte diante das mesmas questões, documentada por vídeos da época, sugere, ao contrário, que as decisões variam de acordo com as circunstâncias políticas, o que leva a uma insegurança jurídica perigosa.

O Supremo ganhou importância política central no país, mas, por causa da nossa Constituição, não se limita a ser um tribunal constitucional. Também cuida dos crimes cometidos pelos que têm foro privilegiado que, como os partidos políticos, são muitos, distorcendo nossa democracia.

TRIBUNAL ESPECIAL – Nos debates que se sucedem sobre mudanças constitucionais, houve um momento em que foi proposto que o Supremo não tratasse mais dos crimes comuns cometidos por quem tem foro privilegiado, criando um tribunal especial para esses casos e deixando que o STF se ocupasse apenas das questões constitucionais.

A proposta foi feita pelo hoje presidente do Tribunal, Luís Roberto Barroso, considerado um dos maiores juristas do país. Na mesma hora, a reação do ministro Gilmar Mendes, também considerado um dos melhores constitucionalistas brasileiros, foi contrária, alegando que criaríamos um supertribunal, dando poder descomunal aos novos juízes.

Ficamos, então, com esse poder descomunal depositado no próprio Supremo, que se torna pivô político fundamental no país, distorcendo o sentido de balanço de Poderes previsto por Montesquieu.

MAIS FORÇA – O peso que o Supremo carrega foi aumentado com a tentativa de golpe a que o governo Bolsonaro se dedicou durante todo seu mandato. Coube aos ministros do STF barrar em diversas oportunidades os avanços antidemocráticos, por isso foram alvos de ameaças pessoais e, soube-se mais tarde, de tentativas de assassinato.

É preciso ser muito sensato para não transformar ameaças pessoais em institucionais. Mas é necessário que juízes supremos não se vejam como heróis que podem tudo.

Durante o período da Operação Lava-Jato, descobriu-se o maior escândalo de corrupção já acontecido no país, com ramificações por toda a América Latina. Os governos do PT colaboraram com a maioria dos candidatos de esquerda, dando apoio operacional com enviados para ajudar na propaganda política, como Duda Mendonça e João Santana, e apoio empresarial com as empreiteiras brasileiras que se internacionalizaram e tinham interesses em obras na região, entre elas a Odebrecht.

EXPORTOU CORRUPÇÃO – Por isso diz-se hoje que o Brasil exportou corrupção e agora importa impunidade, com o asilo extemporâneo dado à ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia, condenada por corrupção em seu país por ter recebido, a pedido de Lula, conforme delação premiada de Marcelo Odebrecht, US$ 3 milhões para a campanha eleitoral de seu marido, o ex-presidente Ollanta Humala, preso em seu país.

O desmanche da Lava-Jato deu margem a que todos, acusados e condenados, sem exceção, fossem liberados pela Justiça brasileira com base em decisão do Supremo.

A partir daí, a ética política que vinha sendo redimida com a punição inédita a políticos e empresários envolvidos em corrupção, sofreu retrocesso terrível entre nós. A corrupção voltou a valer a pena no Brasil.

11 thoughts on “Fim da Lava Jato comprova que a corrupção realmente vale a pena no Brasil

    • Lei da Transgenia (Lei nº 11.117/2005):

      Esta lei, aprovada no governo de Lula, estabeleceu os parâmetros para a utilização de organismos geneticamente modificados (OGMs) no Brasil, incluindo a pesquisa, o desenvolvimento e a comercialização.

      Debates e Controvérsias:

      O uso de alimentos transgênicos e as regras de rotulagem foram temas de debates acalorados entre diferentes grupos, como produtores rurais, consumidores, ambientalistas e cientistas

      Mudanças na Rotulagem:
      O governo Dilma Rousseff também aprovou projetos de lei que alteraram as regras de rotulagem dos alimentos transgênicos, como o que dispensou o símbolo T nos rótulos, que era utilizado para identificar produtos com transgênicos, e o que permitiu o uso da expressão “livre de transgênicos” para alimentos que não os contém.

      Sr. Newton

      Os Desgovernos Corruptos do Casal de Roedores foram os responsáveis por esses ‘alimentos” que matam a população aos poucos….

      Será que já podemos chamar o Roedor de Noves Dedos de genocida.???

      aquele abraço

  1. Sr. Merval

    Será que o Presidetento sabia que o irmão estava atolado na corrupção..???

    Sindicato de irmão de Lula é alvo de operação contra fraudes no INSS

    Agentes fizeram busca, apreensão e descredenciamento do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos; Frei Chico é diretor vice-presidente da entidade

    aquele abraço

    • Pelas Barbas do Profeta….

      A família inteira é criminosa….

      Essa historinha de “Pai dos Pobres” é só um slogan da Narco-Extrema-Esquedopata Midia Nefasta pára sair bem na foto com o Roedor….

      estamos lascados…..

  2. Sr. Newton,

    Permita-me uma gargalhada daquelas de cair da cadeira.

    HA!HA!HA!Ha!HA

    Tais de sacanagem, ó pá, e picaretas..

    O vagabundo morfético lazarento é o Chefão do Sindicato do Crime e não sabe de nada..??

    E o bandido ainda tem a coragem de colocar um nome religioso para passar a ideia de que é uma “alma mais honesta do Universo”…

    Vai para o ponte que caiu em Paris, antes que me esqueça, (como se dizia antigamente).

    “.Irmão de Lula que dirige sindicato alvo da PF diz querer investigação de ‘toda a sacanagem’ no INSS

    Frei Chico é vice-presidente de sindicato que está entre os alvos de operação que investiga fraude bilionária no INSS

  3. Famiglia unida jamais será vencida. Só faltam os jornazistas da Secom aparecerem para passar pano e dizer que não é bem assim. Enquanto isso a dona Janja foi fazer compras na via Condotti em Roma.

  4. Orçamento sequestrado, País sem rumo

    Uma nação condenada à mediocridade

    A Presidência da República pode se tornar um simples cargo honorífico, com poder de ação bastante limitado, se nada for feito desde já para conter o avanço do Congresso sobre os recursos discricionários do Orçamento da União.

    Hoje, as emendas parlamentares – orçadas em R$ 50,4 bilhões para 2025 – representam cerca de 25% das despesas não obrigatórias.

    De acordo com as projeções do governo contidas no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) 2026, apresentado no dia 15 passado, as emendas chegarão a quase 50% dos gastos livres em 2027 e a quase 100% no ano seguinte.

    Em 2029, a ser mantido esse ritmo, tamanho será o volume de recursos livres à disposição de deputados e senadores que o Poder Executivo ficará “no vermelho”, incapaz de investir um mísero real em políticas públicas.

    As emendas parlamentares receberam tratamento privilegiado na formulação do PLDO, com um crescimento garantido de volume sem paralelo com nenhuma outra despesa pública. Em 2026, as emendas vão somar R$ 53 bilhões.

    No ano seguinte, R$ 56,5 bilhões. Já em 2028 serão R$ 58 bilhões à disposição dos parlamentares, quantia que sobe para inacreditáveis R$ 61,7 bilhões em 2029.
    .
    O Orçamento público é o reflexo de um projeto de nação. E a imagem que o PLDO 2026 projeta é de uma nação condenada à mediocridade.

    Fonte: O Estado de S. Paulo, Opinião, 23/04/2025 | 03h00 Por Editorial

    Acorda, Brasil!

    • O complô, é global, senão leiamos, em:
      “Orçamentos de guerra e regimes de pensões
      – Novos ataques à classe trabalhadora, em Espanha e não só
      Cartaz da FSM.
      O capitalismo em crise está a preparar uma grande escalada no roubo da riqueza criada pela classe trabalhadora. Depois de ter esgotado o maná dos fundos públicos esbanjados com o pretexto da Covid e, mais tarde, com os Fundos de Nova Geração para financiar o “capitalismo verde”, vai agora atribuir inundações de milhões à indústria de armamento com a desculpa de que “a Rússia está a atacar-nos”. Utilizando ao máximo a manipulação da informação, estão a criar um pretexto tão falso e absurdo como “as armas de destruição maciça do Iraque” para justificar os cortes nos serviços públicos e nas pensões e o aumento desproporcionado das despesas militares. Querem que a classe trabalhadora pague três vezes os seus projectos sinistros: pela mais-valia que nos roubam no trabalho, porque o dinheiro para os orçamentos de guerra sai dos nossos bolsos e porque, se não derrotarmos os seus planos, serão os nossos filhos que acabarão como carne para canhão.” https://resistir.info/espanha/guerra_e_pensoes.html

    • O problema são as leis, meu caro Jorge!

      Dizem que o Congresso é cheio de agronegócio … Antigamente era de advogados kkk
      Aí foram promulgadas leis para vencer processos.
      Por isso que tem lei para tudo – nem sempre uma batendo com outras … … … Quem conhece essa multiplicidade de leis ganhar processo … Não há culpa nenhum do STF kkk kkk kkk
      O problema é saber a lei conveniente kkk
      Saudações amigáveis do chegamais!

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