Francisco modernizou conceitos com o apoio da opinião pública

Pedro do Coutto

Milhares de pessoas se reuniram na manhã deste sábado na Praça São Pedro, no Vaticano, para se despedirem do Papa Francisco e participar da Missa de Exéquias em sua homenagem. A cerimônia foi conduzida pelo cardeal Giovanni Battista Re, com a presença de outros 250 cardeais, arcebispos, bispos, padres e religiosos. Em sua homilia, o decano do Colégio Cardinalício ressaltou o legado de união deixado por Francisco ao longo de seu pontificado.

O cardeal destacou que os 12 anos de papado de Francisco foram caracterizados pela sua proximidade com as pessoas, pela espontaneidade de seus gestos e pelo profundo amor que sempre demonstrou pela Igreja, até seus últimos dias. Segundo ele, a escolha do nome Francisco já indicava o estilo de liderança e o projeto pastoral que o pontífice desejava seguir, inspirado no espírito de São Francisco de Assis.

FIDELIDADE – Agradecendo a todos os presentes, o cardeal observou que a manifestação mundial de luto ao longo da última semana é um testemunho de como Francisco tocou mentes e corações – inclusive além dos limites da Igreja Católica. Ao citar uma passagem do Evangelho em que Cristo pede a Pedro que apascente suas ovelhas, o cardeal lembrou que, mesmo enfrentando fragilidade e sofrimento em seus últimos momentos, Francisco manteve-se fiel à missão, entregando-se totalmente até o fim de sua vida. “Seguiu os passos de seu Senhor, o Bom Pastor”, afirmou.

O cardeal também recordou a última aparição pública de Francisco, no domingo de Páscoa, quando, mesmo debilitado, fez questão de abençoar a multidão da sacada da Basílica de São Pedro e, em seguida, percorreu a praça no papamóvel conversível, saudando os fiéis. Ao concluir a homilia, ele relembrou as palavras com as quais Francisco costumava encerrar suas audiências: “Não se esqueçam de rezar por mim”. Agora, disse o cardeal, são os fiéis que pedem a intercessão do papa junto a Deus.

INTERCESSÃO – “Querido Francisco, agora pedimos que reze por nós. Que abençoe a Igreja, Roma e o mundo inteiro do céu, como fez no domingo passado da sacada desta basílica – em um último abraço a todo o povo de Deus e a toda a humanidade que busca a verdade e mantém acesa a chama da esperança.”

O Vaticano agora vai se reunir e escolher um substituto. Tem que ser alguém da mesma linha do Papa Francisco, pois ele só avançou no seu período de liderança por ter recebido apoio da opinião pública. A sua mensagem ficará marcada através dos tempos, refletindo a sua passagem na vida terrena.