Lula erra ao celebrar a vitória na Segunda Guerra Mundial ao lado de Putin

A glasnost de Lula (por Marcos Magalhães) | Metrópoles

Lula mostra estar fazendo uma opção pela Rússia e China

William Waack
Estadão

Há certo consenso sobre o que se impõe a potências médias como o Brasil em meio à nova desordem mundial. Na linguagem acadêmica, trata-se de manter uma “neutralidade pragmática” em função de “inteligência estratégica”.

Significa manter-se fora do eixo principal de conflito geopolítico entre EUA e China, evitando aderir a um dos lados. E olhar para oportunidades com um sentido estratégico, para bem além de ganhos comerciais de curto prazo — que são, no fundo, as “migalhas” que caem do tabuleiro no qual brigam os gigantes.

GESTO E SUBSTÂNCIA – É o que está em boa parte em teste na viagem de Lula a Rússia e China. Na qual, para um país como o Brasil, o “gesto” acaba virando “substância”. Colocando em risco neutralidade e estratégia.

No caso da China, a questão da neutralidade é grave não só pela imensa importância daquele mercado para as commodities agrícolas e minerais brasileiras (que já leva os chineses a considerarem o Brasil um “perigo”). Como ser um “amigo neutro”?

E dimensão do perigo está no fato de que EUA e China disputam sobretudo a supremacia da inovação tecnológica (e militar). Não começou com Trump o esforço americano de impor um cerco à China na aquisição e desenvolvimento de chips para inteligência artificial, por exemplo. Postura que está sendo ampliada para quem Washington enxergue como aliado chinês.

NOVA GUERRA FRIA – China e Russia são hoje um bloco de grande coesão na formidável guerra fria em curso. É possível que Lula se inspire em Getúlio Vargas, o único personagem da história brasileira que considera à sua altura. Como é notório, Vargas nutria grandes simpatias pelas potências do Eixo antes da Segunda Guerra, e extraiu um preço dos Estados Unidos para ceder o uso de bases no Nordeste.

Mas o que Lula talvez esqueça é que Vargas entrou na guerra. Cerca de 25 mil soldados brasileiros combateram a partir de junho de 1944 na Italia contra a Wehrmacht.

E o Brasil entrou do lado “certo”, isto é, do lado das potências ocidentais cujos sistemas de governo, instituições e valores são os que o Brasil considera os pilares da própria democracia.

DIA DA VITÓRIA – Não é à toa que esses países comemoram o Dia da Vitória em data diferente daqueles, como Vladimir Putin, que consideram o desaparecimento da União Soviética como um triste acontecimento.

Não tem a ver com o dia no qual os generais alemães assinaram nos arredores de Berlim a capitulação incondicional (8 de maio com os aliados ocidentais, 9 de maio com o Exército Vermelho).

Nossos soldados lutaram e morreram pela democracia. Celebrar essa vitória ao lado de Putin é dar um tapa na cara deles.

8 thoughts on “Lula erra ao celebrar a vitória na Segunda Guerra Mundial ao lado de Putin

  1. Potência média? Esse cara está louco. Temos alguns pontos isolados com excelência, mas no geral somos um atrazo. Vejam alguns dos principais índices em que lugar estamos.

  2. Celebrar a derrota dos nazistas até ao lado do capiroto é válida.
    Pena que ainda não exterminados toda a extrema direita.
    Baratas são resistentes.

  3. Ao comemorar com Putin, Lula dá ‘aval’ à invasão russa da Ucrânia

    A Rússia do ditador Putin comemora, hoje (para consumo externo), o Dia da Vitória Soviética sobre a Alemanha Nazista, na 2ª Guerra Mundial (independentemente das opiniões do Reino Unido, EUA e outros).

    Mas, o que faz Lula hoje in loco nas comemorações russas, ciente ou não, é ‘homologar’ a invasão russa da Ucrânia, finalidade para a qual Putin organizou de fato o evento.

    Invasão, à qual, Putin dará maior avanço a partir de agora, com a ‘aprovação tácita recebida’ das diversas nações presentes, entre as quais, o equivocado Brasil de Lula.

    Presta atenção, gente! É uma festa das autocracias.

  4. São os países-membros da comunidade europeia quem erram , alijarem a Rússia dos comemorações do 80º aniversário do fim da 2ª guerra mundial , uma vez que foi graças a crucial , decisiva e determinante atuação dos países a antiga URSS (Rússia) , que a Inglaterra , França e demais países europeus foram libertadas , e agora de forma ingrata estão desmerecendo e negando o papel crucial participação da (URSS) Rússia na 2ª guerra mundial.

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