Ataques a Marina Silva no Senado revelam crise de civilidade e retrocesso ambiental

‘Fui agredida fazendo meu trabalho’, disse Marina Silva

Pedro do Coutto

A audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado, ocorrida na última terça-feira, revelou não apenas divergências políticas, mas também um preocupante padrão de desrespeito institucional e pessoal direcionado à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Convidada para discutir a criação de unidades de conservação na Margem Equatorial, Marina enfrentou ataques verbais que extrapolaram o debate técnico, evidenciando tensões entre agendas ambientais e interesses econômicos.

O episódio mais emblemático foi protagonizado pelo senador Plínio Valério que afirmou desejar “separar a mulher da ministra”, pois “a mulher merecia respeito, a ministra não”. Tal declaração, além de misógina, desconsidera o papel institucional da ministra e sua trajetória na defesa ambiental. A recusa do senador em se retratar levou Marina a se retirar da sessão, atitude que reflete a gravidade do ocorrido.

AGRESSÃO – Este incidente não é isolado. Em março, durante uma audiência da CPI das ONGs, Plínio Valério já havia proferido comentários agressivos, sugerindo que “tolerar a Marina seis horas e dez minutos sem enforcá-la” seria um desafio. Tais falas indicam uma hostilidade contínua à figura da ministra, que transcende críticas políticas e adentra o campo do ataque pessoal.

A reação de Marina Silva, exigindo respeito e se retirando da audiência, foi respaldada por diversos parlamentares e autoridades. O presidente Lula manifestou apoio à ministra, destacando a importância de um debate respeitoso e técnico sobre questões ambientais. A primeira-dama Janja também se solidarizou, reforçando a necessidade de combater atitudes misóginas no ambiente político.

A tensão entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental é um dilema histórico no Brasil. A Margem Equatorial, região rica em biodiversidade e potencial petrolífero, tornou-se palco desse embate. Enquanto setores políticos e econômicos pressionam pela exploração, o Ministério do Meio Ambiente, sob liderança de Marina, defende a criação de unidades de conservação, visando um desenvolvimento sustentável.

DESMATAMENTO – A postura de Marina Silva reflete uma política ambiental baseada em dados científicos e compromissos internacionais, como o Acordo de Paris. Sua gestão tem priorizado a redução do desmatamento e a promoção de energias renováveis, enfrentando resistências de setores que veem a preservação como obstáculo ao crescimento econômico.

O comportamento de certos senadores durante a audiência evidencia uma resistência não apenas às políticas ambientais, mas também à presença feminina em posições de poder. A tentativa de deslegitimar a ministra por sua condição de mulher revela um machismo estrutural que ainda permeia as instituições brasileiras. É imperativo que o Senado adote medidas para garantir o respeito e a equidade de gênero em seus debates.

Em suma, o episódio na Comissão de Infraestrutura do Senado escancara desafios que vão além das políticas públicas, envolvendo questões de respeito institucional, equidade de gênero e compromisso com o desenvolvimento sustentável. A sociedade brasileira deve refletir sobre o tipo de liderança e debate político que deseja fomentar, valorizando o diálogo construtivo e o respeito mútuo como pilares da democracia.

15 thoughts on “Ataques a Marina Silva no Senado revelam crise de civilidade e retrocesso ambiental

  1. Pouquíssimos elementos do grupo “adevogados”, ovelhinhas, cúmplices … conseguem perceber a diferença entre a pessoa e a investidura. PQP …

    • Perfeito..!!!

      Tragam um Oscar , um Prêmio Pulitzer, um Globo de Ouro e uma Mega-Sena Acumulada de Final de Ano…..

      aquele abraço..

      PS.

      A Fadinha da Floresta, “a coitadinha”….

      A Comunista Burguesa que se deu bem.

      Depois de tantos anos comendo calango frito ao Sol e água barrenta, hoje se dá ao luxo de comer caviar, lagosta, camarão, salmão e beber água Perrier…..

      A propósito, camarão é a mãe, como dizia Bertoldo Brecha

  2. A verborrágica e intragável Marina, que Lula, igualmente verborrágico, não suporta e que já havia deixado de lado, agora deverá sair de cena de vez!

    Ja éra. Não há como subsistir a tamanho barraco público. Esquece.

  3. O que aconteceu foi encomendado pelo Lula, que não fala o que gostaria de falar para a Marina por pura covardia. Afinal, pode-se adicionar mais um atributo ao indivíduo: analfabeto, bebum, corrupto, ladrão, misógino e covarde.

  4. Senhor Pedro do Coutto , o que esta ” atravancando ” o progresso e o desenvolvimento do Brasil , é a corrupção desenfreada e institucionalizada , além da exorbitância da dívida pública que ninguém tem interesse em audita-la que esta corroendo cerca de mais de 60% do ” Orçamento Geral da União – OGU ” somente com o pagamento de juros a fundo perdido .

  5. Lembrete:
    A Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva revelou-se uma verdadeira ” autoritária e arrogante ” ao colocar por várias vezes sua mão com os dedos ríspidos no rosto do presidente da comissão , além de não deixar seus pares concluírem suas falas , embora nada justifique a falta de respeito pelas quais ela passou , por seus pares .

  6. Na terça, Audiência no Congresso, os membros do Centrão, os senadores Omar Azis- PSD (AM), Paulo Valério PSDB ( AM) e Marcos Rogério PL (RN), humilharam a Ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, que foi convocada para falar sobre a margem equatorial na Foz do Amazonas.

    Valério disse que a mulher merece respeito à ministra não.
    Marcos Rogério, além de cortar o microfone da ministra, quatro vezes, disse com todas as letras: Marina, se ponha em seu lugar.
    Omar Azis, disse que a ministra atrapalha o Brasil, com uma conversinha de meio ambiente. Olhar para a árvore não resolve a pobreza no norte, segundo o senador Omar.

    Os três protagonizaram um espetáculo de misoginia , machismo e desrespeito às mulheres.

    Pior de tudo, o senador do PT, Jaques Wagner ( BA), não moveu uma palha em defesa da ministra.

    O Senado virou um circo de horrores. Não merecem o voto do eleitor.

    O Brasil e o Congresso pioram a cada dia.

    OBS: Tenho absoluta certeza, que a Direita civilizada, que apoia o Bolsonarismo, não concorda com a misoginia, com ataques, que o gado truculento e bolsonarista , fazem contra as mulheres. Qual a razão desse ódio ao feminismo? Quando é um macho, o gado respeita e até passa pano, para corrupto e golpista.
    As mulheres teem que ser respeitadas em igualdade aos homens. Não tem essa de macho ser melhor do que o feminino. Até porque isso é uma deslavada mentira. O homem, que despreza a mulher, talvez seja um recalcado, que gostaria de ser feminina.

  7. Engraçado como jogam a misoginia para a direita e o maior misógino é o Lula. Mas a esquerda só tem um método de ação que é acusar os outros daquilo que ela é. Tanto que depenaram os aposentados através dos sindicatos petistas e querem colocar a culpa na direita.

  8. Dona Marina é candidata a Piada do Ano com seu conhecido coitadismo, uma estratégia gasta que encobre uma gestão letárgica que compromete o desenvolvimento da Região.
    Isso beneficia apenas a um montão de ONGs e poderosos “ambientalistas” internacionais em prejuízo do país.
    O insuspeito Aldo Rebelo tem denunciado os fatos constantemente. Em suas viagens constata as dificuldades na Amazônia, com ausência de políticas públicas adequadas e a exclusão social de populações tradicionais.

    A presença dela no Senado Federal terminou em confusão. Não tinha como ser diferente. Logo no início do debate sobre a BR-319, estrada, fundamental, que liga Porto Velho a Manaus
    Senadores a criticaram duramente, sendo que as mais fortes cobranças partiram de membros da base do governo Lula.

    “O bate-boca na Comissão de Infraestrutura do Senado Federal que levou a ministra do Meio Ambiente Marina Silva a abandonar a sessão foi motivada por discussões relacionadas às obras da BR-319, estrada que liga Porto Velho a Manaus. Defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a obra envolve a pavimentação de 20 quilômetros da rodovia e já rendeu críticas de ambientalistas”, registrou O Globo.

    Ela destacou seu posicionamento contra a pavimentação da BR-319, reforçando a necessidade do licenciamento. Pontuou a falta de competência dos outros governos que estiveram no poder enquanto ela esteve fora do governo: “por que não fizeram?”, indagou a ministra.

    PS. : “Marina Silva deixou a sessão depois que o líder do PSDB, senador Plínio Valério (AM), afirmou querer separar a mulher da ministra porque a primeira merecia respeito, e a segunda não. A ministra disse que só continuaria na comissão se houvesse um pedido de desculpas. Plínio se recusou. Em março, disse ter vontade de enforcar a ministra”, registrou O Globo. Acho que essa foi a gota d’água…

    PS. 02: A presença de Marina Silva no Senado terminou em confusão. Os vídeos se espalharam como rastilho de pólvora. “A senhora está atrapalhando o desenvolvimento do país,” disse o senador Omar Aziz.

    PS. 03: O Senador Plínio Valério (PSDB-AM) afirmou: “A mulher merece respeito, a ministra, não”. Marina respondeu no ato: “O senhor que disse que queria me enforcar”. E completou: “Se não me pede desculpa, eu vou me retirar”. Plínio não recuou.

    PS. 04: Defesa seletiva.
    Ninguém solta a mão de ninguém.
    Não faz muito tempo Nise Yamaguchi sofreu desrespeito e humilhação na CPI da Covid.
    Moveu ação de reparação de danos morais contra o presidente da comissão, curiosamente, senador Omar Aziz, e contra o senador Otto Alencar. Em carta, Nise afirmou ter tido “falas e raciocínios interrompidos”.
    Nesse caso poucas vozes saíram em sua defesa.

    • Senhor Clementino.
      Citei os senadores Marcos Rogério, Pedro Valério, Omar Aziz e Jaques Wagner. Portanto, dois da Direita, um do Centrão ( Omar) e um da Esquerda ( Jaques) PT, que ria da situação.
      Tem misógino na Direita e na Esquerda também.

      Discordo do massacre contra a médica Nise na CPI da COVID..

      Ela foi defendida Sim, pela Direita bolsonarista.
      Estava no seu direito, defender a eficácia da Cloroquina, que não servia para combater o vírus da COVID. Mas, a vida dos infectados estava em jogo. E aí?

  9. O cidadão-eleitor tem uma vantagem com Marina: a de não precisar prestar atenção e nem perder tempo com verborragia intragável dela.

    Pois, é só discurseira insuportável e tagarelice interminável que não levam a lugar nenhum.

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