General relata reunião com Torres para desmobilizar o “acampamento” no QG

O general Gustavo Henrique Dutra de Menezes durante depoimento à CPMI do 8 de janeiro

Dutra impediu que a PM invadisse o acampamento no 08/01

Gabriela Boechat
da CNN

O ex-comandante do Comando Militar do Planalto (CMP) general Gustavo Henrique Dutra afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (30) que tomou “um cafezinho” com o então Secretário de Segurança Pública do Distrito federal, Anderson Torres, dois dias antes dos ataques do 8 de janeiro.

Na ocasião, segundo o militar, eles trataram sobre a desmobilização dos acampamentos em frente ao Quartel-General (QG) do Exército.

NÃO SE CONHECIAM – Segundo ele, o “café” se deu para que pudessem se conhecer, já que Torres havia assumido o cargo de secretário há poucos dias.

Questionado pelos advogados se trataram dos acampamentos no encontro, Dutra disse que chegou a apresentar fotografias ao ex-secretário que mostravam os acampamentos vazios e ocupados principalmente por pessoas em situação de rua.

“Participei de um cafezinho de cortesia com Anderson Torres. Um café para nos apresentarmos porque o secretário tinha acabado de assumir a função. Mostrei para o Anderson Torres que o acampamento estava bem esvaziado, a maioria ali era moradores de rua”, explicou o militar.

HÁ CONTROVÉRSIAS… – A versão dada pelo general sobre a reunião é mais amena que a da secretária de Desenvolvimento Social do Governo do Distrito Federal, Ana Paula Marra, que depôs ao Supremo nesta sexta-feira pela manhã.

Marra afirmou que foi “convocada” na noite anterior para a mesma reunião e que lhe disseram se tratar de um encontro “urgente” para discutir a desmobilização dos manifestantes.

Segundo Marra, Torres perguntou se a sua pasta dispunha de algum programa para acolher pessoas em situação de rua, além de pessoas vindas de outros estados que não conseguiam retornar para casa.

A FAVOR DE TORRES – Tanto o general quanto a secretária prestaram depoimento a favor de Anderson Torres no julgamento que apura um suposto plano de golpe de Estado.

O general Dutra foi o responsável pela atuação do Exército no dia 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas.

Ele foi exonerado em abril daquele ano, mas sua saída já havia sido anunciada em 16 de fevereiro.

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NOTAS DA REDAÇÃO DO BLOG
As versões são narrativas diferentes. Sabia-se da chegada de cada vez mais ônibus a Brasília, era facilmente previsível o quebra-quebra, que foi iniciado e incentivado pelos militares black kids que estavam em Brasília e enfrentaram a PM usando máscaras antigases. Mas ninguém fala na atuação desses militares da ativa, que já tinham promovido um quebra-quebra anterior na noite de 12 de dezembro, quando Lula foi diplomado no TSE. Naquela noite, os militares incendiaram carros e ônibus e tentaram até invadir a Policia Federal. Mas quem se interessa em punir os black kids? (C.N.)

4 thoughts on “General relata reunião com Torres para desmobilizar o “acampamento” no QG

  1. Toda esta tragédia poderá ser um dia assassinada como realidade por alguma filigrana jurídica, como fora na Lava Jato.

    As folhas das baneiras dobram-se ao vento.

  2. Huuummm … Eu estava em Brasília* em 12/12/2022. Vi o ônibus sendo incendiado ali próximo à rodoviária antiga (estava hospedado no SHN) e não vi ninguém de balaclava … Parecia mais um assalto típico daqui do RJ.

    * Consultem a GOL.

  3. CN, porque nunca foram liberadas as listas de quem se hospedou nos hoteis de Brasília na noite anterior ao famigerado “golpe”? Nem a lista, nem as imagens, nem…

    Esta mais do que evidente o porque? Ou não?

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