Solução para o IOF cabe ao governo, alega Motta, descartando o Supremo

Motta se reúne com líderes e reforça ultimato ao governo Lula sobre IOF

Motta diz que maioria do Congresso quer derrubar o IOF

Carolina Nogueira
do UOL

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera que o governo Lula aponte outra solução para arrecadar recursos no lugar do IOF para compensar as perdas no orçamento e diz ser inviável se o caminho escolhido for acionar o Supremo, porque “vai piorar o ambiente com o Congresso”.

“Precisamos rever o cenário atual”, disse presidente da Câmara, que se reuniu com as lideranças quinta-feira. Ele defende medidas mais estruturantes, que regularizem o orçamento em 2025 e em 2026.

DISCUTIR O PAÍS – Motta critica a fala de que as emendas travam negociações. “Não adianta querer justificar que as coisas não andam aqui por causa de emendas. Não é verdade, não houve isso, não é essa preocupação. O Congresso quer discutir o país.”

E o presidente da Câmara acha até que as emendas parlamentares podem ser afetadas. “Não é assunto proibido”, disse Motta. “Se todos forem cortar [verbas], o Congresso sabe que também as emendas deverão ser cortadas e reavaliadas.

“A falta dos recursos arrecadados com o IOF poderia bloquear mais R$ 5 bilhões em emendas. Se o governo caminha no sentido de querer resolver aquilo que é a decisão parlamentar com o Poder Judiciário, eu penso que piora bastante o ambiente aqui na Casa. Tanto é que nós não tomamos a decisão, porque tanto eu como o presidente Davi [Alcolumbre, do Senado] poderíamos já ter pautado o PDL [projeto parlamentar que revoga o IOF]. Com certeza teria sido aprovado aqui e no Senado, mas nós não fizemos isso. Por quê? Porque nós queremos construir a solução com o governo. Não há interesse do Poder Legislativo em tocar fogo no país”.

BUSCA DE SOLUÇÃO – Motta tem buscado soluções para evitar votar os projetos que podem derrubar o decreto do IOF. Lideranças ouvidas pelo UOL afirmaram que o presidente da Câmara tem dialogado com Haddad para encontrar uma solução viável.

Apesar da pressão da oposição e partidos do centrão, lideranças afirmaram que o deputado prefere achar uma alternativa que evite o desgaste de derrubar uma medida do governo no plenário.

Haddad explicou risco em derrubar decreto do IOF aos chefes do Congresso. A pedido de Motta, o ministro da Fazenda foi à residência oficial da Câmara para tratar do tema. No encontro, o chefe da equipe econômica afirmou que, se aumento do IOF não for levado adiante, serão necessários mais cortes no Orçamento da União.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Em tradução simultânea, o governo não vai recuar e o Congresso, também. Espertamente, o governo quer levar a solução para o Supremo, mas isso vai despertar a fúria dos parlamentares, que querem discutir a independência dos Poderes. Comprem pipocas, porque a irresponsabilidade vai longe. Nenhum dos poderes aceita cortes. Congresso deu dez dias para que equipe econômica apresente uma solução. Os presidentes da Câmara e do Senado pediram que a Fazenda apresente um plano alternativo ao aumento do IOF. (C.N.)

6 thoughts on “Solução para o IOF cabe ao governo, alega Motta, descartando o Supremo

  1. Trocando em miúdos, o governo Lula acabou sem ter começado e ninguém em sã consciência quer atrelar o seu burro no governo petista. As eleições estão próximas e ser aliado do PT poder ser a maior furada que um deputado ou senador pode cometer. O Lula já reconhece que pode perder a maioria no Senado e, talvez, se torne insignificante na Câmara.

  2. O pior é que essa briga toda não é para beneficiar o eleitor,que vota na esperança de mudanças, de melhorias . O Executivo e o Legislativo estão apenas olhando para os seus umbigos.
    Suely

  3. Porque não apresentar a proposta de uma auditagem e congelamento do pagamento dos juros da dívida , enquanto a divida pública é auditada por entidade ” idônea e independente ” . e suspensões aos acessos aos recursos públicos a fundo perdido pelos pelos parlamentares Brasileiros .

  4. Painho perdeu um ano do mandato viajando mundo afora achando que seria o novo Mandela.

    Está perdendo o resto do mandato tentando sepultar o bolsonarismo, que está é crescendo quanto mais apanha.

    O gastão não toca em nenhum problema estrutural, antes os aprofunda.

    Resolveu aposentar com as mordomias da Presidência.

    Agora busca intrigas nas delicadas relações internacionais.

    Que governinho fom de linha!

    _______

    E, analogicos ele e sua Organização, podem fazer o capeta que irão tomar de lavada nas redes sociais.

    Ninguém aguenta o fundamentalismo dos lulopetistas pela-saco com seu dialeto de duas palavras, fascismo e golpe.

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