Trump prejudica o Brasil ao dobrar tarifas sobre aço e alumínio

O presidente dos EUA, Donald Trump — Foto: Ken Cedeno/Reuters

Trump tomou a mesma medida em 2018 e Biden revogou

Diego Alejandro
Folha

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta terça-feira (3) decreto que dobra as tarifas de importação sobre aço e alumínio, elevando-as de 25% para 50%. A medida entra em vigor à 1h01 (horário de Brasília) de quarta-feira (4) e afetará as exportações brasileiras, segundo maior fornecedor de aço ao mercado americano.

Segundo o texto, a decisão foi tomada após análises que indicaram que as tarifas anteriores não foram suficientes para conter a entrada de produtos estrangeiros a preços baixos, o que compromete a competitividade das siderúrgicas e metalúrgicas dos EUA.

SAÚDE DAS EMPRESAS – O governo americano afirma que a escalada das tarifas é necessária para garantir a saúde dessas empresas e atender às necessidades de defesa nacional. O aumento inicial para 25% foi anunciado em fevereiro.

A medida vale para todos os países exportadores desses metais para os EUA, com exceção do Reino Unido, sobre o qual se mantém a tarifa de 25% devido ao acordo bilateral entre os países firmado em maio.

O Brasil, portanto, está sujeito à nova tarifa de 50%, o que pode impactar as exportações brasileiras, especialmente de aço semiacabado, um dos principais produtos enviados aos EUA. São materiais intermediários da siderurgia, que precisam ser processados para se tornarem produtos finais. Eles são utilizados como matéria-prima para a fabricação de itens como chapas, perfis, tubos e outros produtos.

SEM COMENTÁRIOS – Procurados, o governo brasileiro e o Instituto Aço Brasil, que representa a siderurgia brasileira, ainda não se manifestaram sobre a decisão.

“Tarifa de 50% é praticamente proibitiva, que vai ter que ser repassada para o preço. A grande questão é que os Estados Unidos não são autossuficientes em aço. Eles vão ter que continuar importando, inclusive, alguns tipos de aço que não são fabricados lá”, disse Welber Barral, ex-secretário de comércio exterior e sócio do escritório Barral Parente Pinheiro Advogados

“Essa elevação unilateral, além de desobedecer as regras internacionais, vai ter um impacto negativo e provavelmente vai receber muita pressão da indústria americana.”

TRUMP AVISOU – A medida era esperada desde sexta-feira (29), quando Trump disse em comício em unidade da siderúrgica US Steel na Pensilvânia que dobraria a sobretaxa para proteger o setor. O anúncio também ocorre enquanto parceiros comerciais dos EUA correm para firmar acordos nos dias finais de uma trégua de 90 dias das tarifas recíprocas que vence em 9 de julho.

Segundo dados dos EUA, no ano passado o Canadá foi o maior fornecedor de aço, em volume, para os americanos, com 20,9% do total, seguido pelo Brasil (16%, com 3,88 milhões de toneladas, e o país com maior crescimento em relação às exportações de 2023) e o México (11,1%).

Quanto ao valor, o Brasil ficou só atrás do México: recebeu US$ 2,66 bilhões, ante US$ 2,79 bilhões dos mexicanos e US$ 5,89 bilhões dos canadenses. Em janeiro, o Brasil foi o maior exportador do mês em volume (499 mil toneladas), ultrapassando o Canadá (495 mil toneladas).

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Trump é um fim de comédia e deu um tiro no pé. Em 2018, em seu primeiro mandato, também aplicou uma tarifa de 25% sobre o aço importado pelos Estados Unidos. Depois reduziu a cota de importação de aço semiacabado do Brasil. Em 2022, sob Joe Biden, os norte-americanos revogaram as medidas restritivas. Sem aço e alumínio, a economia norte-americana patina, sem decolar. O mercado é sábio, diria Adam Smith, mas ainda não explicaram isso a Trump. (C.N.

5 thoughts on “Trump prejudica o Brasil ao dobrar tarifas sobre aço e alumínio

  1. Trump deveria estrelar a nova série mexicana escrita pelo filho de Roberto Bolanos:

    Chespirito: Foi sem querer querendo.

    Nela há uma Chiquinha fidedigna (treinada e aprovada pela própria dona Neves); um Chaveco dez centímetros mais alto; detalhes de um romance sórdido com Dona Florinda (que ela nega); e brigas eternas com Villagran, o Kiko (que seria bem interpretado por Elon Musk).

    Em paralelo, temos um Haddad interpretando Chespirito na versão brasileira.

    “Foi sem querer querendo”

    Pipipipipipipipipipipipipi

    Só falta o barril da indiferença cínica de Diógenes de Sinop…

  2. Será que nossa política também não prejudica o Brasil, permitindo que esses produtos de qualidades duvidosas, que estão sufocando e fechando indústrias, não está acabando com o Brasil

    • Na mosca,

      Principalmente aqueles produtos falsificados,, pirateados, contrabando, que chegam do Páis Sanguinário do Ditador Xing Pinga….

      O Narco-Enxofre acha isso o máximo..

      Trazer o Páis do Xing Pinga para nosso playground não é um boa ideia….

      Como disse o aspone da PresidAnta Dilmeta,

      “”Quem for contra o Regime vai direto para vala.””

  3. Desde sempre, com excessão do período 1946-2022, foi assim: comprador paga o preço que pode e o vendedor bota o preço que quer, e ninguém é obrigado a comprar ou vender nada por preço não combinado. E o que tem a força para cobrar pedágio, bota a taxa, também, que quer. Voltamos ao que sempre foi, um mundo difícil. O resto é balela, conversa para boi dormir. País que não quiser sucumbir e ser escravisado, que amplie seu mercado interno, suas fábricas e suas armas.

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