Incluir Bolsonaro nas pesquisas é fazer o jogo dele (e o de Lula)

Campanha de Bolsonaro declara guerra jurídica contra Lula e PT | Metrópoles

Bolsonaro e Lula repetem o mesmo joguinho de sempre

Mario Sabino
Metrópoles

Por que o nome de Jair Bolsonaro ainda consta das pesquisas eleitorais para 2026? Como ele está inelegível, e assim deve continuar até 2030, não faz sentido que os institutos continuem a testar o seu nome como eventual candidato. É impura ficção.

Mesmo com todo o grau de volubilidade jurídica dos tribunais superiores, é impossível que a inelegibilidade de Jair Bolsonaro seja revertida no ano que vem, haja vista a pressa do STF em enfiar o ex-presidente na prisão ainda neste segundo semestre.

NOVAS PESQUISAS – Se os institutos querem testar a popularidade de Jair Bolsonaro, deveriam fazer pesquisas que se limitassem a esse aspecto, não o incluindo no rol de eventuais candidatos presidenciais.

O primeiro problema de colocar Jair Bolsonaro como candidato é que os nomes dos concorrentes viáveis acabam não sendo testados como deveriam.

Há sempre o fantasma da candidatura fictícia a assombrar a escolha dos eleitores pesquisados e a contaminar as análises dos comentaristas de política.

NADA MUDOU – O segundo problema é bem maior. A inclusão de Jair Bolsonaro nas pesquisas eleitorais é um serviço apenas ao seu plano de se lançar candidato de dentro da prisão, assim como Lula fez em 2018 — e o petista também contou com os institutos de pesquisa para se manter como candidato fictício até o último momento.

À diferença do petista, contudo, o plano de Jair Bolsonaro é familiar. Quando a sua candidatura for impugnada, ele cederá o lugar ao vice da chapa marota, que será alguém do seu clã, Michelle Bolsonaro ou Eduardo Bolsonaro. Em qualquer dos casos, e à semelhança de Lula e do seu Fernando Haddad, teremos um poste concorrendo ao Palácio do Planalto. Um poste que poderá anistiá-lo.

O plano já sabota a candidatura presidencial de Tarcísio de Freitas. O governador paulista vem dizendo que não sairá para presidente da República se Jair Bolsonaro levar o seu plano adiante. Tarcísio de Freitas não quer ser visto como “traidor” pelos bolsonaristas, de cujos votos precisaria para ser eleito.

CENÁRIO PERFEITO – A desistência do governador paulista é ótima para Lula porque, embora identificado com o bolsonarismo, o governador paulista escapa ao joguinho esquemático da polarização eleitoral, que é o cenário perfeito para o petista tentar a reeleição.

Lula quer mesmo é um Bolsonaro para chamar de seu concorrente — Eduardo, de preferência.

Jair Bolsonaro só pensa em si, da mesma forma que o petista, e os institutos de pesquisa não deveriam ser cúmplices dele. Ou deles.

4 thoughts on “Incluir Bolsonaro nas pesquisas é fazer o jogo dele (e o de Lula)

  1. Lula traiu Bolsonaro e o usa como joguete eleitoral.

    Quando ajudou a assassinar a Lava Jato:

    https://www.bbc.com/portuguese/brasil-54472964

    Quando uniu-se aos petistas pra passar pano pra corrupção:

    https://www.bbc.com/portuguese/brasil-54472964

    Há dois tipos de gente que faz acordo com a decadente moral, civilizacional e extemporânea Organização Petista, os igualmente sem caráter e os inocentes inúteis.

    Mais cedo ou mais tarde, dado as conveniências do momento, vão certamente pro micro-ondas.

    O corredor da morte encontra-se lotado.

    _______________

    A última vítima foi o tucanado, que saiu com asas chamuscadas.

  2. Lula é um ingrato.

    Dois momentos em que Boolsonaro passou pano ele e sua Organização.

    https://www.bbc.com/portuguese/brasil-54472964

    https://www.youtube.com/watch?v=jDN1tt_0wcY

    Só mesmo desavisados para fazer acordos com a Organização. Deixou de ser importante, e dadas as conveniências, vai pro micro-ondas mesmo.

    Empatia e alteridade é só pra quem alcançou algum grau de moralidade e civilidade.

    Os tucanos que o digam, tiveram suas penas chamuscadas.

    O corredor da morte anda cheio.

  3. Enfim, alguém surge com a lucidez necessária para revelar o que tantos tentam ocultar ou desviar com discursos vazios.
    Sabino vai direto ao ponto e expõe, de forma clara e incisiva, as verdadeiras intenções daqueles velhos beneficiários do sistema: querem manter tudo como está, enquanto pregam mudanças apenas como disfarce para preservar seus próprios privilégios.
    As transformações de que o Brasil realmente precisa exigem, antes de tudo, três passos fundamentais:
    primeiro, identificar os candidatos certos; segundo, elegê-los; e, por fim, sustentar anos de trabalho honesto, competente e incansável.

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