Vera Rosa
Estadão
O aumento dos atritos entre o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) preocupa o Palácio do Planalto e a própria Corte. A apreensão, porém, vai muito além das críticas do empresário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), que chamou o ministro do STF Alexandre de Moraes de “ditador brutal” e cobrou o seu impedimento. O foco da atenção, agora, está no Senado e nas disputas que virão.
Favorito para comandar a Casa de Salão Azul, a partir de fevereiro do ano que vem, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) já mandou um recado aos magistrados. Avisou que, se o STF não der “um passo atrás”, a situação pode chegar até mesmo à abertura de impeachment contra algum magistrado, fato que nunca ocorreu nos 133 anos de história da Corte.
NA CASA DE GILMAR – A escalada de ataques ao Supremo foi o prato principal do jantar desta segunda-feira, 15, entre o presidente Lula e os ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino. Lula chegou à casa de Gilmar, anfitrião do encontro, acompanhado do titular da Justiça, Ricardo Lewandowski, e do chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias.
Na noite desta terça-feira, 16, por exemplo, em mais um sinal de enfrentamento, o Senado aprovou em dois turnos a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criminaliza o porte de drogas.
A preocupação do presidente, neste momento, não é apenas com a sua reeleição, mas com o fortalecimento da direita no Senado, a partir de 2026, quando haverá a renovação de 54 das 81 cadeiras da Casa. Detalhe: é o Senado, e não a Câmara, que tem a prerrogativa de dar início a um processo de impeachment contra ministros do STF. Além disso, pode causar muito constrangimento à Corte, convocando magistrados para depoimentos.
BOLSONARO FORTE – Pesquisas indicam que, apesar de todas as denúncias que pesam contra Jair Bolsonaro (PL), o ex-presidente tem potencial para eleger número expressivo de senadores, incluindo a ex-primeira-dama Michelle.
Se aliados de Bolsonaro fizerem maioria no Senado, o STF estará em maus lençóis. Lula, por sua vez, teme que o acirramento dos ânimos deixe o País ingovernável. É por isso que ele tem orientado o PT a sacrificar candidatos próprios nas eleições municipais deste ano em nome de alianças para aumentar a bancada de senadores, em 2026.
A campanha dos bolsonaristas no palanque terá como um dos principais motes a reação ao “ativismo judicial”, com críticas ao que muitos chamam de “censura” do STF nas redes sociais e aos inquéritos das fake news e das milícias digitais.
VALDEMAR QUER PAZ – O presidente do PL vê erro de bolsonaristas na estratégia. “Eu acho que podemos chegar a um entendimento e ter paz para todos os lados”, disse à coluna o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
“Foi um erro nós termos entrado nessa questão do Musk, que está discutindo com o Alexandre. Isso não pode virar um acontecimento político”, emendou ele, numa referência a Moraes. Na avaliação de Valdemar, “nem tudo o que acontece é culpa do Supremo”, pois muitos partidos acionam a Corte “sem necessidade”.
O presidente do PL chegou a ser preso pela Polícia Federal, em fevereiro, por posse ilegal de arma de fogo e guarda de uma pepita de ouro. Moraes mandou soltá-lo.
PL TAMBÉM APOIA – A cúpula do PL, aliás, também vai apoiar Alcolumbre para o comando do Senado. Enquanto a sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na Câmara está indefinida, do outro lado tudo caminha para um “acordão” em torno de Alcolumbre, envolvendo até mesmo o PT.
Ex-presidente do Senado e hoje à frente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), ele tem se aproximado cada vez mais da direita. E já comunicou que não vai segurar nada contra o STF.
Diante dessa agonia que não termina, mesmo após mais de 17 meses após o segundo turno das eleições de 2022, seria bom Moraes anunciar logo as punições dos responsáveis pelo vandalismo do 8 de janeiro de 2023. Isso se não quiser deixar a onda golpista contaminar todo o sistema e os culpados virarem salvadores da Pátria mais adiante.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Apenas um adendo à excelente análise da Vera Rosa. Tudo indica que o golpismo já era, não tem a menor possibilidade de acontecer, por uma razão simples – os militares não querem e estão envergonhados por terem querido, a pretexto de evitar a volta de Lula, aquele que não pode ser chamado de ladrão. Apenas isso. (C.N.)
“…volta de Lula, aquele que não pode ser chamado de ladrão…”
Ha!Ha!Ha!Ha!HA!
Rindo litros até 2.092…
Vejo muitas criticas a ressuscitação e reabilitação politica de Lula , pelos juízes do STF , mas omitem o fato de que tal aconteceu devido a omissão e convivência, tanto do então presidente bolsonaro e de seu vice hamilton maurão e demais autoridades da época de tal evento.
Digo , conivência.
O desespero parece ter batido nos “donos” do Poder, suprema corte e o governo, porque o imbrochável parece massa de pão, quanto mais batem mais ele cresce, o cara só não vai eleger o Cacareco se não quiser. E o pavor já tirou o sono do ministro cabeça de ovo, porque sabe que se os inimigos dele formarem maioria no Senado, o cara vai perder o emprego. Aí pode ir para casa e escrever um livro de memórias, Como fui cruel com tantos brasileiros, quem sabe vira um best seller.
Daqui pra frente o que vier a acontecer não será considerado golpe mas sim necessaria medida impeditiva de desmandos de desmiolados destrambelhados, que estão pretendendo naufragar o continente sul americano!
Pensando bem só tem um jeito da esquerda impedir a volta da direita com suas ameaças de golpe. Estabelecer o controle social da mídia e punir rigorosamente toda manifestação contrária. Líderes poderosos do passado deixaram um modus operandi de como faze-lo, Mao, Stalin, Pol Pot, Fidel e agora, Putin, Xi Jiping e Kim Jong Un.
A nata do jornalismo engajado ira nadar de braçada, Vera Magalhães, Mirian leitão, Bela Megale, Cantanhede, Merval, Camarotti e Pedro do Couto e mais uma renca.
Ia me esquecendo, a Rosa Verdadeira, a Vera Rosa.
reitero, aqui e alhures, alcolumbre voltar a presidir o senado e o congresso é um ultraje ao brasil que se diz republicano. o senado tem nomes qualficados para suceder o medonho Rodrigo Pacheco, não pode nem deve aceitar, sem lutar, o calhorda alcolumbre. calhorda paa dizer o mínimo.