O caso das joias de Bolsonaro perde de goleada do caso da conta de luz de Lula

Nani Humor: O PERDÃO JUDICIAL DOS IRMÃOS BATISTA

Charge do Nani (Nanihumor.com)

Mario Sabino
Metrópoles

A maioria dos jornalistas continua muito entretida com as joias sauditas que Jair Bolsonaro teria tentado surrupiar no final do seu mandato. A Polícia Federal primeiramente disse que elas valeriam, no total, R$ 25 milhões. Horas depois da divulgação dessa cifra, veio uma correção: na verdade, elas valeriam R$ 6,8 milhões. A Polícia Federal, como se vê, está cada vez mais científica, e a diferença pouca fala muito da qualidade da investigação.

Em matéria de escândalo, porém, há um incomensuravelmente maior. Ele é que não deveria sair das manchetes, mas que vai ficar por isso mesmo, porque ficou combinado que o único vilão que existe na nossa pitoresca democracia é Jair Bolsonaro.

FORA DA AGENDA – O jornalista Daniel Weterman, do Estadão,  publicou que “executivos da Âmbar Energia, empresa do Grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, foram recebidos 17 vezes no Ministério de Minas e Energia fora da agenda oficial antes da edição da medida provisória que beneficiou um negócio da companhia na área de energia elétrica e repassou o custo para todos os consumidores brasileiros.

O ministério e a Âmbar afirmam que não trataram da medida provisória nas conversas, mas não informam o conteúdo dos encontros”.

A derradeira reunião foi entre o presidente da Âmbar, Marcelo Zanatta, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e ocorreu apenas uma semana antes do texto da medida provisória, um presentão do governo Lula para Joesley e Wesley, sair do ministério para a Casa Civil.

PLAY VIDEO – Dez dias após desse encontro, o grupo J&F comprou a Âmbar — que, dois dias depois, seria agraciada com a assinatura da MP. A medida provisória socorreu o caixa da Amazonas Energia para ela poder pagar as termelétricas da Âmbar que são suas fornecedoras. E de quem o grupo J&F comprou a Âmbar? Da Eletrobras. O governo vendeu a empresa para os irmãos Batista e pagou pela sua compra.

Quer dizer, não foi o governo que pagou. Fomos nós. Porque o dinheiro que irá para a empresa dos irmãos Batista, após fazer pit stop no caixa da Amazonas Energia, sairá da conta de luz de todos os brasileiros durante quinze anos. Repetindo: quinze anos. Especialistas no setor calculam que o custo total para os consumidores poderá chegar a R$ 30 bilhões. Agora, vo pode voltar a ler sobre o caso das joias de Bolsonaro. O último a sair, apague a luz.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Mario Sabino tem toda razão. O escândalo das joias não é nada em comparação a essa trama sinistra da energia elétrica. Os irmãos Joesley e Wesley Batista agem como verdadeiras aves de rapina. Mas são amigos especiais de Lula e têm de ser tratados como vice-reis na gatunagem de recursos públicos. O governo (qualquer governo) está curvado diante deles – como dizia Michel Temer, tem de manter isso, viu? (C.N.)

19 thoughts on “O caso das joias de Bolsonaro perde de goleada do caso da conta de luz de Lula

  1. O pt não é o Midas ao contrário, onde toca tudo vira corrupção, e o toffoli livrando a cara de corruptos, Lula salvando os irmãos friboi, e nossa imprensa seja escrita e falada que não comentam isso é tem os R$ 200 milhões da secom

  2. Tenho conhecidos na Polônia que dizem que quando a imprensa quer abafar um escândalo começa a falar do aborto. Aqui a cortina dos casos de corrupção é o Bolsonaro.

  3. Aos interessados do blog, a Âmbar comprou ativos da Eletrobras, não comprou as dívidas dela. A MP 1232 trata da divida entre Amazonas energia e a Eletrobras, só na cabeça dos isentões da TI essa MP tem a ver com os Batistas.

  4. “…Os notórios irmãos Batista, enrolados até o gogó em vários episódios de corrupção no Brasil de Michel Temer a Luiz Inácio, estão de volta com tudo! Conseguiram de Camilo Santana autorização para abrirem uma universidade e agora conseguiram de Lula uma criminosa medida provisória (vai devolver, não, Rodrigo Pacheco?) para espetar nas costas do povo brasileiro mais uma enorme negociata. Agora e de novo é no setor elétrico.

    Vejam como a corrupção no governo está perdendo o pudor totalmente. Viram a esculhambação da importação de arroz, né? Pois bem, esta é muito pior: desde julho de 2023, 12 usinas termelétricas na Amazônia estavam oferecidas pelo governo para vendê-las. Ninguém se interessou porque era um péssimo negócio. Razão: a principal cliente destas usinas é a Amazonas Energia, que está quebrada e devendo os tubos na praça.

    Só com as tais térmicas a dívida vencida é de mais de R$ 9 BILHÕES. Esta dívida sobe R$ 150 milhões por mês, segundo reportagem do O GLOBO assinada pela jornalista Malu Gaspar. De repente, não mais do que de repente, os corruptores da JBS resolveram comprar!

    Estranho, né não? Se você tomar conhecimento do que aconteceu, vai entender a negociata monstruosa que marca a entrada dos vendedores de carne no setor elétrico brasileiro: a empresa Âmbar Energia dos irmãos Batista.

    Poucos dias depois da estranha compra do grande mico pelos Batista, Lula baixa uma medida provisória repassando para a conta de luz de todos os brasileiros os tais 150 milhões de reais por mês, estatizando o prejuízo e fazendo o mal negócio virar um bom negócio pros Batista mandando a conta para os brasileiros.

    Achando pouco, Lula determina pela mesma medida provisória que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) resolva em 60 dias o problema da falida Amazonas energia. Pela lei, o que Lula estava obrigado a fazer era cassar a concessão da Amazonas Energia e assumir a gestão da empresa inclusive com seus débitos.

    Lula passa por cima da lei e arma o arremate maior da grande negociata: autoriza na mesma MP a “flexibilização” das regras para que uma empresa privada assuma a concessionaria falida.

    Quando se lê o contrato de compra das termelétricas pelos irmãos Batista, a esculhambação se revela em seu todo: se a Âmbar comprar a Amazonas Energia, Lula permite que os Batista transformem a enorme dívida de R$ 9 BILHÕES – pasmem – em participação acionária na ELETROBRAS. É muita esculhambação, gente querida!

    — Compartilho com vocês mais um trecho da newsletter O Brasil Desvendado. Leia a reflexão completa de todos os assuntos debatidos nesta semana: http://cirogomes.com.br

      • Aliás, o que os Batistas foram fazer no “famosíssimo” Fórum de Lisboa ?

        Palavras do jornalista português João Paulo Batalha:

        O festival do arranjinho

        Todos os anos, Lisboa acolhe um encontro de que nunca ouviu falar, mas que é uma autêntica parada de poderes promíscuos.

        O que se diria de um juiz que andasse em almoços, jantares e eventos de charme com empresários que têm processos pendentes junto desse mesmo juiz? Diria provavelmente que é corrupto ou que, no mínimo, estava a violar o seu mais elementar dever de reserva e recato, expondo-se a um conflito de interesses que põe em causa o seu julgamento. E se esse encontro de confraternização e palmadinhas nas costas acontecesse às claras, com datas marcadas e site na Internet, disfarçado apenas pelo véu (aliás, muito transparente) de um evento académico? Diria talvez, para usar a expressão muito portuguesa, “quem não tem vergonha, todo o mundo é seu”.
        Bem-vindo ao “Fórum de Lisboa”.

  5. A distribuidora Amazonas Energia está com uma dívida de mais de dez bilhões com a Eletronorte e com déficits recorrentes e crescentes numa bola de neve.

    Dizem que os “gatos” existentes ultrapassavam o valor do faturamento da empresa.

    A cobertura da conta CCC e a conversão de contrato em CER contidas na MP está sendo estudada por uma comissão mista no legislativo.

    É um imbróglio, pois 1 milhão de pessoas da Região Amazônica dependem da energia fornecida por essas termelétricas.

    Pergunto: qual a solução? Penso que a melhor foi encontrada. Mas alguns vão dizer: ferrem-se as pessoas, melhor é fechar a empresa.

  6. Certos mandatários(?!) de países árabes deveriam ser incluídos nesse carnaval fora de época. Odaliscas, em profusão e nenhum eunuco deve ter tido remuneração…

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